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O Amor Não Diz Quem Sou
O Amor Não Diz Quem Sou
O Amor Não Diz Quem Sou
E-book251 páginas2 horas

O Amor Não Diz Quem Sou

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Sobre este e-book

Crescemos ouvido e lendo histórias sobre o amor e passamos ainda mais tempo tentando entendê-lo. A ideia de amor permanece conosco durante toda a nossa vida, mas nem sempre sabemos se amamos algum dia dela. O amor não diz quem sou não fala sobre o amor. Fala sobre nós tentando nos definir como seres que amam. O amor não diz quem sou não é sobre o amor, dele já falamos demais.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de mai. de 2020
O Amor Não Diz Quem Sou

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    O Amor Não Diz Quem Sou - David Rodrigues

    Ele

    Ele a segurou firme apertando-a contra o próprio corpo e a cômoda de madeira marfim. Alternava beijos na boca e no rosto, nos dois lados da face, enquanto segurava com as duas mãos a cintura fina e, aparentemente, pois era a impressão que o corpo passava, frágil da moça. Aos poucos o corpo dela cedia e ele a apertava ainda mais, com as mãos e com o próprio corpo. De repente, quando a sentiu leve em seus braços (ela admirara os braços do guerreiro, fortes e rijos, grandes e definidos; podia-se estudar a anatomia da musculatura humana detalhadamente se o utilizassem como cobaia, pensou.) a girou, abraçando-a em seguida por trás. Alternou entre beijos nos ombros e na nuca, enquanto acariciava a barriga e o sexo que ela já o permitira tocar. Novamente apertou-a na cintura, com as duas mãos, e mordeu-lhe o trapézio. Ela gemeu baixinho; gemeu e implorou; pediu ele e pediu para ele, indiretamente, que continuasse; sentia-se como um recipiente vazio, vazia. Queria algo e pediu através dos gemidos e das palavras sussurradas. Eu quero você ficou implícito e totalmente compreensível no ar.

    Sentia-se cada vez mais desejada a cada pegada mais forte que ele dava em seu corpo. Já se permitira possuir por vários homens, entretanto nenhum era igual aquele; nenhum pegava igual a este. Era a primeira vez que era atacada com tanta sede; seria a melhor de todas.

    Ele já estava no ponto, estava assim desde o início. Ela pediu, ele a penetrou. O movimento não fora desesperado e nem mesmo paciente. Ela gritou; Era o melhor, concluía. Dor, nada mais. Ela sentia prazer na dor. Estava louca e dominada por uma sensação entorpecente, amolecida, sentindo cada poro transpirar, cada batida do seu coração, o ar quente e rápido que saia dos pulmões do outro; ela gemeu. Mordera-a novamente, agora do outro lado e disse palavras aos ouvidos. Ela soprou palavras. O vaivém dos quadris do soldado a fizera perder completamente a força, ele a segurava pelos quadris, e a deixara sensível. O ritmo aumentava gradativamente, ele gemeu. Tinha agora os braços apoiados sobre a cômoda. O tríceps estava saltado, o peito suado, a respiração ofegante. Ela pedira e ele com todo prazer a fornecera. Deu uma tapa na cara e outro na bunda. Ela gemia louca, dominada de prazer. Estava com os joelhos e as mãos sobre a cama, ele por trás, novamente. Ritmo acelerado e forte, firme e intenso...

    Breve passagem sobre o amor

    O amor é um veículo e que só conduzimos depois de algumas aulas práticas; a teoria é perfeita demais, extremamente ilusória para alguns, mas, que pode ser atingido, alcançado se seguido o caminho certo e sem pular etapas. As aulas teóricas não bastam para aprovar qualquer que seja o candidato, neste caso a experiência é requisito, e, devo ser claro e sincero: você pode tentar durante toda a sua vida e não ser aprovado. Mas, de antemão já lhe digo, até mesmo os que já dirigem por aí, são imprudentes ou não dirigem sem aprovação. As consequências? Essas pessoas batem seus carros em outros carros que podem estar ocupados por uma única pessoa ou por duas, três... (vai depender do quanto moderno és); sempre há feridos nesses acidentes e um deles sempre será o responsável que muitas vezes não assume a culpa e foge.

