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Homem de verdade: Seu papel como líder, marido, pai e amigo
Homem de verdade: Seu papel como líder, marido, pai e amigo
Homem de verdade: Seu papel como líder, marido, pai e amigo
E-book336 páginas9 horas

Homem de verdade: Seu papel como líder, marido, pai e amigo

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Sobre este e-book

Enfrentar o atual labirinto da hombridade, com suas imagens confusas que distorcem a verdadeira masculinidade, requer coragem e sabedoria. Como mentor, amigo e pai espiritual, Edwin Louis Cole apresenta um modelo de masculinidade que é infalível, funcional e, ainda assim, praticável: a hombridade da semelhança com Cristo!
O livro Homem de Verdade desconsidera os estereótipos que não trazem realização alguma, acaba com a pressão das exigências irreais, abandona as substituições baratas e as imitações mesquinhas da verdadeira masculinidade, e dá ao homem o poder de que ele precisa para obter o espírito e a convicção para ser um homem de verdade.
Homem de Verdade revela os mitos da masculinidade e aborda a esfera completa da vida de todo homem: casamento, finanças, sucesso, fracasso, paternidade e espiritualidade. Jesus Cristo venceu as fracas qualidades masculinas que haviam substituído a força da coragem e estabeleceu o padrão para a verdadeira hombridade a fim de ajudar os homens a serem homens de verdade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de set. de 2023
ISBN9788581251486
Homem de verdade: Seu papel como líder, marido, pai e amigo

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    Homem de verdade - Edwin Louis Cole

    Parte 1

    O Labirinto da Hombridade

    Capítulo 1

    A Crise da Hombridade

    Amo ser homem.

    Não me sinto envergonhado, constrangido, intimidado nem culpado por sê-lo. Entretanto, sei que não sou o que devo ser. Sou o que sou, mais do que era antes. Porém, não sou inteiramente o homem que posso ser.

    Hoje em dia, sei para onde estou conduzindo minha hombridade; sei aonde quero chegar. Durante anos, tive dificuldade de lidar com essa questão, pois nunca me ensinaram o que é ser um homem. Por meio das lutas e adversidades, dos sucessos e das conquistas, aprendi muito sobre o que significa ser homem. Hoje, posso dizer que a vida tem sido maravilhosa em vários sentidos. Tenho uma esposa que amo profundamente, filhos que amadureceram com êxito, uma carreira que, apesar de instável em certos sentidos, exerce uma boa influência sobre o mundo todo em nome do Senhor.

    Enfrentamos uma crise na liderança e na produtividade, porém, isso deriva de uma crise na hombridade.

    Muitas pessoas reconhecem a crise atual referente à hombridade e tentam resolvê-la. Uma manchete do jornal Boston Globe dizia: Procuram-se Homens Valentes. O artigo começava com a seguinte pergunta: O que há de errado com os Estados Unidos? e dava a seguinte resposta: Liderança ruim. Não apenas no governo ou na política, mas no comércio e no proletariado, na prestação de serviços e na indústria, na educação e em outras instituições importantes, e na mídia também.¹

    Sarcástico e crítico, mas verdadeiro, certo? A maioria dos norte-americanos concorda com isso. Enfrentamos uma crise na liderança e na produtividade – porém, isso deriva de uma crise na hombridade. Nossa hombridade tem sido castrada, e isso tem esterilizado nossa capacidade de procriar.

    Os Estados Unidos não são o único país que enfrenta tais problemas. Homens de todas as nações debaixo do sol se deparam com grandes quantidades de problemas. Por exemplo:

    Na América do Sul, a inflação desgovernada enfraqueceu a vitalidade de muitos países, criando uma abordagem de vida fatalista para seus cidadãos. Os jovens sentem que nada os espera no futuro e estão impotentes diante do problema. Nesse caso, a crise não é simplesmente econômica. Trata-se de uma crise de hombridade.

    Em minha última visita à Inglaterra, um jornal importante assinalou que 5 milhões de pessoas estavam vivendo de ajuda do governo. O artigo afirmava que a geração atual não tinha ambição nem esperança – os jovens estavam tomados pela mentalidade assistencialista.

