Os Essênios

De Stuart Wilson e Joanna Prentis

UMA VIAGEM ATRAVÉS DO TEMPO PARA
DESCOBRIR CONHECIMENTOS E SEGREDOS
DOS MISTERIOSOS ESSÊNIOS

Jesus realmente morreu na cruz?
Quem foi Maria Madalena e qual a sua verdadeira conexão com Jesus?

Novas e extensas informações sobre as sigilosas escolas de mistérios dos essênios.
Uma das grandes tragédias da cultura ocidental é o esquecimento e posterior negação das raízes essênias por parte do cristianismo. Essas raízes são exploradas neste livro segundo a perspectiva de regressões a vidas passadas. Emergiram informações novas e fascinantes, inclusive vínculos entre essênios e druidas, a existência de um núcleo principal e secreto em torno de Jesus e contatos com a Ordem de Melquisedeque. Talvez o mais notável de tudo isso seja a possibilidade de vermos Jesus como essênio, trazendo à vida o Ser sábio e amoroso que foi obscurecido por tantas doutrinas e dogmas. Suas palavras chegam até nós através dos séculos e permitem uma compreensão mais clara do Caminho estabelecido por ele e da meta final desse Caminho. Este livro deixa claro que Jesus não estava sozinho. Ele teve o apoio de uma equipe poderosa e dedicada de essênios, inclusive José de Arimateia. Graças à técnica de regressão a vidas passadas, agora esta história pode ser contada pela primeira vez, abrindo uma janela fascinante para um momento único e vital da História.

• Idioma: Português
• Editora: Ozark Mountain Publishing, Inc.
• Data de lançamento: 27 de nov. de 2023
• ISBN: 9798215787311

Stuart Wilson

Stuart Wilson has worked in publishing, advertising and counselling, and he now runs a names consultancy. He lives in Devon. He is the author of Simply the Best Baby Name Book and The Pan Guide to Babies' Names.

Pré-visualização do livro

3. José e Daniel

Parte Dois: A fundação da fraternidade essênia

4. Os Kaloo

5. Como se desenvolveu o caminho essênio

Parte Três: Os essênios

6. As comunidades essênias

7. A vida nas comunidades essênias

8. As crianças essênias

9. John e Roberta

10. Viagens e contatos com estranhos

11. Habilidades e poderes

Parte Quatro: Conhecimentos e crenças dos essênios

12. Explorando o conhecimento dos essênios

13. As bibliotecas dos essênios

14. O credo de um irmão leigo

Parte Cinco: O núcleo secreto da vida essênia

15. Sigilo e segurança

16. O grupo principal

Parte Seis: Jesus

17. Jesus como estudante e professor

18. Jesus na Britânia

19. Na companhia de Jesus

20. Ensinando e curando

Parte Sete: Desenvolve-se o drama

21. Reunião dos essênios na caverna

22. O sistema de energia

23. A crucificação

24. O túmulo vazio

Parte Oito: Novas perspectivas

25. Maria Madalena

26. Jesus e Maria Madalena

27. Tempo e atemporalidade

Parte Nove: A verdade interior

28. A oração da fundação

Parte Dez: A dispersão dos essênios

29. Após a crucificação

Parte Onze: José de Arimateia

30. José em perspectiva

Parte Doze: A conexão celta

31. Os druidas

32. José na Britânia

33. A mãe de Maria e José

34. Conexões entre os essênios e os druidas

35. A importância do trabalho de José na Britânia

Parte Treze: Uma compreensão mais profunda

36. A projeção da consciência

37. O equilíbrio entre sacerdotes e essênios leigos

Parte Quatorze: A vinda da luz

38. Pisando na luz

Parte Quinze: A herança de Melquisedeque

39. A Ordem de Melquisedeque

40. O caminho da unidade

41. A diversidade dos ensinamentos de Melquisedeque

42. O triunfo da luz

Parte Dezesseis: Rumo à completude

43. A reunião final

44. Completando o processo

45. Adeus a Qumran

46. Os últimos dias de Daniel

Parte Dezessete: Em resumo

47. Nova luz sobre os essênios

Parte Dezoito: Visão geral

48. A história continua

49. Conclusão

Glossário

Leitura adicional

Autores

Prefácio por Stuart Wilson

Sou escritor especializado em novas perspectivas e autor de um dicionário best-seller de nomes chamado Simply the Best Baby Name Book. Mudei-me para a região de Devon, na área oeste do interior da Inglaterra, em 1990 para trabalhar no desenvolvimento do Starlight Centre com sua cofundadora, Joanna Prentis. O Centro dedica-se à cura e à transformação da consciência.