    A paixão é será seu instrutor e te passará apenas noção, breve e rápida, do que é este sentimento. Na fase de aprendizagem, o instrutor conduz para o casal candidato a amar. Pode ir rápido demais para um deles e pode andar devagar demais para o outro. Normalmente assusta, quando acelera, pois, na maior parte das vezes, o faz de repente. Vez ou outra, quando isso acontece, o susto, um dos indivíduos segura forte a mão do outro em busca de segurança; e por sua vez, o outro, que se encontra em estado de tranquilidade, provavelmente para ele o carro está indo devagar, assusta-se e. quando falamos do amor qualquer previsão será inexata, portanto inútil.

    Saiu a passos rápidos

    ...tomando a rua à esquerda de sua casa. Não olhou para trás, não há tempo para retornos, seguir, neste momento, é mais que um simples dever. Deve ir definitivamente e não voltará; o seu retorno seria, para ele mesmo, mais forte que para qualquer outro, um fracasso imperdoável. Já havia tentando outras vezes antes e nunca conseguira; hoje, a chance reapareceu e dessa vez ele estava preparado, já havia estudado, desde a última tentativa, a melhor maneira para desaparecer.

    Levou consigo tudo o que pôde; nada foi esquecido ou abandonado de forma injusta; tudo foi a principio calculado, até mesmo o momento de partida. Não poderia deixar que ele mesmo fosse embora incompleto, pois estaria fracassando mais uma vez.

    Questionou-se, minutos antes de bater a porta atrás de si, se a viagem era tão necessária quanto se fazia presente o vazio do peito. Não esperou pela resposta, já passou tempo demais, anos sumiram num piscar de olhos e mesmo assim não existia uma certeza. Gostaria de sumir, simplesmente, sem deixar pistas, para ampliar seu conhecimento. Restar em sua casa era desistir de todo o conhecimento e experiência que a vida podia lhe ofertar. A vida, refletiu, é muito mais que um simples casebre e uma rua que acaba na esquina mais próxima.

    Acenou, sem pausar o movimento ritmado das pernas, para uma senhora do outro lado da rua que retribuiu positivamente o cumprimento. Não a encarou mais que o tempo necessário, portava um olhar decidido e um leve sorriso, foi simpático e nada mais. Arrumou a toca puxando-a para mais perto dos olhos e viu a ponta de seu nariz avermelhada, o ar de sua respiração também era visível, o frio se fazia presente, mesmo que fosse estranho naquela época o clima está nesta condição. Olhou brevemente para as mãos que estavam roxas e um pouco inchadas, latejavam tanto que chegavam a doer. Decidiu vestir as luvas de couro preto que se encontravam no bolso direito do casaco_ estava sempre pronto para essas emergências_ enquanto olhava a rua ao redor.

    As árvores espalhadas pela avenida não tinham mais folhas como na primavera, e, reparando melhor, estavam medonhas, num estado que não distinguia se ainda eram vivas. Não pareciam as mesmas de dias atrás e, por segundos, a ideia de zumbis lhe subiu à razão como a hipótese mais completa para a situação. Grotescas_ disse para si mesmo, pois esta seria a expressão correta, petrificadas pelo terror do frio, mortas em parte, pois ainda se mantêm enraizadas ao chão. O que ainda está gravado dentro de si é a imagem de uma manhã ensolarada, do ar tranquilo, do orvalho nas folhas verdes e grandes, da corrida que fizera até a rua próxima e da casa que decidira construir, junto com alguns amigos, em cima de uma das árvores, nessas mesmas da avenida, que antes se apresentavam convidativas e gentis. Não havia tempo para lembranças de sua infância, esta deveria ficar por aqui, e o relógio central já marcava quatro horas e cinquenta e um minutos. Apressou o passo para chegar o quanto antes à estação, logo perderia a chance que tanto esperava. Tudo sairia como planejado, nada fora de seus cálculos, nada surpreendente.

