A Expedição Pelos Mundos Internos

De Igor Neves E Lucas Henrique Araújo

Bem vindo ao álbum literário, um projeto desenvolvido pelos alunos do 9° ano do Colégio Terra, Igor Neves e Lucas Henrique, em conjunto com o professor de literatura e escritor Tiago Basílio Donoso. Esse projeto tem como intenção mesclar a ideia de um álbum musical e textos literários, de maneira que cada texto represente uma de suas faixas. Assim como as músicas de um álbum, os textos não são idênticos, porém apresentam um ponto de semelhança entre si, algo que os une. Procure enxergar cada um como uma música, e você verá que as coisas ficarão bem mais fáceis.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 7 de dez. de 2020

Pré-visualização do livro

A expedição pelos mundos

internos

Livro Álbum

Igor Neves e Lucas Henrique

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Índice

Introdução

p. 5

O tempo

p. 7

Barragem

p. 13

Praças e bancos

p. 21

Aridez

p. 29

O menino que vivia embaixo de uma manta

p. 37

Distopia

p. 47

Distopia parte zero

p. 53

As criaturas de um lugar silencioso

p. 59

A expedição pelos mundos internos

p. 67

Do oceano às estrelas (texto extra)

p. 75

Informações pedagógicas

p. 82

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Introdução

Expedição. Uma expedição tem como função te levar a algo, para um lugar. A expedição quer que você chegue a um destino. Ela sempre terá um propósito. Ela fará você querer mudar os caminhos, no entanto serão eles que mudarão você.

É como uma caminhada. Uma caminhada em um museu vazio, onde não há barreiras, e se houver você poderá quebrá-las. Um lugar onde você só ouvirá a sua respiração, e terá como única função imaginar. Não terão vozes ou placas para te guiar, você escolherá como observar. Por isso, aproveite o que cada mundo tem para lhe entregar.

A chave está em sua mão e você não precisará devolvê-la no final.

A expedição pelos mundos internos.

O tempo

7

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Caminhei lentamente até o banco (semelhante aos das praças) com os olhos voltado para o chão. Antes de me sentar, verifiquei se ele estava limpo.

Sem precisar virar totalmente minha cabeça para a esquerda, já percebi uma imagem, usando a visão periférica.

Me deparo com um homem de aparência desagradável. Sobrancelhas grossas, nariz volumoso, rosto de aspecto pálido, olhos esbugalhados e orelhas pontudas e pouco cabelo.

Educadamente ele me cumprimenta, retribuo de maneira neutra, sem o intuito de manter uma conversa.

Ele imediatamente prossegue perguntando se eu estava bem, e faz mais alguns comentários clichês sobre o clima.

- Aconteceu algo com você nesse final de semana? - o estranho indaga.

- Por que pergunta? - eu respondo educadamente.

- Foi difícil se despedir dele?

- Sim, é o fim de um ciclo da minha vida, talvez só o reveja daqui dois anos.

- Pense nas oportunidades que ele está trazendo pra você, no futuro.

- Sim…

- Como vai a relação com o seu pai?

- Bem…

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- Talvez devesse ter mais paciência com ele.

- De verdade, eu penso que a diferença de idade é muito grande, e a personalidade dele não ajuda, entende?

- O tempo vai passando rápido, ele fez a mesma coisa com o seu avô, entenda mais e discuta menos.

- Mas eu acho que...

- O quão focado em seus objetivos você está?

- Confesso que os objetivos a longo prazo talvez eu esteja devendo.....

- Não te incomoda ver os dias sendo mal aproveitados?

- Sim, mas sinto que há um tempo eu vivo de lapsos.

- Mude isso, o caminho você já tem ideia de qual é...

- O que eu estou fazendo agora, não é?

- Sim, o que você deveria valorizar mais, inclusive.

- As vezes eu penso