Uma terra casa tem esse nome algum
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Sobre este e-book
A poesia de Rafaela é feita de corpo, de terra, de lugar e de não-lugar, valendo-se de metáforas que confluem o sagrado e as profundezas da experiência humana com os elementos da natureza. E tudo isso culmina na concepção de casa. O corpo da mulher negra é seu próprio lar, uma morada que se movimenta, que migra e que se expande.
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Uma terra casa tem esse nome algum - Rafaela Miranda
parte I
um polvo sonha
levita, enquanto suas
ventosas, algumas, se
grudam à superfície
transparente do aquário
um polvo sonha
se escora mui meigo
ao vidro, braços em
múltiplos de oito
se animam
um polvo sonha
e muda de cor,
enquanto sonha,
se camufla; rei midas:
recíproco: o que ele
toca reverte em si
um polvo sonha
mas o que sonha um
cefalópode solitário
cuja companhia de própria
espécie desconhece
um polvo sonha
e não por acaso o cientista
diz she dreams, não usa o it
próprio aos bichos e às coisas.
mas diz ela
ela; ela sonha
e peixes-palhaços a fazem
companhia.
ela argonauta anfitriã
navegante dos sete mares
das águas filtradas
se fosse para apostar
diria que sonha com
uma boca aberta
enganchada a sua.
Ilustraçãoum peixe me engole
se um anzol me aparecesse assim
pairando no azul profundo
eu, isca
nadaria até ele,
o montaria, o faria de assento, desejosa
de um balanço & se sem mais nem
menos um peixe grande me engolisse
minha morada, o peixe na barriga da
baleia, a baleia na barriga do mar, o
mar na barriga do tempo;
abocanho o tempo, lambo sua
parede estomacal,
o ácido me dissolve
ainda quero os sete mares
sou molécula, logo logo partícula subatômica
fujo enquanto não me veem. em seguida,
o azul profundo sou eu.
Ilustraçãoabelha, outro ponto de vista
uma cena // tem sempre mais de um ponto //