    Pegaria o próximo trem, das cinco horas da tarde, e não repensaria uma segunda vez sua decisão. Não há nada, novo, até agora, que possa segurá-lo nesta cidade por mais um dia. As correntes e as cordas que o prendiam com tanta força àquele lugar perderam a resistência com o tempo, estão desgastadas, não há laços amistosos e nem familiares inquebráveis, não há dívidas e nem direitos, nem mesmo um sorriso ou uma lágrima. Apenas um aceno ao sair de casa para uma gentil senhora.

    Nada!_ Afirmava para si mesmo_ se comparava com o sentimento de liberdade que dominara toda a situação. Está livre, caminhando com seus próprios pés, sentindo o chão gelado e o ar frio, não terá mimos, nem terá consolo dos antigos conhecidos, e o sol, que será o seu único companheiro, cuidará de lhe presentear com um tom mais forte de cor na pele pálida e aparentemente frágil. Será menos alheio ao mundo externo. O que decidirá dali em diante será a sua vida, apenas dele e de ninguém mais.

    Embarcou.

    ***

    Estava sentado em sua cadeira de balanço favorita, um pouco desgastada pelo excessivo uso e pelo tempo, mas não menos confortável do que quando era mais nova, pelo contrário está mais aconchegante agora. Ia para os braços de seu recinto sempre que não conseguia dormir, na maior parte das vezes ainda no escuro. O maior espetáculo que arrancava aplausos e emoções sinceras de seu ser era o nascer do sol, esplêndido e calmo, forte no seu bom dia, quente, carinhoso e sempre, sim, sempre com uma entrada triunfal que nunca era a mesma, jamais usava as mesmas tonalidades cores. Era este espetáculo que esperava calmamente para assistir quando o sono não retornava logo. As pernas estavam cruzadas_ a perna esquerda sobre a direita_ e a mão direita repousava sobre a barriga, enquanto o braço esquerdo servia de pilar para o repouso do queixo.  A cabeça se mantinha reta, os cabelos negros lisos estavam bagunçados, a boca um pouco ressecada, os olhos fundos_ sinal de um sono perdido antes da hora certa_ e fixos no nada. Talvez, montando uma hipótese, estivesse admirando a parede do cômodo, branca, um pouco escura ainda, pois a luz que entrava pela janela era pouca, ou mesmo algum móvel empoeirado ou o quadro de uma deusa egípcia, o vaso de flores vermelhas em cima da mesa ou mesmo a cortina bege que filtrava a luz; talvez, outra hipótese, admirando outra paisagem, em outro lugar, que só existia, neste momento, em sua mente.

    Fumava um cigarro de marca popular que não recordava o nome, apenas sabia que levava consigo a nomenclatura de uma cidade importante. Estava sozinho, trancado em sua sala, concentrado na sua meditação noturna (ainda estava escuro), preso às correntes de seus pensamentos, tão fortes e rígidas, tão resistentes à pressão externa; não perderia o foco, nem mesmo se alguém batesse a porta mais que três vezes chamando-o para o café – e quem mais o chamaria além de Carlos? – mas este somente o atormentaria, pois assim se expressava quando alguém lhe arrancava do silêncio e do poço profundo que era sua inspiração, quando acordasse e, se estava certo, olhando o relógio de parede, aconteceria apenas daqui a três horas.

    O que não decidia era qual seria o próximo passo. Matar ou morrer não era a questão exata e não tinha o efeito de que precisava para chocar o público que gostaria. Não que a ideia de assassinato fosse ruim e não surpreendesse, mas muitos outros já haviam pensado e até mesmo posto em prática tais ideias. E a morte, em si, analisada cuidadosamente, era totalmente sem graça. Morrer é uma brincadeira de mau gosto, pois os bons sempre morrem primeiro (será este um sinal de que a terra é mesmo o inferno?). Este, pensou, pode ser um novo tema a ser explorado, mas fugiria do seu foco momentâneo. Gostaria de falar sobre outra coisa, o que então? Fugir? Sim, esta sim lhe parecia uma boa opção

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