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As mentiras que o diabo me contou
As mentiras que o diabo me contou
As mentiras que o diabo me contou
E-book290 páginas5 horas

As mentiras que o diabo me contou

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Sobre este e-book

As mentiras que o diabo me contou, é uma obra que apresenta, a partir do olhar da autora, experiências vividas como; perdão, recomeço, superação e o reconhecimento do amor de Deus para melhor viver, mesmo com os desafios que a vida apresenta.
Ao longo dos capítulos, a autora decide discorrer sobre as dificuldades diárias enfrentadas e como Deus, a fé e a vivência dos princípios cristãos, auxiliam nessa jornada.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de nov. de 2022
ISBN9786558406464
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    As mentiras que o diabo me contou - Bia Baruffi

    Capítulo I

    A VIDA É DIFÍCIL, MAS DEUS ESTÁ PERTO

    Uma flor no jardim do Pai

    Durante uma caminhada matinal eu orava e conversava com Deus, e o Senhor me levou a refletir sobre todas as mudanças pelas quais tenho passado nos últimos anos, quantas descobertas sobre mim e quanto sofrimento gerado por feridas que foram tratadas pelo próprio Deus, de maneira muito íntima e particular, sobre a maneira que eu tenho usufruído Dele como Pai generoso, sempre pronto para abençoar os seus. Eu caminhava e pensava sobre a consumação do sacrifício de Jesus na cruz, sobre o fato de que um alto preço já foi pago por mim e por tudo que preciso, no maior ato de amor já visto.

    Eu também refletia sobre a atuação de satanás neste mundo caído em que vivemos, já propenso ao pecado. Como cristã, sei que há um banquete a minha disposição, pois tenho verdades bíblicas ao alcance da minha mão, que contêm promessas de muitas bençãos. Mas muitas vezes tenho deixado de provar dessas maravilhas e estou vivendo das migalhas que caem ao chão, simplesmente porque não aprendi ainda como acessar de forma completa o que já foi garantido para mim na cruz.

    Eu chorei diante dessa constatação, percebi que ainda tenho uma propensão a acreditar nas mentiras que diabo vem me contando, muitas delas atreladas ao meu passado. Mentiras que insistem em brotar em minha mente e descer ao meu coração, mesmo eu lutando contra essa artimanha há tempos. Reconheço que muitas vezes tenho caído nesses embustes.

    Implorei ao Pai que falasse comigo e acalmasse meu coração, já tinha me derramado, colocado diante Dele tudo que me afligia no momento, ansiava que o Espírito Santo se manifestasse e falasse comigo, se conectasse ao meu eu interior, mesmo sem eu merecer e, por mais que eu me esforce, nunca me tornarei merecedora. É graça.

    Então, pelo caminho eu observava as flores do campo plantadas na relva ao meu redor, aquelas que nascem sem ninguém semear, gosto de pensar que Deus gentilmente as colocou ali. Eram tão lindas e delicadas!

    E para quê preocuparem-se com o vestuário? Olhem os lírios do campo que não têm cuidados com isso Contudo, nem Salomão em toda a sua glória se vestiu tão bem como eles. E se Deus veste a erva do campo, que hoje é viçosa e amanhã é lançada no fogo, não acham que vos dará também o necessário, almas com tão pouca fé? (Mateus 6:28-30)

    Na caminhada eu continuava chorando e pensando na minha dificuldade pessoal em internalizar, praticar e viver verdades bíblicas simples como essa em Mateus, não à toa Jesus nos chama de almas com tão pouca fé (Mateus 16:8). Foi quando me deparei com uma flor peculiar, ela tinha um formato diferente, uma cor violeta estonteante e nascia em meio a pedras. Nada de terra, mas pedras de considerável tamanho por toda sua volta, sendo que, enquanto as outras flores que eu observara pelo caminho cresciam juntas, em harmônico grupo, essa flor era totalmente única, estava solitária.

