Pramilla

De Alek Honse

Nascer em um mundo inóspito com tantas diferenças e desigualdades e ainda assim ser feliz. Este é um desafio hercúleo a que poucos no final da estrada podem dizer que obtiveram sucesso. Notamos, porém que mesmo aqueles a quem a felicidade se resume a dinheiro e poder acabam por serem infelizes, os viajados nunca estão satisfeitos, os humildes estão estressados, os titulados tornaram-se arrogantes. As histórias aqui reunidas procuram tratar deste caminhar, da forma como a maioria de nós está levando a existência. É preciso que encontremos o meio termo entre o que desejamos e o que realmente precisamos. Sêneca o filósofo escreveu “O que não é necessário, mesmo que custar um tostão, é caro”. Pramilla e outras histórias para ser feliz trata da nossa capacidade em buscar os objetivos que traçamos para nossa vida, mas sem deixar que eles nos façam perder a vida. Todas as histórias visam inspirar os leitores para que encontrem sua própria felicidade, seja ela qual for.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 8 de fev. de 2022

Pré-visualização do livro

Alek Honse

Pramilla

e outras histórias para ser feliz Alek Honse

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Alek Honse 2

Alek Honse 3

Alek Honse 4

Alek Honse Para Lívia, com amor

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Alek Honse 6

Alek Honse Para Leila, com amor.

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Alek Honse 8

Alek Honse Agradecimentos

ste livro não seria possível sem o apoio de algumas pessoas que E valorizam meu trabalho quer seja adquirindo os exemplares tão logo são lançados, compartilhando nas redes sociais, divulgando entre os amigos e familiares.

Seria

evidentemente

impossível citar a todos aqui, porém quero destacar algumas pessoas que representam todos os demais que tem meu igual apreço:

Marina Valentini, Any Mary, Claudete Cirilo, Renata Fidelis, Lila Esther, Adhemar e Melissa Ribeiro, Marcelo Ribeiro, Sandro e Leila Santos, além é claro de meu amigo irmão Marcelo Gilberto e Angelita Estevão.

A todos minha mais profunda gratidão.

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Alek Honse 10

Alek Honse Apresentação

ascer em um mundo inóspito com tantas diferenças e desigualdades N e ainda assim ser feliz. Este é um desafio hercúleo a que poucos no final da estrada podem dizer que obtiveram sucesso

Afinal a felicidade é tão relativa quanto objetiva.

Há pessoas para quem a felicidade se alicerça em posses materiais, há outras que gostam da vida modesta desde que estejam cercadas pela família e os amigos, há os que consideram felicidade obter títulos, outros querem conhecer lugares distantes, ainda há os que desejam um amor para ser feliz. Enfim, a felicidade é particular de cada um.

Notamos, porém que mesmo aqueles a quem a felicidade se resume a dinheiro e poder acabam por serem infelizes, os viajados nunca estão satisfeitos, os humildes estão estressados, os titulados tornaram-se arrogantes.

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Alek Honse E perguntamos: Por quê?

Não conseguiram o que queriam, não deveriam estarem felizes então?

Ocorre que muitas vezes o caminho que trilharam para atingir seus objetivos foi tão difícil, desgastante e cheio de percalços que eles não aproveitaram as conquistas. Somente no final da jornada é que se deram conta de que poderiam ter desacelerado e aproveitado o que estavam conquistando. Passaram a vida perseguindo o sonho e não acordaram para viver o dia.

As histórias aqui reunidas procuram tratar deste caminhar, da forma como a maioria de nós está levando a existência.

É preciso que encontremos o meio termo entre o que desejamos e o que realmente precisamos.

Sêneca o filósofo escreveu O que não é necessário, mesmo que custar um tostão, é caro.

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Alek Honse Qual o preço que estamos cobrando para sermos felizes?

Onde

estamos

colocando

nossa

felicidade?

Pramilla e outras histórias para ser feliz trata da nossa capacidade em buscar os objetivos que traçamos para nossa vida, mas sem deixar que eles nos façam perder a vida.

Todas as histórias visam inspirar os leitores para que encontrem sua própria felicidade, seja ela qual for.

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Alek Honse 14

Alek Honse Sobre este livro

ste livro reúne mais algumas dezenas de histórias que fazem E parte da minha vida e ajudaram a compor a pessoa que me tornei.

