Espelho Do Livro - Versão Marlon

De Rose Freire

Susy Rodrigues fugiu de seu amor porque foi rejeita por um e-mail. Ela vai embora da cidade sem dar satisfação a ninguém. Já Marlon, após um curto romance com a escritora, percebeu que não valia a pena lutar por amor a fracassa escritora. Ele se casa com uma mulher do nível social igual ao dele. Só que Marlon não sente feliz com a bela mulher. Marlon continua amando a escritora que o imaginou em seu livro.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 26 de nov. de 2021

Pré-visualização do livro

ROSE FREIRE

O ESPELHO DO LIVRO

-versão MARLON-

FORTALEZA

2016

Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon Copyright © 2016 by Roselizangela da Cunha Freire

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Capa e Diagramação

Rose Freire

F935e

Freire, Rose

Espelho do livro: versão Marlon – [1ª Ed.] –

Fortaleza: Roselizangela da Cunha Freire, 2016

ISBN 9788592106447

1.Romance brasileiro.I. Título.

CDD:869.93

CDU: 821.134.3(81)-3

Todos os direitos reservados . Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon

"Esta é uma obra de ficção,

qualquer semelhança com

nomes, pessoas, fatos ou

situações da vida real é

mera coincidência"

Agradeço a Deus por me dar

Inspiração! Aleluia!

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon

1 - LEITURA

Eu não tinha ideia do que ocorrera, apenas sentia que eu estava alforriado para viver minha grande paixão. Poderia libertar meus sentimentos sem receio. Por incrível que pareça me sentia forte para desobedecer às ordens expressas dos meus pais, não ligava para os comentários negativos dos meus amigos, visto que eu estava feliz em escolhê-la.

Eu sabia da intenção de minha amada de ir com aquele homem para outra cidade, mas avisei que não deixaria isso acontecer. Esse sujeito chegou do nada, e agora, havia conquistado a confiança dela para levá-la para bem longe mim.

Isso não me agradava! Eu tinha que tomar uma atitude forte e depressa. Se não, eu perderia a batalha e seria irreversível.

No meu ponto de vista, eu iria fazer o certo ao apresentar meus argumentos aos meus pais. Mesmo eles sendo contrários, eu não iria me submeter mais àquelas regras infundadas que me impediam de amar aquela funcionária. E por conseguinte as minhas próprias regras de namoro. Eu era bem crescido, não era mais um moleque, já tinha mais de 34 anos e sabia o que queria.

Ainda não entendia meu sentimento por aquela mulher, porque estava ficando com uma pessoa tão simples, que era totalmente inversa ao padrão de beleza que eu tanto valorizava.

Eu achava Susy bonita, mas ela não era linda nem deslumbrante como as jovens com quem eu costumavam sair sempre, pois elas tinham que ser ricas como eu; ter olhos claros, sendo azul ou verde, nada de castanho claro; e ser magra, ter um corpo definido, com pernas torneadas, seios avantajados e quadris proporcionais; cintura fina e barriga negativa; ser loira, com os cabelos lisos e longos; e por último ter pele sem manchas.

Eu sou moreno claro, mas muito exigente como a maioria dos jogadores de futebol. Eu apenas saía com loiras.

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon Esse era o meu padrão de mulher até conhecer a Susyrolyane Cabral Rodrigues, mais conhecida como Susy Rodrigues, aspirante à escritora.

Quem era ela? Não sabia direito quem era Susy, trabalhou por muitos anos na empresa Oxiston do meu pai, sem eu nunca ter notado a existência dela. No entanto, eu a percebi quando resolveu ser minha amiga virtual. Onde tinha site de relacionamento, lá estava ela querendo amizade. Todavia, somente descobri seu interesse real por mim, não por um MSM, chat, e-mail ou WhatsApp, mas sim, pelo seu livro Vidros Escuros, o qual também me fez apaixonar pela leitura. Foi algo esquisito, grande e surpreendente que impactou meu interesse em conhecer aquela mulher apagada.

Eu pensava:

—Era ridículo essa mulher me desejar, estava a léguas de distância da nossa posição no mundo. Uma estranha que sonhava com um galã como eu. Como ela não podia me ter no mundo real, fez-me um personagem semelhante a mim. O

irônico era que ele a desejava no mundo fictício dos romances literários da mesma forma que eu passei a viver no mundo real posteriormente.

Susy era uma empregada qualquer que inventou de ser escritora. Escreveu um livro chamado Vidros Escuros, mas não foi bem sucedida, vendeu poucos exemplares, nem na empresa com mais cinco mil funcionários conseguiu emplacar, vendeu muito pouco, acho que apenas três, não sei, mas o suficiente para chegar até mim.

Nele eu descobri a estória de Liene e Muriel, onde a Liene era apaixonada por um tal de Muriel que não correspondia ao amor dela. Com o desenvolvimento da estória, Liene descobre que tem um certo poder vindo da família dela, permitindo descobrir que pode conseguir fazer coisas que apenas vimos em filmes, ajudando a moça a saber o que Muriel pensava dela.