    Deus me sussurrou ao ouvido:

    Você é como essa flor, nasceu, cresceu e floresceu em meio às dificuldades. É o Meu improvável, você quase sempre se sente só, mesmo em meio a multidões. Isso, além de um traço da sua personalidade, é consequência das suas vivencias passadas, em algumas feridas você ainda precisa deixar Eu agir para seguir em frente. Mas saiba que Eu nunca a deixei, você nasceu sob o Meu olhar, sob o Meu falar, sob o Meu agir, estou, estive e estarei contigo todos os dias da sua vida, ainda que você não notasse. Você não é um acaso, e não importa o que seus filhos, seu marido, suas amigas ou seus adversários pensem a seu respeito, você é linda e única, e pertence a mim, eu cuido de você como cuido dessa flor que você está contemplando agora, a diferença é que ela não está preocupada.

    Nessa altura eu estava parada, olhando a flor com olhos atentos e chorando, é claro! Certa vez li uma frase num devocional que dizia mais ou menos assim: A vida é como um rio, que você não conhece nem sabe onde ele vai dar, você está dentro de num barco, guiado por Deus, você precisa percorrer o rio, te resta aproveitar o percurso, apreciar a paisagem, ou se desesperar tentando descobrir a qual próximo obstáculo que as águas te levarão.

    Devemos buscar nossa subsistência em Cristo, colocando nossa confiança Nele e aceitando que estamos sujeitos a condições que nem sempre serão favoráveis, mas com a certeza de que o Espírito Santo estará sempre presente conosco e que Cristo está presente no nosso barco. O salmista diz em Salmos 112:7 que O coração firme em Deus não teme as más notícias.

    Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos (Mateus 5:45b). Essas são palavras de Jesus, e Ele nos deixa uma importante lição, que se repete na Bíblia em outros momentos. Todos nós estamos sujeitos a tribulações, dificuldades. O fato de sermos nascidos de novo não cria sobre nós uma redoma protetora, continuamos sujeitos às mesmas condições que os maus e incrédulos, o Salmo 37:8-9 nos adverte sobre isso:

    Não fique com raiva, não fique furioso. Não se aborreça, pois isso será pior para você. Aqueles que confiam em Deus, o Senhor, viverão em segurança na Terra Prometida, porém os maus serão destruídos.

    E nesse dia especial, carinhosamente, Deus me chamou a atenção para o fato de que uma vez germinada, tanto a flor que nasceu em meio às pedras quanto a que nasceu em solo, vão receber os mesmos estímulos, a mesma quantidade de sol, chuva, vento, intempéries naturais. A Bíblia diz que a chuva cai sobre justos e injustos. Porém os maus podem usufruir por um tempo da chuva, do sol, das dádivas de Deus, mas segundo a Bíblia, o destino deles é ruína, destruição.

    Talvez você não saiba, mas quando sentimos raiva, medo, insegurança, tristeza, não estamos em pecado, esses sentimentos são inerentes à nossa natureza humana. No Salmo 37:, ao falar da prosperidade do homem mau, que não teme a Deus, o próprio salmista nos exorta a não ter inveja, nem nos aborrecer, diz: Não fique com raiva, não fique furioso, não se aborreça, pois isso será pior para você [...].

    Por que isso será pior para nós? Porque quando permitimos que esses sentimentos tomem conta do nosso ser, estamos cometendo um pecado grave, pois passamos a mensagem de que Deus não é poderoso o suficiente, que Ele não é capaz de conduzir nossas vidas, que Jesus não pode suprir nossas necessidades. E ao invés de confiarmos, duvidamos de Sua força e poder, e de certa forma ignoramos o sacrifício de Jesus.

    Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo (João 16:33).

    Perceba nesse versículo acima, que Jesus diz "Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz [...]. Essa passagem da Bíblia é bastante explorada por causa da sua última parte, a de que nós vamos ter aflições nesse mundo". Mas não esqueçamos que antes Cristo nos disse que Nele teremos paz! E que Ele venceu o mundo, nos dando a entender que se nos firmarmos e olharmos para Ele ao invés de olharmos para nossas lutas, dificuldades, também teremos vitória sobre a tribulação mundana, tendo bom ânimo, sendo cheios de ações de graças!

