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Cinzas da Terra do Sempre
Cinzas da Terra do Sempre
Cinzas da Terra do Sempre
E-book286 páginas3 horas

Cinzas da Terra do Sempre

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Sobre este e-book

Tyler Ballard estava preso quando seu filho criou um mundo onírico chamado a Terra do Sempre, um lugar tão encantador e ilimitado que ninguém queria partir. Ou partia. Agora, seu filho estava morto, sua esposa em coma e Tyler continuava na prisão.

Assim como tinha planejado. 

A última peça de sua visão se encaixou quando Alessandra Diosa passou a investigar os crimes da Terra do Sempre. Tyler a usará para criar uma nova dimensão da realidade, muito além de qualquer coisa que seu filho tivesse imaginado—uma Terra do Sempre para o mundo inteiro. 

Danny, vivendo na costa da Espanha desde que escapara da primeira Terra do Sempre, passa a receber pistas misteriosas que o guiam a Cyn. Os dois são sobreviventes da Terra do Sempre, mas tem mais em comum do que sua sobrevivência. Eles se tornam partes outro plano grandioso, um projetado para deter Tyler Ballard. Ninguém sabe quem está enviando as pistas, mas alguns suspeitam de Reed, outro sobrevivente da Terra do Sempre. Reed, no entanto, está morto.

Todos farão uma jornada final à Terra do Sempre para descobrir quem as enviou. E por quê. 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de out. de 2016
ISBN9781507158722
Cinzas da Terra do Sempre

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    Cinzas da Terra do Sempre - Tony Bertauski

    Aos perdidos.

    Aos solitários.

    PRIMAVERA

    Uma Lista Incompleta de Sobreviventes da Terra do Sempre

    1.  Tyler

    2.  Alessandra

    3.  Alessandra

    4.  Alessandra

    5.  Danny Boy

    6.  Danny Boy

    7.  Danny Boy

    8.  Alessandra

    PRIMAVERA

    Nós...

    ––––––––

    todos...

    ––––––––

    caímos.

    Uma Lista Incompleta de Sobreviventes da Terra do Sempre

    Danny Boy, paradeiro desconhecido

    Cyn, última localização Minneapolis, Minnesota

    Reed, paradeiro desconhecido

    Harold Ballard (O Diretor), filho de Patricia e Tyler, paradeiro desconhecido.

    Tyler Ballard, Penitenciária ADMAX, Colorado

    Patricia Ballard, em coma no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Cidade de Nova Iorque.

    1.  Tyler

    Penitenciária  ADMAX, Colorado

    Tyler pisou à beirada.

    O mármore italiano estava frio e seus dedos fixos nos entalhes da borda. A plataforma pendia do telhado 300 metros acima do tráfego. Faróis riscavam o Central Park, acelerando e parando, mesclando-se e virando, movendo-se pela cidade como corpúsculos.

    Dali, ele não podia sentir o cheiro do escapamento, nem ouvir as buzinas ou o congestionamento, os gritos e os assovios.

    Ele estendeu seus braços, como Cristo, inclinou sua cabeça e inalou o vento intocado pela podridão humana, pelo lixo dos pensamentos egoístas. Só a forte brisa que soprava por seus ouvidos.

    Desculpe por te deixar esperando. Patricia atravessou o pórtico.

    Seu vestido folgado tremulava ao redor de seus pés. As paredes de vidro bem iluminadas do apartamento luxuoso - o único apartamento do tipo no topo do edifício do Bank of America - traía as camadas de tecido bege que de outra maneira esconderiam seu corpo em forma de pera. Seus cabelos grisalhos fluíam sobre seus ombros.

    Não posso ficar por muito tempo, ele disse.

    Ela olhou para ele com aqueles olhos penetrantes, um sorriso refletido em algum lugar em suas profundezas. Seu perfume atravessou a brisa cortante, seu vestido estalando como bandeiras tesas. Ele parou no degrau inferior.

    Você não precisa ir.

    Você sabe que não posso ficar, meu amor.

    Uma pilha de tecido bege caiu sobre os pés descalços dela. Seu corpo nu era desprovido de rugas; o balanço de seus quadris, hipnótico. Nenhuma de suas curvas era tão sedutora quanto as linhas firmes de seus lábios pressionando suas bochechas angelicais.

