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O Monstro Devorador De Crenças
O Monstro Devorador De Crenças
O Monstro Devorador De Crenças
E-book290 páginas4 horas

O Monstro Devorador De Crenças

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Sobre este e-book

Simulando conversa direta e intimista com o leitor a obra é um convite, e principalmente um desafio, a um mergulho na mente subconsciente, onde foram erguidos os paradigmas vigentes. O trabalho pretende mostrar as crenças em vigor na personalidade humana e destacar a forma como podem ser nocivas e limitantes. De forma honesta, as dificuldades e todos os possíveis contratempos e embates psicológicos envolvidos são expostos, deixando o participante plenamente livre para embarcar ou não nesta viagem que tem o intuito de reavaliar e, se necessário, destruir os dogmas mais profundos para que as limitações causadas por eles sejam derrubadas. Para que tamanha façanha seja desenvolvida um aliado misterioso é apresentado aos poucos, mostrando-se disposto a revirar tudo o que puder para que fique claro que mesmo as crenças impostas por nossos pais, tutores, responsáveis ou líderes religiosos podem ser prejudiciais. Ainda que contando com o valioso apoio do enigmático “Monstro” o trabalho deve ser unicamente daquele que decidir por trilhar esse caminho.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de mar. de 2023
O Monstro Devorador De Crenças

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    O Monstro Devorador De Crenças - Provocador Do Ser

    O MONSTRO

    DEVORADOR DE CRENÇAS

    "Muita coisa a gente faz

    Seguindo o caminho que o mundo traçou

    Seguindo a cartilha que alguém ensinou

    Seguindo a receita da vida normal

    Mas o que é vida afinal?

    Será que é fazer o que o mestre mandou?

    É comer o pão que o diabo amassou

    Perdendo da vida o que tem de melhor"

    Verdade Chinesa

    Compositores: Carlos De Carvalho Colla/

    Gilson Vieira Da Silva

    Intérprete: Emílio Santiago

    ÍNDICE

    Considerações iniciais

    PÁGINA - 5

    O clássico dilema Mapa X Território

    PÁGINA - 7

    Um alerta muito sério e pertinente sobre o que será encontrado aqui

    PÁGINA - 11

    Total atenção aos tópicos que causam mais desconforto

    PÁGINA - 13

    Conheça o Monstro

    PÁGINA - 15

    Uma breve abordagem relacionada ao que venha a ser uma crença

    PÁGINA - 18

    O ato de escolher uma crença, por si só, não é um problema

    PÁGINA - 22

    Destruir as crenças é, na verdade, um processo de autocura

    PÁGINA - 27

    Pode parecer que não há nada a ser curado, mas há

    PÁGINA - 29

    Tentar reavaliar aquilo que se tem como crença demanda uma dificuldade considerável

    PÁGINA - 34

    É bem revoltante, mas ninguém tem culpa disso

    PÁGINA - 39

    Inclusive, mesmo que não tenha percebido, você já exerceu o papel de opressor

    PÁGINA - 43

    É preciso analisar o quanto da Verdade você está disposto a descobrir

    PÁGINA - 46

    Como as crenças podem influenciar direta ou indiretamente a vida dos seres humanos

    PÁGINA - 48

    O medo é o segredo da limitação causada pelas crenças

    PÁGINA - 52

    Não se desespere por não perceber quais crenças você alimenta e acabam por te limitar

    PÁGINA - 56

    Para se desvencilhar das crenças arraigadas é preciso fazer um movimento de desapego

    PÁGINA - 58

    Antes do desapego, entretanto, é preciso estar aberto a escutar opiniões diferentes das suas com paciência e respeito

    PÁGINA - 63

    Jamais acredite no que está lendo aqui, vivencie tudo por si só e tire suas próprias conclusões

    PÁGINA - 64

    Conheça um pouco mais sobre o Monstro

    PÁGINA - 66

    Sem problemas, você pode colocar a culpa no livrinho

    PÁGINA - 69

    Desconte toda a sua indignação no livrinho quando quiser

    PÁGINA - 71

    Não há culpados, mas as responsabilidades são inexoráveis

    PÁGINA - 74

    Responsáveis e vítimas existem, inocentes jamais existiram

    PÁGINA - 79

    Depois que a revolta interna for amenizada, tente continuar o processo, mesmo sem concordar com nada do que está lendo aqui

