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Caminho da Fé e eu em 12 dias: uma jornada de fé, paz, emoção e superação. Águas da Prata – Aparecida / 318 km
Caminho da Fé e eu em 12 dias: uma jornada de fé, paz, emoção e superação. Águas da Prata – Aparecida / 318 km
Caminho da Fé e eu em 12 dias: uma jornada de fé, paz, emoção e superação. Águas da Prata – Aparecida / 318 km
E-book190 páginas2 horas

Caminho da Fé e eu em 12 dias: uma jornada de fé, paz, emoção e superação. Águas da Prata – Aparecida / 318 km

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Sobre este e-book

Este livro traz a minha vivência peregrinando pelo Caminho da Fé. Parti de Águas da Prata e cheguei ao Santuário Nacional em Aparecida. Peregrinei por estradas vicinais, trilhas, fazendas, bosques e uma parte menor em asfalto. Subi e desci montanhas inimagináveis. Enfrentei chuvas intensas, ventanias, atoleiros, sol extremo e "várias pedras no caminho". Passei por cidades maiores e pequenos distritos. Dormi em simples pousadas, porém, gigantes no acolhimento. Tive o privilégio de interagir com a comunidade. Ou seja, 318 km que, no seu conjunto, foram de simplicidade, aprendizado, tolerância, aceitação e desapego.
Cada um de nós tem um propósito para os dias que ainda ficaremos neste plano, no entanto, um sensacional acontecimento pode ser o chamado que precisamos. Com esse intuito, detalho os meus dias no Caminho da Fé (esforço, sentimentos, natureza, espiritualidade, convivência, desafios); mostro a minha preparação física, mental e espiritual; registro minhas reflexões e relato sobre equipamentos, vestimentas, convivência, etc. A proposta é estimular o leitor a fazer o Caminho da Fé, mas, ao final, me contentarei se conseguir, pelo menos, despertar a necessidade de buscar um período exclusivamente para a procura do autoconhecimento, experimentando momentos de fé, paz, emoção e superação. Com muita humildade e com especial convicção, eu afirmo: se eu fui, vivi e cheguei, a maioria dos leitores, igualmente, conseguem. A minha jornada foi extraordinária! Falta a sua decisão...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de jul. de 2022
ISBN9786525246444

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    Pré-visualização do livro

    Caminho da Fé e eu em 12 dias - Abidias José de Sousa Junior

    1. O SANTUÁRIO NACIONAL E O CAMINHO DA FÉ

    Origem das romarias e instituição do caminho da Fé

    ...Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles

    (LC 24,15)

    Foto: Santuário Nacional de Aparecida

    Foto: Thiago Leon - Autorizado

    O Santuário de Nossa Senhora Aparecida, localizado na cidade de Aparecida do norte – SP, é dedicado à padroeira do Brasil, sendo um dos maiores templos católicos do mundo. Conforme é possível conhecer no portal do Santuário (a12.com), as visitações de romeiros ao Santuário acontecem diariamente, por meio de caravanas, população vizinha e da cidade, peregrinos, entre outros, tendo como objetivo, além de participar das celebrações e conhecer a história de mais de 300 anos de bençãos, visitar a Imagem de Nossa Senhora Aparecida em seu nicho. O Santuário recebe mais de 12 milhões de visitantes por ano e é, sem dúvidas, o templo religioso mais visitado no Brasil.

    O dia de Nossa Senhora Aparecida é comemorado em 12 de outubro, feriado nacional instituído pela lei criada em 30 de julho de 1980. Nossa Senhora Aparecida é conhecida como a padroeira do Brasil e a história conta que a sua Imagem teria sido encontrada por pescadores (João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia) em dois pedaços (corpo e cabeça) no rio Paraíba do Sul, no estado de São Paulo.

    De acordo com registros do Santuário, as romarias para o Santuário Nacional para venerar a Mãe de Deus, como chamavam os pescadores, acontecem bem antes da edificação da primeira igreja em Aparecida, que ocorreu em 1745. Ou seja, desde o encontro da imagem da Mãe Aparecida, ocorrido em 1717, se tem conhecimento das diversas caravanas de famílias organizadas e que chegavam em romaria.

    No entanto, conforme é possível acompanhar no quadro abaixo (evolução das romarias para o Santuário Nacional), os registros mostram que as romarias passaram a ser mais expressivas com a participação de cidades de São Paulo e de Minas Gerais, a partir de 1817.

    Evolução das romarias para o Santuário Nacional

    Fonte: https://www.a12.com – Autorizado. Extraído do Livro História de Nossa Senhora Aparecida (Júlio J. Brustoloni)

    A devoção à Nossa Senhora Aparecida leva milhões de pessoas ao ano até o Santuário, é uma demonstração de fé. No entanto, a cidade é fortemente voltada para atender os diversos turistas e peregrinos que diariamente chegam. Nesse sentido, a estrutura, principalmente ao redor do Santuário, é diversa, oferecendo várias opções aos clientes. São vários restaurantes, hotéis, farmácias, artigos religiosos e lembranças, entre outros. Portanto, existe a infraestrutura necessária para o acolhimento e o atendimento ao peregrino.

