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A Cúpula do Prazer
A Cúpula do Prazer
A Cúpula do Prazer
E-book331 páginas4 horas

A Cúpula do Prazer

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Sobre este e-book

A Cúpula do Prazer por Craig Enger
Tudo o que ele precisava era de umas férias... Bem-vindo à CÚPULA DO PRAZER...Um lugar de mistério, romance e suspense.
Tudo o que ele precisava era de umas férias... 

Após testemunhar um terrível acidente, e trabalhar longas horas como um jovem profissional de sucesso, Chris Thorne precisava de uma pausa. Quando ele encontra seus dois melhores amigos para uma noite na orla de Georgetown em D.C., o inesperado acontece. Ele encontra Chloe Fleming. Há rumores... de uma fuga secreta... para o resort mais luxuoso do mundo. Um paraíso insular. 

Mas não é possível fazer reservas. Ninguém pode. Nesta cidade de jovens, ricos e poderosos, só os poucos selecionados vão até lá. Você deve ser Convidado...

Bem-vindo à CÚPULA DO PRAZER...Um lugar de mistério, romance e suspense...

Gênero: FICÇÃO / Ação & Aventura

Gênero Secundário: FICÇÃO / Suspense

Idioma: Inglês

Palavras-chave: thriller, aventura, viagens, romance, suspense

Contagem de palavras: 69,348

Informações de vendas:
A Cúpula do Prazer está entre os Top Vendedores de Ficção de Aventura-Mistério na Amazônia e recebeu 4 e 5 Estrelas de Revisão.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento26 de abr. de 2023
ISBN9781667455839
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    A Cúpula do Prazer - Craig Enger

    A CÚPULA DO PRAZER

    TAMBÉM POR CRAIG ENGER

    ––––––––

    FICÇÃO & POESIA

    Dez Contos Sombrios de Mistério & Suspense

    Canções do Coração & Espírito

    Dream Visions

    Não Ficção

    America Speaks (com participação de Norman Enger)

    A CÚPULA DO PRAZER

    CRAIG ENGER

    PUBLICADO POR MEADOW PRESS

    NOVA YORK LONDRES MARYLAND INFINITY

    2022

    Todos os direitos são reservados, incluindo o direito de reprodução no todo ou em parte sob qualquer forma.

    Produzido nos Estados Unidos da América

    Traduzido por Julia Diniz

    ÍNDICE

    PREFÁCIO

    PARTE I

    TRAUMA

    O ACORDO

    SUSSURROS À ORLA

    SALA DE EMERGÊNCIA

    CONVITE

    LIMUSINE NEGRA

    FESTA A 6 MIL METROS DE ALTITUDE

    CÉU DA MEIA-NOITE

    PARTE II

    A ILHA

    MÁXIMO LUXO

    TERRAÇO À BEIRA-MAR

    UM GRANDE BANQUETE

    CASSINO DE PRATA

    BOATE PARADISE

    AS PORTAS SECRETAS

    INFINITO

    PARA AS COLINAS TROPICAIS

    PÔR DO SOL CARMESIM

    DESCULPAS À DISTÂNCIA

    JANTAR ÍNTIMO, INTERROMPIDO

    O OLHO DA CÂMERA

    LOUNGE VIP

    PARTE III

    UM PARAÍSO FRÁGIL

    O LABIRINTO INTERIOR

    PICO DE ENDORFINA

    A CÚPULA DE PRATA

    UM LUGAR SELVAGEM

    VENTANIAS E CAVERNAS

    FANTASIA MARÍTIMA

    PREFÁCIO

    Depois dos clássicos romances de aventura de autores como Robert Louis Stevenson e John Buchan, vieram os romances de Noir da década de 1940, notavelmente os de Hammett e Chandler.

    Décadas subsequentes inspiraram-se, como qualquer forma de arte, levando a novas variações na ficção de mistério e aventura. No final dos anos 1960 e 1970, uma época de grandes avanços na era da computação, houve uma mistura de mistério com a ciência moderna, medicina, tecnologia e cultura pop.

    Em uma busca por corredores empoeirados de livrarias usadas, encontrei os best-sellers daquela época, juntamente com alguns títulos pulp menos conhecidos, mas também altamente divertidos. Então, fiquei inspirado.

