Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1
Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1
Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1
E-book167 páginas2 horas

Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Alunos e servidores da UTFPR Londrina se unem no Projeto Escrita Criativa. Autores de várias faixas etárias, credos e visões de mundo dão vida a obras de temas diversos neste livro organizado por Silvana Rodrigues Quintilhano, auxiliada por Giovanni Fiori Tini e Vinicius H. M. Silva, colaboradores do projeto.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de abr. de 2020
Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1

Relacionado a Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Escrita Criativa De Contos E Poesias - Vol. 1 - Autores Diversos

    POEIRA

    Giovanni Fiori Tini

    estou inconformado com meus conformismos

    que se confirmam a cada dia, a cada hora

    quando tento viver uma vida no agora

    etapa procrastinadora que me sustenta

    enquanto tento não pensar no que há de vir

    isso não leva a nada

    e talvez eu não goste de nada

    e talvez o que eu goste de fato não traz nada

    não realiza nada se não após a morte

    não põe comida na mesa

    não se sustenta uma casa com o que se gosta

    se sustenta a si mesmo

    não se quita uma dívida, não se passa em uma matéria

    com o que transcende demais para gerar resultado

    talvez este seja apenas um talvez

    um grito de inconsciência

    em um mar de realidade demais

    um clamor angustiado pelo escape constante

    do que aprisiona no que não se pode deixar

    pode ser que à noite eu esteja melhor

    se ela for gentil comigo

    conseguirei ordenar meus pensamentos

    e deixar de ser uma célula sem função

    esperando para ser morta

    deixar de ser um arquivo corrompido

    aguardando ser deletado

    deixar de ser o que restou de um caco de vidro

    que ficou para trás quando o chão foi varrido

    VIDA

    Rodolfo Nóbrega

    10 anos: uma nova fase

    Já se foi a infância

    Agora? A adolescência

    Os pelos da puberdade começam a aparecer

    Os brinquedos já são amigos das traças e aranhas

    Tomaram lugar os videogames, o futebol

    A puberdade já se finda

    É a despedida do ensino médio.

    Ah! Finalmente a faculdade

    Enfim a liberdade chegou

    Melhor época com os amigos

    Espera! Calma, mas por que tão rápido?

    Onde está minha infância? Adolescência?

    Meus amigos?

    Bom, o expediente já acabou

    Hora de pegar a Aninha e o Pedrinho na escola.

    Maria, você comprou o presente do Claudinho?

    A Aninha vai deixar ele aqui

    Os cabelos branquearam

    As forças já não são as mesmas.

    Os amigos já se foram

    A faculdade está pendurada na parede do escritório

    Os brinquedos? Esses já têm novos amigos, novos rostos

    Ah se eu pudesse voltar à minha infância.

    A VERSUS DE VIDA

    Ronaldo Junqueira

    Os faróis tentam interagir

    Com a alma cheia de alegria

    Que tem que lutar e agir

    Sobre toda a calmaria.

    Um monstro a surgir

    Que ajuda sua família

    Da rua fugir

    Para longe dessa anomalia.

    Sentado em um banco

    Me pego distraído

    Uma música cantando.

    Com um sorriso falido

    De quem acabou comprando

    Aquele vestido florido.

    CHOQUE SOCIAL

    Wanheliton Policarpo

    Volto do trabalho

    Observo várias pessoas

    Realidades delas próximas à minha

    Cada um dentro do seu carro

    Vidros fechados

    Isolados do mundo externo.

    Basta uma conversa

    Sabe aquela conversa?

    Que não se limita a apenas um bom dia

    Com o porteiro, com a zeladora

    Eis um choque social

    Ou só um ponto de vista pessimista?

    Sim! Acredito que sim.

    Abro a janela do meu apartamento

    Vejo lá longe no horizonte

    Amontoado de casas todas com tijolos expostos

    Serpente de concreto gigante

    Que acompanha o relevo do solo

    É difícil acreditar

    É de onde seu Luiz, o porteiro, vem trabalhar.

    HOMEM INVISÍVEL

    Lucas Santini

    Na larga avenida, o mundo não para

    De um lado para o outro, o trabalho impulsiona

    O tempo parece ser o maior inimigo.

    No meio da correria, um momento de paz

    Um senhor deitado sob seu papelão

    Parece não ligar para a turbulência ao seu redor.