São contos, parábolas, lendas, fábulas, enfim, histórias que reuni ao longo da vida. Algumas me foram contadas pelos meus pais na minha primeira infância, outras pela minha mãe quando a adolescência me brindava com seus dissabores.

Há ainda histórias que ouvi em viagens pelo mundo que me foram contadas por sábios e gurus, por analfabetos e bêbados, por doutores e por pessoas humildes, por idosos e também por jovens e até mesmo por crianças.

As reflexões que sucedem as histórias são a maneira que elas me impactaram no momento que as ouvi ou mesmo ainda me impactam quando lembro delas ou as releio.

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Alek Honse Por se tratarem de histórias anônimas em sua maioria (quando não o autor estará identificado), há evidentemente mais de uma versão. A mesma história que ouvi no Nepal pode ser contada no Alto Araguaia, tendo nomes e situações alterados, mas não sua essência. E isso não tira o valor de nenhuma das versões, antes, as enaltecem porque denota o caráter universal do ensinamento contido na história.

O objetivo dessa obra é o de mostrar um outro olhar sobre problemas do cotidiano e quem sabe, auxiliar na reflexão de cada um para que encontre e trilhe o caminho da felicidade. Não se trata de uma receita para ser feliz, não existe uma. Cada SER

é feliz a sua maneira, à cada SER

portanto, é facultado o direito de procurar e talvez encontrar seu próprio caminho.

Este livro é apenas uma forma de mostrar que talvez só estejamos olhando do jeito errado.

O autor/ primavera 2022

2ª edição revista e atualizada.

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Alek Honse Índice

1. O homem sem camisa

2. Borboleta

3. A alegria de servir

4. A pedra na estrada

5. A pedra da felicidade 6. A flauta mágica

7. Um jantar a dois

8. Capacidade

9. Perdão

10.Inveja

11.Maniqueístas

12.O guardião

13.Os convidados

14.Escritos na areia

15.A árvore dos problemas 16.As lições do bambu

17.A árvore dos desejos

18.O imperador e o eremita 19.As 99 moedas

20.Como manter o amor

21.Conflito de gerações

22.O sono e a tempestade 23.Poderia tê-lo salvo

24.Ecos

25.Educação não violenta 26.Amor também se diz

27.Cenoura, ovos e café

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Alek Honse 28.Dois anjos

29.A cruz de cada um

30.Alergia

31.Pegadas

32.Língua

33.Baixar a sujeira

34.Copo d’água

35.Limpando o armário

36.Você é importante

37.Domador

38.Julgamentos

39.O exemplo ensina

40.Lago de leite

41.Alguém tem de fazer alguma coisa 42.Atitudes

43.Calma

44.Sofrimento opcional

45.Tricô e felicidade

46.Preenchendo vida

47.Folha em branco

48.O braço esquerdo

49.Pão, pão, queijo, queijo 50.Ponto de vista

51.Uma outra forma de ver 52. Todos precisam de todos 53.Pramilla

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Alek Honse 1. O homem sem camisa m califa sofrendo de uma doença mortal, estava deitado sobre U almofadas de seda. Os raquins, os médicos de seu país, congregados ao seu redor, concordaram entre si em que apenas uma coisa poderia conceder cura e salvação ao califa: colocar sob sua cabeça a camisa de um homem feliz.

Mensageiros em grande número saíram buscando em toda cidade, toda vila e toda cabana, por um homem feliz. Mas cada pessoa por eles interrogada nada expressava

senão

tristeza

e

preocupações.

Finalmente após ter abandonado toda a esperança, os mensageiros encontram um pastor que ria e cantava enquanto observava seu rebanho.

Era ele feliz?

Não posso imaginar alguém mais feliz que eu, disse o pastor rindo-se.

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Alek Honse

Então, dê-nos tua camisa gritaram os mensageiros.

Mas o pastor respondeu: Eu não tenho nenhuma camisa!.

Essa notícia patética, de que o único homem

feliz

encontrado

pelos

mensageiros não possuía uma camisa, deu o que pensar ao califa.

Por três dias e três noites ele não permitiu que nenhuma pessoa se aproximasse dele.

