Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Vozes do túmulo: Espíritos Diversos
Vozes do túmulo: Espíritos Diversos
Vozes do túmulo: Espíritos Diversos
E-book124 páginas1 hora

Vozes do túmulo: Espíritos Diversos

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Em ''Vozes do Túmulo'', o autor compila diversas mensagens que recebeu durante alguns anos de exercício da mediunidade psicográfica. Este é um livro de ensinamentos universais da espiritualidade, que através de suas lições almejam comprovar a existência imortal do espírito nos domínios de ultratumba. Aqui jaz, não só comunicações em prosa de autores variados, mas há também versos de célebres poetas da literatura portuguesa, que retornam com um viço novo, cantando as glórias das liberdades que desfrutam em além-túmulo. Nesta obra o leitor encontrará sobretudo, uma diversidade de estilos literários, de assuntos e de temas, numa linguagem acessível que instiga e apraz, em diferentes abordagens, trazendo à lume o inconteste intercâmbio entre vivos e mortos que não cessa ao longo dos evos. Em suma, este é um esforço audacioso dos espíritos que pretendem realçar não só a beleza moral dos homens, mas a sua virtuosidade intelectual e artística rumo à vida eterna, onde a alma humana contemplará a luz dos ensinamentos supremos.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento6 de mar. de 2023
ISBN9786525424699
Vozes do túmulo: Espíritos Diversos

Relacionado a Vozes do túmulo

Ebooks relacionados

Religião e Espiritualidade para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Vozes do túmulo

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Vozes do túmulo - João Pedro Ragazzy Baeta Neves

    Esclarecimentos oportunos

    A verdade sempre foi considerada para mim como absolutamente necessária para a execução de todos os meus deveres perante a sociedade. É por essa razão que deixo escrito nessas linhas, as maiores motivações que me trouxeram a publicação deste livro.

    Começo dizendo ao leitor que sou um rapaz simples, em toda a amplitude do termo. Nasci em Belo Horizonte, no ano de 1996, e desde então, a vida tem sido para mim motivada por grandes desafios. Sou em verdade, proveniente de um lar humilde, criado em meio ao guante de rudes provações, permeados por dolorosos testemunhos de resiliência.

    A cultura literária, a vida religiosa, as artes plásticas e as músicas, nunca foram a tônica principal dos meus familiares; muitos deles, inclusive, são completamente avessos ao sentimento religioso e especialmente contrários à vita contemplativa. No entanto, as belezas das coisas transcendentes nunca ficaram eliminadas dos meus dias...

    Desde os meus 7 anos de idade, uma força bastante vulgar me impele a dizer e escrever coisas que não penso. É inquestionavelmente estranho para mim, dispor de recursos artísticos, interpretativos e qualquer riqueza de linguagem, sem ao menos me deter ao estudo de textos e me dedicar ao trabalho criador. Apesar disso, em minha vida sempre testemunhei fatos tidos como parapsíquicos, sobrenaturais ou metafísicos.

    Com efeito, devo afiançar que nunca me faltou coragem moral para assumir a existência destes fenômenos que sempre aconteceram comigo. Confesso com toda pureza e boa-fé, acreditar que essas páginas não foram escritas por mim. Creio eu, que um princípio intelectual estranho foi a fonte que emanou todos esses pensamentos.

    Tendo noção disso, tenho certeza da existência da alma humana após a morte e da caridade ostensiva desses mesmos seres espirituais para com a inteligência humana, sempre rude e paralisante.

    A pretexto de esclarecer eventuais dúvidas devo dizer que não me considero capaz de grafar sequer um verso de poesia, em condições normais, no entanto, há dias em que ouço uma voz ditar-me versos alexandrinos clássicos e noutras oportunidades, coloco-me a escrever poemas e escritos cuja forma, conteúdo e ideias, estão acima da minha capacidade de compreensão geral.

    As comunicações que o leitor encontrará adiante, nunca foram tidas por mim sequer como inspiração pessoal. Pois, para isso, eu teria que ter de algum modo, um acúmulo de aquisições culturais ou pelo menos ciência do que escrevo. Categoricamente, seria suprema leviandade se eu assumisse a autoria dessas mensagens.

    Elas não foram produzidas pela minha inspiração, não são ideias provenientes do meu cérebro demasiadamente singelo, e também não são obras do meu talento, pois não tenho luminosa inteligência, capaz de copiar ideias e estilos para mim tão elevados. É por essa razão que não sinto ao ler estas páginas nenhum orgulho legítimo e nenhuma satisfação pessoal, dignas de um verdadeiro escritor.

