Golden Lies
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Golden Lies - Taynara Mariane
Golden Lies
A lie that can change everything
Taynara Mariane
Sumário
L U C A S............ 04 L U C A S............ 105
N O A H.............. 10 N O A H.............. 115
L U C A S............ 14 N A R R A D O R A............124
N O A H.............. 20 N O A H.............. 132
L U C A S............ 25 L U C A S............ 142
N O A H.............. 34 N O A H.............. 150
L U C A S............ 42 L U C A S............ 157
N O A H.............. 49 N O A H.............. 166
L U C A S............ 58 L U C A S............ 172
N O A H.............. 64 N O A H.............. 179
L U C A S............ 70 L U C A S............ 186
N O A H.............. 77 N O A H.............. 192
L U C A S............ 84 L U C A S............ 198
N O A H.............. 94 N O A H.............. 208
Golden Lies, por Taynara Mariane
Capa por Anna Felipetto
Dedico este livro a minha família, por estarem comigo desde o início.
Primeiro Capítulo
L U C A S
– Pela décima vez, não!
Subi as escadas da minha casa na maior correria, enquanto escutava minha mãe gritar meu nome.
Ao chegar em meu quarto, bati a porta com força antes de tranca-la. Passei as mãos pelos meus cabelos, puxando alguns fios, enquanto sentia o suor descer pela lateral do meu rosto.
Comecei a tirar as minhas roupas e logo me movi em direção ao banheiro, onde sem nem pensar duas vezes, entrei debaixo do chuveiro, ligando-o. Deixei as gotas de água caírem em meu corpo e respirei fundo para tentar relaxar.
Seria a quinta vez que a minha mãe quer me arranjar uma namorada por contrato. Segundo ela, seria algo muito importante para empresa, já que eu iria assumir seu cargo futuramente. Eu sei que ela só quer o dinheiro.
O que eu não entendo é por que ela não deixa eu mesmo escolher. Eu quero sentir o que é amor, eu queria sentir essa emoção que é estar apaixonado. Minha mãe já me arranjou tantos encontros às cegas com algumas filhas de CEO's de empresas, mas nenhuma nunca me chamou tanto a atenção quanto a minha mãe falou que chamaria.
– Filho, abre a porta!
Assim que escutei ela bater repetidas vezes na porta do meu quarto, acabei saindo do meu transe. Suspirei pesadamente e desliguei o chuveiro, saindo do banheiro com uma toalha amarrada na cintura.
Abri a porta e observei minha mãe me olhar chocada.
– Por que está agindo assim ultimamente, Lucas?! — Cruzou os braços, se inclinando um pouco para frente.
Continuei de boca fechada, apenas encarando-a.
Eu estava frustrado, eu estava com raiva. Aposto que se eu tivesse escolhido ir morar com o meu pai no exterior, nada disso estaria acontecendo e eu já teria encontrado o amor da minha vida.
– Não vai me responder? O gato comeu a sua língua? — Apontou o dedo na direção do meu rosto, com aquele olhar que somente eu conheço e sei o significado. — Eu sou a sua mãe.
– Sério? Achei que eu fosse adotado. — Sussurrei.
– O que disse? — Apertou os olhos.
– Que eu estou cansado e que quero dormir, tenha uma boa noite. — Falei, enquanto ia fechando a porta devagar, até trancar ela.
Não demorou muito para eu ouvir os passos da minha mãe indo embora para seu quarto.
Eu sabia que teríamos que continuar essa conversa amanhã de manhã, o que me deixa com menos vontade de dormir.
Sem pressa alguma, terminei de enxugar todo meu corpo. Abri meu guarda-roupa e peguei uma calça de moletom cinza e uma blusa de manga comprida da mesma cor. Já com roupa, me joguei na cama, encarando o teto.
Escutei o miar da minha gata do lado de fora da janela. A danada estava foragida desde ontem à noite.
– Onde esteve, Miau? — Me levantei da cama e fui até a janela, a abrindo, observando a minha gata.
Miau pulou para dentro do meu quarto. Sorri para ela, um pouco mais tranquilo por ela ter finalmente voltado.
Quando me virei para fechar a janela, acabei vendo um casal passar pela rua. Eles estavam sorrindo felizes e conversando, andando de mãos dadas. Pareciam tão apaixonados. A forma como o cara está encarando a garota entrega tudo. Queria eu poder olhar para alguém assim algum dia.
Soltei um riso nasal e logo tratei de fechar a janela, pois estava começando a ficar frio. Me deitei novamente na cama, desta vez me cobrindo com o cobertor. Senti a gata subir na cama, se deitando ao meu lado.