    A juventude italiana admira mais os membros da máfia do que os parlamentares ou os líderes religiosos ou empresariais, de acordo com uma reportagem recente. Depois das celebridades criminosas, os jovens italianos preferem os artistas. O jornalista concluiu que os jovens parecem carecer de uma compreensão dos valores normais que sustentam e fortalecem uma sociedade produtiva.

    Quando estive na Alemanha, os cidadãos alemães disseram que sua nação era uma nação órfã de pai por causa da gigantesca perda de homens na Segunda Guerra Mundial.

    Pelo mesmo motivo, a Rússia é chamada de nação sem avôs. Depois da Segunda Guerra Mundial, apenas 17 de cada mil russos voltaram da batalha, e apenas três destes 17 não foram feridos nem mutilados.²

    Na Escócia, a depressão masculina corre solta.

    Na Austrália e na América Central, a mentalidade machista tem criado problemas nos relacionamentos na indústria e na família.

    Os homens sul-africanos ainda sofrem com o legado terrível do apartheid (política de segregação racial que objetivava o predomínio pleno dos brancos sobre negros, mestiços e minorias de origem asiática).

    As Filipinas preservam uma sociedade matriarcal que contribui para uma alta incidência de homossexualidade entre os homens. Relatos de homens nigerianos flagrantemente tratando mulheres com brutalidade criam comoção nacional e constrangimento internacional.

    O QUE FAZ DE UM HOMEM UM HOMEM DE VERDADE?

    As pessoas são motivadas pelo que elas acham que é importante – seja essa percepção verdadeira, ou não. A Bíblia coloca dessa forma: Porque, como imagina em sua alma, assim ele é.³ As ideias sobre hombridade, reunidas a partir dos exemplos da sociedade – tanto bons quanto ruins – motivam os homens a adotar comportamentos positivos e negativos. Essas percepções ditadas pela sociedade distorcem a verdadeira hombridade e geram confusão. Por exemplo:

    as feministas se enfurecem com o machismo, criando uma nova percepção da palavra homem, e bradam para substituir palavras de um gênero específico por palavras mais neutras;

    os ativistas de direitos gays se enfurecem com a heterossexualidade e organizam paradas nas quais desfilam com bandeiras com os dizeres Odiamos heterossexuais;

    o cinema, a televisão e a mídia de entretenimento transmitem uma ideia dos homens como tolos negligentes ou super-heróis machistas. Até mesmo programas de televisão para a família mostram homens incapazes dependendo da ajuda de mulheres competentes;

    livros e periódicos criticam rotineiramente os homens por não passarem tempo o bastante com a família, por não fazerem sua parte nos afazeres domésticos, por não serem sensíveis com a esposa... E a lista continua;

    no local de trabalho, outros padrões são aplicados. Os homens devem se comportar agressivamente – aperfeiçoando a arte dos negócios, fazendo as vendas, criando novos projetos, ganhando contratos, negociando até o último centavo. Eles devem competir usando todos os meios disponíveis – morais ou não.

    A média dos homens comuns tem tentado lidar com essas mensagens conflitantes procurando agradar a todos. Acabam castrando a própria identidade, tornando-se indivíduos ineficazes e estéreis. Dificilmente agradam a alguém; em vez disso, tornam-se objetos de desgosto. Não é de se admirar que os homens de hoje estejam confusos quanto à hombridade.

    Em conferências e convenções, em programas de rádio e televisão, onde quer que eu ministre aos homens, uma pergunta básica surge constantemente: o que é um homem de verdade?

    Será que o homem deve ser semelhante ao ator John Wayne: o ícone elegante e durão da velha virilidade de Hollywood – alto, forte, leal aos amigos e um terror aos inimigos, sempre defendendo o que é correto (sempre sabendo o que é correto!), atraente para as mulheres, temido e respeitado pelos outros homens?