    Todos passam, mas ninguém o vê

    Seria o trabalho mais importante que a vida?

    Ou então aquela apenas mais uma cena do cotidiano?

    As pessoas a cada dia ficam mais cegas

    Tornando aquele um homem invisível

    Que, mesmo sem saber, possui um super-poder.

    O CAMINHO DE VOLTA

    Giovanni Fiori Tini

    Cresci em um momento de dipolo

    Parando e sendo parado aos poucos

    Às vezes andando, às vezes carregado no colo

    O que deixava meus batimentos roucos.

    Uma curva torceu minha visão

    O opaco passou a transparecer

    Correndo contra o tempo fora do chão

    Reli tudo que deixei de ler.

    A subida me levava constantemente

    Mas tal constante não mente

    Tudo que sobe, também desce

    Provando que eram ouvidas as minhas preces.

    O sol queima minha superfície

    Pressiona meus vasos sanguíneos

    Tirando-me da morta planície

    Dando coeficientes aos retilíneos.

    Uma área de segurança foi abalada

    As multidões de minhas células se reagruparam

    Medida de emergência foi improvisada

    Meus dois olhos se encontraram.

    Quando todos os átomos de minha constituição

    Enfim se forem, e eu for um novo eu

    Com novos átomos, moléculas, células

    Estarei sorrindo como agora

    Pois vejo no espelho da minha parte

    Que dou graças por essa arte.

    CÃO AMIGO

    Rodolfo Nóbrega

    Um companheiro sincero

    Sempre me olhando

    Como se perguntasse o que eu quero?

    Igual um irmão fraterno, sempre se preocupado.

    Nunca te vejo triste, mas sempre contente

    Um amigo sincero e leal

    Desses que não se encontra nada igual

    Ah! Como é bom ter você, junto da gente.

    Quando chego você está me esperando

    Sempre ao meu lado se esfregando

    Com um brilho nos olhos e o rabo abanando.

    Quando saio, se ouve apenas aquele latido,

    Como um cão arrependido

    Esperando o dono amigo.

    POEMA DE 7 FACES

    Wanheliton Policarpo

    Quando estava prestes a vir para o mundo

    Deus me olhou no fundo dos olhos

    Como se estivesse me dizendo "vai lá

    Que você será o meu orgulho"

    Para potencializar este orgulho

    Reservo uma hora para a missa aos domingos.

    Durante os anos virei estudante

    Por um decreto universal

    A semana se inicia na segunda

    Com bastante trabalho e estudo.

    Para fugir da rotina

    As terças inicio com atividade física

    Endorfinando o corpo.

    No meio da semana

    Estresse já dá início

    Como válvula de escape

    Já planejo o fim de semana.

    Tiro algumas horas nas quintas

    Resenhar com os amigos

    Atualizar as notícias da semana.

    Apesar da proximidade do final de semana

    De sexta os estudos continuam

    Quando o Sol transfere parte do brilho próprio

    Para a Lua o fim de semana começa.

    De sábado a prioridade é a família

    Ler um bom livro

    Assistir um filme interessante

    Para relaxar da correria da semana.

    SERENO SONETO

    Giovanni Fiori Tini

    Faixas envolvem meu coração

    Trazendo choques e impulsos

    Pego pensamentos com a mão

    Através de fios avulsos.

    Em meu pedido, o amor

    Em meu sonho, o abraço

    Que se alonga até o motor

    Responsável por tirar o cansaço.

    Estou sereno, porém

    Sendo sincero e preparado

    Sofrendo apenas o que me convém.

    Tal espaço, anseio preencher

    Não ligo para tempo atrasado

    Só não quero deixar de te ver.

    SONETO DO TEMPO

    Autor Desconhecido

    O tempo passa rápido

    Num instante;

    A areia cai rápido num ritmo constante

    E a cada grão lapido.

    "Tudo que me prende são as amarras do tempo

    Somos gigantes num espaço pequeno

    O soro nasce do próprio veneno

    Vivemos e merecemos tudo aquilo que temos."

    Gritando em silêncio

    Fiz da ampulheta templo

    E sigo buscando respostas.

    Encontrando dádivas que talvez só ele conceda

    Não tire os olhos da ampulheta

    Atentos ao último grão, quando ele cair a vire de ponta cabeça...

