Cotidiano Volume Ii

De Eduardo Batbuta

Crônicas sobre assuntos cotidianos que poderiam ser vividos por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, um ponto de vista sobre o que se fazer ou um toque para um preste atenção, não sendo uma verdade absoluta tudo o que está disponibilizado aqui, por que não existem verdades absolutas a não ser a morte.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 4 de jun. de 2021

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Cotidiano

Projeto cotidiano – Volume II

Eduardo Batbuta

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Projeto Cotidiano – Volume II

2015

E aí vem mais um ano, mais um número, mais esperança naquilo que desejamos conquistar, mais sonhos a se realizar, mas fundamentalmente, para isso, precisamos estar preparados e conscientes de que nada acontece por acaso e que nem cai do céu e principalmente ninguém em sã consciência será beneficiado com aquilo que não merece ou não lutou para conseguir. Todos os anos eu faço minha lista de coisas a realizar e ano a ano eu checo o que consegui esse ano foi bem razoável beirei os 75% de tudo que almejei conquistar. Não digo que cumprir a lista seja fácil, digo apenas que ela serve de base para você se programar para uma vida saudável e cheia de realizações que podem ou não ocorrer de acordo com sua vontade e persistência. Todo mundo quer uma vida boa, a la gordaça como diria meu tio, mas se você conseguir o suficiente para ser feliz sem passar vontade já estará na medida certa. Se todas as coisas têm um custo-benefício com certeza há que se pensar naquilo que perderemos com certas aquisições. Certo é que muitas vezes quando conquistamos um alto prêmio ficamos a pensar no que fazer com ele depois. Troféus

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só servem para enfeitar prateleiras e a vida nada mais é que uma sequência de frames de um filme de aventura que devem ser constantes no desenrolar da trama para dar mais cor e calor e pra que a bilheteria renda as emoções necessárias para que ao findar a película ela vire um cult que todos desejem ter como seu, esse é o nosso legado à humanidade. O amor, as alegrias, a paz e as vitorias dependem da agonia, da luta, das tristezas e das agruras que nos serão impostas pelo caminho porque não há vitórias sem lutas. Se tudo fosse fácil não haveria graça nessa vida, seria tudo muito insosso.

Podemos apenas esperar porque ter esperança é do homem, porém fazer as coisas acontecerem dependem de nós, fazer da vida uma coisa boa e interessante demanda de nossa criatividade em fugir de todas as rotinas impostas, sabendo que de algumas delas não se tem como fugir, mas outras tantas há como se contornar. Portanto eu aqui no meu cantinho espero ver você aí no seu se deliciando em sorrisos, criando e trabalhando com muita saúde e disposição, ensinando e aprendendo as lições que são nos dadas de graça por Deus nessa nossa vida que nada mais é que um sopro divino e que se desvanece a cada dia, mas que vale a pena ser reinventada todos os dias para podermos ao final de mais um ano podermos dizer: Se não foi totalmente bom, pelo menos foi agradável e que venha o próximo com muita adrenalina e tesão. Um feliz ano

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novo para essa nova pessoa que desperta em você pela fé.

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A dança das cadeiras Estamos vivendo épocas pouco cristãs, parece piada, mas não é. O homem está se isolando cada dia mais e perdendo as esperanças de contracenar com a paixão de sua vida, de viajar pelas paisagens interioranas pintadas em quadros antigos que guardam essas belas paragens inusitadas que não mais existem, como também não existem mais sentimentos duradouros.

Se bem que nada é para sempre, já bem dito em versos e reversos, em musicas e chavões desnecessários, fazemos nossas camas todo santo dia e a reencontramos fria toda santa noite por que não nos misturamos mais, temos medo de tudo, das pessoas, dos odores, das estripulias, da entrega sem dó e nem piedade, por que o que mais queremos não é a tal diversão, queremos compromissos e ninguém mais em sã consciência quer mais compromissos, desenhamos roteiros faraônicos numa época em que dinheiro não nasce em árvore e nem sustentar alguém é coisa fácil de fazer.

E aí brincar por brincar não tem sentido, rir de bobagens, se agarrar despretensiosamente, trocar saliva e conversa fiada é pra quem não tem o que fazer, temos que garantir o futuro ou alguém que nos dê o futuro que não tivemos, passamos de mão em mão, sôfregos pelo acerto definitivo, o pra sempre que não resiste ao tempo.

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Estamos pensando em quem? Naqueles que estão na outra ponta, nem pensar, estamos cuidando male má de nossos próprios rabos, afinal se vender a virgindade é um bom negócio imagina o resto se for vendido por profissionais.

As pessoas realmente estão perdidas, como me disse uma amiga, sem sorte e sem norte, em um rodamoinho de ilusões, de frustrações, porque o mundo mudou, as pessoas mudaram, os interesses mudaram, o prazer mudou e tudo é uma negociata intensa, quem dá mais pra eu dar mais.

Infelizmente nessa dança das cadeiras só sobra um único e derradeiro participante, solitário com seu prêmio a própria cadeira pra ficar sentado vendo a vida passar.

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A longa jornada da vida em busca de não sei o que O barato mesmo é viver e viver bem, viver agitando, viver fuçando, porque pra não fazer nada, nem se mexer, pensar, curtir, conversar ao vivo e bater papo com os amigos no computador não vale a pena.

Estamos imbuídos de uma busca insana pelo não sei o que e nem sei com quem e muito menos onde que nos traga o frisson de grandes arrepios na espinha dorsal, o que nos atrapalha nessa jornada é um monte de buracos que cavamos ao nosso redor e que acabam se tornando armadilhas pra que nós mesmos caiamos nelas, são buracos imensos de mentiras, segredos, ilusões que criamos e protótipos e estereótipos de modelos que não existem e que insistimos constantemente em procurá-los e com a certeza que vamos achá-los. O que está ao alcance das nossas mãos e há uma possibilidade de que consigamos adquirir normalmente não nos interessa, somos o anteverso das poesias que devem ser lidas nas entrelinhas. Tudo que parece muito claro tende sempre a ser um mistério incrustado no coração que se desvanecerá com o tempo devido à convivência e a rotina e disso ninguém escapa. Faça o que você fizer tudo redundará em repetição e nossa parte e atenuar o choque modificando as aparências e maquiando cada

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momento com cores diferentes, texturas ou degrades que iludam nossos olhos, sabendo que é somente uma pintura nova pra uma situação antiga. Muda o filme, mas não a sala de exibição, muda a praia e a paisagem, mas é a mesma areia e água salgada, muda a foto e o tempo e a idade, mas será sempre você no retrato. O

que se torna importante é a tenacidade e fibra pra encarar todas as dúvidas que nos detonam vez por outra em relação a realidade da vida. Fugir da depressão e da angústia é mais ou menos como andar numa corda bamba de olhos vendados, com sorte você atravessará imune para o outro lado que todos nós, inclusive eu, acreditamos ser melhor do que o que vivemos aqui. O bonito, o esbelto, o gostoso são tão intrínsecos, tão abstratos, tão intocáveis que forçosamente olhamos com os olhos e lambemos com a testa e o pior de tudo muitas vezes é muito bonito, mas insosso e por outras não tão bonito, mas delicioso, como nos enganamos com as aparências, a ponto de perdermos grandes oportunidades de sermos verdadeiramente plenos de satisfação. Só não se engane com uma coisa primordial jamais