Poesia Sombria

De Mariana Mota

Angústia é o que move a sociedade. A ânsia de tornar o mundo melhor faz as melhores pessoas sofrerem. Não ignore seus sentimentos, mesmo que sejam negativos. Transforme-os em arte. Este livro nasceu assim.
Uma centelha de tristeza que logo se tornou um incêndio em meu coração. Um incêndio tão grande que logo se espalhou para meu cérebro e para minhas mãos, por isso, transferi o fogo para o papel usando a arte como condutor.
Usei o melhor combustível que pude para alimentar esse fogo de forma bonita e construtiva.
Essas labaredas e brasas se tornaram poesias completas e logo se tornaram um livro inteiro.
Tornaram-se poesia sombria. Uma coletânea cheia de tristeza, textos viscerais, vingativos, suicidas e, eventualmente, esperançosos. Esperança descreve o sentimento de chegar até o fundo do poço e sentir a força para subir surgindo dentro de si. Orgulho é o que se sente ao olhar para esse poço, estando ao lado de fora dele.
Sempre se lembrem de alimentar o fogo certo em seus corações, o fogo da arte.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 9 de jun. de 2023
• ISBN: 9786525454276

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Introdução

Sempre gostei muito de criar histórias, e também, sempre gostei de expressá-las com delicadeza e subliminaridade. Gosto de muito de consumir e produzir obras (seja no mundo da música, da literatura, do cinema ou de qualquer uma das sete artes) não tão literais e que contenham esse toque de mistério.

A ideia de narrar histórias em formato de poema e não através de contos ou romances, veio de um sonho que eu tive, no qual uma garota se afogava em um lago. Eu conseguia sentir que esse sonho tinha um significado mais profundo do que aparentava em sua superfície. Era mais complexo do que, simplesmente, uma garota se afogando. Ela, de certa forma, pertencia ao lago (Poema A menina do lago). Chorei enquanto escrevia, pois a memória do sonho era repleta de angústia e solidão, assim como minha vida se encontrava na época.

Minhas próprias palavras me forneciam dor e me identifiquei com ela, a garota perdida que um dia foi criança.

Após algumas tentativas, percebi que aquela ambientação, que minha mente produziu, era especial e complexa demais para ser representada através de um simples conto, por isso, arranjei as palavras em formato de poesia, pois apenas através do texto lírico, era possível mostrar a leveza da história e em contrapartida, nas entrelinhas, o seu peso.