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As Faces Dos Grãos De Areia
As Faces Dos Grãos De Areia
As Faces Dos Grãos De Areia
E-book172 páginas2 horas

As Faces Dos Grãos De Areia

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Sobre este e-book

Imagine só?! Numa mesa rodeada por luminárias cor de sangue, seres de incompreensível descrição conversam. Explosões constantes e diretas, traz consigo aquele do chapéu, carregando, entre linhas, a dor da nova escuridão. Que agora, está num canto, rindo de você.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de nov. de 2020
As Faces Dos Grãos De Areia

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    As Faces Dos Grãos De Areia - Victor Ramos

    AS

    FACES

    DOS

    GRÃOS

    DE

    AREIA

    1

    Sumário

    Capítulo 1…………………………………………..........................................4

    Capítulo 2……………………………………………………………………….26

    Capítulo 3……………………………………………………………………….56

    Capítulo 4……………………………………………………………………..103

    Capítulo 5……………………………………………………………………..140

    Capítulo 6……………………………………………………………………. 181

    2

    Prefácio

    Oh! Quem me dera saber contar

    Todos os sentimentos do infinito espaço Ler todas as falas

    De um ser que não se vê mais em um laço

    Quem me dera falar

    Fugir, correr de frente

    Nadar sobre as nuvens

    De tudo que não se vê na lente

    Quem me dera descer

    Até me encontrar de costas

    Descobrir as faces dos olhares Que ascendem e se apagam como tochas

    Oh! Quem me dera

    De tudo que o tempo me gera

    E da excitação dos montes se reverbera.

    3

    Capítulo 1

    CASA INTELIGENTE

    Numa praia deserta, alguém suspira. Em função de tudo, para gerar nada. Seus cabelos loiros e longos dançam de acordo com a melodia e a destreza dos ventos. Seus ouvidos, buscam uma harmonia e uma sintonia, entre as ondas sonoras relaxantes do mar, os sussurros do vento e o som emitido pelos seus dedos pequenos, ao tocarem o solo onde estão em contato. Seu nariz busca cheiros e odores ao mais distante dos confins. O sol parece ter algo a dizer. Sua cor avermelhada, a última que sobrou após a chacina cometida pela atmosfera e suas partículas, gotículas e moléculas, tentam ensinar-lhe alguma língua diferente.

    Os segredos do universo? Talvez. O que seria sensacional, porque não dá para imaginar efetuar esta façanha, com essa visão nua e limitada. Seus olhos, claros, buscam o infinito ao horizonte. Porém, suas pálpebras o atrapalham. Elas não têm culpa! Afinal, algo incomoda àqueles que elas protegem.

    Perde-se o amuleto. Cria-se a falha. Flutuando sobre as silhuetas dela. Os corvos guiam. Inicia-se a batalha. A busca infinita. A luta pelos tons. Está dançando. Dançando. Dançando.

    4

    -

    - Feroz.

    - Dedos.

    - Fone. Talento.

    - Arma. Perigo.

    - Necessidade. Vingativa.

    - Vingativa.

    19/06...

    - Acorda! Vai se atrasar!

    O despertador, de dentro da casa de Wágner, toca:

    - Nossa! Já são oito e meia da manhã! – Ouve-se os gritos que vêm de fora. – Ah! Deve ser o impaciente do Carlitos. Gosto muito dele, mas as vezes ele é um tremendo de um chato! Espera, Carlitos! Deixa de ser impaciente!

    - Bom dia pra você também, seu estúpido! É isso mesmo?

    - O quê?

    - Você nem vai abrir a porta?!

    - Você está me vendo pela janela!

    - Eu sei. Mas o que é que custa você abrir?

    - Tá bem! – Ele levanta para abrir a porta. – Entra logo! Vê se fica quieto e não me chateia! Vou ver 5

    se me arrumo a tempo de não tomar reclamação da chefe.

    - Nós somos os nossos chefes!

    - Você é um piadista! Deixa eu tomar um banho rápido aqui.

    Minutos depois:

    - Anda, vamos logo! Eu dirijo. – Disse Wágner, com pressa. Carlitos fica parado. – Carlitos?! Poxa, sinceramente, não estou com paciência hoje.