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon O romance conturbado pegou fogo e muitas loucuras sexuais aconteceram. Isso me deixou intrigado, pois o personagem principal era parecido demais comigo fisicamente e até emocionalmente. Entendia-se como se fosse uma biografia, era baseado demais na minha vida. Mas eu nunca havia vivido aquilo com ninguém, lógico, era fantasioso ao extremo quando se tratava do sobrenatural.

Era inimaginável uma relação amorosa com aquela mulher. Então, por que ela criou uma estória de mim? Uma estória tão absurda e picante que adorei ler, mesmo sendo muito monótono no começo, insosso de fato, mas no meio, esquentou os atos polêmicos, e no final ficou muito louco.

Eu consegui o exemplar por meio de uma amiga, que me emprestou dizendo que o livro tinha um personagem no meu estilo. Passei a folhear por curiosidade e, por fim me interessei muito pela leitura, deveras aparentava um viciado no livro, pois quando sobrava tempo eu o pegava para ler.

Quando terminei o livro, fiquei meio chateado. Susy havia deixado muitas pontas soltas, tudo indicava uma continuação que não houve. Eu queria entender, talvez tivesse pulado algum parágrafo ou alguma página inteira. Então resolvi ler pela segunda vez, do mesmo jeito que fiquei da primeira vez.

Estava ansioso para ler o capítulo seguinte, mesmo sabendo do fim. Continuava viciado no livro. Isso era muito estranho.

Quando fui ler pela terceira vez, estava passando da metade quando tomei uma decisão insana. Eu iria conhecê-la de verdade. E fiz isso. Resolvi comprar seu livro por um site que a própria autora usava para vender. Ela iria pessoalmente a minha residência. Então, eu fiquei ansioso apenas em pensar. Será que conseguiria me controlar? Fui severo, não me deixei ser um fã fanático, ao contrário, mostrava-me indignado.

Ela havia mudado muito, não era mais como quando trabalhava na Oxiston, nem na foto do livro, seu jeito e seu físico eram diferentes. Achei até que não fosse ela. Estava bem 6

Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon melhor, mais esperta, mais bonita mesmo estando com umas roupas cafonas. Ela aparentava ser mais viva. Fiquei emocionado ao vê-la, porém busquei não demonstrar. Susy parecia muito segura de si. Não era de brincadeira, teria que tomar cuidado onde ia pisar. Ela era durona agora, não ia ficar caladinha ao ser atacada, mesmo assim mexi com a onça.

Afinal, eu era Marlon Paiva, o próprio Muriel em pessoa, ela não iria resistir aos meus encantos. Seria fácil domá-la. Fazer dela o meu brinquedo! E eu contava muito com isso. Eu, de fato, naquele dia fiquei desejando Susy, uma mulher que não fazia meu tipo. Era totalmente diferente do meu padrão, tinha estatura mediana, cabelos castanhos, cacheados e curtos, sua cor parda, corpo médio, quase gordinha, com glúteos enormes, sua boca também me deixava hipnotizado e o olhar extremamente forte que me fazia querer cair na tentação de tocá-la.

Eu me tremia por dentro, buscando ao máximo esconder meu nervosismo por estar tão perto dela, alguém que já sabia que eu a desprezava antes por ser pobre há alguns anos. E agora estava em uma relação comercial muito ousada, onde não queria demonstrar que agora eu era seu fã, e tinha um interesse estranho por ela.

Então, pensei que seria bom dar uma chance a Susy me ter por alguns minutos, como se fosse a Liene encontrando o Muriel. Proporcionei seu desejo, um encontro ao acaso, sem nenhuma estimativa futura.

Eu provoquei raiva nela, depois dei o que ela mais queria: Um beijo. Ela negou no início, mas eu tinha certeza de que Susy ainda me almejava muito. Meu plano era simplesmente ficar um pouco com ela e depois descartá-la, ninguém precisava saber dessa aventura estranha. Seria apenas um dia, alguns minutos, no máximo uma ficada qualquer.

Pensei em fazer uma brincadeira, um jogo de sedução para ter a minha continuação ao vivo. Infelizmente o tiro saiu pela culatra. O beijo não saía da minha cabeça, como poderia 7

Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon algo tão simples ser tão forte? Eu não entendia, pois já tinha transado com muitas mulheres mais lindas e interessantes, e no outro dia nem me lembrava mais delas, partia à caça novamente.

Talvez por ser sempre igual, eu não tinha tanta ansiedade, mas com Susy foi diferente. Senti uma força tremenda em querer vê-la novamente. Então, ousei trazê-la para perto. Consegui contratá-la sem ela saber, e passei a vê-la todos os dias, mas ainda não me contive. Queria mais, queria tê-la junto a mim, e consegui me aproximar sem ninguém desconfiar, sem aquela sensibilidade de homem apaixonado.

