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Coworking: o lugar do espaço-tempo do trabalho na Era da Informação
Coworking: o lugar do espaço-tempo do trabalho na Era da Informação
Coworking: o lugar do espaço-tempo do trabalho na Era da Informação
E-book189 páginas1 hora

Coworking: o lugar do espaço-tempo do trabalho na Era da Informação

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Sobre este e-book

Este Livro é sobre Espaços de Coworking na cidade de São Paulo e como são um reflexo das mudanças causadas pela entrada na Era da Informação. Os primeiros impactos surgiram a partir da segunda metade do século XX, com os avanços tecnológicos na área digital e de telecomunicação, que alteraram significativamente as transformações socioeconômicas, as estruturas de produção e serviços, resultando assim na ampliação do trabalho intelectual em detrimento do braçal. O Coworking apresenta-se como vetor contemporâneo, no que se refere à capacidade cognitiva humana e interações colaborativas ampliadas, pois o trabalho não consiste apenas numa forma de produzir rendas, mas também na conexão, convivência e no estilo de vida, que permitem aos indivíduos o crescimento pessoas e profissional. A obra apresenta o mapeamento, análise e síntese dos locais em que foram implantados os Coworkings, suas edificações, sua infraestrutura, setorização das atividades, layout e o perfil de seus usuários, os Coworkers. Após a pesquisa quantitativa, foram definidos os critérios qualitativos para a seleção das amostras aqui apresentadas. Os resultados indicam que esses espaços, as corporações e pessoas estão mudando suas formas de trabalhar e se relacionar com o mundo, e no modo de trocar ideias e experiências, sinalizando profundas alterações nas relações entre o espaço e o homem na Era da Informação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de out. de 2023
ISBN9786525290980
Coworking: o lugar do espaço-tempo do trabalho na Era da Informação

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    Coworking - Marcio Augusto Giannelli

    1 ATÉ A ERA DA INFORMAÇÃO

    "O acaso favorece a mente conectada. "

    Steven Jhonson

    Estávamos em definitivo no meio da mudança de eras e mais do que isso, uma transformação social tão grande quanto a revolução Agrícola e a revolução Industrial se tornaram para as suas épocas ao mudarem radicalmente os parâmetros anteriores. Entramos na era Pós-Industrial ou Era da Informação onde as pessoas se tornam Prosumidores – consumidores e produtores – em potencial, de bens e serviços. Graças à evolução e disseminação da internet é possível ter acesso a inúmeros dados e informações que permitem esse novo tipo de indivíduo, conhecido como Prosumidor (Toffler 2014).

    Acredita-se que a capacidade humana de comunicação é um dos principais veículos para a evolução e crescimento da sociedade. Da criação da linguagem e desenhos rupestres à invenção da internet, os meios e formas de trocas de informações têm sido um dos principais motores da inovação. A revolução Pós-Industrial, diagnosticada desta forma por Alvin Toffler (2014) como sendo a sucessora da Revolução Industrial, tem como princípio a capacidade humana de se comunicar e trocar informações por meio de novos meios tecnológicos mais eficazes e cada vez mais velozes, devido aos avanços na área da tecnologia de comunicação. Esta característica permite o surgimento de uma nova postura social e econômica baseada na troca de ideias e conhecimentos conhecido como Economia Criativa (PORTAL SEBRAE, 2016a). Domenico de Masi (2012) comenta que o sociólogo Daniel Bell já, em 1956, identificava essas posturas ao notar que o número de colarinhos brancos (funcionários de empresas que trabalham principalmente com o esforço mental) pela primeira vez na história dos Estados Unidos ultrapassava os colarinhos marrons (operários) e isto gerava uma nova perspectiva.

    O certo é que o escritório e a fábrica igualmente estão destinados a ser revolucionários nas décadas à frente. As duas revoluções do setor dos colarinhos brancos na fabricação contribuem nada menos do que um modo inteiramente novo de produção para sociedade-um passo de gigante para raça humana. Este passo traz consigo implicações indescritívelmente complexas. Ele afetará não só as coisas tais como o nível do emprego e a estrutura da indústria, mas também a distribuição do poder político e econômico, o tamanho das nossas unidades de trabalho, a divisão internacional do trabalho o papel das mulheres na economia, a natureza de trabalho e o divórcio do produtor e do consumidor; ele até mesmo alterará um fato aparentemente tão simples como o Onde do trabalho. (TOFFLER, 2014, p. 198)

    Entender todos os eventos e acontecimentos que levaram à Era da Informação seria um universo ilimitado neste momento que não caberia neste estudo. Por este motivo, este capítulo seleciona uma linha cronológica dirigida às revoluções consideradas mais importantes da história da humanidade, sobretudo àquelas voltadas a este tema.

    É de conhecimento comum a existência de duas grandes revoluções que mudaram o modo de vida e os costumes da humanidade de maneira estrutural. Primeiro, a Revolução Agrícola que colocou o homem em uma posição de controle e domínio sobre os meios naturais, passando a dominar a agricultura e pecuária. Depois, a revolução Industrial que permitiu a sociedade desenvolver-se e (utilizar a máquina inicialmente a vapor) substituiu o esforço físico que anteriormente estava limitado à força de homens ou animais. Para Toffler (2014), as revoluções causaram impactos profundos nas formas de como se lidava com os aspectos sociais, econômicos e tecnológicos constituindo a arquitetura da sociedade. Para cada um desses aspectos, passíveis de desdobramentos deu o nome de esferas.

