Meio Século De Sol
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Meio Século De Sol - Júlio Saldanha E Ana Cláudia Ssaldanha
Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
Meio Século de Sol
Bodasdeourodo Coral
NosssaSenhoradaPiedade
Ana Cláudia SSaldanha e Júlio Saldanha
Todos os direitos reservados
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
Editoração eletrônica, capa e diagramaçã o: Publique Composição e Arte Final Ltda. Rua Sacramento, 209 – Pará de Minas
Fotografias: Câmara Municipal, Museu Histórico, coristas e ex-coristas
Foto da capa: Participação no Programa Mineiros frente a frente
da TV Itacolomi em 1973. Integrantes: Jaime Bechtlufft, Dimas Peixoto, Leci Silva, Mário Lúcio Pereira, José Mateus; Dulce Ribeiro, Floripes Martins, Violeta Gonçalves de Oliveira, Maria de Lourdes David, Hilda Terezinha Silva, Hilda Goebel, Mariinha, Dalva Frágula, Magda Mendes, Idalina Oliveira Mello, Conceição Medina, Terezinha Moreira e Maria Lídia Bechlufft.
Revisã o:
Padre Geraldo Martins Lisboa
____________________________________________________
Ficha catalográ fica
Saldanha, Jú lio;
Saldanha, Ana Clá udia
Meio Século de Sol
Bodas de Ouro do Coral Nossa Senhora da Piedade
256 p.
I.Tí tulo
CDD 786
___________ _____________________________________________________
Pará de Minas
2002
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
Dedicamos:
. A Nossa Senhora da Piedade, madrinha do nosso coral,
. À nossa Ana Terra, companheira nos prazeres da boa mú sica, . À Dalva Frágula que tanto amamos e admiramos.
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
PREFÁ CIO
Deus criou. No princípio. O Espírito de Deus movia-se. No princípio de tudo está a organização. O Caos primitivo, de informe e vazio, começa a tomar forma. Delineia-se em ângulos e arredondamentos. Expressa-se em elementos. Em cores. Em luzes. Em sombras. Em fecundidade. Toda uma maravilhosa arquitetura flui, admirável, da fonte divina, o Espírito de Deus que se movia. Tudo é organização. E mais, tudo é bondade. E mais, tudo é beleza. Organização e ornamentação. O grande arquiteto é també m o grande compositor. É também o grande maestro. Revela-se o maior artista – Espírito de Deus que se movia.
O crescendo vai se arrancando do seu rosto. Das suas mãos. Do olhar. Do movimento. Do seu frenesi admirável, at é chegar ao fortíssimo, na expressão mais bela da criação da pessoa humana. E da forma mais feliz que se pode imaginar: - À nossa imagem e semelhança.
E é aí que entram a inteligência, a vontade e o poder, os dotes mais sublimes e mais divinos do ser humano. Numa autoconsulta, o Espírito de Deus que se movia se expressa no mais belo plural majestático – façamos
! ...Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Semelhança, não é igualdade. Eis a í a expressão máxima da riqueza interior de Deus, num vislumbre embrionário da contemplação trinitá ria.
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
A maior das sinfonias explode num clímax grandioso, soleníssimo, majestoso, vibrante, que se chama criação, extraí da das mãos do maestro único e divino – o Espírito de Deus que se movia.
Tudo é organização. Tudo é ornamentação. Tudo é bondade. Tudo é bênção que se eterniza no crescimento e na multiplicaçã o.
E mais. Além da bênção, tudo é santidade. E Deus acabou, no sétimo dia a obra que tinha feito e o santificou porque nele tinha cessado toda sua obra que tinha criado e feito
.
Tudo é organização. Tudo é ornamentação. Tudo é bondade. Tudo é beleza. Tudo é bênção e tudo é santidade.
A criação volta, como eco solene, em resposta às mãos do divino maestro.Volta obediente à regência. A criação responde, reconhecendo sua dependência de criatura. O sopro da criatura responde ao sopro do Criador. Expressa a sua dependência na alegria, na adoração, na súplica. É o imenso e intensíssimo Te Deum que toda a criação é, mais do que entoa. A alegria de danç ar, de tocar, de cantar este Te Deum é envolvente e contagiante. E a vontade é enorme de entrar na roda com Adélia Prado :
"Tudo o que existe louvará . Quem tocar vai louvar, Quem cantar vai louvar,
A que pegar a ponta da sua saia
E fizer uma pirueta, vai louvar.