Este livro é o resultado de nossa colaboração no campo da regressão a vidas passadas. Joanna é hipnoterapeuta qualificada e terapeuta de vidas passadas, e foi a condutora das sessões. Eu transcrevi as fitas e editei o material na forma de livro.

Cada um de nós contribuiu com uma seção introdutória e escrevemos comentários em pontos apropriados do texto. Eu também escrevi um resumo colocando o projeto em perspectiva.

O processo de regressão que forma o núcleo deste livro envolveu diversas sessões com um total de sete pacientes:

Nome do paciente

Stuart

Rowena

John

Roberta

Martha

Nome essênio

Daniel Benezra

José de Arimateia

Lucas

O Silencioso

Nome não fornecido

As outras duas pacientes, Nicky e Carol, eram seguidoras de Jesus, mas não encontramos uma conexão essênia.

Não estamos dizendo que Rowena é a encarnação de todo o eu superior de José de Arimateia. O eu superior pode encarnar em diversos aspectos simultâneos da alma, e consideramos Rowena um aspecto de José. Isto significa que outras pessoas vivas atualmente também poderiam ser aspectos de José. Entretanto, quando os indivíduos passam pelo processo de regressão, têm a sensação de que são o ser completo.

Os quatro primeiros pacientes se conheciam naquela vida: três moravam em comunidades a oeste do Mar Morto, enquanto o quarto (José) viajava frequentemente e visitava as três comunidades. Os vínculos íntimos entre essas quatro pessoas formaram uma chave que nos permitiu penetrar o véu de sigilo dos essênios. Possibilitou-nos obter acesso a informações em diversas áreas, inclusive a materiais bastante sensíveis relativos a questões de segurança. Esta informação, inclusive a localização das comunidades essênias e a existência de um Grupo Principal, não foi revelada anteriormente, e amplia nosso conhecimento acerca do modo como os essênios atuavam. O mesmo se pode dizer sobre o material acerca da filosofia essênia e do equilíbrio entre sacerdotes e irmãos leigos. A informação que emerge deste processo tanto confirma trabalhos de regressão anteriores quanto mostra-nos uma visão totalmente nova sobre as vidas e o mundo intelectual dos essênios.

Os essênios não se referiam a Jesus por este nome. Por motivos de sigilo e segurança, referiam-se a ele quer como Benjoseph (literalmente, o filho de José) ou como Yeshua, com a forma alternativa de Jeshua. Percebemos que estes nomes podem confundir o leitor, e sempre que ele foi mencionado nas sessões de regressão, alteramos seu nome para Jesus.

Quando Dolores Cannon visitou o Starlight Centre no outono de 1999, demos-lhe uma cópia do manuscrito original, e, após lê-lo, ela foi bondosa e disse que ele contém, de fato, mais informações que se juntam com as informações que encontrei. Então, Dolores nos incentivou (e tornou a fazê-lo quando tornamos a nos encontrar em 2002) a voltar ao processo de regressão e ampliar o manuscrito, e fizemos isso. Sem estes estágios adicionais de desenvolvimento, não teríamos obtido essa compreensão mais profunda da vida essênia que emergiu do novo material. Gratos, Dolores, este livro se transformou graças a seu envolvimento tão útil.

Outros amigos – em especial, Anne MacEwen, Sylvia Moss e Maggi Fielder – contribuíram para a ampliação do texto, e somos muito gratos por sua ajuda.

Um comentário adicional sobre a estrutura do livro: após os três capítulos introdutórios iniciais, organizei as informações segundo o conteúdo. O leitor deve perceber que quando as apresentamos desta maneira, misturamos inevitavelmente materiais de sessões anteriores (quando os pacientes estavam vivendo suas vidas) com sessões posteriores (quando revisavam suas vidas na Intermissão).

Demo-nos conta de que este livro é apenas um começo. Apesar dos problemas relacionados ao sigilo, a história dos essênios está sendo contada agora. A julgar pela torrente de artigos, livros e sites da Internet, essa é uma história cuja época chegou. Esperamos que os outros se deixem inspirar por aquilo que lerem aqui e se apresentem para contar sua parte na história dos essênios. É com isto em mente que pusemos este livro no mundo.