    Este livro é uma homenagem ao estilo desses thrillers rápidos dessas eras. Em suma, este livro pretende ser exatamente o romance rápido e espirituoso que é.

    Divirta-se.

    C.E.

    PARTE I

    "Em Xanadu, fez Kubla Khan

    Construir uma cúpula de prazer..."

    —Samuel Coleridge

    1. TRAUMA

    Antes que Chris Thorne visse qualquer coisa, ele ouviu aquele som terrível, a alta rotação de um motor, seu volume aumentando, uma máquina gritando em alta velocidade. Ele estava prestes a atravessar o cruzamento quando virou bruscamente para olhar, bem a tempo de ver um Mercedes S500 sedã preto aparecer, subindo a colina, acelerando ao ponto de sobrevoar  - a carroceria inteira do carro de luxo, todas as quatro rodas elevaram-se do chão - pulando cinco metros à frente, atingindo a rua com um arranhão agudo e faíscas queimando, seus pneus derrapando com o atrito.

    Chris jogou seu carro para fora do caminho, a um centímetro de ser atingido pelo Mercedes enquanto passava. Simultaneamente, em sua visão periférica, pôde ver um segundo veículo vindo em alta velocidade na rua perpendicular. Uma ambulância branca avançando rapidamente com suas luzes vermelhas piscando e suas sirenes tocando, um sinal claro de que alguém - paciente ou vítima - estava dentro. 

    Em seguida, veio o soco, um choque explosivo de metal atingindo metal a cento e sessenta quilômetros por hora. O Mercedes bateu na ambulância com força total. Os dois veículos foram jogados violentamente, unidos, derrapando para o lado e atravessando o cruzamento. Fragmentos de vidro voaram para fora em todas as direções, brilhando e capturando a luz do dia, formando um arco no ar, espalhando-se pela calçada.

    Os olhos de Chris se arregalaram e seus nervos estremeceram ao testemunhar o acidente.

    O capô do Mercedes fora esmagado para dentro, formando um V afiado, seu motor girando ruidosamente com um rangido doentio, como se estivesse vivo sentindo dores mecânicas.  Continuou empurrando a ambulância em direção à esquina. Os pneus da ambulância estavam emitindo fumaça ao queimar a borracha, cuspindo nuvens negras quentes no ar. 

    Através dos sons dolorosos, Chris ouviu um som humano, o grito apavorado do motorista da ambulância quando o veículo se chocou contra um poste de luz. Um tremendo estrondo se ouviu e o grito do homem fora interrompido. Os lados da ambulância cederam, comprimidos entre o Mercedes e o poste.

    Tudo ficou em silêncio.

    Chris ficou atordoado, olhando para os destroços. Ele nunca tinha visto um acidente de perto, exceto em filmes, mas isso era terrivelmente diferente. Isso fora real. Ele havia visto alguns acidentes na beira da estrada, mas somente após ocorrerem. Ele nunca fora testemunha.

    Apesar de estar abalado, sua mente entrou em ação. Pegou seu celular e ligou para a emergência, relatando o acidente.

    Em seguida, aproximou-se para verificar os sobreviventes. Atravessando a rua, pisou cautelosamente entre os escombros. A cena era repleta de metais retorcidos e cacos de vidro quebrado. Quando ele se aproximou, estava com medo do que poderia encontrar.

    Alcançando a Mercedes acidentada, viu que todas as janelas haviam sido quebradas em teias de aranha. Chris olhou através da janela quebrada do passageiro para o que costumava ser um carro de luxo. O corpo do motorista fora jogado para a frente contra o volante, seu rosto estava contorcido; o lado direito de sua cabeça fora esmagado, seu cabelo emaranhado com sangue vermelho escuro.

    Chris deu um passo para o lado do motorista e recuou ao ver o rosto horrivelmente transfigurado do morto. Havia uma lacuna irregular na janela do motorista, grande o suficiente para ele deslizar o braço direito. Chris estendeu a mão para dentro, seu estômago se revirando com uma leve repulsa enquanto seus dedos se aproximavam do corpo sangrento e imóvel. Ele tocou seu dedo médio e indicador na garganta do homem para sentir um pulso. Não havia nenhum.