    PÁGINA - 80

    Autoconhecimento para descobrir quem você verdadeiramente É, independente daquilo que te falaram

    PÁGINA - 82

    No fundo de tudo, todas as crenças são religiosas/espirituais

    PÁGINA - 86

    Índice específico das crenças analisadas

    PÁGINA - 89

    Nota do Autor

    PÁGINA - 219

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    A sociedade humana é composta por um todo gigantesco e crescente de seres humanos heterogêneos, totalmente singulares e individualizados em relação aos outros que a compõem. Não existe uma única composição humana que seja exatamente igual à outra. Ainda os que são gêmeos univitelinos, que aparentemente são idênticos, têm suas diferenças. Mesmo que externamente pareçam ser idênticos.

    Dentro dessa imensa sopa de divergências externas, onde aparentemente cada um é único e irrepetível, existem subgrupos mais ou menos semelhantes que se agrupam pelos interesses coletivos que compartilham. A afinidade entre semelhantes cria aglomerados destacados da totalidade populacional, que apresentam algumas características em comum entre seus participantes.

    Na maioria das vezes quem escolhe participar desses grupos segregados o faz por acreditar que está se unindo a outros seres afins, com escolhas, gostos ou comportamentos semelhantes. Isso traz uma certa sensação de que estar em algum grupo pode se traduzir em uma maior possibilidade de possuir um pouco mais de poder, justamente no intuito de se alcançar aqueles objetivos comuns, em detrimento de possíveis objetivos antagônicos de grupos contrários.

    A bem da verdade, a humanidade é composta por incontáveis grupos minimamente homogêneos, com aspectos convergentes que os unem, mas que por uni-los acabam por diferenciá-los de todos os outros grupos existentes. É engraçado dizer que alguém se isolou em um grupo qualquer porque, analisando bem, nunca houve um grupo geral do todo populacional, nem nunca existirá dentro da sociedade vigente, se forem consideradas as características que possui. Ninguém se destaca do todo humano para se segregar em um grupo de afinidade, em uma visão mais prática. Os grupos são escolhidos, dentre os infinitos que estão disponíveis, conforme a identificação de cada membro, seguindo os interesses coletivos que de alguma forma combinam com os pessoais. Do coletivo micro, já que o coletivo da totalidade não existe nem jamais existirá, exceto utopicamente.

    Entretanto, é evidente perceber que cada indivíduo já nasce, já surge neste planeta, fazendo parte de um grupo específico, ou talvez de vários. Dentro da cultura local em que se está inserido no instante de seu nascimento cada um esteve envolvido em alguma cultura específica, em algum padrão de tradição preestabelecida do qual deverá obrigatoriamente participar, unicamente por ainda não possuir o poder de escolha suficiente, por não existir a possibilidade de independência neste aspecto.

    Isso aconteceu com os pais dessa geração, com os avós, bisavós, e todos os outros que compõem a cadeia de ancestralidade. Dessa forma, a cultura e os costumes pertinentes àquele grupo específico ao qual o novo ser humano acaba de começar a participar involuntariamente por ter nascido especificamente ali, ao menos se considerado o aspecto consciência humana pós-parto, são ensinados e transmitidos como se fossem uma espécie de herança de valor imensurável. É evidente que a relevância de tudo isso é inegável. A cultura de um povo é extremamente importante em incontáveis aspectos e deve ser sempre respeitada. Entretanto, valorizá-la mais que o próprio bem-estar de um único indivíduo daquele mesmo povo onde aquilo está inserido é um exagero absurdo.

    Certamente existe algo de nobreza em se repassar tradições e costumes dos povos antigos ancestrais aos contemporâneos, que vão adaptar tudo aquilo à realidade da época em que se inseriram no cenário planeta Terra e posteriormente repassar a seus descendentes diretos, normalmente com o alerta de sustentar aquilo para as próximas gerações. Não se pode jamais considerar que nesse movimento específico não há alguma dignidade nas intenções daqueles que o concretizam. Todavia, há uma ânsia quase obsessiva de eternizar culturas ao redor das civilizações humanas que findam em desencadear todos os conflitos que temos notícia da história recente da existência do homem neste singelo orbe azulado. Este acaba sendo o fator causador de todas as mazelas pelas quais os indivíduos em coletividade vêm passando. Essa percepção precisa ser melhor analisada ou todo o sofrimento da humanidade seguirá, com a forte tendência de se acentuar ainda mais.

