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Nas Profundezas De Caos, Sob O Véu Da Noite
Nas Profundezas De Caos, Sob O Véu Da Noite
Nas Profundezas De Caos, Sob O Véu Da Noite
E-book35 páginas30 minutos

Nas Profundezas De Caos, Sob O Véu Da Noite

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Sobre este e-book

A presente proposta tem como objetivo avaliar de que maneira as poesias homérica e hesiódica lidam com a genealogia divina dos filhos da Noite em seus poemas e de que forma as potências divinas destes seres noturnos e ctônicos atuam sobre a plasmação da natureza humana e de sua condição. O texto analisa o nascimento de todos os rebentos de Noite negra e quais seus poderes e de que modo estes poderes afetam os mortais, fazendo uma comparação entre os campos de atuação dos deuses e dos homens, verificando quais são seus limites. Analisa o mito de Prometeu e o mito das raças e o estabelecimento da condição humana.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de jun. de 2021
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    Nas Profundezas De Caos, Sob O Véu Da Noite - Antônio De Pádua Pacheco

    1

    Nas profundezas de Caos, sob o véu da Noite

    Caos é para os antigos gregos o Vazio primordial, que já existia antes mesmo da própria criação e de toda ordem estabelecida. Sendo personificado é, portanto, o primeiro de todos os deuses gregos. Representa, assim, o não-ser, o informe, o não conformado.

    Representa ainda o abrir-se, o entreabrir-se. É responsável por toda a procriação por cissiparidade, manifestando seu poder de duas formas: ao passar hereditariamente, para seus descendentes, o poder de se autoprocriar sem conluio amoroso com outros seres; e gerando ele mesmo vários seres utilizando-se deste recurso. Assim é que Caos, sozinho, irá gerar Terra, Tártaro, Eros, Érebo e Noite. Os seres gerados dessa forma não são nem necessariamente e nem totalmente semelhantes ao criador, haja vista a Terra que já possui uma forma capaz de abrigar todos os outros seres gerados posteriormente e Eros, que chegou a ser cultuado com a forma de uma pedra bruta em Téspias. Os outros, como o próprio pai, não possuem forma1.

    A Noite é, portanto, filha de Caos e como o pai é informe. Toda a sua prole será uma série de abstrações e, por serem como tal, são informes como o avô e a mãe, e, uma vez personificadas, ganham espaço no pensamento grego arcaico. Na teogonia hesiódica, ela dá à luz: Lote, Sorte, Morte, Sono, Sonhos, Escárnio, Miséria, Partes, Sortes, Nêmesis, Engano, Amor, Velhice e Discórdia. De uma maneira geral, todas estas divindades possuem um aspecto negativo. São divindades que agem, essencialmente, no âmbito humano. Algumas delas, como Lote (ou Destino), atuam também no campo divino, pois que, até mesmo os deuses possuem um destino. Sua morada se localiza para além do Extremo Oeste, nas regiões infernais2.

    O fato de serem sem forma (sem continente, apenas conteúdo) dá a estas divindades poderes de se transportarem velozmente pelos quatro cantos do mundo, atingindo seu objetivo rapidamente (e, por isso, são geralmente representadas portando asas velozes) e levando os homens ao desespero; levando os homens a cometerem enganos e erros; levando os homens a praticarem a violência e a morte entre seus semelhantes. De sua ação e atuação ninguém está a salvo; estas divindades estão, assim, assinaladamente relacionadas à condição humana, desde os mais humildes até os mais nobres dos homens.

    Na mitologia hesiódica há uma diferenciação entre Lote ou Destino (ou ainda Passamento) (!"#$!), que é a idéia de destino, a parte que cabe a cada um e, por isso, no 1 Cf. HESÍODO. Teogonia, a origem dos deuses. Trad. de Jaa Torrano.

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