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
Os meninos, os cachorros,
Os gatos desesquivados, os ressuscitados,
O que sob o céu mover e andar
Vai seguir e louvar.
O abano de um rabo, um miado, Ou a mão levantada, louvarã o. Esperarei a deflagração da alegria.
A nossa alma desejada, o nosso corpo
Anseia o movimento pleno:
Cantar e dançar Te Deum
.
O canto é emblemático. A palavra, o poder, a criaçã o, alegria, a adoração, o louvor, a súplica. Tudo se envolve nele.
O coral é o instrumento dinâmico que abre caminho para que tudo isto se torne realidade, e realidade viva, envolvente, comprometedora e transformadora. Os valores humanos se conquistam e se aceitam como tais. Se consolidam. A individualidade própria, a do outro, o respeito, as relaçõ es interpessoais dos que participam do Coral, levam-nos a um envolvimento de solidariedade, de cooperação mútua. O trabalho em grupo e a gratificação compartilhada dos resultados
. É nisto que se pensa quando se fala em coral. A obra coletiva é muito mais emocionante, gratificante... A música eleva o espírito e, como toda arte, ativa nossa sensibilidade
.
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
A sensibilidade é a porta aberta para a acolhida. Sem sensibilidade há o fechamento. O isolamento. Com o canto coral, a vida se transforma. Esse conjunto, essa harmonia produz beleza, poesia que transmitem para quem está ouvindo e em quem est á interpretando, um momento de elevação para Deus...Somos pequenos diante da grandeza do que ouvimos e participamos.
A música, o canto despertam as paixões no ser humano como júbilo, tristeza, coragem, medo, ternura, e, no caso do canto coral sacro, o amor, o louvor, a sú plica.
Os sons provocam a empatia. Quem ouve simpatiza com quem provoca os sentimentos, especialmente os mais agradá veis. As vozes do coral não só comovem a si mesmas mas també m comovem quem as ouve.
A nobre tarefa do coral é convencer pelo som. E convencer pela voz. É fazer as pessoas chegarem ao solene Te Deum, num êxtase de admiração e contemplação ou descobrirem o caminho humilde da prece de súplica; ou perfazerem a subida ao Templo do Senhor em sublime louvor.
Nossa pesquisa teve início em 1998.
Ana Cláudia e Júlio vêm enriquecer. O livro enriquece, primeiramente, a bibliografia de Pará de Minas que ainda é pobre em quantidade e qualidade, nesta área. São pioneiros. E fizeram tão bem o trabalho, que, seguramente deixam vazar sua paixão, seu amor pela arte. Aliás, já é bem conhecida a sua sensibilidade
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
artística. Ana Cláudia é professora de artes no Patronato. Ela e Júlio estão presentes na Folha de Pará de Minas, semanalmente, contribuindo decisivamente para o crescimento qualitativo de nossa história literá ria.
Um trabalho inteligente. Sério, claro, com muita competência e oportunismo. Haja vista o depoimento de um corista: Por incrível que pareça, a maioria dos jovens de minha idade elogiam, aplaudem e ficam encantados. Não gostam das músicas clássicas por falta de oportunidades.
Está aí uma ó tima oportunidade para conhecimento e aprofundamento que Ana Cláudia e Júlio oferecem.
De agradável leitura, o livro oferece a riqueza do prazer e da cultura e abre caminho para o crescimento de Pará de Minas na educação musical.
Padre Lisboa
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
Aqui está nossa pesquisa, aqui está a memória de um grupo em uma época. Aqui está o nosso respeito pela arte e a nossa vontade de que todos os interessados tenham também alguma de suas perguntas respondidas.