    Duas novas experiências em uma única manhã: uma colisão em alta velocidade e um cadáver. O que ele encontraria a seguir? Tirando o fato de não ter certeza se realmente queria a resposta. Rapidamente, ele se afastou do Mercedes e foi até a ambulância.

    Como poderia haver sobreviventes? A ambulância fora devastada, os lados esmagados para dentro, o Mercedes prendendo-a no poste, bloqueando a entrada de ambos os lados. Chris viu o pára-brisa rachado e dois paramédicos - motorista e passageiro - ambos sem vida. Não havia como entrar para checar as vítimas, mas, daquele ponto de vista, nenhum dos dois havia sobrevivido.

    Finalmente, Chris foi até a parte de trás da ambulância. Ambas as portas traseiras estavam tortas e dobradas devido ao acidente. Ele as agarrou com firmeza e puxou com força uma das maçanetas da porta, mas ela não se moveu. Ele tentou a outra porta. Três puxões duros com toda a sua força e ele foi capaz de abri-la, o suficiente para espiar seu interior. O dano havia sido grave; tudo estava jogado em ângulos estranhos.

    Chris abriu a porta mais alguns centímetros, subiu no para-choque traseiro e se espremeu, alcançando o interior. Desviando do metal irregular, ele entrou e alcançou a maca do hospital, inclinada acentuadamente pelo acidente.

    E ali, colocado sobre ela, estava um corpo.

    Ela jazia perfeitamente imóvel. Uma garota atraente, em seus vinte e poucos anos, com a testa gravemente machucada. Sua parte superior do tronco fora jogada em um ângulo bizarro, apenas presa pelos cintos amarrados em seu peito e coxas, reduzindo qualquer movimento repentino. Diminuíra o impacto? Chris tinha que descobrir, então deu um passo a diante.

    A garota estava imóvel como um cadáver. Os lençóis brancos do hospital cobriam a maior parte de seu corpo, mas o topo do lençol havia sido arrancado, expondo seu lado esquerdo. Chris vislumbrou uma mancha descolorida no ombro esquerdo da garota. Uma laceração profunda, pingando sangue vermelho. Então, ele notou outra coisa, ligeiramente desfocada pela lesão, mas visível. Lá, em sua pele estava pintada: uma estranha tatuagem. A imagem da tinta - azul e prata - era um design semicircular. Algum tipo de símbolo. O símbolo deveria ter algum significado, mas o que seria?

    A posição da garota era estranha, a cama estava inclinada e o movimento dentro dos destroços era limitado. Chris firmou seus pés e inclinou o tronco, alcançando-a, esticando-se até que seus dedos tocassem sua garganta, para sentir um pulso.

    Nada. Mas então... sentiu algo, o que poderia ser? Um batimento cardíaco fraco?

    Seria possível ela estar..?

    De repente, os olhos da garota se abriram. Ela se sacudiu e, estendendo a mão, agarrou o pulso dele, apertado com força.

    Estava viva!

    Me ajude! ela ofegou, então recuou, sussurrando: Ou...terra... Seus olhos entreabertos novamente, suplicando, muito fracos.

    Chris ficou surpreso enquanto olhava nos olhos dela. Aguente firme! ele tentou assegurá-la, desejando que houvesse mais que ele pudesse fazer: A equipe de emergência está a caminho.

    "Eu... kand... Ele está vindo...depois..."

    Chris se inclinou para mais perto, Kand? O quê? Quem?

    Sua voz estava fraca, um sussurro trêmulo: "Ele... Feiticeiro... Sa... ma... kand..."

    Mas sua voz era tão fraca que ele mal conseguia ouvi-la. Ele tentou decifrar: Alguém está vindo? Foi isso que você disse? Ele tocou a mão dela e assentiu: Os médicos estão chegando. Logo eles estarão aqui. Aguente firme."

    Os olhos da garota se fecharam, seu aperto afrouxou e ela voltou à inconsciência.

    Chris se afastou, com um leve tremor. Preocupado com a garota. Não havia mais nada que ele pudesse fazer.

    Em poucos minutos vieram as sirenes.

    ⦿

    As equipes de polícia e dos Serviços Médicos de Emergência (EMS) chegaram ao local, com suas luzes piscando, entrando em ação. Chris manteve uma distância segura, observando de longe. A equipe SME não perdeu tempo em obter acesso ao Mercedes. Chris viu a equipe falando e um dos paramédicos balançando a cabeça. Então, o motorista do Mercedes, o homem que causou o acidente, foi oficialmente declarado morto.