    Do degrau inferior, ele a observou. Assistiu a ela mergulhar na piscina com fundo de vidro suspensa sobre uma queda de mais de 300 metros. A água de um azul cristalino.

    Nadando sob a superfície até a ponta oposta, ela mal fez uma onda. Suas braçadas eram longas, a água fazendo bolhas sobre sua pele alva. Tyler esperou com uma tolha. Ele a envolveu assim que ela saiu, com água pingando do nariz.

    O sabor dela preencheu suas narinas.

    Tyler puxou a toalha por cima dos ombros dela. Desta vez, era ele que se virava para longe e subia novamente para a beirada. A noite consumia as ruas. Luzes vermelhas queimavam; faróis encaravam. E lá, o horizonte, entre os rijos edifícios urbanos contornando as ruas como oferendas metálicas a um Deus industrial, logo além do fim da estrada, onde o sol nasceria pela manhã, ele viu o chuvisco cinzento da estática. Nada existia além daquele ponto.

    Ficar? Nada me traria prazer maior.

    Mas ficar nesta realidade, este mundo que Patricia sonhou, seria tão mesquinho. Apesar de sua habilidade, ela podia sonhar a cidade.

    Ficar, ele poderia—ele queria.

    Mas se ficasse, a população humana nunca conheceria a verdadeira liberdade de outra realidade—esta realidade.

    Terra do Sempre.

    Os hospedeiros? ele perguntou. Como eles estão?

    Você sabe a resposta. A sombra dela se esgueirou por trás dele. A esperança é seu albatroz, querido.

    Esperança. Era de fato sua danação.

    Não estava desesperado a ponto de pôr seu futuro, sua vida, no gelo frágil da esperança. Mas nunca pensara que ficaria tão velho, tão próximo do limiar da morte. Não poderia viver para sempre. Não na carne.

    A não ser que encontrassem alguém com o potencial, a estrutura cerebral, para sustentar uma Terra do Sempre sem limites uma que fosse muito além da cidade, além do horizonte, uma que replicasse este planeta.

    Este universo.

    Uma nova realidade.

    Patricia não podia fazê-lo. Ele muito menos. Mesmo Harold, seu filho, se estivesse vivo, teria limites no que podia fazer. Mas alguém lá fora podia. Tinha que poder. E era por isso que ele perguntava. Era por isso que tinha esperança.

    Talvez encontrassem um antes que essa carne se acabasse.

    As mãos dela deslizaram por suas costelas, envolvendo seu estômago. Eu posso ter encontrado um, ela sussurrou.

    O que?

    Um hospedeiro viável.

    O que quer dizer? Por que não me contou?

    Esperança, querido. Eu não quis alimentá-la além do que você já alimentou. Eu estou arriscando, mas senti o seu potencial excepcional.

    Você já a tem?

    Ela acenou a cabeça. Eu já a tive. Ela está sonhando sua própria Terra do Sempre e ela é maravilhosa.

    Seu peito palpitou. Ela aceitou hospedar?

    Não. Ela não sabe... eu tive que levá-la, querido. Ela não faz ideia.

    Era arriscado, mas sequestro não era novidade. Por que não me contou?

    Eu queria ter certeza.

    E você tem?

    Ela beijou o seu queixo. Uma deusa.

    A sorte era uma amante suspeita, a emissária da esperança. E, por mais que tentasse negar, estava disposto a apostar em uma deusa.

    Pois uma deusa é aquilo de que precisamos.

    Para que a Terra do Sempre dela estabilize, ela disse, precisamos que ela durma.

    Por quanto tempo?

    Um ano.

    Um ano? Já tinham jogado tanto tempo fora em outros hospedeiros. Seria esta realmente a nossa última oportunidade de trazer a Terra do Sempre ao mundo?

    Ele a puxou para perto.

    Seus lábios, quentes e úmidos, se encontraram. Os ventos uivaram. Ele a segurou até que fosse hora de retornar ao domínio físico, onde seu corpo de carne envelhecida o aguardava. O perfume floral dela perdurou em suas narinas, mas uma fina camada de podridão peneirou através dele.

    Um ano, ele pensou. Mais um ano.

    Como um arame vermelho ardente, um ponto queimou em sua testa. Ele ergueu a mão, sentindo algo escorregar e o ferroar de uma vespa enquanto a agulha de aço cirúrgico deslizava para fora de sua testa.

