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A parte de Deus e a parte do homem
A parte de Deus e a parte do homem
A parte de Deus e a parte do homem
E-book176 páginas2 horas

A parte de Deus e a parte do homem

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Sobre este e-book

Qual a participação do homem e de Deus na experiência real da vida? Quem é o principal responsável pelas vitórias e derrotas de sua vida? A minha ideia de Deus corresponde à realidade Dele? De que maneira a fé pode te ajudar a ter saúde mental? De que modo minhas expectativas em relação a Deus pode me levar à frustração?
Este livro tem como objetivos: produzir uma reflexão sobre como a distorção da espiritualidade pode produzir a alienação do homem de si mesmo, do outro e do mundo; analisar o homem, suas interações, responsabilidades, potencialidades; ampliar a compreensão sobre Deus, identificar fatores que promovam saúde mental e espiritual; e, finalmente, possibilitar uma consciência equilibrada acerca da participação do ser humano e de Deus na vida real.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jul. de 2023
ISBN9786525280318
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    Pré-visualização do livro

    A parte de Deus e a parte do homem - Tácio Sales

    1. TIPOS DE PENSAMENTOS

    "Mentes são como paraquedas. Elas só funcionam

    quando são abertas."

    James Dewar

    Ao enviar uma mensagem para alguém que você gosta, o recurso do aplicativo no seu celular indica um fato angustiante: a pessoa não visualizou sua mensagem. Algumas horas depois você percebe que sua mensagem foi lida, mas você não recebeu nenhuma resposta! A sua necessidade de uma resposta rápida intensifica o desejo de ser respondido e, com o passar dos minutos e horas, o tempo se transforma numa eternidade para você.

    Sua ansiedade pela espera alimenta seu pensamento único e central: Ele não se importa comigo!. Este tipo de pensamento certamente produzirá em você sofrimento e um possível prejuízo na qualidade dessa relação. Você fixou seu pensamento na crença de que a pessoa não se importa com você!.

    Essa fixação numa só ideia é comum em pessoas que possuem um tipo de pensamento unilateral. Este tipo de pensamento é caracterizado pela atitude humana de pensar de maneira única, radical e extrema, diante de uma situação social específica.

    Por outro lado, há pessoas que possuem um tipo de pensamento sistêmico. Este, é caracterizado pela capacidade humana de considerar diversas possibilidades diante de uma mesma situação social. A mesma situação descrita acima poderia ser percebida de uma maneira sistêmica, a partir do surgimento de uma série de questionamentos diante da situação incômoda: Por que ela não visualizou a minha mensagem e não me respondeu?. Várias possibilidades então são consideradas: ela pode estar no trabalho, estudando, conversando ao telefone com alguém, pode ter ido ao banheiro, pode ter saído sem o celular, pode estar sem conexão com a internet, pode estar ocupada respondendo às diversas mensagens dos grupos, quem sabe até perdeu seu celular ou este foi roubado? A lista é infinita!

    Quando penso de modo unilateral, limito a minha percepção da realidade e só consigo enxergar a vida no preto ou no branco. Deixo de contemplar o azul, amarelo, verde, vermelho, rosa, roxo, marrom, cinza e as múltiplas cores e suas respectivas tonalidades. Por outro lado, quando penso de modo sistêmico, percebo a vida de modo amplo, saudável e criativo. Saio do automático, e passo a monitorar meus pensamentos e sentimentos através de reflexões e questionamentos saudáveis.

    Questionar suas ideias e ter dúvidas não é errado. É parte natural do ato de pensar humano! É impossível haver aprendizado, crescimento, mudança, desenvolvimento e aquisição de conhecimento sem perguntas, reflexões e interrogações! A compreensão é resultado da reflexão! Vivemos no automático e muitas vezes, somos levados a fazer coisas erradas por influência dos outros, sem nos darmos conta de que estamos totalmente equivocados!

    Particularmente, não consigo entender como as pessoas possuem tantas certezas acerca de tudo! Sabemos muito pouco, muito menos do que imaginamos! Perceber a nossa ignorância é uma das mais lindas virtudes que podemos ter! Sabemos tão pouco acerca do mundo, das pessoas, da vida, que dirá de Deus!

    Perceber nossa falta de conhecimento e que ainda não sabemos como convém saber,³não é um convite a nos acomodarmos na ignorância. Nem tão pouco significa que não devamos buscar o conhecimento humano ou divino. Exatamente ao contrário! Devemos nos sentir motivados a buscar conhecer cada vez mais o que está revelado e disponível para nós.