    Rapidamente, a equipe se moveu para a ambulância presa contra o poste de luz perto do carro. Naquele ponto encontraram mais dificuldades, mas trabalharam e forma rápida e hábil. Um dos paramédicos espremeu-se na parte frontal da ambulância, saindo novamente em seguida, balançando a cabeça em consternação, confirmando o palpite inicial de Chris de que ambos os passageiros haviam morrido.

    Uma segunda equipe de paramédicos foi direto para a parte traseira da ambulância, abrindo as portas com pés de cabra e uma ferramenta hidráulica de resgate - chamada de "mandíbulas da vida" - com sons dolorosos e estridentes na parte de trás dos destroços. Finalmente, as portas se abriram. A equipe pulou para dentro e alcançou a menina, avaliando seus ferimentos e condição. Logo em seguida, reapareceram, retirando-a com cautela, carregando a garota na maca quebrada.

    Os paramédicos foram rápidos e cuidadosos para não mudar o corpo de posição, evitando causar maiores lesões. Todos os sinais indicavam que a garota estava à beira da morte.

    Enquanto a carregavam, Chris teve um vislumbre do perfil da garota enquanto ela estava inconsciente, frágil.

    Os paramédicos a transferiram para a ambulância nas proximidades, deslizando a maca para trás. Dois deles subiram em seguida. A garota estava nas mãos de especialistas agora. O motorista entrou pela frente, preparando-se para sair, enquanto outro paramédico estava fechando as portas traseiras.

    Chris gritou, perguntando: Ela vai sobreviver?

    Cedo demais para saber. O estado dela é grave. Nós a estabilizamos o suficiente para chegar ao Pronto-Socorro.

    Quais são as chances dela?

    Não quero palpitar. Temos que levá-la ao hospital , disse o paramédico. Ele então fechou as portas traseiras com um baque suave, deu dois toques rápidos na janela traseira e foi para o lado do passageiro para se juntar ao motorista.

    Com sirenes piscando, a ambulância saiu, acelerando e contornando a esquina, a caminho da emergência no Hospital Georgetown.

    ⦿

    Caminhões de reboque chegaram ao local. Chris observou os veículos esmagados sendo separados e puxados para serem levados.

    Um dos policiais do local veio falar com ele.

    Obrigado por ficar por aqui, disse o oficial, "Um acidente terrível. Você viu tudo. E foi a única testemunha? "

    Chris assentiu, ainda um pouco abalado: Sim, até onde sei.

    O oficial falou em um tom moderado que deixaria qualquer um à vontade: O que você estava fazendo aqui a esta hora? É cedo ainda. 06:30 da manhã.

    Eu estava a caminho do trabalho. Estacionei em uma garagem próxima. Meu escritório fica a alguns quarteirões daqui.

    O oficial questionou Chris sobre o que ele havia visto. Em vários momentos, ele pediu a Chris para repetir sua história, para se certificar de que ele obteve os fatos com precisão e para verificar as declarações da testemunha.

    E o Mercedes veio dessa direção? o oficial perguntou, apontando para a colina onde o sedã preto havia aparecido.

    Sim. Surgiu do nada , explicou Chris, acelerando até o cruzamento.

    Quão rápido você diria que estava indo?

    Muito rápido. A cento e sessenta quilômetros por hora, pelo menos. Talvez ainda mais rápido. Foi antes da hora do rush. O motorista deveria estar com muita pressa para chegar ao trabalho ou aonde quer que estivesse indo, mas...

    Mas o quê?

    Chris respondeu: É estranho. Ele nem mesmo tentou parar. Mesmo quando o sinal ficou vermelho. Ou quando viu a ambulância à frente. Não vi nenhuma menção dele desacelerando; ele nem sequer pisou no freio.

    Ele não diminuiu a velocidade? o oficial perguntou, parecendo um pouco surpreso.

    "Nadinha. Em vez de desacelerar, foi quase como se continuasse acelerando."

    E você tem certeza de que o sinal estava vermelho? Ele apenas seguiu e dirigiu pelo cruzamento?

    Isso mesmo, Chris confirmou com um aceno de cabeça.