    O CLÁSSICO DILEMA MAPA X TERRITÓRIO

    Essa ideia levantada há várias décadas atrás ilustra muito bem o que será visto durante seu período de leitura dessa obra. Foi uma sacada bem inteligente de um filósofo polonês que acabou levando esse conceito a ser revisto várias vezes ao longo da história da sociedade, inclusive, mais uma vez isso pode ser encaixado em uma análise pertinente.

    Imagine-se em um lugar desconhecido qualquer no meio do nada, com caminhos estreitos, trilhas ocultas, com várias possibilidades de deslocamento. Suponha que seja necessário alcançar um ponto qualquer específico que você nem imagina onde esteja em meio àquele vasto ambiente de alternativas de locomoção. Podem existir muitos perigos ao seu redor. Ao mesmo tempo pode haver uma série de encantadoras locações que valem a pena ser visitadas. Não se sabe ao certo, tudo ali é uma tremenda incógnita.

    Para tarefa tão complexa você dispõe unicamente de um mapa, um pedacinho colorido de papel com alguns riscos traçados representando caminhos em particular e alguns símbolos equivalentes a certos locais relevantes que podem ser utilmente usados como referência. Não há ninguém para se perguntar informações, não há placas, nenhuma tecnologia pode ser utilizada para facilitar o atingimento do objetivo.

    Você estuda esse mapinha que tem em mãos com afinco. Concentrado, explora visualmente através dessa representação o possível sentido no qual vai se locomover, para que consiga alcançar o seu propósito no menor tempo possível, sem se perder, sem se meter em possíveis perigos que possam colocá-lo em risco, com o intuito de que tudo corra da forma mais agradável possível.

    Enquanto tenta decifrar todos os símbolos contidos ali você trabalha mentalmente para associar tudo aquilo que visualiza em suas mãos como se fosse efetivamente aquele ambiente que terá que percorrer. Portanto, até que realmente se ponha a explorar o espaço físico de forma prática, até que interaja fisicamente com aquele ambiente desconhecido, você acredita sem a menor dúvida que aquele mapa representa fielmente tudo o que vai enfrentar, de forma fidedigna. Não há muitas outras escolhas a não ser considerar isso, pois pessoalmente está em um espaço completamente obscuro, uma vez que nunca teve nenhum tipo de contato com aquilo, e o mapinha é sua única ferramenta disponível.

    Uma outra pessoa qualquer que já tenha estado no local específico certamente já tem uma noção, mesmo que não seja devidamente suficiente para encontrar o ponto específico que você almeja, do que existe naquele espaço, naquele ambiente. Mas você não tem noção alguma, pois tudo o que há ali é completamente estranho a sua percepção. Perceba como a percepção pessoal modifica toda a situação que será enfrentada ali. No seu caso em específico não há a menor alternativa possível a não ser acreditar cegamente no mapa que tem em mãos. Tudo o que se seguirá será baseado na experiência vivida enquanto analisa aquele documento.

    Por algum tempo você vai mentalizar aquele terreno que o cerca exatamente como está conseguindo enxergar no mapa, porque na prática você nem imagina o que encontrará depois dessa ou daquela colina, ou após o lago, ou o que tem depois da curva do atalho no meio das árvores. Tudo é um imenso mistério. Como dispõe apenas daquele pedacinho de papel deposita sua esperança totalmente nele, a esperança de que esteja realmente de acordo com a realidade que em breve terá que enfrentar. E é justamente aí que pode estar o grande contratempo de sua jornada naquela terra completamente selvagem.

    A dinâmica disso se apresenta mais ou menos como se enxergasse o terreno ao seu redor através do pequenino pedaço de papel, que nessa analogia assume as características de uma espécie de lente colorida colocada em frente aos seus olhos físicos, fazendo com que se perceba tudo a sua frente com a mesma cor daquele artefato. Assim, tudo o que se passará em seu espaço mental acerca daquele espaço físico parecerá efetivamente ter aquela tonalidade colorida e estará conectado às informações que adquiriu através do mapinha. Para o explorador é como se aquela folha fosse realmente o terreno. Entretanto, o mapa não é o território, como já nos alertou sabiamente o tal filósofo.

