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Ciência natural e ciência espiritual (Traduzido)
Ciência natural e ciência espiritual (Traduzido)
Ciência natural e ciência espiritual (Traduzido)
E-book180 páginas2 horas

Ciência natural e ciência espiritual (Traduzido)

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Sobre este e-book

Os ensaios reunidos neste volume podem, portanto, ainda hoje, lançar uma luz frutífera sobre como superar as várias teorias evolutivas clássicas e sobre as conclusões que podem ser alcançadas, com rigorosa consistência, a partir delas.
Surge aqui uma concepção científica de amplo horizonte, capaz de satisfazer profundamente as aspirações cognitivas do homem, se, e na ciência da natureza e na ciência do espírito, ele buscar, além das verdades parciais e temporárias, a Verdade em seu eterno devir, aquela Verdade que, ao mesmo tempo, é para o homem o Caminho para a Vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de jan. de 2024
ISBN9791222492025
Ciência natural e ciência espiritual (Traduzido)
Autor

Rudolf Steiner

Nineteenth and early twentieth century philosopher.

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    Ciência natural e ciência espiritual (Traduzido) - Rudolf Steiner

    Advertência

    Este volume de ensaios - escritos e falados por Rudolf Steiner entre 1900 e 1910 - talvez pareça anacrônico neste momento específico do desenvolvimento científico. De fato, as concepções científicas dominantes mudaram profundamente no último meio século, especialmente as teorias evolucionárias clássicas. Enquanto no final do século XIX muitos acreditavam que poderiam restringir o surgimento de espécies orgânicas dentro de estruturas teóricas, agora, nesse ramo da biologia, prevalece uma grande cautela, quase uma hesitação. Percebemos as imensas dificuldades de interpretação, podemos ver claramente que nenhuma das teorias propostas é totalmente capaz de explicar o método da evolução. Apenas a hipótese da evolução em si existe, se não for comprovada, pelo menos não é contradita por nenhum fato estabelecido, e é extremamente plausível, quase necessária, devido a um grande número de observações coletadas nos mais variados ramos da ciência. Dificuldades quase intransponíveis se apresentam àqueles que tentam explicar a existência das muitas espécies orgânicas à parte da tese evolucionista; portanto, eles caem na necessidade de admitir a fixidez das espécies e sua origem por criação direta ou geração espontânea. Evolução, então: mas por quais meios? Por quais processos? Sobre esse ponto, a ciência natural ainda está investigando; todas as possibilidades estão abertas, nada está comprometido. E novas e ousadas hipóteses interpretativas estão surgindo (como, por exemplo, a de Westenhöfer sobre a origem da espécie humana), que teriam sido inconcebíveis no século passado e que hoje, embora debatidas com amargura, não parecem menos seriamente defensáveis do que as várias teorias clássicas.

    Entretanto, deve-se reconhecer que a era darwinista-haeckeliana do evolucionismo representou um estágio muito importante no desenvolvimento do conhecimento humano, tanto pelo vigoroso impulso dado à pesquisa quanto pela orientação de todo o pensamento biológico; ela deve sempre ser levada em conta, mesmo que seja considerada ultrapassada. É dela que Steiner, como seu contemporâneo, se inspira. Quando jovem, Steiner foi confrontado com um panorama científico, cuja impermanência e imperfeição eram claras para ele. Em vários de seus escritos e palestras, ele esclareceu as deficiências e a unilateralidade do darwinismo e do próprio Haeckel, críticas que na época pareciam heresias e que hoje podem ser compartilhadas por muitos estudiosos. No entanto, ele atribuiu importância fundamental aos estudos biológicos dirigidos em uma direção evolutiva, valorizando essencialmente seu método e orientação gerais. E sobre a doutrina da evolução orgânica, ele acreditava que se deveria aprofundar ao máximo os pensamentos, separando cuidadosamente os fatos das hipóteses desnecessárias com as quais se pretende explicá-los. E a crítica científica das últimas décadas pode precisamente nos ajudar a distinguir o elemento hipotético e transitório em construções teóricas ultrapassadas do fato essencial; embora eles próprios reconheçam que não podem nos oferecer a luz de uma interpretação mais persuasiva.