    O oficial terminou o interrogatório. Chris deu uma descrição precisa do acidente da melhor maneira que pôde.

    Mais alguma coisa que você possa acrescentar?

    Chris ainda podia ver o rosto da garota, o olhar tenso em seus olhos, lembrou-se do aperto em seu pulso: Mais uma coisa. Sua voz estava fraca, mas desesperada, como se estivesse pedindo ajuda. Como se ela pudesse estar em perigo de alguma forma.

    Que tipo de ajuda?

    Não faço ideia. Ela caiu inconsciente logo depois.

    O oficial anotou as declarações em seu bloco de notas e o fechou. "Tudo bem; isso deve bastar. Se tivermos mais alguma dúvida, temos suas informações de contato. Obrigado por sua colaboração. Mas e quanto a você? Vai ficar bem?'

    Chris assentiu, Ainda estou um pouco abalado. Nunca vi nada parecido. Não tão de perto. É chocante.

    Certamente é, uma grande bagunça, disse o oficial um pouco monótono, como se tivesse visto esse tipo de coisa muitas vezes antes.

    Oficial, tenho uma pergunta.

    Sim?

    Eu só estava pensando. Quem é ela?

    A garota na ambulância? Não sabemos. Apenas seu nome: Sarah Orlando , o oficial encolheu os ombros, Quem quer que ela seja, vamos esperar que ela sobreviva. Graças à sua ligação para a emergencia, ela poderá sobreviver.

    O oficial agradeceu e caminhou de volta pela cena do acidente, até sua viatura.

    Chris se virou para sair. Ele não pôde deixar de se perguntar sobre a garota ferida. Agora, sendo levada às pressas para o Pronto-Socorro, ela sobreviveria? E que lesões ela sofrera? Por que estava na ambulância, para início de conversa?

    2. O ACORDO

    Depois do acidente, Chris foi para o trabalho, ainda se sentindo atordoado com o que tinha visto; as coisas pareciam diferentes, um pouco surreais. O Mercedes não havia o acertado por um centímetro ou menos. Sentiu-se sortudo por estar vivo.

    Voltando ao trabalho em um grande projeto de TI, com longas horas e alta pressão, ele sentiu o estresse acumulado e tentou se lembrar da última vez que vivera um pouco. Parte dele desejava poder ficar longe de tudo. Quando fora a última vez que fizera uma pausa? Ele não conseguia nem se lembrar; fazia muito tempo. Ele precisava de férias.

    Esta manhã, ele acordou cedo como de costume, fez uma xícara de café na prensa francesa e leu as notícias, principalmente a coluna de opiniões. A mídia sabia como agitar as coisas nos EUA e entre os países, com política, guerras comerciais e algumas guerras reais. Ele examinou os mercados - bolsas de valores em declínio durante o dia, mas em ascensão no geral, e alguns artigos de negócios sobre aquisições recentes de empresas de biotecnologia, médicas e de saúde.

    Um dos bons amigos de Chris era um advogado envolvido nessas áreas, por isso era natural depois do acidente querer ouvir uma voz familiar, um amigo.

    Chris pegou o celular, digitou os números e aguardou na linha: Vamos, ele sussurrou, atenda.

    Olá? uma voz respondeu.

    Josh, ei! Estou feliz que você tenha atendido.

    Por quê? Qual é a boa?

    Tive uma manhã infernal, Chris explicou como ele testemunhara o terrível acidente e a cena da colisão.

    Uau, que manhã. Não quero soar insensível, mas foi muito mais emocionante do que a minha , comentou Josh.

    Eles conversaram. Josh era um amigo próximo, não do tipo sensível, mas era genuíno. Chris ficou feliz em ouvir sua voz e perguntou: E quanto a você? Como vai o processo?

    Josh gemeu: - Trabalhei dezenove horas seguidas, todos os dias, nas últimas três semanas e meia.

    É por isso que pagam $200 a hora, disse Chris.

    "Sim, é também por isso que eu poderia beber uma cerveja mais tarde, depois do trabalho. O que vai fazer esta noite? Já tem planos?

    Nada ainda.

    Vamos fazer um happy hour. Vou ligar para o Collin, ver se ele quer sair. Vamos escolher um lugar. Nos falaremos mais tarde.