    A estrutura foi sendo aperfeiçoada ao longo dos mais de 300 anos que se tem conhecimento das romarias rumo a Aparecida, mas faltava a criação de um caminho, com as características de Santiago de Compostela, para oferecer aos peregrinos. Foi aí que há quase duas décadas surgiu o Caminho da Fé.

    Peregrinos do grupo Natrilhas - 09.03 a 21.03.2022

    Fonte: Arquivo Natrilhas - (Autorizado pela Natrilhas)

    O Caminho da Fé nasceu em Águas da Prata, uma charmosa cidade do interior do estado de São Paulo, com cerca de 8.300 habitantes (estimativa IBGE 2021), distante 238 km da capital e que se notabiliza, principalmente, pela beleza natural e diferenciada qualidade de suas águas. A cidade possui 10 fontes naturais, todas com propriedades medicinais. Conforme consta no portal da prefeitura municipal (www.aguasdaprata.sp.gov.br), o nome Águas da Prata vem do tupi-guarani Pay tâ (pronunciada Prata pelos portugueses), que significa água dependurada em menção à formação de estalactites formados pela alta concentração de minérios presentes nas águas que escorrem próximas às minas.

    Vem do conhecido, divulgado e propagado Caminho de Santiago de Compostela (principal ramal: Pirineus franceses até Santiago de Compostela, na Espanha) a inspiração para a criação do Caminho da Fé, tendo como motivação proporcionar melhor estrutura (apoios nas cidades/caminho e envolvimento da população), informações e segurança para os peregrinos que costumeiramente seguem para o Santuário Nacional de Aparecida, são peregrinos em outros caminhos no Brasil e exterior, bem como estimular outras pessoas a seguirem este caminho de fé.

    Foi durante uma de suas peregrinações pelo Caminho de Santiago de Compostela que o Sr. Almiro Grings se convenceu da possibilidade e necessidade de estruturar um caminho no Brasil, com proposta semelhante, tendo como rota uma peregrinação que levasse até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. A ideia era criar um ramal partindo de Águas da Prata até a cidade de Aparecida. Conforme relato do Sr. Almiro, na fase embrionária ele passou de carro pelas cidades e localidades que possivelmente comporiam o Caminho da Fé. Ele demonstrou encanto pelo percurso, principalmente pela riqueza da natureza. Chegou ainda mais convicto, era possível.

    A ideia foi levada para um grupo formado por, além do Sr. Almiro, pelo Sr. Clóvis Tavares, Dª Aparecida Dezena e a Dª Iracema Tamashiro, que gostaram, aceitaram a proposta e idealizaram a criação do Caminho da Fé - Águas da Prata até Aparecida. Em depoimento disponível no portal da Associação dos Amigos do Caminho da Fé (www.caminhodafe.com.br), o Sr. Almiro e o Sr. Clovis relatam o momento em que surgiu a ideia, passando pelo grupo idealizador e pela motivação das lideranças e comunidade. A proposta era despertar interesse na criação do caminho, agregando valor para os municípios e população, atraindo peregrinos para o caminho. Já nos primeiros contatos ficou evidente que a ideia ganhava eco perante os atores necessários para a edificação do projeto.

    Por consequência, foram várias as reuniões e os encontros envolvendo prefeitos, párocos das igrejas e a Basílica de Aparecida. Alinhados e convictos, em fevereiro de 2003 o Caminho da Fé foi inaugurado na cidade de Águas da Prata. Para viabilizar a gestão e prestar apoio aos peregrinos e interessados, em agosto do mesmo ano nasce a AACF – Associação dos Amigos do Caminho da Fé.

    Foi partindo da célula inicial, que tem pouco mais de 300 quilômetros, que o Caminho foi se expandindo e hoje é composto por mais de 2 mil quilômetros, distribuídos por mais de dez ramais oficiais que dão início rumo ao Santuário Nacional, passando por diversas paisagens e rotas: montanhas da Mantiqueira, vales, estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto. E, ainda, chama atenção o grande envolvimento da comunidade, por meio de seu povo, dos religiosos, dos proprietários de comércios ou através dos produtores que sinalizam suas propriedades com capelas, placas etc. Registro, também, o envolvimento dos parceiros, que aqui representando cito a Fundação Banco do Brasil, que tem uma participação efetiva durante todo o Caminho – Águas da Prata/Aparecida.