    SÉCULO XXI

    Lucas Santini

    TEMPO

    Wanheliton Policarpo

    SIM OU NÃO!

    Rodolfo Nóbrega

    CRUZ

    Giovanni Fiori Tini

    CONTOS

    O ASCENSORISTA

    Vinicius H. M. Silva

    No elevador entravam e saíam pessoas sem parar e o trabalho era monótono. A alavanca ia para frente e para trás a cada passageiro que chegava. O elevador era bem antigo e o brilho do verniz que chegava em meus olhos não escondia o cheiro de madeira velhnba. Queria que o dia acabasse o quanto antes para finalmente sentar em meu sofá e assistir um pouco de televisão.

    Não lembrava como chegara ali, como tinha arranjado aquele trabalho, mas estava feliz. Minha família vivia reclamando de minha ausência quando trabalhava na cidade vizinha e parece que havia encontrado uma excelente solução: me tornar o ascensorista do meu próprio prédio. O primeiro andar era o da manutenção, onde ficavam os serventes: eletricistas, mecânicos, encanadores e outros funcionários responsáveis pela parte estrutural do edifício. Os cinco andares seguintes eram comerciais, enquanto os outros vinte eram residenciais.

    Jamais trabalhara com elevadores, sequer sabia como eles funcionavam. Você deve pensar que era apenas apertar um botão, mas não: era necessário utilizar uma alavanca. Sim, uma alavanca. E eu que deveria controlar seu movimento, parando precisamente em cada andar para que os passageiros entrassem e saíssem em segurança. Qualquer erro poderia resultar em problemas.

    —   Bom dia, Charles.

    —   Bom dia, Sra. Hunnigan, com a senhora está?

    Ela era uma senhora bem abastada. Seu marido havia falecido há alguns meses e ela vivia sozinha com o dinheiro que eles guardaram durante os anos. Seus filhos já eram crescidos e seu terceiro netinho estava perto de nascer. Eu cruzava bastante com ela pelos corredores e havia presenciado sua história de perto. Nós morávamos no mesmo andar, o décimo terceiro.

    —   Estou bem, querido. Como estão as crianças?

    —   Estão bem. Estão na escola, agora. Voltam no final da tarde.

    —   Ah, que bom… estudar é importante!

    Interagi com ela com um leve sorriso no rosto, porém odiava esse tipo de conversa. Nunca levava a nada e todos os dias era a mesma coisa. Pensando bem agora, não estou muito certo sobre o que pensava sobre ela. Ela, mesmo tendo uma excelente condição de vida, deixava seus dois filhos viverem com grande dificuldade financeira. Um deles, inclusive, vivia naquele mesmo prédio, em um apartamento pequeno com sua esposa e os dois filhos.

    —   Com certeza

    Achei que desviando o olhar, sinalizaria meu desejo de encerrar aquela conversa. Porém ela continuou.

    —   Sabe, meus filhos estão largados por esse mundo. Dois ingratos. Fiz tudo por eles. Dei educação, segurança, comprei tudo o que desejavam, porém não recebi nem mesmo um obrigado. Um deles mora aqui neste mesmo prédio. Talvez você o conheça.

    Cale-se, pensei. Cale-se. Senti o elevador dar uma leve tremida, porém nada para me alarmar. Era comum isso acontecer.

    —   Espero que você não seja um filho ingrato dessa forma, Charles. Sei que sua mãe pode ter seus defeitos, mas você deve ser grato por tudo que ela fez por você.

    Se ela foi uma mãe como a minha, talvez os filhos dela estejam certos, pensei. Um sentimento estranho começou a tomar conta de mim. O elevador deu mais uma tremida e, desta vez, segurei a alavanca com mais força para garantir que nada acontecesse. Sem obter uma resposta, a Sra. Hunnigan finalmente se calou.

    Alguns poucos minutos depois, o elevador chegava no térreo. Ele era bem devagar, como um elevador bem antigo, parecido com os utilizados nos primeiros prédios altos de grandes metrópoles como Nova York. Era feito de madeira polida que tinha um brilho um tanto exagerado. Havia um pequeno banco de veludo vermelho, onde eu ficava sentado nos horários de menor movimento, afinal ficar mais de dez horas em pé dentro de um elevador um pouco apertado não seria nem um pouco saudável. Nas paredes haviam detalhes cravados

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1