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Cardiobiografia
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E-book89 páginas17 minutos

Cardiobiografia

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Sobre este e-book

Em Cardiobiografia, a autora colige poemas escritos ao longo dos anos, dissecando emoções, inquietações e dissonâncias vivenciadas na primeira pessoa ou por contemplação de terceiros, numa jornada catártica de superação e perdão. O livro acompanha, simbolicamente, as fases de um dia, desde os sonhos que acordam na fria madrugada, a luz que ecoa nos dias bem-aventurados, a noite, máscara das inseguranças, e por fim a nova aurora, com a sua mensagem de esperança e resiliência.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de out. de 2022
ISBN9791222070650
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    Cardiobiografia - Vanda Janeiro

    Agradecimentos

    A todos os que cruzaram a minha vida… num sopro ou chocando de frente, dissolvendo-se em memórias ténues ou cicatrizes incontornáveis.

    Madrugada

    Fuga

    Sentei-me à espera de o ver chegar,

    Súbito e iminente, rasgando o céu

    E visto que demorava,

    Ergui-me.

    Sorvi o ar frio da noite,

    Gelei-me as veias que se incendiavam

    Com o inexplicável atraso.

    Furtei-me esse fogo e guardei-o

    Na mão esquerda fechada,

    Até o momento certo chegar.

    O momento certo tardava.

    A mão esquerda queimava.

    Ergui-me.

    Alforriei o desejo de luz,

    Aceitei-me com os meus esteiros brandos.

    Tão pouco urgente,

    Saudei-me com a plenitude do tempo.

    Abri a mão esquerda

    E deixei-o fugir.

    Solidão

    A solidão é a musa que anima

    As minhas mãos devassas

    Buscando

    Orgias de palavras fúteis.

    Pálidas imagens de um ego desfocado,

    Mergulhado em lirismo obtuso.

    Naufrago

    Sem nunca ter içado as velas.

    Patética tentativa de me exceder…

    Solidão paliativa,

    Pois não estou só.

    Estou em mim com os outros.

    Clones,

    Sucumbindo a abraços que sufocam.

    Autismo

    Encerro um autismo de vivência.

    Parto de mim, centripetamente,

    Para chegar a mim.

    A alteridade não é uma promessa,

    Mas aparência,

    A minha própria sombra.

    Não consinto que amo.

    Finjo que amo para paliar o vazio.

    Não sei amar e convenço-me disso.

    Um solfejo melancólico embala a débil audácia de existir.

    Olho-me num rosto que não reconheço.

    Se sou o que este rosto

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