Abra a porta para os investimentos: Da reserva de emergência à bolsa de valores

De Roberto Ferré

Investir é muito complicado, além do que, precisa-se de muito dinheiro para começar.

Investir é um risco, pois as pessoas podem ser enganadas.



Em Abra a porta para os investimentos, o leitor encontrará respostas e razões para não acreditar nessas crenças limitantes!

De maneira clara e objetiva, Ferré apresenta ferramentas e métodos que auxiliarão na definição de objetivos financeiros e na construção de uma estratégia sólida para que eles sejam alcançados.

A obra traz uma base de conhecimento na qual o investidor desenvolverá a autonomia necessária para criar sua carteira de investimentos. Trata-se de uma leitura essencial para quem quer entender os princípios básicos do mercado financeiro e, com isso, saber escolher qual o melhor caminho a seguir para a concretização de seus sonhos e projetos de vida.

Não importa se é uma viagem, aquisição de um bem, planos para aposentadoria ou aumento de patrimônio, é possível investir com segurança e sabedoria. Só precisa abrir a mente e aplicar a primeira quantia.


"Roberto se articula com tanta credibilidade que eu poderia recomendar qualquer texto que escrevesse, mas você pode descobrir por si mesmo."

Flávio Lemos, CMT
Diretor da Trader Brasil Escola de Finanças & Negócios

• Idioma: Português
• Editora: Nova Skill
• Data de lançamento: 4 de dez. de 2023
• ISBN: 9786598109141

Pré-visualização do livro

Prefácio

A arte de recomeçar é a mais nobre que existe.

Prezado leitor, a frase acima abre a primeira edição de meu primeiro livro Análise Técnica Clássica e a escolhi para começar este prefácio pois encontra eco no autor deste livro, Roberto Ferré, que aproveitou o tempo de reclusão, após a terrível pandemia da Covid, para se aprofundar no mundo das finanças.

Iniciei minha carreira no mercado de ações na década de 1990, após um MBA em Finanças e Mercado de Capitais pela FGV. Um ano depois, um grande amigo me apresentou um negócio imperdível: compraríamos ações de companhias telefônicas nordestinas que eram negociadas no mercado de balcão organizado, chamado Sociedade Operadora do Mercado de Acesso (Soma). Na época, existia a expectativa de que seria realizado o leilão do sistema Telebrás e o governo teria de reestruturar o sistema, dividindo o país em grandes áreas de concessão; o setor mais problemático era a Região Nordeste, pelo fato de que cada estado já dispunha de uma estatal responsável – e geralmente ineficiente, exceto a Teleceará. Essa empresa eficiente, em termos de análise fundamentalista, era negociada com preços muito baixos em relação a seus pares. No primeiro negócio realizado, obtivemos 300% de lucro. Pensei: vou ficar rico ainda este ano!

Sendo engenheiro, como Roberto Ferré, eu sabia que tinha sido diligente e que havia feito uma pesquisa completa, mas não me havia dado conta de que, como em todo negócio, as palavras risco e retorno andam lado a lado.

Pegamos todo o dinheiro ganho na primeira negociação e reaplicamos. Conseguimos juntar ações correspondentes ao triplo do primeiro lote e providenciamos o registro no Soma. E aí, a casa caiu! No período do registro, ocorreu uma crise na Rússia e todo o mercado desabou – principalmente as nossas ações, que haviam recuado bastante, para um valor abaixo do que havíamos comprado no Ceará! E o pior: a cada dia que passava, as ações caíam mais e estávamos com todo o lote preso pelo registro, sem poder vender.

Concomitante a isso, no dia primeiro de abril de 1997 – e não era mentira – fui contratado para ser analista de mercado de capitais de uma corretora. Isso mesmo, larguei tudo e recomecei do zero.

Eu não estava feliz como engenheiro e o que mais me fascinava nessa troca de profissão era o fato de que, na obra, se alguém errasse, a culpa era sempre do engenheiro. Já no mercado, não. Você é responsável apenas por suas escolhas, na alegria e na tristeza. Além desse fato, no mundo dos investimentos, todo dia acontece alguma coisa nova e você tem sempre de estudar e se manter atualizado.

Quem deseja entender mais sobre investimentos e o mercado de ações, deve estudar muito e continuamente, pois se trata de um mercado muito dinâmico. Nesta publicação, Ferré lhe ensinará a construir um futuro financeiro tranquilo e como transmitir esta educação financeira às próximas gerações.

Permita-me encorajá-lo nessa sua busca educacional, enquanto você continua sua leitura. Roberto se articula com tanta credibilidade que eu poderia recomendar qualquer texto que escrevesse, mas você pode descobrir por si mesmo: basta seguir para a próxima página.

Um abraço,

Flávio Lemos, CMT

Diretor da Trader Brasil Escola de Finanças & Negócios

@traderbrasil @chamaolemos

Um pouco da minha história

Sou o Roberto Soriano Ferré, nascido e criado na cidade de São Paulo, técnico em eletrônica, engenheiro eletricista com ênfase em eletrônica, com pós-graduação em Administração de Empresas e apaixonado por finanças.

Mas eis que surge a pandemia do COVID-19 para mudar um pouco a minha trajetória profissional, pois, em meados de 2019, a empresa em que trabalhava ficou fechada por mais de trinta dias, mantendo em funcionamento apenas processos que não podiam ser desligados e com o mínimo de pessoal. Portanto, fiquei um bom tempo trancado em casa, visto que praticamente o país parou!

No início, ainda sem saber em detalhes a gravidade da situação e quais ações seriam as mais adequadas a serem tomadas, a sensação era de estar de férias. Mas isso durou pouco tempo, pois nada mais amenizava o tédio e uma rotina já nem tão agradável assim.