– Mesmo dando suas escapadas, você é a única que está do meu lado, não é Miau? — Escutei a mesma miar.
Sorri e logo fechei os olhos, pegando no sono alguns minutos depois.
O som do despertador começou a soar pelo quarto todo, acordando eu e a gata, que até então estava dormindo tranquilamente em cima de minha barriga. Bati a mão no despertador e, sem ânimo algum, me levantei, indo direto ao banheiro lavar o rosto, escovar os dentes e outras coisas que fazemos todos os dias quando acordamos. Depois disso, caminhei de volta para o quarto, indo até o guarda-roupa para pegar uma roupa para usar no dia de hoje.
Eu já tenho 19 anos, recém me formei. Eu não queria ir direto para a faculdade, queria tirar um ou dois anos para relaxar a mente. E cá estou eu, saindo de casa para ir até a cafeteria.
– O primeiro cliente do dia! — Valerie, minha melhor amiga e funcionária desta cafeteria, diz toda sorridente ao me ver passar pela porta.
Dei o meu melhor sorriso antes de me sentar em um dos bancos do balcão.
– O de sempre? — Me perguntou.
– Sim, sim. — Respondi. — O dia amanheceu congelante então...é a ocasião perfeita para se tomar um chocolate quente.
– Você está dizendo isso como se não viesse aqui todos os dias para tomar um chocolate quente, Lucas. — Virou-se de costas para começar a preparar o meu pedido.
– E o seu namorado? Como vai? — Apoiei minha cabeça em minha mão.
– Ah, o Dylan?
– Quem mais poderia ser, Valerie? — Ri brevemente.
– Ele está bem. Não estamos saindo muito ultimamente por conta de suas provas na escola. — Respondeu, me entregando o meu chocolate quente.
– Nisso que dá namorar um estudante do ensino médio que está prestes a se formar, garota. — Digo, enquanto levava o copo até a minha boca.
Senti ela bater em meu braço, quase me fazendo derrubar a bebida.
– Está ficando doida? Ainda bem que é você quem limpa. — Comecei a rir.
– Engraçadinho. — Forçou uma risada.
Naquele momento, ouvimos a porta da cafeteria se abrir. Me virei para observar quem havia entrado e acabei me deparando com um garoto com uniforme de estudante.
– Oh, Daniel! - Valerie o cumprimentou.
– Qual é a boa, Val? - Me encarou, logo sorrindo. — Quem é a bichinha
?
Esperai, ele está se referindo a mim? Arqueei uma sobrancelha, ouvindo o riso baixo de Valerie.
– É o Lucas. — Ela falou.
– E eu não sou bicha
. — Voltei a beber meu chocolate quente.
– Opa, foi mal. Era apenas uma brincadeira. — Ele começou a rir. — Como pôde ouvir, sou o Daniel.
Murmurei alguma coisa, sem parar de tomar a minha bebida, apenas para que ele continuasse, mas que se desse por conta de que não estava nem um pouco interessado em conhece-lo.
– Eu sou amigo do namorado dela. — Apontou para Valerie. — Somos da mesma sala.
– Que legal, cara. — Forcei um sorriso.
Daniel me encarou um pouco e logo desceu da cadeira.
– Estou começando a me atrasar para aula. Passo aqui de tarde, junto com o Dylan. — Falou para Valerie, que assentiu. Ele virou seu olhar para mim. — Venha também, iremos fazer umas coisas divertidas.
Demorei para concordar. Daniel se despediu e logo saiu da cafeteria.
– Desculpa, mas...coisas divertidas
? Uau, que safados vocês. Não sabia que gostava desse tipo de coisa, você é um pouco certinha demais para ser perseguida pela polícia.
– Fique quieto! — Colocou a mão em minha boca. — Idiota.
Começamos a rir.
Segundo Capítulo
N O A H
– Mãe, você sabe que sou gay.
Encarei a mais velha que estava sentada na poltrona da sala, folheando uma revista.
– Eu sei, querido. — Ela sorriu. Parecia estar se divertindo com a situação. — Mas não é legal recusar pedidos. Vá com Lara no baile e se divirta.
– Mas e se ela tentar me beijar, mãe? — Coloquei a mão na boca, enquanto a olhava chocado. — Ninguém sabe que eu sou gay, além de você.