    Considere-se agora em um restaurante, lendo o cardápio, com vontade de comer uma boa refeição. Você vê aquela foto que representa um prato específico, impressa no menu como forma de atrair a atenção dos clientes para escolher aquela opção, e salivante opta por ele. Sem dúvidas você comerá o prato descrito, pois os cozinheiros receberão a solicitação e executarão os procedimentos pertinentes, salvo em algumas ocasiões especiais não programadas como a falta de algum ingrediente. Entretanto, você sabe muito bem que o prato não necessariamente será idêntico àquele que viu no cardápio, pois é uma, como se costuma dizer, imagem meramente ilustrativa, algo disponibilizado aos clientes apenas para dar a noção do que se comerá caso aquela opção específica seja considerada.

    Acontece que na prática as coisas não funcionam bem assim. Todos deveriam estar plenamente cientes de que o mapa é apenas uma representação do território, não necessariamente condiz perfeitamente com a realidade. A imagem de cardápio do prato de restaurante segue a mesma linha de pensamento. Todavia, em relação a alguns dos mapas ou fotos de cardápio estabelecidos na sociedade a coisa toda ultrapassa essa lógica. Esse é o verdadeiro sentido da frase metafórica inicial. Literalmente falando é evidente que o mapa e o território são coisas diferentes, mas quando se considera esse viés mais amplo, aquele para o qual a sentença foi elaborada, essa evidência não parece assim tão eficiente.

    A sociedade funciona através das representações que segue, como se fossem esses mesmos mapas da metáfora. Segundo os conceitos que são considerados sobre o que quer que seja, as pessoas constroem suas opiniões e suas percepções, como se estivessem presas àquelas ideias de forma irresistível. Isso faz com que se tornem seres perigosamente acomodados, que aceitam a doutrinação que recebem sem sequer examinar sua validade. No exemplo simbólico em questão, no geral, a humanidade deixa de considerar o terreno que deve verdadeiramente percorrer e se baseia completamente no mapa que recebeu. Os olhos sequer são levantados sobre o papel para conferir se estão realmente seguindo na direção que acreditam seguir.

    A verdade é que levantar os olhos acima do mapa para verificar o território real parece ser muito trabalhoso, ainda imerso na metáfora. O que significa que as pessoas não querem, definitivamente, ter o trabalho de testar para descobrir se procede tudo aquilo que ouviram dizer. Não querem se dar ao trabalho de pesquisar. Ou ainda pode ser que não queiram se envolver na dificuldade que é contrariar aqueles que impuseram essas crenças, chegando mesmo a incorporá-las inquestionavelmente, independente dos resultados que alcançarão com isso.

    O fato de um mapa não ser o território implica que é necessário explorar fisicamente o espaço ao redor, para que se tenha uma clara e fidedigna percepção daquilo que existe realmente, independente da precisão do cartógrafo, isso se for considerado que o mapa é mais ou menos profissional. Dessa forma, aquele que detém o documento não cairá em armadilhas devido a falhas, equívocos, ou mesmo da má intenção deliberada daqueles que confeccionaram o objeto. Na esfera vida humana seria algo como rever e reavaliar aquilo em que se acredita.

    Até que se viva verdadeiramente a experiência como ela é de forma efetiva a única coisa que existe são suposições. A pessoa envolvida supõe que aquela afirmação é verdadeira e age voltada a essa cativante percepção. Ao assumir uma crença, a de que o mapa de um lugar qualquer é idêntico ao território real por exemplo, aquilo é incorporado à forma como se enxerga tudo ao redor. Além do fato de não adentrar nos assuntos propriamente ditos, dos quais as crenças tratam, existe a imensa possibilidade de que aquele que entregou o mapa dizendo ser fiel à realidade tenha se enganado, ou ainda que queira fazer com que você se engane propositalmente, geralmente por interesses pessoais que ele jamais assumirá publicamente.