Banquei o cafajeste. Fui safado. Eu a usei demais, fiz tudo o que quis. Susy também não foi boba e se aproveitou para me ter ao seu lado, pois já estava moderna e sem ilusões de casamento, então ela soube me usar para a sua alegria. E

também me castigar para a minha tristeza.

Agora depois de tudo, fui eu o rejeitado. Ela iria com outro homem para outra cidade sem nem me avisar. Eu, Marlon Brandão Paiva abandonado? Não conseguia acreditar. Está certo que tínhamos terminado recentemente, mas logo reatamos, mas no mesmo dia em que voltamos, ela se foi furtivamente. Eu não aceitei isso tão fácil. Deixe o meu amor escorregar pelos meus dedos. Eu a menosprezei de tantas maneiras que ela me deu o troco cruel.

Na minha mente tinha algo errado. Eu tinha feito o que ela queria, declarado meu amor em público. Ela tinha aceitado ficar comigo, e de repente ela sumiu. Não havia explicação.

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon 2 - AUSÊNCIA

Foi assim, no mesmo dia que me declarei a ela, eu a perdi. No começo, eu me sentia em êxtase por libertar minha vontade, não consegui esperar até o fim do expediente para vê-la de novo. Queria comemorar nosso retorno. Mas não foi bem assim quando cheguei à sala de auditoria onde ela trabalhava.

— Susy! — Eu disse logo ao entrar sem perceber que ela não estava ali.

— Marlon. Ei! — Disse Edi, chamando minha atenção.

— A Susy já foi para casa.

— Já foi? Tão cedo? Por quê?

— Não sei, quando vi, já estava saindo sem me dar explicação.

— Típico dela.

— É mesmo! Mas o que quer com ela, você não a demitiu?

— Você não soube? — Eu perguntei, estranhando.

— Não! — Pensei que você tivesse exigido que não ficasse mais aqui. Imaginei que fosse por isso a pressa dela.

— Não, Edi! Nós fizemos as pazes. Ela não precisa mais sair da empresa, meus pais concordaram. Deixaram-na ficar e cancelei a rescisão.

— Como é? Não acredito.

— Pois é! Eu fiquei até temeroso quando avisei a eles que precisava falar com urgência, decidi que ficaria com ela a qualquer custo, assim criei coragem para desabafar, nada que eles me dissessem iria me fazer mudar de ideia. Fui firme!

— Realmente, estou surpreso com a sua decisão.

Resolveu ser homem de verdade. Saiu da saia da mãe.

— Eu sempre fui um homem, seu engraçadinho!

— A conversa foi quando?

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon

— Hoje de manhã, em seguida, na hora do almoço fui logo contar para Susy.

— Impressionante que foi tão firme com eles. E pior, eles aceitaram tão fácil! Marlon, tem algo errado. Não estou acreditando!

— Nem eu, mas acho que ficaram com medo de me perder. Viram que minha paixão por Susy é autentica, e que não estou de brincadeira.

— Tem algo que não se encaixa, Marlon. Desculpe, mas foi fácil demais. — O Edi continuava desconfiando muito.

— Eu fui muito firme, Edi. Expliquei que não seria mais a marionete deles, que já podia escolher a minha mulher, foi a primeira vez que fiz algo que eles não se agradaram. Acho que os assustei.

— Pelo visto foi uma revolução.

— Com certeza! Mas me diga, a Susy não disse nada ao voltar?

— Não, Marlon. Só que ela me parecia muito contente.

Suspeitei que fosse pela oportunidade de ir para outra cidade já empregada.

— Não era por causa disso! Ela ficou de ligar para aquele tal de Muriel e desfazer o acordo para continuar na Oxiston.

— Eu não a vi pegar no telefone, talvez tenha ido contar a ele pessoalmente, porque seria um destrato muito grande com uma pessoa que ofereceu o mundo.

— Será que foi isso?

— Ela deve te ligar daqui a pouco, dizendo como foi.

Não se preocupe. Mas me conte isso, de resolver ser homem, tomar uma decisão assim, dever ter feito você ficar horas pensando.

— Com certeza, Edi! Não dormi direito. Senti que estava perdendo a mulher da minha vida por capricho meu em querer seguir o estereótipo da beleza da moda.

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Rose Freire O Espelho do livro –versão Marlon

— Teve sorte! Ela ia mesmo, pois comunicou que ia pegar a rescisão dela hoje, não cumpriria o aviso prévio, devido à viagem ser amanhã.

— Ela já iria amanhã?

— Ham ham! — Sr. Ednardo confirmou.

— O chato que ela desligou o celular. — Eu disse desconfiado.

— Deve estar no momento da conversa delicada com o tal Muriel.

— Não está certo! Por que ela não me atende? Não retorna com mensagem? Por que já foi embora assim? Por que não me avisou que iria vê-lo?

— Calma, Marlon! Amanhã ela deve explicar. Sabe como é a Susy. Não gosta de avisar quando se trata da vida particular.

— Eu vou ao apartamento dela agora, não