    Muitos não crerão no que digo; atribuirão à existência de tudo isso à minha subconsciência, outros poderão mesmo me enquadrar como caso típico dos variados fenômenos de transtorno de personalidade. Ora, não estou aqui para desafiar os ramos complexos de estudo da psicologia, apenas e unicamente, tenho interesse de dizer que tudo que aqui está escrito foi executado em condições anormais...

    Todas as páginas foram recebidas a jato, sem que eu concebesse previamente nenhum dos textos. Não posso afirmar se estes escritos guardam perfeita identidade com o estilo e o campo de interesses daqueles que os assinam, pois, penso que para avaliar criticamente essas mensagens, eu teria que possuir uma límpida e perfeita clareza do ideário desses autores. Não posso fazer objeções capazes de reforçar se há ou não há pujança de validade autoral nessas manifestações.

    O que posso dizer é que a hipótese medianímica é a minha mais franca e sincera explicação de tudo isso. Para mim, é uma realidade insuspeita a possibilidade de fenômenos psíquicos dessa natureza. A ideia das comunicações espirituais e suas possibilidades dinâmicas passaram a serem aceitas por mim desde que comecei a participar de reuniões do gênero. E tenho visto nessas manifestações a suprema vontade dos benfeitores espirituais que vencem toda e qualquer relutância que eu possa oferecer...

    Não colocarei mais fragilíssimas observações para realçar algo que considero ter causas invisíveis aos olhos comuns. Hão de crer em mim? Atribuirão essas ocorrências a causas inconcebíveis? Serão estes fenômenos frutos da intangibilidade de uma cabeça problemática? Isso realmente não me importa, pois, ainda que eu citasse fatos, argumentasse com livros especiais e invocasse toda tradição venerável do espiritismo, muito me faltaria para satisfazer ao agrado dos homens.

    De toda forma, já em priscos períodos os temas espirituais e parapsíquicos já faziam parte das prestigiosas mentes da raça humana; sob inspiração do alto, Alexandre Dumas, Michelet, Jean Reynaud, Balzac, Conan Doyle, Victor Hugo, Baudelaire, Lamartine e tantos outros, também escreveram sobre temas da filosofia que hoje é denominada espírita. Toda uma plêiade de vultos veneráveis a serviço do mundo invisível, e, entretanto, a indiferença hostil sobre esses assuntos ainda permanecem, e não serei eu quem tentará desfazê-las.

    Aconteceu-me, mais de uma vez, a vontade de rasgar esses escritos ou levá-los ao fogo. Ao mesmo tempo em que uma vontade muito firme, falava-me a intuição: Não são criações provindas de ti, e por isso não te pertencem, para que possas se livrar delas.

    Em suma, divido essas mensagens com os meus amigos e com os leitores que possam encontrar nessas páginas, qualquer motivo de alivio para as angústias cotidianas. Se por algum motivo, os críticos polemistas não encontrarem a cadência da palavra, os efeitos mais ricos das imagens e a expressão estética mais valorosa da língua, só peço que não as credite aos nobres amigos que as ditaram, e sim no instrumento falível que as grafou...

    Tenho certeza que qualquer desonra, descrédito ou ofensa que eu sofra, serão extremamente banais e pueris aos martírios infligidos ao excelso mestre dos homens, em sua divina epopeia. Modelo e guia que optamos por seguir.

    A cada um, o destino reserva um quinhão de sorte específica. Sabendo dessa nobre realidade, escolho mil vezes seguir meus companheiros espirituais, ainda que em meio às humilhações das massas zombeteiras, do que negar-lhes à presença, com medo das angústias do mundo.

    As vozes do túmulo soaram, e os mortos se evadiram das catacumbas. Os mensageiros da morte cantam, sendo assim: ouçamo-los!

    Belo Horizonte, janeiro de 2022.

    João Pedro Ragazzy Baêta Neves

    I – Te deum

    Augusto dos Anjos.

    Quem senão Deus fez essa contingência

    De seres, coisas, de homens e de mundos,

    Senão, o Senhor dos dínamos profundos,

    Princípio da eterna consciência…

    Quem senão Ele fez a vida abstrusa,

    Nos estados prodrômicos da Terra,

    Que na própria ontogênese descerra,

    A singularíssima força infusa?!

    Quem fez o reino antigo das moneras,

    Na madrugada antiquíssima das eras,

    Da matéria, dispersa e imponderável?

    Quem senão Deus fez a existência forte,

    Fulgor que não se extingue com a morte,

    No transcendentalismo imensurável...

    II – Antojo

    Augusto dos Anjos.

    Minha incógnita alma de miséria,

    Em angústias arrima-se, errante,

    Para vestir roupas de matéria,

    Numa nova vida agonizante...

    Relembrar o berço de placenta,

    Câmara de força

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1