    Os ensaios reunidos neste volume podem, portanto, ainda hoje, lançar uma luz frutífera sobre como superar as várias teorias evolutivas clássicas e sobre as conclusões que podem ser alcançadas, com rigorosa consistência, a partir delas. Steiner certamente não é um darwinista, nem um haeckeliano: ele, no entanto, nos aponta, no pensamento biológico evolutivo, um modelo e um critério que são válidos em campos muito mais amplos do que aquele em que são normalmente aplicados. Por outro lado, ele nos apresenta uma interpretação que, em uma observação sem preconceitos dos fatos (até então notoriamente não interpretados), parece capaz de iluminar muitos pontos obscuros. Assim, as novas relações em que o reino animal nos é mostrado, em relação ao homem, são dignas de um estudo cuidadoso. Dessa forma, novas possibilidades para explicar o desenvolvimento da personalidade humana podem ser vislumbradas, além da justaposição estreita de hereditariedade e ambiente: ou melhor, esses dois fatores adquirem novos aspectos. A herança biológica não perde sua importância, suas leis não perdem sua validade (desde que, é claro, não sejam puras hipóteses): mas o escopo da herança biológica se estende apenas a certos elementos da natureza humana, aqueles que se originam na série de gerações físico-orgânicas e que são os vetores de qualidades e traços somáticos e estritamente biológicos. No que diz respeito ao ambiente, ele permanece, mesmo sob essa luz, um poderoso fator na formação da personalidade: mas não mais como um elemento puramente acidental e, portanto, fatal, mas como um elemento inconscientemente escolhido pela individualidade humana para realizar suas atividades e experiências.

    Aqui, surge uma concepção científica de um vasto horizonte, capaz de satisfazer profundamente as aspirações cognitivas humanas, se, e na ciência da natureza e na ciência do espírito, elas buscarem, além das verdades parciais e temporárias, a Verdade em seu eterno devir, aquela Verdade que, ao mesmo tempo, é para o homem o Caminho para a Vida.

    OBSERVAÇÃO

    A ordem em que os ensaios são publicados não nos parece arbitrária: em geral, é a ordem cronológica e, de qualquer forma, a que melhor nos permite abranger a direção em que o pensamento steineriano se desenvolve.

    Todos os problemas implícita ou explicitamente mencionados nestas páginas foram minuciosamente trabalhados por Steiner ao longo de décadas de prodigiosa atividade espiritual. Lembramos, entre seus livros que melhor enquadram e iluminam os pensamentos expostos nestes ensaios, os seguintes:

    A filosofia da liberdade. - Introdução ao conhecimento suprassensível. - Ciência oculta. - Iniciação. - Os místicos. - Ensaios filosóficos. - A visão de mundo goetheana. - Minha vida.

    I

    Antroposofia e ciência

    Entre as muitas objeções que são levantadas contra a antroposofia está a acusação de que ela é anticientífica. E uma vez que a ciência, ou melhor, o que hoje se chama de ciência, exerce uma autoridade sem limites, tal acusação pode causar grande dano às idéias antroposóficas que aspiram a ela. O mundo dos eruditos geralmente desdenha lidar com isso, porque sua orientação científica usual não sabe o que fazer com os fatos afirmados pela Antroposofia. Isso também não surpreende ninguém que esteja familiarizado com as idéias e experiências que atualmente são apresentadas a juristas, médicos, professores, engenheiros, químicos, etc., no curso de seus estudos. Como o objeto de tais estudos está distante do conteúdo da literatura antroposófica! Quão diferente é a orientação de pensamento manifestada, por exemplo, em uma aula de química, daquela das doutrinas antroposóficas fundamentais! Não é exagero dizer que não há maior obstáculo para a compreensão das afirmações antroposóficas hoje do que um diploma universitário!