    Por um véu embaçado, ele olhou para um teto rachado.

    Uma porta de metal bateu. Dois guardas da prisão caminharam até a cama de Tyler Ballard e esperaram. Ele foi em seu próprio ritmo, deixando seus pés tocarem o chão. Esfregou a pele fina e manchada de suas mãos ossudas para se aquecer.

    O perfume floral se foi.

    2.  Alessandra

    O Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Cidade de Nova Iorque

    Senhoras e senhores, posso ter sua atenção? alguém gritou. O tour está prestes a começar.

    Alex guardou seu telefone. Seu marido havia lhe mandado uma mensagem, perguntando quanto tempo essa visita duraria. Se calculasse bem sua saída do Guggenheim, poderia buscá-la sem estacionar.

    Jornalistas foram em massa para a frente. Alex derrubou seu café e se moveu rente a parede, com as mãos ainda trêmulas. Um calafrio vibrava dentro dela como uma mola de metal gelado, como um conjunto de olhos analisando seus órgãos. Seus dentes ficavam muito perto de bater, mas ela não estava com frio.

    Nervosismo?

    Por uma fresta entre os fotógrafos, ela viu o profissional de Relações Públicas do Instituto em frente a pesadas portas duplas. Como o resto do lobby, elas eram verde folha, dotadas de um clima de calmaria e cura. Ela tinha a impressão de que o que havia por trás daquelas portas era o contrário.

    Eu gostaria de recebê-los. O nome da mulher baixa era Ellen; era isso que dizia no crachá. Ela estava no começo dos trinta, seus dentes brilhando em um sorriso branco. Este é um dia muito excitante no Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Vocês foram escolhidos a dedo para ver o nosso trabalho de perto, para fazer perguntas aos nossos cientistas. É através de vocês que o público saberá o que fazemos.

    Ela fazia aquilo soar como se eles tivessem encontrado bilhetes dourados em barras de chocolate quando, na verdade, eles davam tours exclusivos o tempo todo. Mas era por convite. O convite de Alex foi uma surpresa. Ela não era mais uma jornalista e não trabalhava para um grande jornal como os outros. Se espremeu entre um jovem fotógrafo e a parede. Seus cabelos negros caíram sobre sua face.

    Ela esfregou as mãos. Seus lábios estavam frios.

    Antes de começarmos, Ellen disse com seu sorriso brilhante, eu quero ressaltar algumas coisas. Todos vocês assinaram um release e concordaram com as regras supracitadas.

    Ela ergueu uma folha de papel.

    Seus aprimoramentos, caso os tenham, serão desligados pela duração de sua estadia.

    Houve uma explosão de risos.

    Eu sei, eu sei. Nós somos os pioneiros na pesquisa com biomites, mas enquanto estiverem dentro do laboratório, não queremos ter o risco de interferência.

    A piada não era desligados, era caso os tenham. Todo jornalista no planeta tinha um certo grau de biomites—as recém inventadas e globalmente distribuídas células tronco artificiais—semeadas em seu cérebro para ajudar na memória, processamento de dados e, para alguns, controle emocional. E era aqui que os biomites eram fabricados. Alex tinha o máximo permitido pelo governo. Eles todos tinham, provavelmente.

    E é por isso que eu estou com frio.

    Não conseguia se recordar da última vez em que desligara suas melhorias internas. Na hora passada, ficou bem claro o quanto eles ajudavam a regular suas emoções.

    Era uma porcaria ser só humano.

    Sua identificação tem um monitor embutido. Ellen ergueu o cartão ao redor do seu pescoço. Estejam com ela sempre.

    Ela adicionou mais algumas cortesias antes de abrir as portas, guiando o grupo por um corredor completamente branco. Alex seguiu até o fim da fila. O cheiro de café gourmet foi rapidamente substituído por soluções esterilizantes e argila artificial—o aroma distinto dos biomites. O lugar parecia um pouco demais com um asilo dos anos 40.

    Cientistas estavam parados nos vãos das portas, vestindo jalecos brancos, sorrindo e acenando como se fossem extras contratados para assistir a uma parada.

    Alex? O homem à sua frente tinha se virado enquanto andava.

    Ah, oi, Mason. Não te reconheci.