    Cada uma destas esferas efetuava uma função chave no sistema maior, e não podia existir sem a outra. A tecnoesfera produzia e conferia riqueza; a socioesfera, com milhares de organizações inter-relacionadas, conferia papeis a indivíduos no sistema. E a infoesfera conferia as informações necessárias para fazer todo o sistema funcionar. Juntos, formavam a arquitetura da sociedade. (TOFFLER, 2014, p. 48).

    Assim, é possível compreender estes aspectos de várias formas diferentes, mas a abordagem será mantida dentro da questão da comunicação e transmissão de informações entre as pessoas. Deste modo, a linha de análise é a Infoesfera que vem ao encontro diretamente aos princípios do trabalho. Outro ponto a ser considerado será o entendimento de Espaços e o Lugares que as revoluções criaram. Segundo Reis (2007), nota-se que os valores para cada um dos termos indicados estão intricadamente ligados.

    Segundo as definições e as origens das duas palavras, entendem-se como relação entre os dois conceitos que o lugar é o espaço ocupado, ou seja, habitado, uma vez que uma de suas definições sugere sentido de povoado, região e país. O termo habitado, de habitar, neste contexto, acrescenta à ideia de espaço um novo elemento, o homem. O espaço ganha significado e valor em razão da simples presença do homem, seja para acomodá-lo fisicamente, como o seu lar, seja para servir como palco para as suas atividades. (REIS, 2007, p. 1)

    Assim foram estabelecidos dois pilares estruturais que serão o fio condutor das discussões do livro: Infoesfera e o Lugar (Figura 2). Sob o tema da Infoesfera abordam-se os conceitos e dados referentes às habilidades humanas para a transmissão de conhecimento e suas formas. Sobre o tema do Lugar indicam-se quais foram as estruturas construtivas habitadas resultantes do processo de evolução.

    Figura 2 - Construção esquemática e gráfica dos conceitos de Infoesfera e Espaço-lugar, a serem abordados no trabalho.

    Fonte: Imagem do autor, Out 2016.

    A revolução Agrícola e a revolução Industrial são conceitos e acontecimentos estudados incansavelmente nas escolas desde o período pré-escolar até as universidades. Mas existem dois novos acontecimentos que estão sendo lançados por novos pensadores contemporâneos e ajudando a entender, de maneira muito mais significativa, a nossa história e passagem na terra: a Era da Informação e a revolução Cognitiva.

    A primeira nova revolução é extremamente contemporânea e neste período da história (2016) o homem encontra-se em pleno processo e passando pelas transformações e as suas consequências que foram abordadas no capítulo 2. Neste contexto, corresponde a terceira Onda de Toffler (2014), considerada por ele era Pós-Industrial, de impactos com profundas transformações nas nossas capacidades de comunicação e troca de informações. A segunda, a revolução Cognitiva estudada e sugerida pelo antropólogo Yuval Harari (2015), conta com um recorte temporal que remonta 70 mil anos atrás, com o surgimento da raça de humanos conhecida como homo sapiens, antes da revolução Agrícola – 12 mil anos.

    Há cerca de 70 mil anos, os organismos pertencentes à espécie Homo Sapiens começaram a formar estruturas ainda mais elaboradas chamadas culturas. O desenvolvimento subsequente dessas culturas humanas é denominado história. (HARARI, 2015)

    A revolução Cognitiva é parte do estudo de Harari sobre como o homem veio se desenvolvendo e criando cada vez mais conhecimento para transformar e intervir no mundo à sua volta. Para ele, a base de análise está incorporada nos acontecimentos históricos sob a ótica da ampliação da capacidade cognitiva e avanço das ferramentas de trabalhos científicos. Assim, deve ser compreendido o fato desta revolução sugerida por Harari (2015) ao transformar a natureza do pensamento e percepção que o homem começou a ter sobre sua existência e pertencimento no mundo.

    Três importantes revoluções definiram o curso da história. A revolução Cognitiva deu início à história, há cerca de 70 mil anos. A Revolução Agrícola a acelerou, por volta de 12 mil anos atrás. A revolução cientifica que começou há apenas 500 anos, pode muito bem colocar um fim à história e dar início a algo completamente diferente. (HARARI, 2015)

    Estabelecem-se assim quatro momentos históricos e revolucionários ao se cruzar os dados de ambos os autores: primeira à revolução Cognitiva; segunda a revolução Agrícola; terceira a revolução Industrial; quarta a Era da Informação. Usando como terminologia Eras, foi possível parametrizar em quatro Eras de transformações de profundos impactos (Figura 3).

    Figura 3 – Imagem contendo o resumo dos conceitos de Harari (coluna esquerda) e Toffler (coluna do meio) e a junção das duas teorias em uma unificada (coluna da direita).

    Fonte: Imagem gerada pelo autor, Mar.

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