    Mas esse fato só pode ser prejudicial para a difusão da antroposofia, porque é compreensível que aqueles que não estão plenamente conscientes de como as coisas são fiquem desagradavelmente impressionados. E nem sempre é malicioso afirmar que apenas os círculos menos cultos se reúnem em torno da antroposofia, enquanto aqueles que estão em dia com o conhecimento contemporâneo não a acolheriam.

    A partir de tais considerações, facilmente surge a opinião de que a Antroposofia está no caminho errado e que seria melhor adaptá-la às concepções dos círculos científicos. Portanto, tente (parece ser dito) provar as doutrinas do carma e da reencarnação tão cientificamente quanto você prova outras leis naturais, e as coisas começarão a ficar bem: então você poderá conquistar o mundo da cultura e a antroposofia terá sucesso.

    Essa opinião pode muito bem ser concebida com a melhor das intenções, mas ela deriva de um preconceito fatal: que o padrão de pensamento da ciência atual pode, por sua própria natureza, levar à antroposofia. Mas esse não pode ser o caso, e somente aqueles que inconscientemente aplicam pontos de vista derivados da antroposofia à ciência contemporânea podem se entregar a tais ilusões. De fato, é perfeitamente possível introduzir toda a sabedoria antroposófica na ciência dessa maneira, e não se encontrará a menor contradição entre o que a ciência diz ser verdade e o que a antroposofia diz. Mas nunca, jamais, se pode derivar a antroposofia da ciência como ela é oficialmente ensinada hoje. Será possível alcançar a doutrina mais elevada, no sentido moderno, em qualquer campo, mas não será por meio desse tipo de erudição que se chegará à antroposofia.

    Não é difícil persuadir-se disso, desde que se considere as coisas com algum cuidado. Pois as afirmações da ciência espiritual certamente não são deduções lógicas derivadas de premissas ideais ou conceituais, mas fatos supersensíveis; e os fatos nunca podem ser descobertos apenas por meio da lógica e da dedução, mas exclusivamente por meio da experiência. Agora, nossa ciência oficial lida apenas com os fatos da experiência sensível, e todas as suas ideias e conceitos são fundamentados apenas com base nessa experiência. Portanto, desde que parta dessa premissa, ela nunca poderá fazer julgamentos sobre fatos supra-sensíveis. Os fatos nunca podem ser comprovados pela lógica, mas somente pela verificação de sua existência real. Suponhamos que a baleia seja um animal ainda desconhecido: quem poderia provar sua existência por dedução lógica? Isso seria impossível até mesmo para o melhor conhecedor do reino animal, enquanto o homem menos instruído seria capaz de provar sua existência depois que ela fosse descoberta no mundo real. E como pareceria ridículo um acadêmico que, diante desse homem inculto, argumentasse que, com base em dados científicos, animais como as baleias são impossíveis, portanto não existem, e o descobridor deve ter se enganado.

    Não, não é por mera erudição que alguém será capaz de chegar a um acordo com a antroposofia: dos fatos que ela expõe, somente a experiência supersensível é capaz de julgar; e os homens devem ser ajudados a alcançar essa experiência, e não abandonados à erudição estéril.

    Há, é claro, uma objeção fútil a isso: se as pessoas não possuem tal experiência suprassensível, como você espera que elas acreditem nas palavras de algumas pessoas que afirmam ser clarividentes e ter tais experiências? Você deveria, no mínimo, abster-se de comunicar experiências antroposóficas àqueles que não são clarividentes e limitar-se a expô-las àqueles que você conseguiu trazer à clarividência.