    Esse Deus tem a capacidade de se inclinar para mim, mesmo sendo eu pecadora, escutar minhas dúvidas e meu clamor, receber meu arrependimento e meu grito de dor. E ainda está disposto e almeja se relacionar comigo! Quem é como o Eterno, nosso Deus, que reina nas mais elevadas alturas, mas se inclina bondosamente para contemplar o que se passa nos céus e na terra? (Salmos 113:5-6). Será que somos capazes de alcançar a dimensão da bondade e do agir desse Deus? Convido-o para que conheça um pouco da minha história.

    A caipira e o jovem cabeludo

    Nesses anos de caminhada com Jesus, não poucas vezes eu senti o zelo e o amor de Deus por mim. Minha primeira experiência com Jesus foi aproximadamente aos 8 anos, eu era católica praticante, e fiz uma oração de petição sobre a saúde da minha mãe. Embora isso não espelhe os ensinamentos católicos, lembro-me claramente naquela noite de ter orado em nome de Jesus e de ter feito meu pedido diretamente a Ele, não mencionando nenhum santo católico. Surpreendentemente tive uma resposta imediata no dia seguinte. Essa experiencia impactou minha vida espiritual. Na época, ainda uma criança, tive a certeza de que havia um Deus nos céus, que se importava comigo e com meus problemas aqui nesta terra.

    Anos depois, com 19 anos, grávida do meu marido, presa numa situação nada convencional, uma vez que, na época, ele nem meu namorado ele era, eu tive outra experiência sobrenatural com Deus. Eu conheci Rodrigo na ocasião em que morei na cidade grande, sozinha, longe dos olhos dos meus pais, que ficavam no sítio, na área rural. Nos relacionamos por um período rápido, e eu não nutria grande interesse por ele. Aliás, ele era a antítese do que eu esperava de um parceiro amoroso, tinha cabelos encaracolados compridos, usava roupas largas e descuidadas, dirigiria um fusca barulhento e antigo, embora fosse, talvez, um dos mais gentis rapazes que eu conhecera. Mas a realidade é que eu era uma jovem fútil e desmiolada, me importava muito mais com o exterior do que com o interior. Portanto, ao me encontrar grávida daquele estranho jovem, a única solução que pensava era em tirar aquele bebê e quando isso tornou-se inviável, decidi criá-lo sozinha, sem pai, ninguém jamais descobriria sua origem.

    Mas Deus, em sua infinita misericórdia e bondade, tinha outros planos para mim, então Ele me deu um sonho, em que eu estava parada num ponto de ônibus segurando a mão de um menininho, de 5 anos aproximadamente, Rodrigo passava, nos via e parava o carro. Dizia que eu havia sumido, perguntava do menino. Eu emudecia, sem saber o que falar, meu pequeno filho fitava seriamente os olhos de seu pai biológico, no sonho o menino se chamava Rodrigo. Mesmo depois de tantos anos, tenho esse sonho vívido na minha memória e nenhuma dúvida de que se tratou de algo sobrenatural. Interpretei o acontecimento como um sinal de Deus, um aviso de que eu deveria procurar o pai da criança e deixar ele tomar sua decisão, fazer sua escolha.

    Fui impelida a agir, a procurar o jovem pai da criança, apenas um ano mais velho que eu. Para ter-se uma ideia da situação, como me sentia triste e sozinha na cidade grande, sem imaginar que estava grávida, eu havia voltado ao sítio, à casa de meus pais, sem ao menos me despedir do Rodrigo, simplesmente sumi e não tinha sequer o seu número de telefone! Só me lembrava do seu sobrenome, pois havia achado um tanto incomum: Baruffi.

    Então, astuta, busquei pelo sobrenome na lista telefônica, não havia as facilidades da internet há 22 anos. Havia apenas um nome Baruffi na lista, Marilene Baruffi, minha amada sogra. Depois de algumas tentativas consegui conversar com ele e marcar um encontro. Para minha surpresa, o jovem de 20 anos, ao saber que eu estava grávida de quatro meses, propôs-me casamento imediatamente, o que na época, infelizmente, não aceitei.