    Ou o homem deve ser semelhante a um entrevistador de TV, resposta da televisão ao movimento feminista: solidário, emotivo, sensível e inofensivo? Ou os homens devem voltar à ideia do homem renascentista, isto é, o homem universal, aquele que se destaca em vários campos e é erudito em muitas ciências ou artes? Ou os homens devem ser como Nelson Mandela, Michael Jackson ou Arnold Schwarzenegger?

    O que é um homem de verdade? Como ele é?

    As respostas brotam de todos os setores: religião, filosofia, mitologia, sociologia, psicologia, cultura em massa, educação, governo. Todos têm uma resposta, mas nem toda resposta é verdadeira. Para onde, então, deveríamos nos voltar?

    No caso da identidade e do papel masculinos, a resposta encontra-se em Deus, uma vez que Ele se revelou na Terra pela hombridade de Jesus Cristo.

    A resposta à crise da hombridade é a mesma dada a toda crise existente no mundo desde o tempo da criação: a intervenção do Deus Criador. No caso da identidade e do papel masculino, a resposta encontra-se em Deus uma vez que Ele se revelou na Terra por meio da hombridade de Jesus Cristo.

    Por intermédio de Jesus, Deus nos mostrou, pelo exemplo, a maneira de vivermos como homens de verdade neste mundo. Deus nos revelou, pela forma física, o que ele já dissera: que criou o homem à sua imagem e para os seus propósitos. Portanto, a essência da verdadeira hombridade não se encontra na aparência do homem ou no que ele faz, mas em quem ele é.

    Contudo, isso nos leva a outro problema ao qual os homens têm procurado resposta há 2 mil anos. Como nos aproximamos deste homem-Deus, Jesus Cristo? Como podemos imitar a divindade de um Deus Santo revelado na Terra como homem? Admito que ainda não tenho todas as respostas. Porém, descobri diversas verdades que hoje ensino no mundo todo e posso lhe dizer que os resultados gerados pela aplicação destas verdades beiram o inacreditável.

    HOMBRIDADE SEMELHANTE A CRISTO

    Em uma reunião específica, mais de 2 mil homens lotavam um auditório de Boston. Muitos dos presentes por fim acabariam entendendo os modelos e princípios que eu estava ensinando; e adotariam e ensinariam esses princípios a outros homens, os quais, por sua vez, ensinariam outros, e a verdade assim se espalharia. Porém, naquele dia, à medida que eu falava àqueles indivíduos reunidos ali, a revelação de quem Jesus realmente é e do que Ele fez por nós como homens parecia penetrar a mente e o coração de cada indivíduo presente. O peso da verdade causava um silêncio sereno entre eles. Então, após alguns minutos, irrompeu uma manifestação entusiástica de alegria.

    Parei de falar para dar oportunidade aos homens que nunca se haviam comprometido com a verdadeira hombridade. Pedi que viessem à frente e se manifestassem publicamente. Uma vez que centenas se apresentaram, os outros começaram espontaneamente a gritar em uníssono: Jesus, Jesus, Jesus!.

    À medida que bradavam, teve início uma convicção que era quase palpável. Homens que, um minuto antes, tinham a noção de hombridade adquirida das telas do cinema, de revistas e mentores incrédulos, de repente, deram-se conta de que a verdadeira hombridade significava ser como Jesus, o único Homem que já viveu exatamente conforme Deus o criou para viver. Convencidos de sua falta de brio, da sua frouxidão em seguir a multidão, aqueles indivíduos começaram a correr para a plataforma a fim de livrarem-se dos vestígios de uma vida errada – drogas, cigarros, escravidão, chaves dos apartamentos das namoradas, garrafas de álcool, bilhetes da loteria, armas. Em aproximadamente 15 minutos, a plataforma estava abarrotada de símbolos da hombridade mundana.

    Então, o barulho diminuiu, e os homens começaram a cantar. Que som! Era como se a igreja tivesse decolado, e os sons de um coro celestial de vozes masculinas estivesse flutuando pelos corredores do Céu.

    Não havia tambores para tocar, placar para ler, mas, naquele exato local, no coração de Boston, bem no centro dos Estados Unidos da América, aqueles homens foram libertos – libertos para serem homens!