Então decidi transformar essa situação em um momento produtivo e de aprendizado.

Foi quando descobri quão incrível é o mundo dos investimentos e como o conhecimento deste tema pode realmente mudar as vidas das pessoas.

Comecei a ler vários livros sobre o tema, fiz alguns cursos específicos e após dois anos de dedicação resolvi estruturar um processo de consultoria, no qual iria disseminar o conhecimento adquirido para outras pessoas e o principal: seria um agente de transformação de várias famílias, pois não podia ficar parado vendo tantas pessoas fazendo escolhas equivocadas ou sendo mal orientadas em assuntos financeiros. Isso me motivou a criar algumas formas de levar às pessoas tudo que aprendi sobre finanças.

Mas afinal, o que eu quero dizer com tudo isso?

Quero mostrar que é possível investir e concretizar seus objetivos apenas com um pouco de estudo e dedicação, e não precisa ser nenhum gênio ou ter graduação em economia, ou em áreas afins, para começar a investir.

Posso te garantir que é possível construir um futuro tranquilo para você e sua família, e o mais importante: deixar um legado de educação financeira para seus descendentes.

Seria muita pretensão minha querer transformar esta obra em um material catedrático, ou menosprezar o trabalho de tantos profissionais acadêmicos; muito pelo contrário, quero contribuir com a disseminação da importância da educação financeira na vida das pessoas. E não importa sua classe social, formação ou profissão: a tomada de decisão financeira sempre deve estar em suas mãos. Esta responsabilidade é só sua!

Nesta obra, irei apresentar ferramentas que podem auxiliar na elaboração da estratégia de investimentos, e isso não quer dizer que estas são as únicas opções existentes ou que sejam as únicas alternativas que funcionam, mas são ferramentas que utilizei e utilizo no meu período de aprendizado e também na evolução dos meus investimentos, pois as experimentei e tenho certeza de que funcionam.

Antes de investir

Antes de falar sobre investimentos, é preciso comentar sobre a educação financeira das pessoas.

Infelizmente, no Brasil, esta é uma preocupação que não está nas prioridades do sistema educacional. Este é um tema que deveria ser tratado como disciplina escolar e, não importa a idade, deveria começar logo no início da alfabetização – claro que de maneira mais simples e natural, afinal de contas, não se pode exigir cálculos e análises complexas nesta faixa etária. Há pouco tempo descobri que a matéria Educação Financeira está sendo colocada na grade curricular de algumas escolas. Ainda que seja uma matéria eletiva, já é o primeiro passo.

É fundamental mostrar alguns conceitos básicos, como receitas e despesas, sempre de maneira lúdica e relacionando a uma realidade do cotidiano desta criança. Desta forma, a criança tem contato com alguns termos relacionados a finanças e entende alguns conceitos fundamentais que servirão de alicerce nas tomadas de decisão na vida adulta.

Devido ao histórico político-econômico no Brasil e aos traumas trazidos pelos imigrantes europeus, muitos deles fugidos da II Guerra Mundial, acabamos adquirindo alguns hábitos financeiros que persistem até hoje, como: investir em imóveis para aluguel e em caderneta de poupança. Aprendemos que qualquer outro tipo de investimento requer muito dinheiro, que é muito complexo e que é preciso ter uma formação específica para atingir o sucesso nesta empreitada.

Outro ponto que é muito difícil superar é o pensamento de longo prazo, pois a maioria das pessoas, especialmente o brasileiro, quer ter retorno imediato sobre seus investimentos, ao contrário dos problemas financeiros, que sempre queremos deixar para resolver amanhã; ou seja, na hora de investir, temos uma mentalidade de curto prazo.

Sim, eu me incluo entre essas pessoas, pois na nossa sociedade não discutimos muito o longo prazo, uma vez que sempre teremos um futuro incerto, mas aprendi que preciso buscar a manutenção da minha qualidade de vida no futuro hoje, preciso tomar decisões hoje, preciso buscar melhorar hoje, preciso estudar mais hoje, e só assim conseguirei consolidar meu futuro.

Devido a esta cultura brasileira, vou elencar algumas crenças limitantes sobre investimentos e farei alguns comentários:

Investir é apenas para pessoas ricas

De maneira nenhuma! Atualmente, há investimentos em que o aporte inicial é de R$ 1,00; isso mesmo, um real! Claro que existem alguns investimentos que são destinados exclusivamente para pessoas com um patrimônio maior, chamadas de investidores qualificados, mas o que quero dizer é que existem opções para qualquer tamanho de patrimônio. Não tem desculpa!

Investir é muito complicado para mim

Se você não dedicar um pouco de tempo para estudar qualquer coisa, tudo vai ser complicado, não apenas os investimentos. Seja qual for a atividade, simples ou complexa, o conhecimento é fundamental.

Investir é muito arriscado

Todo investimento tem seu grau de risco e todo risco está associado ao perfil do investidor. Este perfil é definido pela sua tolerância ao risco. No entanto, há investimentos em que o risco é muito próximo de zero, pois depende não de uma instituição financeira, mas de um país. Estou falando de investimentos em títulos públicos, que vou abordar mais adiante.

Eu não tenho tempo para investir

Isso vai depender de qual é a sua motivação para investir, pois se você traçou seus objetivos e construiu sua estratégia para alcançá-los, então você encontrará tempo para investir e acompanhar a evolução do seu plano de investimentos.

Investir é apenas para homens

Isto é um absurdo! O investimento é para todos, pois cada um, independente de sexo, ou orientação sexual, tem a oportunidade de investir. Nos dias atuais, não existe mais aquela imagem do homem ser o provedor da casa; o papel do provedor pode ser