    "¿Come esta?" o homem calvo perguntou. Como vai?

    "Muy bien. Sendo Latina, ela frequentemente usava pedacinhos de espanhol. Como anda?"

    Desalmado.

    Trabalharam juntos brevemente no Washington Post. Entre as paradas, botaram a fofoca em dia enquanto Ellen lhes explicava as funções de cada laboratório—onde novas cepas de biomites estavam sendo desenvolvidos, como doenças seriam erradicadas, como os biomites regenerariam membros perdidos.

    Todas as promessas do paraíso na Terra.

    O que você está fazendo aqui? ele pergunto.

    Seguindo a notícia, o que mais?

    Ela não queria lhe contar a verdade, que recebera um convite inesperado para um evento exclusivo deste. Um homem chamando Jonathan Deer. O nome era uma piada, mas ela pesquisou um pouco e descobriu que ele era funcionário do Instituto e queria que ela visse em pessoa todos os novos e excitantes resultados. Ela já estava escrevendo sobre crueldade com animais e estava prestes a expor abusos em todo tipo de indústria.

    Isto nem estava em seu radar.

    Parabéns pelo livro, por sinal, Mason disse. Precisa de colhões para entrar na Coréia do Norte daquele jeito.

    É o que dizem. Alex remexeu seu crachá monitor.

    Esse é o seu próximo projeto?

    Ela deu de ombros. Talvez.

    Boa sorte, se for. Obter informação sigilosa dessa gente vai fazer com que os Norte Coreanos pareçam damas da meia idade. Sem querer ofender.

    Tá me chamando de velha?

    Estou dizendo que é uma dama.

    Isso é novidade.

    O riso dele estava mais para um grunhido. Alex estava em seus quarenta, mas virava olhares como se estivesse nos vinte. Mason sabia que ela o oposto de uma Miss. Aquelas que não eram, eram rapidamente descartadas.

    Eles se reuniram junto a outro conjunto de portas de metal. Ellen esperou até que estivessem todos agrupados. Estavam prestes a entrar na fábrica de Willy Wonka, só que aqui não teria nenhum rio de chocolate. Fotógrafos pegaram suas câmeras; repórteres ergueram seus fones.

    Até agora, vocês se desapontaram. Ellen sorriu e muitos deles riram. Não vieram pra cá para serem recebidos por programadores e diretores de laboratório, ou para receber uma aula de história sobre biomites, mas isso era parte do pacote. Agora que tiramos isso do caminho, podemos ir ao que interessa. Eu peço gentilmente que sentem-se para que possamos introduzir o foco central de nossa pesquisa da forma adequada. Poderão explorar quando terminarmos.

    Alguém ergueu a mão.

    Guardem as perguntas, Ellen interrompeu. Teremos tempo para isso. Também quero lembrá-los de evitarem qualquer grau de atividade com seus aprimoramentos.

    Ela pausou, deixou que absorvessem aquilo, e então abriu as portas.

    Houveram exclamações de surpresa e uma tempestade de cliques e zumbidos fotográficos. Alex só conseguia ver as paredes negras acima do grupo. Eram refletivas, como vidro.

    Você está bem? Mason estava olhando para o peito de Alex.

    Ela estava segurando o crachá/monitor, mas suas mãos estavam tremendo quase que violentamente.

    Estou com frio. Sua respiração fraquejou. Está?

    Ele balançou a cabeça.

    Ela esfregou o rosto. Seguiram se arrastam um passo pequeno de cada vez. Mason foi o primeiro a ver um lampejo do que havia além da curva e parou. Alex esbarrou nele.

    Um cientista estava em pé perto de uma mesa solitária. Seu cabelo era de um preto anti-natural; seu rosto largo e quadrado.

    Parecia uma mesa de cirurgia, mas a superfície era acolchoada. Um orangotango repousava sobre ela, seus longos pelos alaranjados contrastando com o acolchoamento verde, seu peso afundando sobre ele. Não havia nada de alarmante quanto a estar tão perto de um primata adormecido.

    Era a agulha.

    O longo tubo cirúrgico estava posicionado no centro de sua testa.

    Senhoras e senhores, Ellen estava anunciando, se puderem fazer o favor de sentar, podemos começar.