    Não há maior alegria ou satisfação para um homem do que chegar ao nível da hombridade de Cristo – a verdadeira hombridade.

    Aquele foi apenas um dia na vida daqueles homens. O que eles fariam a partir de então? Sei, por experiência própria e por centenas de cartas que recebo, que os homens que compreendem o verdadeiro significado da hombridade e começam a caminhar com essa consciência – comprometidos a tornar-se homens de verdade a cada dia –, veem uma mudança consistente e acentuada em sua vida a partir do momento do compromisso.

    A verdadeira hombridade não pode ser encontrada em uma simples explosão emocional de momento. Também não se encontra na aparência de valentia física e elegância. Nem na personalidade, no talento, na inteligência, no desempenho ou na profissão. A verdadeira hombridade encontra-se no coração do homem, do homem interior, em seu caráter moral, no verdadeiro homem que aparece além dos mecanismos exteriores para o resto do mundo ver.

    Os homens não podem adquirir clareza moral com mero conhecimento intelectual ou catarse emocional; para isso, devemos constantemente amadurecer, purificarmo-nos e mudar as partes mais íntimas do nosso ser. Esses elementos interiores criam a verdadeira qualidade em todas as áreas da vida; não o exterior de um produto, mas o interior; não o polimento de um para-choque cromado, mas o ruído agradável de um motor bem ajustado; não o talento em um campo de futebol, mas a cidadania e a integridade demonstradas quando os holofotes são apagados. A qualidade interior do homem é o que o torna um homem de verdade.

    Eu estava pastoreando uma igreja em San Bruno, na Califórnia, logo após a Segunda Guerra Mundial, quando comecei a aprender o que era ser um homem de verdade. Os bebês estavam florescendo, ex-soldados retomavam a carreira, surgiam bairros residenciais, as congregações rapidamente eram edificadas e as igrejas ampliadas para acomodar todos.

    Quando Nancy e eu aceitamos o convite da igreja para o ministério, o que havia era apenas a estrutura inacabada de um prédio no terreno. Havia paredes descobertas, um piso de concreto e velhos bancos de madeira no interior. Tentamos reformar o local com trabalho voluntário, pequenas quantias de dinheiro e materiais usados ou doados. A maioria dos voluntários tinha pouca ou nenhuma experiência em construção, mas queria oferecer um pouco do seu tempo. Cientistas pintavam o vigamento de madeira, professores dispunham as telhas, pregadores moviam os andaimes, e donas de casa pregavam a madeira compensada. Todos trabalharam duro.

    Entretanto, tínhamos poucos especialistas genuínos. Um deles era Paul, empreiteiro, carpinteiro e artesão do mais alto nível. Sua obra de carpintaria era muito procurada em San Francisco. Durante a semana, ele construía casas de alto padrão (e altos preços), mas passava os sábados ajudando-nos a finalizar nossa obra.

    A última tarefa de Paul era colocar um compensado de madeira na parede diretamente atrás do púlpito do santuário. À medida que ele trabalhava, nós nos maravilhávamos com a diferença que seu trabalho extraordinário fazia em nossa estrutura. Estávamos orgulhosos – emocionados com o fato de ele ter vindo nos ajudar e ansiosos para contar a todos sobre as habilidades de Paul.

    Por isso, foi um choque quando, no dia em que Paul terminou, chamou-me de lado e me pediu para não dizer a ninguém que ele havia feito o madeiramento. Perguntei:

    — Por que, Paul? Você trabalhou tanto e fez algo tão maravilhoso por nós! Quero contar para todo mundo o trabalho incrível que você fez.

    — Por favor, não conte – disse ele. – Eu vou lhe mostrar por quê.

    Ele prosseguiu, mostrando-me onde a grã da madeira não combinava exatamente, onde o ângulo de 45 graus não estava perfeitamente encaixado e onde os níveis estavam desnivelados em uma fração de centímetro – coisas que eu nunca teria notado se ele não as tivesse assinalado.

