Não Perca Jesus de Vista: Série Ultimato 50 Anos
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Sobre este e-book
Perder Jesus de vista não é negar o seu nome ou a sua presença na história. É não acreditar no Jesus das Escrituras Sagradas. O cristão perde Jesus de vista quando não nega a si mesmo e vive à sua própria maneira, indiferentes às verdades e valores bíblicos.
Para o pastor Elben César, é preciso resgatar a imagem de Jesus Cristo ante os olhos dos cristãos e lembrar-lhes que o início, meio e fim do cristianismo continua sendo Jesus, sua encarnação, sua morte e sua ressurreição.
"Não Perca Jesus de Vista" lembra ao leitor que Jesus é a "pedra angular que sustenta todo o edifício" e a fonte de alegria e entusiasmo para todos os seus seguidores.
* * * * *
"Não Perca Jesus de Vista" é uma reedição da obra original e faz parte da série ULTIMATO 50 ANOS que, em 2018, celebrou meio século de publicação ininterrupta da revista Ultimato, bem como a vida e o legado do seu fundador, o pastor Elben César.
* * * * *
Por que não há mais igrejas cristãs na Turquia, onde Paulo esteve com Barnabé em sua primeira viagem missionária? O que é feito das igrejas por ele fundadas em Antioquia, Icônio, Listra, Derbe e Perge?
Por que o norte da África é hoje uma das regiões do mundo mais fechadas para o evangelho, quando havia ali uma igreja cristã extremamente forte nos três primeiros séculos?
Por que a presença islâmica é cada vez maior na Europa e na América do Norte? Por que o presente e crescente interesse pelas religiões orientais no Ocidente? Por que a maior parte dos protestantes da Europa e a maior parte dos católicos da América Latina são cristãos nominais?
Em última análise, a resposta nua e crua é uma só: não poucos cristãos têm o triste hábito de perder Jesus de vista.
— Elben César
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Não Perca Jesus de Vista - Elben Magalhães Lenz César
1
AQUELE QUE HAVERIA DE VIR
"És tu aquele que haveria de vir
ou devemos esperar algum outro?" (Lc 7.20, NVI)
JESUS não apareceu no cenário do Novo Testamento por acaso. Ele era aguardado por muitos que estavam por dentro das Escrituras e tinham profunda comunhão com Deus. O velho Simeão, por exemplo, esperava a consolação de Israel (Lc 2.25). Além dele, havia outras pessoas em Jerusalém que nutriam a mesma esperança (Lc 2.38). Até a mulher samaritana sabia que o Messias, chamado Cristo, havia de vir (Jo 4.25). A pergunta que João Batista mandou fazer a Jesus reforça esta tese: És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?
(Lc 7.19). Na mesma hora Jesus deu uma resposta precisa e espetacular, que cortou qualquer dúvida sobre o assunto. Também José de Arimateia, membro do Sinédrio, esperava o reino de Deus (Lc 23.51).
A mais longínqua referência a Jesus foi feita logo após a desobediência de Adão e Eva: Porei inimizade entre ti (a serpente) e a mulher, entre a tua descendência (as forças do mal) e o seu descendente (Cristo). Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar
(Gn 3.15). É o primeiro vislumbre de salvação, o chamado Protoevangelho.
A promessa feita no deserto por boca de Moisés da vinda de um grande profeta (Dt 18.15-19) é uma referência a Jesus, como Pedro e Estêvão registram (At 3.22-23; 7.37).
É possível colher nos Salmos inúmeras referências a Jesus e aos acontecimentos que o envolveram. O Salmo 22 descreve o sofrimento do Messias e menciona a zombaria (Todos os que me veem zombam de mim
), a companhia dos dois ladrões (Uma súcia de malfeitores me rodeia
), a crucificação (Traspassaram-me as mãos e os pés
), a distribuição de suas roupas entre os soldados (Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes
) e uma de suas sete palavras na cruz (Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
), entre outros detalhes. Davi chega a citar o teor da zombaria proferida contra Cristo quase literalmente: Confiou no Senhor! Livre-o ele, salve-o, pois nele tem prazer
(Sl 22.8; Mt 27.39-40). Está embutida aí aquela palavra que Deus disse a respeito de Jesus por ocasião do batismo e da transfiguração: Este é o meu Filho amado em quem me agrado
(Mt 3.17; 17.5).
