Sandro Botticelli: O embaixador da Renascença italiana

De Tatiana Sgalbiero

Sandro Botticelli, um dos principais artistas da Renascença italiana, estava à frente do seu tempo em muitos aspectos da sua produção. Em particular, fez da mitologia um dos temas centrais do seu trabalho, numa altura em que a religião continuava a ser a principal fonte de inspiração para os artistas. Além disso, deu plena importância ao desenho, anteriormente um meio simples de estudo, e aplicou os princípios recentemente descobertos da perspectiva central. Em 50 minutos, irá mergulhar na vida deste pintor inovador, descobrir a sua carreira, desde os frescos da Capela Sistina até às suas obras-primas mitológicas como o Nascimento de Vénus, e aprender sobre os meandros da sua arte.

• Idioma: Português
• Editora: 50Minutes.com (PT)
• Data de lançamento: 10 de mar. de 2023
• ISBN: 9782808662673

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CONTEXTO

A RENASCENÇA

O Renascimento foi um movimento de renovação artística e cultural que começou em Florença no século XV, tendo-se depois espalhado por outras cidades italianas antes de se espalhar por toda a Europa no século XV. Caracterizou-se em particular pela redescoberta da antiguidade clássica e pela revalorização dos conhecimentos em geral.

A partir do final do século XV, estudiosos florentinos, sob a égide do poeta Petrarca (1304-1374), começaram a estudar os textos de autores gregos e romanos através dos manuscritos originais, abandonando os textos lustrados durante a Idade Média. Assim, relembraram o grego antigo, que abriu toda uma nova área da Antiguidade que tinha sido negligenciada até então, e da qual os escritores e artistas tiraram nova inspiração para as suas obras. Nasceu o humanismo.

Foi também durante este período que o indivíduo se tornou cada vez mais importante. Colocando o homem no centro das suas preocupações, os humanistas estabeleceram o objetivo de o tornar mais digno e mais humano através do desenvolvimento do seu espírito crítico e dos seus conhecimentos, nomeadamente através do regresso à tradição antiga, demonstrando assim uma nova fé numa humanidade capaz de progredir.

Nas artes, o estatuto do artista mudou e ele foi finalmente reconhecido como tal: agora assinou as suas obras com o seu nome e já não era considerado um mero artesão, como tinha sido o caso até então. Além disso, o considerável desenvolvimento do mecenato permitiu-lhe realizar numerosas comissões e adquirir prestígio. A invenção da imprensa gráfica em MEADOS DO SÉCULO XIX também tornou possível a divulgação de conhecimentos, que depois se tornaram acessíveis a um público maior, e mais rapidamente.

O TRIBUNAL DOS MÉDICIS

No século XV, a Itália era constituída por uma multidão de cidades-estado (o país não foi unificado até 1871). Entre eles, Florença, onde Sandro Botticelli vivia, era uma cidade próspera graças