Os autores
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Í NDICE
1ª PARTE- CONCEITOS BÁSICOS E CONTEXTUALIZAÇÃ O Música – Conceito, origem
Gêneros musicais
Música Sacra
Música brasileira – origem
MPB nos anos 50
A Música Mineira
Canto em conjunto, Canto Coral, Canto orfeônico, Coro A Música Coral
História do canto em conjunto
O canto coletivo no Brasil
A voz humana
Classificação das vozes
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2ª PARTE- PARÁ DE MINAS NA ÉPOCA DO SURGIMENTO DO CORAL NOSSA SENHORA DA PIEDADE
A cidade Arquitetura Costumes
Industria e Comé rcio
Polí tica
Educação e esporte
Mú sica
Religiã o
A velha matriz
3ª PARTE- GESTAÇÃO E NASCIMENTO DO CORAL
Gestação: - As cantoras, instrumentistas da igreja e
pessoas da comunidade;
- Pia União das Filhas de Maria;
- Coro infantil das coroaçõ es
Formação do coro e fundação do Coral N. Sra. da Piedade
Os primeiros ensaios
Coro Nossa Sra. das Graças
e coro da Igreja de São Francisco
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4ª PARTE- TRAJETÓ RIA
Apresentações mais relevantes
Dissonâ ncias
Casos
Comemorações dos cinqüenta anos
5ª PARTE – O CORAL HOJE
Pará de Minas hoje
Coristas atuais e diretoria atual
Objetivos do coral
Formação e estudo de mú sica A música do coral hoje Ensaios
Uniforme
Finanç as
Novos membros A Nova Matriz Depoimentos
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6ª PARTE – INFORMAÇÕES ADICIONAIS Música atual de Pará de Minas
A música sacra hoje Partituras mais executadas Os compositores do coral
Os solistas do coral
Regentes Organistas Matrona do coral Presidente de honra Parceiros musicais do coral Membros falecidos
As diretorias/Atas Estatuto Depoimentos II
Novos rumos do canto coral
Epí logo Posfá cio Bibliografia
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PRELÚ DIO
A vida bem poderia ser conceituada como sendo um silêncio abraçado de sons. Sons que estão no homem e em seus arredores. A história humana mostra um homem que sempre teve sua música como forma de expressão, como manifestação de seus sentimentos, como ritualização de suas crenç as.
Estudiosos já demonstraram que a capacidade musical nasce com o homem independente de seu lugar de origem, pois a natureza é mãe primeira dos sons que são diferenciados tendo como base a cultura em questão. Portanto o homem é influenciado pela música e vice-versa. É certo que, se estudarmos as comunidades primitivas, encontraremos um homem ainda mais musical, utilizando a música como centro de sua expressã o religiosa, por exemplo.
Hoje a musicoterapia vem resgatando estes antigos valores utilitários da música. Também os grupos humanos organizados sabem do poder da música como impulsionadora do combate de trato ideológico ou físico. E assim, a música se faz presente nos mais nobres e nos mais torpes sentimentos.
A música não é uma arte de uma só face e sim uma expressão multifacetada: as canções se diferem em sua essê ncia, seus objetivos, sua época, seu alvo. Mas, diante de tantas variedades, para todas elas damos o mesmo nome: Mú sica.
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Meio Século de Sol - Ana Cláudia SSAldanha e Júlio Saldanha
Não discutiremos o valor da música. Seria empobrecedor por ser óbvio demais. Também não pretendemos estudar os caminhos da música, copilar mais uma vez sua história, sabemos que existem livros especializados. Queremos sim, tornar pública a história da música de nossa Pará de Minas, que tem no Coral Nossa Senhora da Piedade
uma de suas maiores expressõ es. Situá-lo no contexto da música mundial desde seu nascimento at é hoje. Não há pretensão de caracterizar esta pesquisa como histórica e sim de memorialista. Desejamos resguardar uma memória viva que sabemos será um dia alvo do interesse de verdadeiros historiadores. Queremos documentar o trabalho realizado por um grupo de amantes da música coral e assim comemorarmos os cinqüenta anos de vida musical do nosso Coral Nossa Senhora da Piedade
.
Que Nossa Senhora da Piedade nos dê a graça de mais cento e cinqüenta anos e mais, e mais...
Os autores
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INTRODUÇÃ O/OBJETIVOS
Em 1998, alguns elementos do Coral nossa Senhora da Piedade, (Dalva, Magda, Dulce, Nilce, Iria, Espedita, Ana Clá udia e Júlio) participaram do IX Festival Internacional de Mú sica Colonial Brasileira e Música Antiga em Juiz de Fora (MG). Nesta oportunidade, ficamos durante dias respirando notas musicais. Nã o se falava outra coisa. Estávamos entre os nossos. A música era o denominador comum. Fizemos curso de História da Musica, Restauração de partituras, voz, violão clássico, Regência e ainda assistimos a várias palestras e apresentaçõ es.
Quando, nos intervalos, nos víamos conversando sobre os temas apresentados e, volta e meia, as experiências vividas pelo coral eram citadas nas discussões para exemplificar, clarear ou simplesmente como lembranças boas que vinham à memó ria, surgiu a vontade de registrar a vida musical de nosso Coral Nossa Senhora da Piedade
. Fazíamos parte do coral há muito pouco tempo quando comparado à idade do mesmo. E começamos a sentir uma vontade imensa de conhecê-lo de verdade. Cantar somente já não bastava. Sabíamos que não era impossível fazer o tempo voltar atrás e acreditávamos que somente poderíamos viver um pouco de tantas histórias quando tomássemos conhecimento desta memória tão rica da música de nossa Pará de Minas.