Introdução por

Joanna Prentis, D. Hip.

Sou curadora, conselheira e terapeuta de vidas passadas. As pessoas me procuram por muitas razões: para se lembrarem de habilidades passadas, para compreenderem melhor seus relacionamentos atuais, para superarem fobias e medos (uma vez que muitos deles são causados por lembranças do passado) e para lidarem com problemas de saúde (pois, com frequência, reviver uma lembrança passada por aliviar dores e problemas no corpo). Todas as memórias de vidas passadas estão armazenadas no corpo emocional e na memória celular. A limpeza dessas memórias pode liberar bloqueios energéticos e permitir que o paciente progrida de forma mais leve e clara. A vida é um processo de aprendizado: repetimos os mesmos padrões muitas vezes, até compreendermos as lições.

Em suma, é um trabalho fascinante, além de ser um bom modo de aprender história em primeira mão, uma vez que boa parte da história foi distorcida pela passagem do tempo e não é necessariamente a mesma que aprendemos nos livros de referência! A maioria de meus pacientes viveu existências razoavelmente simples, mas podem ter sido muito importantes para eles. Para mim, é muito raro encontrar alguém que foi muito conhecido ou que, de fato, teve algum lugar nos registros históricos.

Também não é sempre que encontramos uma pessoa que entra num estado hipnótico profundo e não se lembra de nada ao sair dele. É muito mais comum um leve estado alterado de consciência. É como se a personalidade normal ficasse de lado e a pessoa se tornasse temporariamente quem ela foi, falando como aquela pessoa. Geralmente, o paciente fica um pouco ciente daquilo que está acontecendo, mas raramente consegue se lembrar exatamente daquilo que disse, e por isso sempre gravo as sessões.

Eu não acreditava na reencarnação quando comecei a fazer este trabalho. Minha formação foi convencional, e só quando nos mudamos para uma fazenda no oeste da Austrália é que meus horizontes começaram a se expandir e comecei a investigar novas perspectivas. Agora, estou convencida da validade da reencarnação, mas creio que cada um deve decidir se realmente voltamos para cá, vida após vida. E nunca esperaria que alguém acreditasse na reencarnação se não teve alguma experiência com vidas passadas.

Muitas pessoas têm essas experiências como parte do processo normal da vida. Você se lembra da sensação de ter reconhecido certo lugar de que se lembra muito bem, embora nunca tenha estado lá nesta vida? Ou de ter conhecido uma pessoa e sentir imediatamente que sempre a conheceu? Ou de sonhos muito claros e realistas sobre outro período histórico?

Em todo esse tempo que tenho sido terapeuta de vidas passadas, descobri que algumas vidas anteriores só são importantes para o paciente, enquanto algumas parecem se expandir e se conectar com as experiências de outras pessoas. Foi exatamente esse tipo de conexão que aconteceu aqui, e revela uma história realmente espantosa. Quando comecei a explorar uma vida essênia de Stuart, nunca teria imaginado que ela revelaria tamanha riqueza de informações, envolveria tantos amigos, geraria novas amizades e também seria muito importante para o momento atual. Entretanto, sei que os mesmos grupos de pessoas tendem a reencarnar juntas, vida após vida, e tem sido uma grande alegria observar esses velhos amigos se encontrando e se reconhecendo mutuamente.

Lucas, por exemplo, chorou ao lembrar-se de Daniel Benezra, o que foi muito comovente. Ele não teve lembranças tão afetuosas de José! Mas José já era um homem mais velho e, às vezes, responsável por disciplinar o jovem Lucas, que dava muito trabalho. Lucas chegou a nos mostrar como José sacudia o dedo ao discipliná-lo, o que fez com que eu e Stuart nos divertíssemos muito ao ver Rowena fazer exatamente o mesmo gesto hoje em dia!

Em momento algum os envolvidos leram a transcrição dessas fitas antes de reviverem suas próprias vidas com Jesus. E Stuart não leu Jesus e os essênios, de Dolores Cannon, enquanto não terminou o processo principal de regressão. Fizemos isso para garantir que ninguém se deixaria influenciar por conhecimentos prévios. A coisa mais notável que emergiu deste processo foi o quanto a história de Daniel foi confirmada por outros relatos. Naturalmente, há algumas áreas de discórdia, devidas simplesmente a uma perspectiva diferente.