    Pode ser que o idealizador daquilo tudo esteja bem-intencionado, acreditando realmente que tudo funciona exatamente daquela forma que prega e que entregar aquele pedaço de papel será extremamente útil ao destinatário, mas há um outro detalhe a ser considerado nesse sentido. Aquilo que é verdade para um pode não ser para outros, por características que apresentem singularmente ou por mera ambição. Um mesmo fato pode ser visto de forma completamente distinta entre duas pessoas, desde que operem segundo convicções igualmente distintas. Todas as decisões serão baseadas nessa visão ímpar de cada um.

    O grande problema que pode ser encontrado em toda essa situação complexa é que cada um tem uma visão, cada um considera apenas aquilo que está doutrinado a acreditar, combatendo totalmente toda e qualquer forma divergente de perceber as coisas que existem no Universo. Isso provoca inúmeros conflitos e até guerras de abrangência mundial.

    Estar incondicionalmente apegado a um mapa impede que se viva a vida de forma real, impede que se percorra livremente o território que ele aparentemente representa. Faz com que a visão geral se limite severamente, que fica vinculada àquilo que foi imposto, ao mapinha que disseram para ser seguido. Isso tira a liberdade da averiguação, da exploração, do tirar a prova por si mesmo e recriar as próprias opiniões. Os mapas são muito úteis, mas não substituem a vivência da jornada em si. Esteja sempre aberto à possibilidade de que as guias que você usa não estejam condizendo exatamente à Realidade, pois em uma quantidade assombrosa realmente não estão. É preciso investigar por si mesmo, portanto. Relaxe por enquanto, isso já vai fazer mais sentido.

    UM ALERTA MUITO SÉRIO E PERTINENTE SOBRE O QUE SERÁ ENCONTRADO AQUI

    É preciso deixar claro, antes de qualquer nova investida, o assunto que será tratado aqui e a forma de abordagem do mesmo. Tudo isso sem, contudo, antecipar o que se desenrolará de forma precoce, o que estragaria toda a experiência. Essa exposição inicial demandará certo esforço criativo para seu  satisfatório desenvolvimento.

    Dada a intenção e propósito desta obra o esforço acabará sendo válido. A simples indicação superficial da forma como se abordará o delicado assunto servirá para afastar aqueles que não desejam vivenciar as experiências que serão aqui proporcionadas, da mesma forma como despertará a curiosidade e coragem daqueles que estão minimamente preparados para tarefa tão complexa e desgastante.

    A palavra coragem não foi escolhida no sentido metafórico remetendo a disposição para ler, interpretar e absorver um trabalho dessa natureza, com letrinas agrupadas formando frases e textos minimamente organizados e estruturados, apesar de ser válida neste sentido também. Uma dose de coragem no sentido de perseverança será imprescindível no processo.

    A palavra coragem aqui significa a mais pura ideia de se estar plenamente disposto a prosseguir em uma caminhada, em uma jornada, ainda que as dificuldades encontradas sejam imensas e altamente desafiadoras. Remete a estar pronto para os desafios que virão e disposto a vivenciá-los e ainda assim seguir em frente. E os desafios surgirão nessa jornada em específico, isso é garantido. O que será lido aqui é desafiador, o que faz parte da intenção final.

    Prepare-se para ser profundamente provocado, esteja ciente de que entrará a partir de agora em um severo desafio onde sua estrutura emocional, psíquica, psicológica e mental internas serão colocadas no limite mais desconfortável possível, para que possa então ampliá-los em seguida, tornando-se ainda mais flexível e fluido em um contexto geral de sua vida humana temporária.

    O desconforto, aliás, será um companheiro constante, caso opte, por sua própria vontade e responsabilidade, por seguir interagindo com todos os caracteres que foram digitados ao longo dessa obra informal. Cada vez que passar os olhos por aqui novamente um novo sentimento de contestação surgirá, gradativamente mais forte e intenso, o que deverá ser ultrapassado para que a continuidade da leitura seja possível. Caso contrário, a ação vai empacar e estacionar como um estrondoso fracasso.

    Todo esse turbilhão de sensações surgirá unicamente em seu próprio interior, virá dos cantos mais sombrios e sórdidos de sua própria mente humana e vai desafiá-lo a superá-los. Inclusive, a iniciativa de embarcar nessa jornada e superar tais desafios partirá igualmente de sua própria estrutura orgânico/mental/espiritual e, caso assim escolha, será imprescindível para o saudável seguimento de tudo.