    — Fiquei feliz em ajudar – ele continuou. – Mas, na verdade, esse trabalho não está dentro dos meus padrões, e eu preferiria que as pessoas não soubessem que eu fui o responsável por isso.

    Em seguida, ele me atingiu com o seguinte:

    — Eu poderia ter feito algo melhor se o material que utilizamos fosse de melhor qualidade.

    Nunca me esquecerei desta lição: a qualidade do produto depende da qualidade do material utilizado.

    Outra conclusão é igualmente verdadeira: quanto mais barata a mercadoria, maior o brilho. Quando a qualidade do material é inferior, o alto brilho é necessário para camuflar o verdadeiro produto.

    A qualidade do produto depende da qualidade do material utilizado. Quanto mais barata a mercadoria, mais alto o brilho.

    Móveis feitos de madeira de alta qualidade geralmente têm apenas um pouco de brilho para dar lustro e salientar a excelência da peça. Entretanto, móveis feitos de madeira inferior costumam ter camadas de verniz ou tinta aplicadas para lhes dar um brilho que oculte a má qualidade.

    Facas feitas de aço temperado e cabo de osso normalmente têm apenas uma marca na lâmina, designando a dureza do aço; e o osso é usado em seu estado natural. Contudo, facas feitas de plástico e ferro fundido, na maioria das vezes, têm cromo na lâmina e tinta no cabo para dar-lhes um brilho que esconde a baixa qualidade. Quanto mais barata a mercadoria, mais alto o brilho.

    Isso se aplica aos móveis.

    Isso se aplica às facas.

    Isso se aplica às mulheres...

    As prostitutas enfeitam-se com acessórios vistosos para esconder a baixeza do caráter. Usam camadas de maquiagem, vestimentas, carros, joias. Alto brilho para mercadoria barata.

    ... E isso se aplica aos homens.

    Vigaristas, quer seja no gueto quer na sala da diretoria executiva, são astutos e sofisticados. Tentam impressionar as pessoas com a aparência para disfarçar as práticas fraudulentas. Um homem de caráter barato sempre tenta se associar com pessoas de grande talento ou caráter. Assim, consegue lucrar com a identidade destas pessoas e controlá-las. Indiretamente, ele se apodera da identidade dos outros para compensar a própria falta de integridade. Tudo o que ele possui é por associação com os outros. Uma vez que seu nome não é confiável, ele sempre usa o nome de terceiros para conseguir algo. Em contrapartida, a qualidade do material usado para tornar-se um homem de verdade resulta em alta qualidade.

    Pode-se confiar na força de caráter do verdadeiro homem. Ele não engana os outros por dinheiro, reconhecimento nem pelo respeito de sua família. Ele é verdadeiro em todas as áreas da vida e em todas as faces de seu ser.

    HOMBRIDADE DE QUALIDADE

    Todo homem é limitado na vida por três elementos:

    o conhecimento que possui;

    o valor do seu caráter;

    os princípios sobre os quais edifica sua vida.

    Estes elementos modelam o interior do homem para melhor ou pior. Definem a qualidade de sua vida. A qualidade sempre é interior, não exterior.

    A qualidade das nações depende do caráter moral do seu povo e dos princípios sobre os quais edificam a vida individual. A verdade desse fato aparece claramente na história de Israel. Os israelitas tiveram uma crise na liderança e na hombridade que pode ser comparada à atual.

    Durante a época dos juízes, Gideão liderou Israel por um tempo. Ele morreu, deixando 70 filhos. Um deles era chamado Jotão. Líderes do governo coroaram rei o meio-irmão de Jotão, Abimeleque, e permitiram que ele matasse todos os seus irmãos para defender o reino. Apenas Jotão escapou.

    Depois do massacre, Jotão permaneceu afastado, a uma distância segura, e pronunciou a parábola do espinheiro como uma denúncia aos líderes. Na parábola, a oliveira, a figueira e a videira recusaram o cargo de rei das árvores, porque estavam satisfeitas com a vida que levavam. Portanto, as árvores recorreram ao espinheiro e pediram que fosse o rei. O espinheiro aceitou, mas fez exigências arrogantes que excediam em muito o seu valor, dizendo que as outras árvores deveriam humilhar-se e prostrar-se diante dele, ou o fogo as destruiria.