    Era meio como guiar crianças do jardim de infância para longe de um caminhão de sorvete, mas eventualmente a multidão se moveu para um pequeno bloco de cadeiras. Alex sentou-se no último assento da fileira do fundo, inconsciente do reflexo na parede oposta.

    Bom dia. Foi o cientista que disse, seu inglês marcado por sotaque e meio fragmentado. Russo, talvez? Eu sou o Dr. K.P. Baronov, diretor e cientista chefe no Instituto. Creio que Ellen tenha respondido suas perguntas até aqui.

    Ellen estava sentada longe do grupo.

    Muito bem. Eu sei que vocês tem muitas perguntas, e eu logo as responderei. Eu também sei que vocês são muito letrados quanto a este processo, foi por isso que foram escolhidos para um tour tão exclusivo, mas eu gostaria de atualizá-los quanto ao que fazemos aqui e por quê.

    Se ele pensou que eram letrados em meter agulhas em testas, foi mal informado. Alex tinha visto fotos, mas só.

    Vocês entendem, tenho certeza, que realidade alternativa assistida por computador, ou RAAC, faz uma conexão direta com o lobo frontal do organismo por meio de uma sonda cirúrgica.

    Ele meio que gesticulou em direção ao orangotango.

    A percepção do paciente, ou identidade se assim desejarem, é de certas maneiras transportada para fora do corpo e posta em um estado de sonho. Nos princípios desta tecnologia, a identidade do paciente era colocada em computador, mas, como alguns de vocês sabem, isso não é mais um meio eficiente de criar uma realidade alternativa.

    Por quê? a voz de Alex fraquejou.

    Sra. Diosa. Ellen se levantou. Espere para fazer perguntas, por favor.

    Não tem problema, o Dr. Baronov disse. É pergunta muito boa e porque trouxemos vocês aqui. Vocês entendem que tem muitos benefícios que podem ocorrer através deste método. Nos usamos orangotango porque é o primata mais inteligente na terra depois dos humanos. Temos esperança que, com nossa pesquisa, este método em breve seja acessível para todas as pessoas.

    E quanto aos danos permanentes? Alex não conseguia se controlar. O sorriso de Ellen cessou, mas o doutor assentiu sem hesitar.

    É claro, isso é boa preocupação, ele disse. Havia muito a se aprender sobre este processo e o óbvio perigo do dano irreparável à psicologia de um indivíduo. Levou muita pesquisa para aperfeiçoar o processo, mas eu tenho confiança de que verão os benefícios hoje.

    Quantos pacientes vocês mataram? Quantos enlouqueceram?

    Nós fazemos nada ilegal no Instituto, Sra. Diosa, o doutor disse. De fato, fizemos avanços enormes no processo. Por exemplo, logo será possível conectar mentes sem  agulha usando poder de cérebros aperfeiçoados por biomites, como os nossos. Os biomites do seu cérebro irão operar como computadores sem fio. Almejamos melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes de teste.

    É por isso que nossos aperfeiçoamentos foram desligados?

    Em velho método, o descoberto por Dr. Tyler Ballard, um computador era usado para hospedar um ambiente artificial, uma realidade alternativa, se quiserem. O computador, porém, não é eficiente ou apropriado para responder aos desejos espirituosos de uma inteligência biológica, como você ou eu. Ou Coco.

    Ele colocou suas mãos nas laterais da cabeça do orangotango.

    Coco é hospedeiro orgânico, se quiser. Um servidor de rede, para emprestar termo de nossos colegas da informática. É Coco que cria mundo em sua mente para outros serem transferidos. Ele é hospedeiro. É sua imaginação que cria realidade alternativa.

    Um sonho? Mason disse.

    De certa maneira. O doutor levantou sua mão. Nem todo mundo pode ser hospedeiro. Tem qualidade especial quanto a como os dois hemisférios do paciente operam, um certo grau de abertura e criatividade que fazem dele ou dela candidato ideal. É este grau que limitara o mundo que ele ou ela pode criar. Por exemplo—o doutor balançou seus braços—esta sala é extensão do mundo que Coco pode criar. Além daqui não há nada, como limite do universo.

    E o que esperam realizar? alguém perguntou. Algum tipo de turismo virtual? Os animais, ou cobaias, pagam a conta de sofrimento pelo nosso prazer?

    Ellen se enrijeceu, mas o

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