Finalmente no quarto dia, fez com que suas almofadas de seda e suas pedras preciosas fossem distribuídas entre o povo e, conforme conta a lenda, daquele momento em diante o califa outra vez ficou saudável e feliz.

***

ssa história me foi contada por um companheiro de viagem quando E estávamos no Marrocos há muitos anos. Eu queria conhecer Casablanca e em um feriado do 14 de julho saímos de 20

Alek Honse Paris rumo ao norte da África. Foi uma viagem curta, mas com muito significado para nós.

No segundo dia da viagem fomos visitar uma vila nos arredores da cidade, guiados por um cidadão local de quem não me lembro o nome. Era uma vila muito bonita, com casas amplas e terrenos grandiosos. Um verdadeiro oásis. Comentei:

-Viver aqui me deixaria feliz.

E meu companheiro de viagem retrucou:

-Tem certeza? Tua felicidade depende de uma propriedade? Vou contar-lhe uma história.

E narrou a história acima.

Do alto dos meus vinte e poucos anos não compreendi de todo a profundidade da narrativa, mas a história me tocara fundo.

Terminamos a viagem e retornamos a Paris. Sempre que alguma situação me 21

Alek Honse entristecia eu lembrava do Califa morrendo infeliz e pensava: Há que haver um meio de ser feliz, mas também quando uma situação muito feliz ocorria imediatamente me lembrava da história e pensava tenho várias camisas, essa felicidade não vai durar. Essa forma de pensar me fez ter equilíbrio e ter pés no chão.

Aprendi que a felicidade é algo que se constrói com o tempo, com muita paciência e depois de muitas lágrimas.

Entendi que quanto mais jovem a felicidade é mais palpável e quanto mais o tempo passa ela torna-se mais um estado de espirito.

Por fim compreendi que a felicidade não está nas coisas, nem nas pessoas, mas dentro de mim. Ao me despojar das coisas externas, pude voltar meu olhar para mim mesmo e então percebi que não precisava de nada nem de ninguém para alcançar a felicidade.

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Alek Honse Como o Califa e o pastor sem camisa da história.

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Alek Honse 24

Alek Honse 2. A borboleta

m um saguão de aeroporto enquanto esperava meu voo eu E observava uma obstinada borboleta tentando chegar a um jardim a sua frente, mas separado do saguão por uma grande janela de vidro fechada. A borboleta voava para cima e batia no vidro, para baixo e se chocava, para a esquerda e a direita também. Já estava ficando sem forças, mas não desistia, queria chegar ao jardim e pousar nas azaléas que estavam ali lindas e majestosas.

A labuta triste da borboleta acabaria por levá-la à morte, exaurindo suas forças.

Ela não conseguiu perceber que a menos de meio metro de cada lado as janelas estavam abertas. Bastava um pequeno recuo e mudar a direção do voo que conseguiria chegar ao tão almejado jardim. Ao invés disso ela estava apostando sua vida no enfrentamento da 25

Alek Honse vidraça, uma luta que não conseguiria vencer.

A felicidade da borboleta estava em conseguir chegar ao jardim, mas sua obstinação e seu pensamento limitado não permitiram que ela obtivesse êxito.

Poucos minutos depois ela desferia um voo mais forte e se chocou com o vidro, caindo no beiral da janela. Era o fim da luta e a borboleta perdera. Brigou até o fim por aquilo que acreditaria ser sua felicidade, mas não conseguiu.

Uma pena.

***

assamos a vida em busca da felicidade. Cada pessoa busca ser P feliz a sua maneira. Alguns entendem que a felicidade está nas coisas materiais e se lançam sofregamente em sua busca.

Nada há de errado nisso.

Outros pensam que ser feliz é viver de maneira irresponsável, um dia de cada vez e curtindo cada momento. Também 26

Alek Honse não há nada de errado nesta forma de viver.

Outros tantos pensam que a felicidade é ter um amor verdadeiro e então passam a vida inteira a sua procura. Também é louvável essa busca.

O problema está quando o desejo de ser feliz obstrui a razão, confunde os sentidos, aliena o pensamento e torna-se uma obsessão.

A palavra para ser feliz é respeito.

Respeitar o limite do tempo e do corpo.

Respeitar a vontade