    Essa objeção, que a princípio parece razoavelmente razoável, não resiste ao teste dos fatos. De fato, aqueles que raciocinam dessa maneira teriam, em primeiro lugar, motivos para se escandalizar com uma quantidade de escritos científicos populares: ou talvez todos os numerosos leitores da História Natural da Criação, de Haeckel, ou de Nascer e Perecer, de Carus Sterne, sejam capazes de se convencer pessoalmente do que é exposto em tais obras? Certamente não, pois até mesmo nesse campo é feito um apelo inicial à confiança do público, supondo-se que ele dará fé àqueles que estudam pessoalmente no laboratório ou na especola astronômica. Além disso, o problema é bem diferente, no que diz respeito à confiança que devemos assumir em relação à investigação supersensível, em oposição à investigação sensível. Aquele que descreve o que conseguiu observar por meio de um microscópio ou telescópio certamente admite que o leitor pode se convencer disso, se tiver em mãos os instrumentos e a técnica necessários. Mas a mera descrição não contribui de forma alguma para essa corroboração. As coisas são diferentes quando se trata de fatos suprassensíveis: quem fala deles não conta nada que não possa ser experimentado na própria alma humana, e a própria narração pode ser o primeiro impulso para o despertar das forças da visão propriamente dita, latentes na alma. Por mais que falemos dos minúsculos organismos que são visíveis ao microscópio, nossas palavras não os tornarão perceptíveis a ninguém, e todos terão de buscar fora os meios para substanciar nossas afirmações. Mas se falarmos a um homem sobre o que pode ser descoberto na própria alma, nossa palavra como tal pode iniciar o despertar de forças de visão latentes nele. Essa é a grande diferença entre a descrição de fatos sensíveis e a de fatos supersensíveis: no caso dos últimos, as possibilidades de confirmação estão dentro da alma de cada homem, o que não é o caso dos fatos do mundo sensível. Não penso, de forma alguma, em defender a causa daquela concepção superficial da ciência espiritual de que, para descobrir a verdade divina, basta mergulhar em si mesmo, onde todos podem encontrar o homem divino, a fonte de toda a sabedoria. Se o homem mergulhar, em qualquer momento de sua vida, em sua própria alma, acreditando que está percebendo o Ego superior, na maioria dos casos, será apenas o Ego comum que expressa o que ele adquiriu de seu ambiente por meio da educação, etc. É verdade que a verdade divina está contida na própria alma; mas a melhor maneira de trazê-la à tona é deixar-se guiar por um homem mais avançado que já tenha encontrado em si mesmo o que nós mesmos buscamos. Exatamente o que o mestre clarividente diz que descobriu em si mesmo, você pode descobrir em si mesmo aceitando sem escrúpulos os dados dele. O Eu superior é o mesmo em todos os homens, e será mais seguro encontrá-lo não se entrincheirando atrás de seu orgulho, mas permitindo que esse Eu superior atue sobre nós por meio de uma personalidade na qual ele já esteja desenvolvido. Como em qualquer outro campo, os professores são uma necessidade para a alma que busca a verdade.

    Mas, exceto por essa limitação, pode-se dizer que todos podem encontrar a verdade dos fatos suprassensíveis em si mesmos. Basta ter perseverança, paciência e boa vontade, e não ter preconceitos, de modo que, ao se deparar com a exposição de tais fatos, logo se perceba que se responde com uma espécie de pressentimento de aprovação. E a pessoa estará no caminho certo, seguindo esse sentimento, pois ele é precisamente o primeiro desses fatores que despertam as forças latentes da alma. Quando a verdade se apresenta a nós como foi contemplada pela alma clarividente, ela nos fala por seu próprio poder. Evidentemente, esse é apenas o primeiro passo no caminho para o conhecimento superior, e prosseguir exigirá uma disciplina cuidadosa; mas esse primeiro passo será dado precisamente ao ouvirmos sem escrúpulos a palavra da verdade.

    Por que será que tantas pessoas em nosso tempo não têm esse sentimento pela narração de fatos supra-sensíveis? Isso depende simplesmente do fato de que o homem moderno, especialmente se educado no pensamento científico, acostumou-se a confiar apenas no testemunho dos sentidos. E essa paralisa o sentimento espontâneo: é preciso primeiro livrar-se dela, se quisermos entender o cientista clarividente: é preciso livrar-se dos hábitos de pensamento produzidos pela ciência e de seus

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