Para nós, foi uma aventura montar este relato, mas sabemos que há muito mais coisas a se descobrir. O que parece estar acontecendo é que as pessoas que viveram e serviram com Jesus reencarnaram para falar ao mundo desses ensinamentos originais – ensinamentos muito relevantes para a época atual.

Neste relato, os essênios emergem tanto posicionados num período histórico quanto surpreendentemente modernos em alguns aspectos. Dois mil anos atrás, estavam familiarizados com a dinâmica do eu superior e estavam explorando a multidimensionalidade. Creio que hoje todos têm a oportunidade de entrar em contato com o eu superior, identificarem o Eu Divino em seu íntimo e tornarem-se seres multidimensionais. Tenho conhecido cada vez mais pessoas que deram esse salto para fora da densidade pesada. Um salto que dá acesso a uma gama muito mais ampla de conhecimentos e a todos os dons e talentos que desenvolvemos em vidas passadas. Esta é uma das razões por trás de tantas curas maravilhosas de que ouvimos falar. A manifestação de óleos e cinzas sagradas, fazer cristais cantarem, conseguir a comunicação com golfinhos e caminhar sobre o fogo sem se ferir. Jesus foi capaz de fazer muitas coisas maravilhosas e disse que seríamos capazes de fazer coisas ainda maiores. Aquilo que me foi revelado como o núcleo absoluto de seu ministério é o Amor – o amor incondicional – e é para ele que precisamos retornar.

Esperamos que este livro provoque em você a sensação de estar com Jesus, a sensação do amor completamente incondicional que é difícil descrever em palavras. Mas foi a sensação e a energia do amor incondicional, esse estado sublime de sua presença, que tornou este projeto tão maravilhoso para todos os envolvidos. Criou vínculos de amor e amizade ainda maiores com aqueles com quem trabalhamos, e eu lhes ofereço minha gratidão por tornarem tudo isso possível.

Peço-lhe apenas para ler este relato com a mente aberta. Extraia dele o que for aceitável para você em seu coração e desfrute do tempo passado na companhia de Daniel e dos essênios.

Parte Um:

Tem início o processo

Sua pureza vitalícia, a aversão a juramentos ou falsidade, o reconhecimento de uma boa providência, bastavam para mostrar seu amor por Deus. Seu amor pela virtude se revelava em sua indiferença ao dinheiro, à posição material e ao prazer. Seu amor pelo ser humano em sua bondade, sua igualdade, sua amizade, superavam todas as palavras.

Fílon de Alexandria,

escrevendo sobre os essênios em 20 EC

1

Primeiro encontro com Daniel

Já vinha trabalhando com Stuart por mais de quatro anos e tínhamos explorado diversas de suas vidas passadas. Em cada caso, a recordação havia sido detalhada, pois ele é um dos melhores pacientes com quem já trabalhei. Quando está numa regressão, ele tem a capacidade de falar por algum tempo com pouquíssimo estímulo, o que torna o processo muito mais fácil para mim. Embora tenhamos trabalhado intensamente nas sessões de Daniel, a história principal levou mais de seis semanas para ser entendida, e voltamos para fazer mais regressões em quatro estágios posteriores a fim de adicionar mais detalhes ao texto.

Stuart já havia explorado uma vida essênia na comunidade de Damasco por volta de 100 AEC. Eis o seu breve resumo daquela vida:

"Na comunidade de Damasco, estávamos nos preparando para a vinda de um grande Mestre. Foi uma vida simples, equilibrada entre o trabalho simples no cultivo da lavoura com o estudo das obras de grandes sábios contidas nos rolos de pergaminho. À noite, jantávamos juntos e depois nos reuníamos em torno de uma grande fogueira para compartilhar nossos pensamentos e sentimentos em torno do dia.

"Não sabíamos quando o Mestre de Justiça viria, mas queríamos estar bem preparados para ajudá-lo em seu trabalho. Para isso, também ajudamos outras comunidades a se estabelecerem, em parte por escrevermos as experiências que tivemos na gestão de nossa comunidade na forma de instruções e orientações gerais. Houve regras que desenvolvemos ao longo de certo período. Achamos que seria importante compartilhar nossas experiências desta forma, pois os grupos que estabelecem comunidades não sabiam qual estrutura funcionaria melhor e quais regras seriam necessárias para ajudar a comunidade a se tornar um conjunto coeso. Não há substitutos para a experiência prática.