    Ao invés de um forçado casamento, eu propus que fôssemos morar juntos, praticamente uma união arranjada, depois decidiríamos o que fazer. Com toda sinceridade, eu realmente não nutria sentimentos amorosos por ele e tenho certeza de que ele também não me amava. Mas fato interessante é que Rodrigo tinha princípios cristãos, embora estivesse no momento afastado dos caminhos do Senhor, o que tornou nosso primeiro ano de união bastante sombrio e doloroso para mim. Olhando para a situação lamentável do Rodrigo, até hoje me questiono e fico pensando sobre até que ponto sua aprendizagem vinda do cristianismo influenciou na sua decisão de ficar comigo, ou foi mesmo seu bom caráter acima de tudo.

    Ainda muito jovens, eu e Rodrigo tomamos uma série de decisões na época, que marcaram nossas vidas para sempre. Nossas famílias eram contra nossa união, foram muitos anos até que tudo se ajeitasse. Não acredito que Deus fez com que eu engravidasse, mas não tenho dúvidas de que toda aquela situação não foi desprezada por Ele. Os olhos atentos do Senhor estavam sobre mim e sobre Rodrigo, apesar da situação, sua insondável misericórdia nos conduziu a um caminho de paz e não de mal, como diz em Jeremias 29. Rodrigo abandoou as drogas, as más amizades e tornou-se um pai e marido amoroso. Havia em mim uma necessidade, um anseio por conhecer algo que preenchesse o vazio que havia dentro do meu peito. Havia no jovem rapaz uma escassez emocional, que nosso casamento, nossos filhos e o amor incondicional de Deus ajudou a preencher.

    Percebia no olhar do meu jovem companheiro um quê de compaixão por aquela garota caipira magrela e simples. Ele levou-me à igreja para uma visita, era a primeira vez que eu pisava num templo evangélico, mas a partir daquele momento eu entendi a Verdade contida no evangelho de João. Havia um buraco dentro de mim exatamente do tamanho de Jesus, um vazio que só o Espírito Santo podia preencher, uma carência que apenas o Deus Aba podia suprir.

    Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (João 14:16). Essa foi a verdade bíblica que me salvou. Foi através desse versículo que entendi que havia um plano de Deus para me salvar de mim mesma e da vida que eu estava vivendo. Nunca mais deixei os pés de Jesus Cristo, me batizei logo em seguida, Rodrigo se reintegrou naturalmente à igreja e passamos a caminhar juntos com o Senhor, mesmo cheios de limitações e pecados. Do ano de 1997, quando aceitei Jesus, até hoje, cada dificuldade serviu para me aproximar de Deus. Atualmente são 22 anos de caminhada com Cristo, 22 anos de casamento abençoado com muito amor e companheirismo com meu Rodrigo, 22 anos de experiência com a maternidade. Agora somos legalmente casados, temos três belos filhos, Fabio, nosso primogênito, com 22, Felipe, nosso do meio e a cola que nos une, com 21, e a caçula Sophia, com 9 anos.

    Quero que você saiba que o diabo, desde o nascimento, quer roubar nosso lugar de pertencimento em Deus, nossa paternidade. Desde criança ele tenta nos distanciar desse lugar de filhos amados, não quer que saibamos que temos isso à nossa disposição, não deseja que desfrutemos da oportunidade que isso nos traz. Às vezes temos uma vaga noção de paternidade em Deus, mas não da totalidade do que isso representa.

    Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo são o centro da narrativa bíblica, mas podemos dizer que eu e você somos o centro da ação de Jesus, Ele viveu e morreu por nós! Toda a vida de Jesus aponta para a humanidade, ele curava os enfermos, libertava os cativos, andava com prostitutas e cobradores de impostos, abraçava e amava os pecadores, sentava-se à mesa com eles, ressuscitava os mortos, defendia e ensinava os pobres e humildes, tudo isso em nome do Pai.

    Mas às vezes, nossa fragilidade, enquanto pecadores faz com que sejamos rebeldes, que culpemos Deus pelos nossos problemas. Observo muitos cristãos fazendo o tempo todo, mesmo sem perceber. Nos voltamos justamente contra quem nos ama incondicionalmente e assim deixamos de usufruir de um relacionamento vital para nosso crescimento espiritual e nossa vitória sobre o inimigo. Eu mesma fiz isso durante muito tempo, pois por mais que amasse a Deus, não entendia Seu agir nos anos sombrios da minha infância, adolescência e no início difícil do meu casamento. Muitas vezes não é um sentimento consciente, às vezes nem nos damos conta disso, é uma mentira gerada em nossas emoções adoecidas, reforçada pela ação de satanás, que é oportunista. Em nosso íntimo, pensamos: se Deus é meu pai, onde ele estava quando isso aconteceu comigo?