    No entanto, para crescer no conhecimento, precisarei sair da minha zona de conforto e estabilidade e me questionar: - Será que posso estar errado?

    Tomemos como exemplo as mais de três mil denominações cristãs no Brasil. Apesar de todas elas crerem num só fundamento, as Escrituras Sagradas, todas possuem diferenças em suas crenças, valores e na sugestão de comportamentos morais aos seus membros. Qual delas está correta?

    Naturalmente, se você é um cristão-bíblico, dirá que a verdade não está com nenhuma denominação cristã, e sim nas Escrituras. Mas, o que aconteceria se todos os cristãos colocassem as Escrituras no patamar da verdade e, sinceramente perguntassem aos seus líderes: - Onde está nas Escrituras que devo fazer isso? Por que devo praticar o que está me dizendo? Pode me mostrar um texto bíblico, que comprove o que diz?

    Possivelmente, muitos chegariam à conclusão de que, na verdade, sempre obedeceram às pessoas e não às instruções bíblicas. Além disso, haveria muito menos denominações que pregam opiniões humanas e mais denominações que propagariam a compreensão e conhecimento real das Escrituras. Mas que tipo de pensamento me ajudaria a crescer no conhecimento perante Deus e os homens?

    Extremos Perigosos

    Um modo de pensar unilateral é marcado pela fixação em ideias radicais e extremas, produzindo distorções na interpretação das Escrituras Sagradas, de Deus, do homem e da sociedade, gerando percepções desequilibradas, às quais são fonte de intenso sofrimento pessoal e alienação social.

    Para compreender a parte do homem e a parte de Deus e suas respectivas ações na vida e história humana, será fundamental um pensamento sistêmico, marcado pela humildade, abertura ao novo e espiritualidade.

    Pensar de modo sistêmico significa perceber que nem sempre você está certo e que cabe a você respeitar, tolerar e, se possível, amar as pessoas com as suas diversidades de pensamentos, sentimentos e comportamentos.

    O mundo é composto de 7,7 bilhões de pessoas e nenhuma delas nunca pensará, sentirá e se comportará exatamente igual a você. Pensar de modo sistêmico não significa deixar de ter suas crenças pessoais no certo ou errado; no bem ou no mal; no sim ou no não; e no teísmo ou no ateísmo. Mas significa aprender a conviver de modo equilibrado e maduro com pessoas que possuem atitudes² diferentes das suas, mantendo-se aberto a novos aprendizados.

    O radical não consegue suportar a diferença, utiliza sempre em seus discursos palavras generalistas como: tudo, nunca, nada, igual, ninguém, padrão e sempre. A sua mente o alienou de si mesmo, pois não sabe quem é; o alienou das pessoas, pois deixou de ter compaixão por elas; o alienou do mundo, pois só percebe os fatos a partir de uma ideia radical criada por sua maneira de pensar limitada e generalista.

    Pensamento Generalista

    Seu pai te rejeitou e você agora pensa que todos os homens irão te rejeitar. Sua mãe te abandonou na infância e agora você se torna uma pessoa com medo do abandono, acreditando que todas as mulheres que conhece irão te abandonar. Alguém te machucou na sua história e agora ninguém merece mais a sua confiança.

    A pessoa com o pensamento generalista tende a enxergar a si, às pessoas, o mundo e a Deus de modo distorcido e radical. Isso acontece devido às limitações de conhecimento ou experiências passadas marcantes. Diante disso, a pessoa possui dificuldade em perceber as diferenças, distinguir e discernir uma experiência de outra.

    Enquanto as experiências negativas do passado podem tornar a pessoa com o pensamento generalista insegura, medrosa ou evitativa; as experiências passadas positivas, podem levar a pessoa a viver o presente de modo arrogante, descuidado ou ingênuo.

    Exemplo: Você teve um pai amoroso e presente, então cria expectativas de que todos os homens te tratarão assim, fato que pode te levar à frustração. Teve uma mãe bondosa e honesta, então pensa que todas as mulheres se comportarão como sua mãe. Isto pode te decepcionar! Teve sucesso no seu trabalho anterior e, portanto, no novo emprego tenta fazer a mesma coisa, supondo que será de igual modo.

    Bem, é sempre bom relembrar que uma das poucas certezas que temos na vida é que as coisas mudam constantemente! As pessoas são diferentes e únicas! As situações da vida mudam! Ninguém toma banho no mesmo rio duas vezes, nem você é o mesmo, nem as águas do rio que te banhou são as mesmas. Cada pessoa e situação na vida é única!