Sentimos que se outros grupos de pessoas que seguem nossos costumes pudessem ser estabelecidos, o Mestre poderia encontrar corações dispostos e mãos úteis em muitos lugares, o que poderia beneficiar o trabalho como um todo.

Este relato é fascinante porque parece descrever como (e porque) o Documento de Damasco, um texto essênio fundamental, foi escrito. Aqui, temos a sensação de estarmos no início de toda a experiência essênia.

Eu sabia que era possível que Stuart tivesse tido outra vida como essênio, e por isso levei-o a um estado alterado de consciência e pedi-lhe para se conectar com a vida imediatamente após aquela em Damasco. Comecei perguntando o seu nome.

Stuart: Meu nome é Daniel. Alguns dizem que Daniel não é um bom nome, pois significa Deus é meu juiz. Dizem que é um nome difícil, mas não o compreendem. Significa que você só será julgado por Deus, e Deus sabe o que há no seu coração. Por isso, para mim é um nome confortável, e significa que você será julgado com o conhecimento pleno de sua existência e do que está em seu coração, e não pelo que parece estar no exterior.

Isso foi um golpe de sorte – com certeza, Daniel era um nome que parecia ser judeu, mas seria ele essênio? Resolvi ser cautelosa e perguntei sobre seu pai.

Joanna: E seu pai, como se chama?

Daniel: Meu pai se chama Ezra, e por isso sou Daniel Benezra. Meu pai era um ancião de nossa comunidade.

Joanna: Seu pai ainda está vivo?

Daniel: Não. Ele morreu antes de meus trinta anos.

Ele pareceu interessado em nomes, e por isso perguntei o que significava o nome do seu pai.

Daniel: O nome do meu pai significa salvação. Vemos a salvação como uma coisa contínua. Estamos sempre sendo protegidos das coisas que nos afastam da verdade, que nos afastam da Luz. Por isso, vemos tudo como uma coisa diária, passo a passo: estamos sempre sendo salvos.

Percebi que ele disse Vemos e não vejo. Talvez fosse a proximidade de sua comunidade, mas resolvi ser ousada e mergulhar nessa questão de maneira bem direta.

Joanna: A sua comunidade é essênia?

Fez-se uma longa pausa. Finalmente, Daniel respondeu, Sim. Pela duração da pausa, percebi que tinha de agir com cautela, e por isso procurei tranquilizá-lo.

Joanna: Estamos interessados nos essênios. Simpatizamos com suas crenças e desejamos-lhes o bem.

Daniel: Isso é bom. Há muitos que não querem o nosso bem.

Joanna: Sua comunidade é grande?

Daniel: Não, não é a maior.

Joanna: Quantas pessoas vivem na sua comunidade?

Daniel: (de modo bem brusco) Não tenho permissão para falar sobre isto!

Esse foi mais um sinal para eu prosseguir com cuidado. Embora soubesse que os essênios eram bastante reservados, não sabia muito bem quais seriam os assuntos mais sensíveis, e por isso tinha de ir tateando. Achei melhor me afastar do tema da comunidade por enquanto e pedi que Daniel falasse a seu próprio respeito.

Joanna: Você é casado?

Daniel: Não, sou solteiro. Para mim, é apenas um pequeno sacrifício, e tenho muitos amigos à minha volta.

Fiz mais algumas perguntas de sondagem nessa primeira sessão, mas sem que surgisse alguma coisa interessante. No final da sessão, eu já estava sentindo as restrições do sigilo dos essênios à minha volta. Se fossem numerosas as áreas proibidas, como poderíamos fazer algum progresso? Estava começando a pensar que, apesar do início promissor, esta vida talvez não acrescentasse muita coisa a nossos conhecimentos sobre os misteriosos essênios.

A visão convencional dos essênios foi registrada pelo historiador Josefo, por Fílon de Alexandria e por Plínio, o Velho. Eles descreveram os essênios como pessoas que se reuniam em comunidades rurais, procurando equilibrar o trabalho agrícola árduo com o estudo comunitário de questões religiosas e morais. Prestavam muita atenção na pureza de suas cerimônias e tinham propriedades em comum. Esses autores apresentaram um retrato geral dos essênios como um grupo asceta, piedoso e pacifista, bem distante de questões políticas e de pressões comerciais.