    Mas nosso Deus é rico em graça e grande em misericórdia, longânimo em nos esperar ficar prontos. Sonde seu coração e se permita perceber se você está magoado com Deus, ou com qualquer outra pessoa. Seja rápido em buscar ajuda com o Pai, só Ele pode nos restaurar emocionalmente e curar nossas feridas. E Ele quer fazer isso! Mas Jesus nunca vai invadir suas emoções, você precisa entregar tudo a Ele.

    Não olhe para trás

    O fato é que todos passamos por desertos áridos, por dificuldades e conflitos, Jesus nos alertou quanto a isso em João 16:33, o problema não deveria ser esse, a questão é: qual a minha atitude enquanto passo pelo meu deserto? Como eu encaro os desertos pelos quais eu já passei? Qual impacto dessas experiencias na minha vida, nas minhas emoções, no meu agir? Qual minha atitude enquanto espero o intervir de Deus? Sabia que esperar é uma ação? Às vezes queremos agir, mas Deus quer que somente esperemos e confiemos Nele. A vida é difícil, não precisamos torná-la ainda mais complicada. Deus pode transformar nosso deserto em um lugar mais agradável, só para atravessarmos, mas precisamos confiar. Ninguém faz cadeados sem chaves. Do mesmo modo, em Deus não há problemas sem soluções.

    O povo de Israel vagou quarenta anos pelo deserto. É um longo tempo. A história dos filhos de Abraão, Isaque e Jacó, narrada no livro de Êxodo, é uma coletânea de murmurações, tristeza, raiva, confronto a Deus, ingratidão, idolatria, imoralidade, depravação e desobediência. Mas também é uma experiência do inabalável amor de Deus e da paciência que Ele tem com seu povo. Como esse povo, às vezes também ficamos presos ao nosso passado, ao que tínhamos e não era nem tão bom assim, mas era nosso. O novo muitas vezes nos assusta, não queremos mudanças, elas trazem incerteza. Mas quando estamos com Deus, debaixo da proteção Dele, não há o que temer, é obedecer e marchar!

    Mesmo sendo escravos no Egito e tendo clamado a Deus para libertá-los, durante quarenta anos eles parecem nunca terem se desarraigado do passado. Os israelitas queriam sair da escravidão, mas não confiavam em Deus o suficiente, e constantemente desejavam voltar ao Egito, devido à falsa sensação de segurança que isso lhes proporcionava. Eles não conseguiam ver a promessa se cumprindo, embora o deserto fosse difícil, era temporário, e Deus estaria com eles até o final dessa jornada.

    Mas tudo que conseguiam pensar era no que tinham quando estavam em cativeiro. Eles foram sobremaneira abençoados no deserto, Deus supriu-lhes cada necessidade, agindo com milagres e maravilhas, o maná, as codornizes, a provisão de água, a coluna de fogo no período da noite e a nuvem durante o dia. Mas isso não foi o suficiente para esse povo rebelde e duro de cabeça.

    Todos temos um passado, para alguns pode ser algo memorável, para outros, algo terrível de ser lembrado. O fato é que muitas vezes permanecemos olhando para trás, e então nunca progrediremos para o futuro que Deus tem para nós. Jesus é especialista em recomeços, e podemos escolher olhar para cada dor, cada desapontamento, como uma oportunidade de começar algo novo. Embora viver não seja fácil, lembre-se, Deus está perto. Um irmão certa vez me disse que Deus pode transformar deserto em jardim, é verdade. E Ele também converte a terra seca em fontes.

    Olhar para trás e reviver o passado constantemente é uma clara indicação que você acredita que seus tesouros ainda estão queimados lá. Uma mulher na Bíblia, conhecida apenas como a mulher de Ló, pagou um preço alto por seu apego ao passado. A Bíblia diz que enquanto ela e sua família estavam sendo

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