    Vou ver como me sinto esta noite.

    Vamos lá, é quinta-feira à noite. Ligo para você mais tarde.

    Então desligaram.

    ⦿

    Joshua Kaufman desligou o telefone e olhou para o relógio em sua mesa. Eram 10:26 da manhã. Não era surpresa ele ainda estar no escritório, trabalhando sem parar, por dias seguidos, e a noite passada não fora exceção. A essa altura, ele estava acostumado a dormir cinco horas de sono, deitado no sofá do escritório.

    Aos vinte e oito anos, Josh era um jovem e brilhante advogado no escritório de advocacia Cohen & Cohen. Ele era da área de Washington, mas foi para a faculdade de direito em Nova York e trabalhou lá por um tempo, antes de voltar especificamente para trabalhar naquela empresa, classificada como uma das mais prestigiadas da capital do país. Novos clientes e processos estavam surgindo e a empresa estava se expandindo. Não importava o quanto ele trabalhasse, sempre havia mais trabalho a fazer - arquivamentos, resumos, depoimentos - e agora ele estava ajudando a empresa a lidar com um conjunto de fusões e aquisições privadas de biotecnologia.

    Josh havia calculado recentemente que nos últimos cinco anos trabalhara cinco mil horas, finalmente admitindo para si mesmo ser um viciado em trabalho. Os fins de semana eram dias de trabalho. O café era o seu combustível. Sua rotina seguia assim: levantar-se às 6:00 da manhã, trabalhar até o meio-dia, uma pausa rápida para o almoço, que acontecia em sua mesa, e continuar trabalhando durante a tarde até a meia-noite ou 1:00 da manhã. Ele possuía um apartamento caro no centro da cidade, mas nem sempre chegava em casa para aproveitá-lo. Ele chegava depois da meia-noite, cochilava por algumas horas, apenas para ser acordado cedo pelo alarme e começar a rotina novamente.

    O trabalho era cansativo, mas o dinheiro era difícil de recusar.

    Washington DC era o centro do processo, com todos os políticos, lobistas, senadores e representantes na Colina, casos estaduais e federais, fusões corporativas, aquisições de alta tecnologia, casos de patentes, planejamento imobiliário rico e inúmeros divórcios ricos. Nunca houve falta de trabalho, e o dinheiro continuou entrando.

    Josh continuou trabalhando, mas sabia que precisava de uma pausa. Sem dúvida: Joshua Kaufman precisava de férias.

    Mas não hoje.

    Hoje era quinta-feira, e esta noite ele teria um breve adiamento; sair para um happy hour com seus amigos, tomar algumas cervejas, desfrutar de algumas risadas. Depois, ele pegaria uma grande xícara de café e voltaria para o escritório às 22h para trabalhar por mais uma ou duas horas.

    Josh bocejou, levantou-se de sua mesa e saiu para um alongamento, indo ao Starbucks mais próximo para tomar um expresso duplo.

    Então, de volta ao escritório, ele vasculhou as pilhas de papéis e folheou as anotações que fizera sobre seu último processo. Um de dezenas que a empresa estava lidando. Era uma batalha de fusão, uma aquisição hostil pela NeuraSys, uma corporação privada com o objetivo de adquirir um pequeno concorrente, a Advanced Bio Enterprises, proprietária de patentes valiosas em biotecnologia. A empresa alvo era cliente de Josh, e eles não queriam ser tomados. Estavam revidando com uma estratégia de defesa.

    Josh anotou mais alguns lembretes de ideias estratégicas. Ele se virou para a tela do computador, reuniu seus pensamentos e começou a digitar rapidamente.

    ⦿

    Ainda está aqui? um dos outros advogados perguntou enquanto passavam, inclinando-se na porta.

    Josh brincou: Eu tenho o melhor trajeto da cidade, porque nunca saio do escritório.

    O advogado riu: Você deveria colocar um saco de dormir ao lado de sua mesa.

    Sim, com um fogão de acampamento Coleman. E armar uma tenda.

    Você também deveria, já que está aqui o tempo todo. Boa sorte no processo, o advogado sorriu e desapareceu pelo corredor.

    Claro que estavam brincando, mas Josh sabia que algo estava errado. Ele podia sentir. O trabalho e o dinheiro foram ótimos, mas não

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