    - Desculpa, mas é que eu vi essa foto aqui. – Ele mostra.

    - Ah... deixa isso aí! No carro conversamos.

    - Beleza. – Respondeu chateado.

    No carro, a caminho:

    - Então, pensei que você havia superado. - Disse Carlitos.

    - O que é agora? - Perguntou Wágner com impaciência.

    - Você sabe o que é. A foto. Por quê?

    - Eu não sei... apenas estava lá.

    - Por alguma razão estava.

    - Isso não está mais comigo, tá bem?! É passado!

    Está nas mãos do futuro. Não nas minhas.

    - Entendo. – E permaneceram em silêncio, até chegarem ao destino.

    6

    Ao entrarem no prédio, ambos sentaram em suas respectivas cadeiras, uma ao lado da outra, e não se olharam por algumas horas. Ficaram apenas fazendo seus trabalhos.

    Clara se aproximou:

    - De novo não!

    - O que é agora? - Perguntou Carlitos.

    - Vocês dois brigaram de novo, né?! Honestamente, já tá ficando chato.

    - Sai daqui! Você não tem nada a ver com isso.

    - Eita! Tudo bem! Continuem agindo como crianças. –

    Ela sai. Os dois se olham.

    - Carlitos? - Disse Wágner, tentando chamar a atenção de seu amigo.

    - Pode falar, irmão.

    - Viu o jogo ontem?

    - Vi sim! Mais uma vez, fomos muito bem. Não tá vendo as coisas que eu estou publicando?! -

    Riram.

    - Você sabe que não pode fazer isso, né?

    - Relaxe. Eu sou meu próprio chefe!

    - Ok, chefão! - Riram - Acho que ainda não esqueci completamente.

    - Eu entendo.

    - Uma parte de mim quer muito esquecer, mas não dá.

    Há uma parte mais dominante que não permite.

    - Tá tudo bem, irmão.

    7

    - Depois daqui, vamos tomar um cafezinho.

    - Como nos velhos tempos.

    No fim do dia, na cafeteria:

    - Obrigado, dona Marta. - Agradeceu Wágner.

    - No ponto, meu jovem!

    - Como sempre!

    - Nossa, como ela consegue fazer esse café sempre tão bom assim? – Perguntou Carlitos.

    - Realmente. É sempre perfeito! - Respondeu Wágner.

    - Aí! Lembra da primeira vez em que viemos pra cá?

    - Gargalharam.

    - Lembro sim. Primeiros dias no emprego.

    - Como tudo era diferente, né?

    - De certa forma, sim. Éramos jovens, a gente assistia todos os filmes da sessão noturna. -

    Riram.

    - Era mesmo. Hoje, estamos velhos. Não aguentamos nem andar mais de bicicleta como antes. - Riram.

    - Coluna! A maior vilã de quem trabalha sentado. E

    o tempo também.

    - Como assim?

    - Estamos e somos cada vez mais reféns do tempo.

    - É, isso é verdade. Bom! Temos que ir para casa!

    - Pois é. Até amanhã!

    - Até, irmão! E vê se fica bem, tá?

    - Vou tentar.

    No dia seguinte:

    8

    - Ai! Que cansaço! Por que fui inventar de trabalhar de madrugada? – Deitou-se no sofá, arrancou os sapatos e ficou alguns minutos murmurando sobre sua vida. Até que alguém bate na porta. – Ué?! Quem será? – Ela abre.

    - Bom dia, senhora.

    - Bom dia. Posso ajudar?

    - Nós viemos consertar seu chuveiro.

    - Ah! Nossa, tinha até me esquecido. Por favor, entre! É no fundo a direita.

    - Obrigado, Dona Lúcia. – E foi.

    - Que susto! Pensei até que fosse o advogado.

    Na redação, Carlitos e Wágner estavam a conversar de forma bem espontânea. Sem atrapalhar, claro, suas respectivas funções, que pareciam ser bem mais divertidas e satisfatórias quando eles estavam a papear.