    Ninguém além de você mesmo lançará as mais sórdidas e desafiadoras armadilhas para tentar a todo custo capturar justamente você mesmo dentro de uma prisão que somente pode ser transposta por, adivinha quem, você próprio, dotado de vontade, perseverança, paciência e, obviamente, muita coragem para enfrentar todo o ditame.

    Esteja pronto para seguir em frente na leitura. Mesmo nos incontáveis momentos em que desejar desistir e jogar tudo na parede, prossiga. Mergulhe no desconforto interno e aprenda a saboreá-lo até que se torne meramente uma sensação. Prepare-se para enfrentar seu único e mais cruel inimigo, você mesmo.

    TOTAL ATENÇÃO AOS TÓPICOS QUE CAUSAM MAIS DESCONFORTO

    A ideia aqui é organizar todo o conteúdo em tópicos, em partes avulsas e independentes, mais ou menos correlacionadas. Cada pequena parte daquilo que será apresentado vai ocasionar, provavelmente, um tipo de reação diferente de sua parte. Cada pequeno item discutido vai alavancar uma resposta específica e no geral essas respostas não serão nada agradáveis. Bem desagradáveis, usando da sinceridade.

    Entenda como desagradável algo que traga uma inquietação, um conflito interior, uma confusão mental interna. Entenda ainda que quem vai sentir essa sensação de confusão será exclusivamente você que está lendo. Ao mesmo passo que unicamente você mesmo poderá superá-la para seguir em frente. Da mesma forma, apenas passando por essa etapa desconfortável o processo poderá seguir em sua plenitude.

    Uns assuntos específicos vão despertar mais ou menos desse desconforto. Alguns serão lidos com tranquilidade e uma certa pitada de serenidade. Outros vão demandar uma nova olhadela para que alguma análise mais elaborada seja desenvolvida e o tema seja melhor percebido e absorvido, da forma como for possível para a sua pessoa mental. Contudo, cedo ou tarde surgirão pontos cirúrgicos que desencadearão sentimentos bem agressivos. É então o momento em que começará a questionar o que está lendo, a validade de tudo o que está sendo apresentado aqui. A veracidade do que está sendo transmitido será fortemente colocada em xeque e um dilúvio de dúvidas e contrariedades inundará seu espaço mental.

    Frases como com que propriedade este filho de uma puta qualquer escreve um monte de merda dessas?, ou ainda quem esse babaca acha que é pra me dizer uma palhaçada dessas?, quem sabe talvez de onde esse maluco tirou essa sandice sem o menor sentido? provavelmente serão formuladas em sua usina mental. Sem problema algum! Ninguém se ofenderá com nada disso. Esteja extremamente confortável para formular essas e outras ainda mais agressivas frases de intimidação. Ninguém se sentirá ultrajado.

    Mas mantenha no foco de sua consciência que aqueles tópicos que mais causarão desconforto, aqueles que mais o deixarão contrariado, principalmente os que o levarem a um estado furiosos de revolta extrema contra quem os escreveu ou contra qualquer outra coisa relacionada, inclusive contra você mesmo, são exatamente aqueles que merecem um grau ainda mais elevado de sua atenção crítica e focalizada.

    Toda vez que for visitado pela fúria, pelo ódio, pela revolta ou outro sentimento semelhante, entenda que ali está sendo tratado um assunto qualquer que provoca em você algum tipo de resistência, que desencadeia alguma graduação de transtorno interno. Você, pessoalmente, enxerga aquele ponto específico como algo espinhoso e desgostoso. Principalmente nesses momentos desconfortáveis a coragem será necessária e deverá ser acessada imediatamente para que não se bloqueie na tentativa e fique preso aí sem prosseguir adiante. Respire fundo, analise tudo de forma mais profunda e repense a forma como vê aquilo que o incomoda.

    Supostamente você escolheu por aceitar o desafio e se lançar na jornada proposta anteriormente. Quando alcançar o momento de contradição deverá se lembrar que voluntariamente se envolveu com o processo e escolheu por manter-se sempre

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