    Jotão usou a parábola para profetizar sobre como Abimeleque e seus assistentes, que deveriam ser os líderes da nação, passariam a ser inimigos, porque lhes faltavam as qualidades necessárias para liderar. A história mostra como supostos líderes qualificados recusam o serviço público por estar satisfeitos com suas riquezas e posições e por querer conservá-las. Até mesmo hoje em dia, encontramos homens de alta capacidade que não se envolvem em cargos públicos. Indivíduos vaidosos e ambiciosos preenchem o vazio da liderança e, de maneira arrogante, exigem muito das pessoas a quem deveriam servir. O problema do espinheiro existe em toda sociedade; incluindo a nossa.

    Nos Estados Unidos, alguns líderes, embriagados, dão cambalhotas em público, são indiciados por atos ilícitos ou imorais, estão envolvidos em fraudes e má administração e, mesmo assim, mantêm a postura de dizer que não é da conta de ninguém a forma como se portam na vida particular. A verdade é que aquilo que o homem é em particular – aquilo em que acredita, o que pratica e o que está encravado em seu caráter – determina as ações e decisões que ele toma em público.

    Não apenas os políticos, também alguns ministros, precisam corrigir o mesmo modo de pensar equivocado. A filosofia pessoal determina o desempenho público.

    Nem todo homem de caráter e integridade tem o chamado ou a capacidade de servir em cargos públicos, mas aqueles que o têm devem considerar com atenção tal necessidade em vez de repudiar a ideia com petulância. O mundo depende deles.

    Um dos homens mais sábios que já conheci ensinou-me uma grande lição sobre a importância de edificar o bom caráter. Eu era um jovem que estava começando no ministério quando o reverendo W. T. Gaston, um sacerdote experiente e muitíssimo admirado, veio me ajudar na visita a uma senhora endinheirada. Haviam-nos dito que ela poderia estar inclinada a dar uma oferta considerável a uma instituição de caridade com a qual trabalhávamos.

    Encontramos a senhora rica e obesa assentada numa cadeira de balanço na sala de estar de sua confortável casa, cercada de seus muitos gatos, que eram os senhores do local. Conversando com ela, percebemos que ela estava vivendo uma existência avarenta, consumida pela preocupação pessoal com o dinheiro e os gatos, sem intenção de fazer doações a obras de caridade. Ela nos informou, clara e agressivamente, que seu dinheiro deveria ser deixado de herança para os seus gatos.

    — A que conclusão você chegou? – perguntei quando saímos.

    — Bem, meu rapaz... – disse ele – quando o encanto desaparece, o que sobra é o caráter – bom ou mau.

    Quando o encanto desaparece, o que sobra é o caráter – bom ou mau.

    O encanto é momentâneo; o caráter, constante. O encanto lida com o exterior; o caráter, com o interior. Maneiras encantadoras que mascaram o caráter medíocre um dia desaparecerão, revelando a verdade encoberta.

    Um problema que contribui para a crise atual dos homens é o sistema de compensação oferecido para premiar a ótima aparência. A psicologia cultural adverte: apresente-se bem, e você será recompensado independentemente do seu caráter (pelo menos, durante um tempo).

    Os atletas profissionais problemáticos de hoje desfilaram por suas faculdades sendo enaltecidos, compensados e recompensados pelo talento, não pela hombridade. Uma vez dentro do mundo de alta pressão dos esportes profissionais, eles não têm a força interior para resistir às adversidades, pressões e tentações que os confrontam. Eles usam as drogas, o álcool, os jogos de azar, a violência e o sexo como válvula de escape, meio de obter conforto, acalento e alívio das tensões e ansiedades. Muitos acabam viciados, e alguns até são expulsos do esporte que tanto amam.

    Em contrapartida, também devemos nos lembrar de alguns grandes atletas de todos os tempos, por causa de sua caridade, cidadania e integridade.

    A

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