    Com a criação da Associação dos Amigos do Caminho da Fé, a instituição ficou responsável por toda a formalidade ligada ao Caminho: a questão legal, administração, operação, chegando à construção da estratégia que envolve a gestão do Caminho da Fé.

    Como observamos, existem diversas pessoas envolvidas e se doando para que o peregrino tenha uma jornada de paz e luz no caminho, falta agora a sua decisão...

    Mapa do Caminho da Fé – Ramal: Águas da Prata - Aparecida

    Fonte: www.caminhodafe.com.br (autorizado pela AACF)

    2. SER UM PEREGRINO

    Tomada de decisão e preparação física, mental e espiritual

    Será que a minha coragem sabe que eu tenho medo

    (Placa existente no Caminho da Fé)

    Foto – Placa do Caminho

    Fonte: Próprio autor

    Confesso que há muito tempo eu considerei a possibilidade de ser um peregrino. No entanto, considerar é uma questão, efetivar é outra. Entendo que o passo mais importante é decidir e ter a convicção de querer ser um peregrino e, depois, se organizar muito bem. Logicamente que muito em você terá que mudar ou ser aperfeiçoado para que o início da sua caminhada aconteça. E essa caminhada começa antes de você chegar ao caminho que você decidiu peregrinar. Mas... vários óbices aparecerão: quanto custa? Eu consigo? Onde vou dormir? O banheiro é legal e exclusivo? Tem bichos? E a comida? Posso levar tudo que uso no dia a dia? Vão lavar as minhas roupas? O que a família dirá? E os meus medos? E muito mais. Posso afirmar: esqueça os detalhes e viva a essência de ser um peregrino. Construa as soluções necessárias e simplifique tudo. Quanto mais você entender a importância de praticar a simplicidade e o desapego antes de começar a peregrinar, melhor vai ser a sua jornada e ainda maior será a felicidade vivida no seu caminho. Certamente muito mais você absorverá, melhores condições você terá de reunir todos os sinais que o caminho tem a oferecer, o que poderá o auxiliar nas diversas dimensões de sua vida.

    É fato que eu soube, mesmo que superficialmente, do Caminho da Fé há uns dez anos, no entanto, no meu radar só tinha a possibilidade de fazer o Caminho de Santiago de Compostela. Foram cinco tentativas frustradas, com a mais contundente tendo acontecido em abril de 2020 – tudo estava comprado e pago, mas... veio a pandemia. Até então, na minha medíocre percepção, os demais caminhos não tinham a mesma grandeza. Confesso que era um pensamento pobre, infeliz e sem qualquer fundamento. Encontrar consigo mesmo independe do quão famoso é o caminho que você escolher, o que vale é a vontade do autoconhecimento, de exercer a gratidão e de contemplar as maravilhas que cada caminho tem a oferecer. Outro ponto complicado para a minha tomada de decisão foi uma lesão que tenho no pé direito.

    Dentro da segurança e das condições normais de saúde, tenho entendimento que qualquer pessoa pode experimentar a sensação de ser um peregrino. Para você ter ideia, a vontade de eu ser peregrino era considerada há anos, no entanto, faltava a minha decisão e ela veio, e cada vez mais eu mergulhava no mundo de um peregrino, mesmo sem peregrinar. Não acontecendo a ida para Santiago em 2020, a possibilidade de ser peregrino não adormeceu, como das vezes passadas. Sem explicação, algo me direcionou de maneira contundente para o Caminho da Fé. E foi acontecendo... a cada dia eu estava no caminho, sem ter saído de casa. O caminho me chamava.

    Mas faltava eu escalar as montanhas prévias, os óbices que aparecem e que preocupam qualquer pessoa que queira peregrinar. Tenho 56 anos, estou totalmente fora do peso e, o mais complicado, tenho uma lesão no pé direito e a possível solução é cirúrgica. O problema aconteceu em outubro de 2015, em uma corrida de rua em Belém do Pará, a famosa Corrida do Círio. Naquela época eu e alguns amigos nos denominávamos como maraturistas, pelo fato de viajar para correr amadoramente nas principais provas de vários pontos do Brasil. Após o ocorrido, jamais pude correr, ou mesmo fazer caminhadas de alta intensidade.

    Sem ter a convicção que a solução se daria com a cirurgia, optei por não a fazer, assim convivo, ou melhor, administro o problema. Portanto, caminhar só acontecia quando a possibilidade de fazer uma peregrinação voltava a ser considerada. Daí, junto com os passos treinados, aumentavam as dores, os choques e as queimações. Mas eu já estava no Caminho da Fé, mesmo sem ter saído da minha cidade. A decisão fora tomada, faltava eu vencer os obstáculos.

    Avaliação médica:

    Iniciei o processo de avaliação priorizando o check-up do coração, exames laboratoriais, bem como, por orientação médica, realizei uma tomografia do abdômen. Passei com louvor!

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