– E quando você pretende contar? Eu conheço a mãe da Lara e ela vive me dizendo o quanto a filha fala de você. — Se levantou, deixando a revista na poltrona e vindo até mim, colocando as mãos em meus ombros. — Não é legal iludir as pessoas, Noah. Conte pelo menos para ela. Como dizia minha mãe: A verdade machuca, mas é necessária em certos casos.
Afirmei e sorri antes de abraça-la. Me despedi e logo subi as escadas, indo até meu quarto. Já se passavam das dez da noite e minha mãe odiava quando eu dormia tarde. Fechei a porta e fui até a escrivaninha para olhar o meu caderno e checar os horários de amanhã. As primeiras aulas seriam de educação física e o resto de ciências e matemática. Fechei o caderno e o coloquei dentro da minha mochila, enquanto bocejava de sono.
– Boa noite, Auau. — Fiz um carinho no meu cachorro que dormia tranquilamente no tapete do meu quarto.
Deitei-me na cama e me cobri com o cobertor, fechando os olhos e pegando no sono.
– Noah... — Ouvi a voz da minha mãe e imediatamente acordei. A vi sorrir e senti sua mão acariciar minha cabeça. — É melhor você se arrumar se não quiser se atrasar para escola. — Me avisou antes de beijar o topo da minha cabeça e sair do quarto.
Estiquei os braços e as pernas e logo me levantei, indo diretamente ao banheiro. Após ter feito a minha higiene, peguei o uniforme dentro do guarda-roupa e o vesti. Procurei pelo meu tênis e acabei o encontrando debaixo da cama.
– Quando eu perdi o meu controle de organização? — Ri comigo mesmo.
Coloquei meus tênis e logo peguei minha mochila e celular, saindo do quarto. Descendo as escadas quase que correndo, fui até a cozinha, onde encontrei minha mãe tomando café. Sussurrei um bom dia
, colocando minha mochila no chão ao lado do balcão. Puxei a cadeira para trás e me sentei, logo me aproximando da mesa.
– Vai falar com Lara? — Minha mãe me perguntou, enquanto tomava um pouco de seu café.
– Eu preciso, né? — Ela concordou. — Então eu vou.
– Eu não quero te forçar a nada, você sabe. — Me olhou, preocupada. – Mas eu sei que isso pode te prejudicar caso você continue quieto.
– Eu sei, mãe, eu sei.
Havia recém chego na escola e o sinal já havia tocado. Entrei às pressas na minha sala, dando graças a Deus pelo professor não ter chego ainda.
– Por que está soando? — Louis me perguntou, secando o suor da minha testa com uma toalhinha branca.
– Por que eu tive que entrar correndo na sala para que o professor não me desse bronca. — Peguei minha garrafinha d'água e tomei um gole.
– Mas a primeira aula é de Educação Física, Noah.
O encarei perplexo e ele começou a dar risada.
– Então por que estão todos na sala? — Guardei minha garrafinha, olhando em volta e vendo que todos estavam conversando.
– Estamos fazendo o de sempre, esperando o professor chegar e nos levar até a quadra. Ele havia dito que iria se atrasar hoje. — Me encarou, sem entender. — Dormiu e acordou com amnésia?
– Ah, é. — Levei as mãos até o meu rosto. — Desculpa, é que eu estou muito nervoso.
– Nervoso para que? Temos prova hoje e eu não sabia? — Pegou sua mochila rapidamente, retirando seu caderno de lá. — Noah, por que não me avisou? — Choramingou.
– Não, Louis, não temos prova hoje. — O vi suspirar aliviado. — É que eu irei falar com a Lara hoje. Vou aceitar o convite dela.
– Hum, está apaixonado! — Apertou minha bochechas. — Só não esquece dos amigos.
Me abraçou de lado, antes de dizer algo que me deixou paralisado.
– Eu sempre achei que você fosse gay.
Terceiro Capítulo
L U C A S
Às vezes eu me condeno mentalmente por cometer certas burradas.
Eu até terminei a escola, mas não me livrei completamente dela. Zachary havia me metido em uma encrenca, o que resultou em algumas penas que terei que realizar até o fim deste ano.
Passei pelo portão, enquanto sentia toda aquela sensação de angústia, insegurança e medo voltarem. Eu definitivamente odeio essa escola por tudo o que ela me fez passar. Fui diretamente a diretoria, já que tinha que confirmar a minha tão digníssima presença.
– Que cara é essa, Lucas? — A Diretora Song zombou da minha cara. — Parece que alguém não dormiu direito.
– É a que eu tenho, né. — Forcei um sorriso, erguendo as sobrancelhas. — Tive problemas com a minha mãe novamente.
– Você já tentou falar com seu pai sobre ela?