Há muitas outras passagens que se aplicam a Jesus no livro dos Salmos: a menção de que nem um só osso seria quebrado (34.20); a menção de sua disponibilidade para fazer a vontade de Deus, já que sacrifícios e ofertas não resolviam o problema do pecado (40.6-8); a menção de que Jesus subiu às alturas e levou cativo o cativeiro (68.18); a menção da purificação do templo (69.9); a menção da traição de Judas (41.9), de sua morte (69.25) e sua substituição no colégio apostólico (109.8); a menção de que Jesus ensinaria o povo por meio de parábolas (Sl 78.2; Mt 13.34-35), a menção de que Jesus se assentaria à direita de Deus e poria seus inimigos debaixo de seus pés (Sl 110.1-7; 1Co 15.25) e a menção de que a pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a principal pedra (Sl 118.22; Mt 21.42).
No livro do profeta Isaías há inúmeras referências à vinda e ao sacrifício de Jesus. Está escrito que a virgem conceberia e daria à luz um filho, cujo nome seria Emanuel (Is 7.14); que a terra não continuaria na obscuridade, mas o povo que andava em trevas veria grande luz, porque um menino nos nasceu
, a ele caberia o domínio de tudo e o seu nome seria um aglomerado de títulos: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno e Príncipe-da-paz (Is 9.1-7); que do tronco de Jessé sairia um rebento e de suas raízes um renovo, sobre o qual repousaria o Espírito do Senhor (Is 11.1-5); que o servo sofredor tomaria sobre si a iniquidade de nós todos, seria traspassado, moído, oprimido, humilhado, ferido e cortado da terra dos viventes, mas não abriria a sua boca (Is 52.13–53.12).
Jeremias descreve uma choradeira enorme e irreversível em Ramá, que se aplica ao massacre dos inocentes ordenado por Herodes: Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos, e inconsolável por causa deles, porque já não existem
(Jr 31.15; Mt 2.16-18). Miqueias anuncia que da pequena e desconhecida cidade de Belém sairia aquele que haveria de reinar em Israel (Mq 5.2) e Zacarias registra a entrada gloriosa deste rei em Jerusalém, montado num jumentinho, cria de jumento (Zc 9.9), o que de fato aconteceu com Jesus (Mt 21.1-11).
As profecias messiânicas foram escritas com uma antecedência muito grande: Moisés viveu mais de 1450 anos antes de Cristo, Davi mais de 1050, Isaías e Miqueias mais de 700, Jeremias mais de 600 e Zacarias mais de 500.
Na literatura secular há também uma profecia que se refere ao nascimento de uma criança miraculosa, que iniciaria uma nova era. Tanto Constantino como alguns escritores cristãos do quarto século interpretavam-na como uma referência a Cristo. Este registro foi escrito entre 42 e 37 antes de Cristo e se encontra na quarta Écloga de Virgílio, o maior poeta do Império Romano e um dos maiores do mundo, que nasceu no ano 70 e morreu 51 anos depois, 15 anos antes do nascimento da tal criança!
2
O FILHO DE MARIA
"Estando Maria desposada com José, sem que tivessem antes
coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo" (Mt 1.18)
O NASCIMENTO de Jesus em Belém da Judeia na época do imperador romano César Augusto, há quase dois mil anos, foi absolutamente natural. Ele nasceu como nasce qualquer criança. Maria teve dores de parto e expeliu tanto o menino quanto a placenta, que, através do cordão umbilical, estabelecia a comunicação biológica entre a mãe e o filho. A primeira providência de Maria foi enrolar o recém-nascido em cueiros e deitá-lo num tabuleiro onde se põe comida para os animais nas estrebarias. Jesus acabou nascendo num estábulo porque não havia lugar na hospedaria para uma mulher grávida de nove meses (Lc