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Ouvir seria o primeiro passo. Ouvir muito e perguntar muito também e entender. O segundo passo seria procurar por registro em jornais, boletins e atas. E então chegar ao terceiro passo que é a escrita de tudo o que saboreamos com gosto e sofreguidão e que agora fazemos chegar as mãos de outros interessados.
Nosso principal objetivo nessa pesquisa é fazer pú blica uma história que acreditamos rica, verdadeira e de extrema importância por trazer em si o próprio tempo. O tempo é fator primordial. É ele que permeia o número de acontecimentos, as múltiplas realizações, as alegrias e tristezas. É o tempo que contabiliza os ganhos e as perdas. E também é ele que consome o que não é bom e lapida o que é precioso. É também o tempo que vai passeando entre as notas musicais e caracterizando a mú sica que é executada. E então fizemos a primeira pergunta: Quais as características do Coral Nossa Senhora da Piedade
? Para responder a tal pergunta desencadeamos outras tantas: o que é coral? O que é canto coral? O que é música sacra? Por que um coral polifônico? E a cada pergunta foram surgindo outras e outras que acabaram por ditar os tópicos a serem apresentados. Desta forma tornou-se inevitável contextualizar o coral no tempo e no espaço. Por isso trilhamos os caminhos da política da época, da sociedade e até da arquitetura. Pará de Minas torna-se cenário e ao mesmo tempo mãe do coral que hoje canta a história desta terra. Ter posse desta história não é melhor do que senti-la e é por isso
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que convidamos aqueles que queiram ir além, sentir conosco, a uma pesquisa ainda mais aprofundada pois sabemos que sempre h á algo a descobrir quando a fonte é a alma do homem.
Encontramos grande apoio no trabalho de Ana Luí za Mendes Lisboa que, com sua competência, capacidade e inteligência, nos prestou auxílio em algumas entrevistas fora de Pará de Minas.
Dividimos a pesquisa em seis partes:
. Conhecimentos básicos e contextualizaçã o.
. Pará de Minas na época da fundação do coral.
. O coral antes
. A trajetó ria
. O coral hoje
. Informações suplementares.
Na primeira parte, apresentamos vários conceitos com objetivo de melhor compreensão do que será desenvolvido no decorrer do relato.
Na segunda parte, mostramos o cenário, como era a cidade na época da fundação do coral.
Na terceira parte, nos detemos nos dados levantados atravé s da pesquisa, mergulhando assim na história construída por este grupo desde sua gestação até sua consolidaçã o.
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Na quarta parte, falaremos da trajetória deste grupo. São os casos e as realizações que, em conjunto, formam a essência do grupo.
Na quinta parte, vamos mergulhar na história atual deste grupo e demonstraremos que a importância que afirmamos ter o Coral Nossa Senhora da Piedade
não se alicerça no nosso declarado amor ao mesmo, e sim em fatos reais, depoimentos, fotografias, etc, que fazem do coral riqueza inquestioná vel.
Na sexta e última parte, abriremos espaço para aquelas informações que fazem parte do passado, do presente, do sempre. Composições, líderes, membros já falecidos, solistas, compositores, regentes e organistas.
É evidente que não se pode, para melhor aproveitamento desta pesquisa, ter grande fixação em marcos, pois estarí amos fugindo à essência da própria história, sua dinâmica e desafio.
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1ª PARTE
CONCEITOS BÁ SICOS E CONTEXTUALIZAÇÃ O
O importante é quando a música se transforma em oração.
Cônego Gabriel Hugo da Costa Bittencourt
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Partitura do Hino de Pará de Minas. Letra e Música de Padre Hugo.
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MÚ SICA
[ Do gr. mousiké, pelo lat. musica] relativo às musas.
Todos nós sabemos que antes mesmo do aparecimento do homem na terra os sons já existiam na natureza, como até hoje existem, muitos destes sons sem modificações. Sabemos que a música foi e continua sendo uma criação do homem. Mas, como teria surgido a mú sica?
Presume-se que o grito grosseiro, cada vez mais elaborado, que se tornaria o canto, associado à dança, tenha sido a origem da arte musical e que as cerimônias religiosas desta época remota tenham sido o motivo da criação desta arte considerada pelos povos da Antiguidade como sagrada. É provável também que os primeiros homens tenham tentado imitar os sons da própria voz