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Carne Para Os Mortos
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E-book92 páginas1 hora

Carne Para Os Mortos

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Sobre este e-book

Uma cidade desperta em meio ao caos. Em questão de horas, um vírus desconhecido leva à morte os cidadãos, e com a mesma rapidez que os cadáveres caem, eles revivem, famintos e em decomposição. As emoções e caráter humanos, mutáveis e frágeis, entram em colisão onde sobreviver é o único instinto que os une.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de out. de 2016
Carne Para Os Mortos

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    Carne Para Os Mortos - Carlos Antico Junior

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    de Carlos Junior

    1ª Edição

    2016

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    Para Meu Pai

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    "os teus mortos viverão; seus corpos

    ressuscitarão(...)"

    (Isaías 26:19)

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    ALVORECER

    A Alma Que Se encontra na Eternidade, Desprezara a Morte.

    (City Of The Living Dead; LUCIO FULCI)

    Carne Para os Mortos

    Carne Para os Mortos

    23 de Setembro

    06:50 AM

    O despertador tocou, assim como todas as manhãs,

    meia hora antes do horário programado. Marcelo já havia se

    acostumado a programá-lo meia hora depois do seu horário de

    costume. Não via necessidade de comprar outro, aquele ainda

    funcionava, apesar dos defeitos. Levantou-se da cama e

    afastou as duas cortinas, contemplando o sol e o frio que se

    acompanham ás seis da manhã. Nada se ouvia alem do vento

    assoviando de fora pra dentro da casa, provavelmente

    Jonathan havia esquecido uma das janelas aberta antes de

    dormir. O despertador já havia parado de tocar por conta

    própria há alguns segundos, e Marcelo tomou coragem de tirá-

    lo da tomada e carrega-lo até o banheiro, onde ficava a lata de

    lixo mais próxima. Urinou, escovou os dentes e tomou uma

    ducha rápida na água fria, para ajudar a dar ânimo para

    acordar e passar o dia na estufa.

    Enxugou-se, vestiu a mesma camiseta branca e short

    que usava ao acordar e foi até o quarto de Jonathan. Parou na

    porta e bateu algumas vezes, esperando ouvir algum sinal de

    vida, indicando que havia acordado, mas nada. Abriu a porta, e

    foi até o menino, que estava todo enfiado embaixo das

    cobertas.

    - Jonathan – disse, puxando o amontoado de

    cobertores e se deparando com o garoto nu, enrolado em um

    lençol – Deus, acorda, coloca uma roupa e desce, você tem

    aula.

    Carne Para os Mortos

    Jonathan espreguiçou e resmungou um "Filho da

    Puta" antes de puxar a coberta de volta. Marcelo deixou a porta

    do quarto de Jonathan aberta, caso tivesse que gritar lá de

    baixo para seu irmão sair da cama e ir para a aula. Toda

    manhã era uma guerra. Jonathan sempre tentava convencer o

    irmão a deixá-lo ficar, mas Marcelo sentia grande

    responsabilidade sobre ele. Desde a morte de seus pais em um

    acidente era o responsável pela educação e pelo sustento da

    casa. Quando sentia que amolecia, quase soltando um "Tudo

    Bem", logo se lembrava do que sua mãe dizia quando

    Jonathan tentava enrola-la. "Eu e seu Pai compramos suas

    roupas, pagamos suas contas, colocamos comida na mesa e

    também pagamos pelo papel que limpa seu traseiro... Sim,

    você vai pra aula", dizia, sempre entre brincando e falando

    sério. Marcelo não tinha a mesma autoridade que seus pais

    tinham, mas fazia o melhor que podia afinal Jonathan tinha

    dezessete anos, idade suficiente para saber o que está

    fazendo e quais são as conseqüências, caso não fosse às

    aulas.

    - Jonathan... - Marcelo não teve tempo de terminar.

    - Já estou descendo, nossa! – o garoto gritou,

    descendo as escadas se apoiando no corrimão, pois mancava

    da perna esquerda e um passo em falso era suficiente para

    rolar escada abaixo. – Não quero ir pra aula!

    - Come rápido porque preciso te levar e voltar

    voando...

    - Não vou pra aula.

    -... Preciso cuidar da estufa, a Floricultura vem buscar

    as encomendas lá pelo meio dia.

    - Não me ouviu? Não vou pra aula!

    - Porque você ainda discute? Você vai.

    Carne Para os Mortos

    - Eles me chamam de Muletinha...

    - Ignore... Jonathan, você não pode perder mais

    aulas. Eu deixei você faltar muitas vezes e na ultima reunião já

    me avisaram que você está por um fio. Fale com o Diretor, ele

    saberá o que fazer. Come logo!

    Jonathan engoliu um copo de leite e pegou uma

    maçã, enquanto Marcelo saiu da mesa batendo a mão nos

    bolsos, provavelmente procurando a chave do carro. Subiu as

    escadas, entrou no quarto, olhou em volta, olhou novamente

    nos bolsos, nas gavetas e ouviu o carro ligando logo abaixo da

    janela do quarto.

    - Jonathan... – desceu correndo as escadas e saindo

    da casa – Filho da mãe. – trancou a porta, abriu a porta do lado

    do motorista e empurrou o garoto pro banco ao lado.

    - Não posso ir dirigindo?

    - Não tem carteira.

    - Então porque me ensinou a dirigir.

    - Para quando tirar uma.

    07:30 AM

    Raquel estava acordada muito antes de o celular

    tocar. Não conseguira dormir a noite pensando se havia se

    esquecido de colocar os papéis do divórcio na mala, por isso ia

    Carne Para os Mortos

    pra cama, levantava de duas em duas horas e verificava de

    novo, só pra ter certeza. Estava separada fazia três meses, e

    desde então, ela e sua filha, Carla, moravam com Rosana, sua

    irmã mais velha, que até então vivia sozinha e não era lá de

    muitos amigos, tirando os grupos da Igreja e Padre Matheus,

    que visitava alguns freqüentadores mais assíduos para

    recolher doações. Até mesmo Raquel antes da separação

    pouco visitava a irmã, que tinha um gênio altamente difícil e

    autoritário, mas diante de algumas situações, é difícil correr

    para outro lugar que não seja para a família.

    A mala estava mais do que arrumada. Raquel

    respirou fundo e desceu para tomar o café antes de pegar a

    estrada. Carla já estava na mesa com um olhar fixo no celular

    apoiado no colo, e da cozinha podia ver Rosana espiando algo

    pela gigantesca janela da sala.

    - Quer que eu te deixe na escola? – Raquel perguntou

    para Carla, enquanto virava o bule de café na xícara – É

    caminho, não será problema nenhum.

    - Não precisa, a Nathi vai passar aqui, combinamos

    de ir juntas. – Carla

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