Autores mais modernos descrevem uma visão mais ampla dos essênios, vendo-os como um movimento disseminado de não-conformistas que se opunham a Jerusalém. Aqui, os essênios tornam-se um grupo fluido, mal definido e mutável, em contraste com os judeus convencionais, mais estruturados e organizados. Nesta percepção, os essênios podem acolher uma ampla gama de posições, desde pacifistas e piedosos até a militância anti-Roma mais extrema e violenta.

2

Rowena

Uma semana após a primeira sessão com Daniel, marquei uma sessão com uma paciente com quem já havia explorado diversas vidas. Vamos chamá-la de Rowena, embora este não seja seu nome. Ela pediu para que sua identidade não fosse revelada. Rowena é uma mulher de meia idade; na superfície, aparenta ser uma pessoa razoavelmente extrovertida, de mente aberta e com um aguçado senso de humor. Mas também tem uma faceta profunda e reservada, e as razões para isso vão ficar aparentes à medida que contar sua história.

É uma paciente bem diferente de Stuart, que raramente mostra emoções mas geralmente tem lembranças detalhadas. Ela mesma vai descrever seu processo, em suas próprias palavras: parece que sinto tudo. Minhas recordações são uma mistura de visão, audição e sensação.

Como era de praxe com Rowena, simplesmente lhe pedia para voltar à vida mais significativa. Depois que ela entrava num estado alterado de consciência, eu começava pedindo-lhe para descrever o que estivesse vendo, ouvindo ou sentindo.

Rowena: Faz calor e o sol brilha no céu azul. Estamos viajando em camelos através do deserto. A viagem tem sido difícil e estou cansado. Meu camelo é uma criatura temperamental e ficarei feliz quando este dia terminar e eu puder descansar.

Joanna: Como você se chama?

Rowena: Chamo-me José.

(Agora que José se identificou, vou usar este nome em vez de Rowena.)

Achei que seria capaz de comprovar sua identidade perguntando pelo nome de seu pai. Afinal, Daniel não era apenas Daniel, mas Daniel Benezra.

Joanna: E como se chama seu pai?

José: Você não tem necessidade de saber isso.

Estava começando a achar que não conseguiríamos muita coisa com esta vida, pois via-se claramente que José era bem cauteloso. No entanto, persisti.

Joanna: Então, as pessoas chamam-no apenas de José?

José: Não. (Houve uma pausa). Sou chamado de José de Arimateia.

Neste momento, quase caí da minha cadeira. Não era simplesmente qualquer José idoso, mas um dos principais participantes da história de Jesus. Ele fora José de Arimateia, o homem rico que pediu a Pôncio Pilatos o corpo de Jesus após a crucificação e que preparou o túmulo. Em Lucas, capítulo 23:52, 53 lemos que esse homem:

Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. Então, desceu-o, envolveu-o num lençol de linho e o colocou num sepulcro cavado na rocha, no qual ninguém ainda fora colocado.

A introdução inesperada de um personagem tão importante dos registros bíblicos elevou claramente o projeto todo a um nível diferente. Todavia, naquele momento precisei conter minha empolgação e continuei a fazer minhas perguntas.

Joanna: Você vive numa comunidade?

José: Não, eu viajo muito.

Joanna: Por que você precisa viajar?

José: Sou comerciante. Negocio estanho e outros metais.

Então, ocorreu-me uma coisa. Se José era próximo de Jesus, provavelmente era essênio, e tínhamos determinado que Daniel também era. Será que José e Daniel se conheciam? Respirei fundo e fui direto para a grande pergunta.

Joanna: Você conhece Daniel Benezra?

José: Sim. Ele é meu amigo.

Tive de me segurar para não pular de alegria! Tínhamos encontrado duas pessoas que se conheciam na época de Jesus, e uma delas era um personagem identificado na narrativa bíblica. Tudo que eu tinha a fazer era colocar os dois pacientes juntos em regressão e deixá-los dialogarem um com o outro. Havia uma chance muito boa de eu ter descoberto um meio de contornar o problema do sigilo, que era um obstáculo sério em todas as vidas essênias registradas.

Esta sessão com Rowena foi a primeira de uma série de descobertas que fiz enquanto pesquisava