    Chega Clara:

    - Bom, gente, passei para lembrá-los sobre o nosso encontro em família hoje à noite. Cada um poderá trazer no máximo dois familiares. Não se esqueçam do que cada um deve oferecer de comida!

    - Tinha me esquecido disso. - Disse Carlitos.

    - Eu também. - Disse Wágner.

    - Mas podemos vir, não é?!

    - Sim! Acho que nada impede de nós virmos.

    - Mas, acho que não tenho ânimo.

    9

    - Você está tão estranho esses dias. Algo te incomoda?

    - Não. Tô tranquilo.

    - Ok!

    - Ei! Deixem de conversa e voltem ao trabalho! –

    Disse Clara.

    Horas depois, já na saída:

    - Bom, vamos indo. - Disse Carlitos.

    - É o jeito, né?! - Disse Wagner.

    - Então, você virá?

    - Você sabe a resposta.

    - Bom, então até amanhã.

    - Até! – No momento em que ambos puxam suas mochilas, algo cai da de Carlitos. Porém, Wagner só percebe depois. – Remédio para ansiedade?

    No dia seguinte:

    Onde eu estou? Que lugar bonito! É tão bom correr nesta grama verde! Ah! E é tão bom me jogar sobre ela!

    Olha só todas aquelas nuvens. Todas formam desenhos tão lindos! Será nossa imaginação? Ou será proposital o fato das nuvens se movimentarem e executar tais formas? Podem ser as duas coisas!. Quem disse isso?

    Ué, quem aquela pessoa embrulhada em lençóis? Moço?!

    Moço?!

    10

    - Luana! Luana! – Disse a professora, chamado a atenção da aluna. Luana acorda com um grito de susto. – Está tudo bem?

    - Eu não sei. Acho que....

    - Caí no sono? Todos os dias com a mesma desculpa, mas sempre tendo esses momentos de desatenção.

    - Eu sinto muito, professora. É incontrolável.

    - Terei que ter uma conversa séria com sua mãe.

    - Não, pró! Por favor, não! A senhora quer mesmo ver minha mãe aqui?!

    - Olha... – ela suspira – tenha mais atenção.

    Na empresa:

    - Carlitos?! - Disse Wágner.

    - Fala aí!

    - Sinto muito não ter vindo ontem.

    - Tudo bem. Eu também não vim.

    - Por que não?

    - Wagner... por favor, né?!

    - Olha, eu tenho certeza de que logo encontrará alguém.

    - Sério isso?

    - O que foi?

    - Você tá me dando conselhos de relacionamento?

    11

    - E por que não poderia dar?! Só porque sou separado?

    - Não é só por isso. E você sabe!

    - Eu não posso controlar tudo a minha volta.

    - Não é sobre controle, Wagner! – Gritou - E, mais uma vez, você bem sabe do que eu estou falando.

    - Ei! Parem vocês dois. Pelo amor de Deus! Isso é um local de trabalho! – Clara sai e os dois abaixam as cabeças.

    - Não sou eu que tenho ansiedade. – Carlitos olha para o lado e vê seu remédio na mesa.

    Horas depois, na cafeteria de dona Marta, ambos estavam se olhando por alguns minutos, sem pronunciar uma só palavra.

    Chega dona Marta com os cafés:

    - Aqui está. Olha, não sei o que aconteceu com vocês, mas lembrem-se que, acima de tudo, vocês são amigos. E podem resolver qualquer coisa. –

    Ela sai.

    - Isso é loucura, Carlitos. Meu melhor amigo tem problemas e eu não fico sabendo disso. Sinto-me inútil. - Disse Wagner.

    - Wagner, peço-lhe desculpas sinceras. Eu fiquei envergonhado de contar para você.

    - Envergonhado de quê? Eu sei de coisas da sua vida que nenhuma outra pessoa sabe. E vice-versa.

    - Eu me sinto triste por não ter uma família. Você sabe; minha mãe morreu no parto e meu pai havia morrido meses antes. Eu nasci sem sentir o que 12

    era uma família. Agora, deixa eu lhe contar algo sobre mim que você ainda não sabe; eu invejava a relação que vocês tinham quando eram casados. Era a única imagem de família que eu tinha. E quando vocês se separaram,

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