(des)ilusão

De Mart

Este livro contém poesias sem forma restrita e é dividido em três partes, como estágios da (des)ilusão. Na ilusão, o eu lírico se apaixona pela primeira vez por uma mulher. Sente toda a intensa emoção da paixão, em textos longos, como desabafos, e frases curtas, como suspiros. Enquanto na desilusão, a poesia muda de tom, assim como a perspectiva do leitor, que é introduzido a uma realidade em que a paixão é impossibilitada. Então, o eu poético, confuso e frustrado, expressa sua dor e sentimentos em textos desorientados, que acompanham sua jornada de esclarecimento sobre o que sente. Já o (pós) fim é o maior posfácio e o menos póstumo de todos. É uma tentativa de dizer tchau para o que não tem fim. Essa infinitude explode dentro do eu lírico a ponto de ter poucos títulos e formatos cada vez mais impulsivos, como se não desse tempo de pensar a palavra antes de ela vir à vida. As poesias encontradas neste livro são sentimentos crus, não têm tempero, não teve borracha. Nele está a verdade de se apaixonar pela primeira vez e não ser correspondida. De sentir.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 13 de mar. de 2023
• ISBN: 9786553552166

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ILUSÃO

Ou, o começo de tudo...

Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. - O pequeno príncipe. (o livro que li para te conhecer)

Amo conhecer pessoas. O momento em que se conhece o novo, uma página em branco. Um olhar que conquista, uma fala que cativa, um toque que toca a alma. Amo conhecer pessoas. Quando a troca começa a acontecer, uma palavra se cobre com a outra e se forma o primeiro diálogo. O primeiro indício de que ali estão duas almas, duas almas destinadas a se conhecer. Quando digo algo que ninguém que conheço gosta de escutar, e o outro se encanta. Quando ouço tudo que tem a dizer, no tom da minha música favorita. Ela soa como tudo que gosto de escutar. O vento se misturar com o passar dos carros, o mar e o riso das crianças. E ela sabe que o choro de uma criança e de um cachorro me rasga. Por isso não soa como eles. Talvez seja um pouco narcisista dizer que foi feita pra mim. Um pouco não, muito. Me sinto doente em pensar algumas coisas, algumas coisas que pessoas loucas pensariam. Mas é que acabei de te conhecer, uma página em branco que já deixou de ser outro pra ser você.

Amo estar a um deslize do abismo, prestes a te conhecer. A cada fala, sua ou de algum poeta que anda lendo e resolveu recitar, eu me caio. Caio em mim, porque estou me vendo em você. E eu me achava tão única, mas nada é tão único quanto você. Isso é tão bizarro. Te conhecer é a coisa mais bizarra que já aconteceu na minha vida. E é bizarro, pra alguém que viveu de bizarrices, dizer isso. Foi o que falei, estou ficando louca, doente. Pensava que os filmes eram tão dramáticos…, mas hoje que te conheci, os sinto. Sinto cada cena, cada cena na qual um cineasta suou e sangrou para colocar na tela O momento. O