    Cada pessoa tem uma herança biológica, experiência, tempo de vida, percepções, contexto e escolhas diferentes! Cada situação nos reserva o inesperado, o imprevisível, o improvável! Embora algumas coisas na vida se mostrem de modo semelhante, nada é exatamente igual.

    Abandonar o pensamento geralista é esforçar-se para enxergar o outro, sem as distorções de nossas experiências, tentando perceber as pessoas e situações tal qual elas se mostrem objetivamente. Você pensa de forma unilateral ou generalista?

    O que mais me impressiona é que para defender suas ideias, o ser humano é capaz de deixar de perceber a própria realidade. Mesmo diante de provas concretas ante seus olhos, ele mantém sua crença irracional até levá-la a limites aterrorizantes.

    A nazismo alemão de 1942, por exemplo, foi sustentado por pessoas que possuíam uma crença irracional na ideia hitleriana, o qual acreditaram no absurdo da superioridade da raça branca alemã. Fixados na sua ideia delirante, eles assassinaram mais de seis milhões de pessoas que eram diferentes deles.

    Todo radical é um nazista em potencial, pois seu objetivo é eliminar todos que não pensam como ele. Compreensão, compaixão e aceitação ao diferente, podem até fazer parte de seu discurso verbal, mas nunca de sua conduta e prática social.

    Dependência e Independência

    Quando penso de modo radical e extremo, deixo de agir com equilíbrio e moderação. Como consequência, sofro pessoalmente e também prejudico minhas relações.

    Vejamos dois exemplos: Uma jovem namorada que não consegue viver sem seu amado e, em sua dependência extrema dele, abandona sua rotina diária, colocando-o acima de tudo! Parece que seu coração pulsa junto com o dele e, nessa relação extremamente dependente, abandona a atenção aos estudos, às amizades, aos familiares, ao seu lazer, às suas atividades de esporte e sua fé. Tudo com apenas um objetivo: agradar ao seu namorado.

    Em seu constante e incansável esforço, faz tudo o que seu amado deseja! Quando não correspondida da mesma forma, faz cobranças e exigências para que ele lhe retribua na mesma proporção. Liga e envia-lhe mensagens constantes e de forma incansável; renuncia às próprias opiniões, vontades, hábitos e comportamentos, simplesmente para agradar ao seu amado.

    Ao observar estes comportamentos, percebemos que esta jovem vive um intenso sofrimento e desequilíbrio afetivo que certamente lhe causará prejuízos devido ao seu modo extremamente dependente de amar.

    Agora, imaginemos uma situação oposta, mas tão prejudicial quanto a primeira. Nesta, a jovem namorada age de modo afetivamente distante e independente, sem se entregar ao carinho e ao amor. Mantém-se fria e racional no seu relacionamento, atuando na maior parte do tempo na relação de modo evitativo, falando pouco de si, fugindo de assuntos íntimos, racionalizando as demonstrações de ternura do seu amante, não se envolvendo na relação afetiva, se privando da comunicação autêntica e da proximidade física e/ou emocional. O que poderá acontecer? Certamente, esta relação não se sustentará por muito tempo. Além disso, o medo de amar e ser amada dessa jovem namorada a manterá com os sentimentos de desamparo, solidão e insegurança; gerando nela, naturalmente, o sofrimento pessoal e o prejuízo na manutenção saudável dessa relação.

    Vamos aplicar esses dois exemplos ao nosso relacionamento com Deus. Semelhante às relações que construímos em nossa vida social, será que é possível construir uma relação espiritualmente prejudicial com Deus? Será que posso agir tão independente ou extremamente dependente de Deus ao ponto de que essa relação espiritual produza em mim sofrimento? Sem dúvidas!

    Pensemos numa pessoa que age independente de Deus: ela pode ter sérios prejuízos no seu desenvolvimento espiritual ao evitar construir um relacionamento com Deus. Vivendo uma vida independente de Deus, ela poderá se desenvolver nas áreas biológica, psicológica e social da sua vida, porém, espiritualmente morrerá facilmente. Além disso, por não desejar conhecer ao Senhor como criador da vida, evitando percebê-lo como um Ser real, poderoso, soberano e legislador, ela poderá perder o privilégio de experimentar a sua salvação.

    Por outro lado, uma pessoa que age de modo extremamente dependente de Deus, pode se alienar da vida com uma intensidade tal, que isso lhe produza sérios problemas

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