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vamos fazer uma casa na árvore
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E-book156 páginas54 minutos

vamos fazer uma casa na árvore

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Sobre este e-book

não quero saber sobre técnicas de poesia. sobre o funcionamento interno das frases e
dos versos. nem sobre métrica, ritmo, simetria. quero eu lá saber das rimas internas ou
externas ou da didática, do método, do propósito ou da filosofia da poesia. já abdiquei
dos diplomas, da sabedoria, de ser um profissional da poesia. eu erro, calo, nunca berro
e escrevo. o mecanismo da minha poesia é não saber fazê-la. reunir o que escrevo para
um livro não seria um apanhado de poesia. seria o que já apanhei da vida. minha poesia
não é sobre poesia. é sobre como morrer vinte e três horas por dia. uma hora eu sonho.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de jan. de 2024
ISBN9789893751459
vamos fazer uma casa na árvore

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    vamos fazer uma casa na árvore - Eduardo Marques

    © 2023, Eduardo Marques e Poesia Impossível

    E-mail: geral@poesiaimpossivel.com

    Título: Vamos fazer uma casa na árvore

    Editora: Vitória Scritori

    Coordenador Editorial: Vasco Duarte

    Capa: Vasco Duarte

    Composição Gráfica: Manuela Duarte

    Revisão: Eduardo Marques

    1.ª Edição: Abril, 2023

    ISBN: 978-989-37-5145-9

    EDUARDO MARQUES

    vamos fazer uma casa na árvore

    PORTUGAL | BRASIL | ANGOLA | CABO VERDE

    prefácio

    um livro. um convite à arqueologia das coisas fundas da vida; uma aproximação cuidadosa das raízes dos sentimentos todos que as nossas e as outras pessoas podem experimentar ao longo da existência. uma água, que mar, inunda ou refresca as almas inquietas, sempre a depender da fundura que estas podem alcançar.

    eis aqui o meu primeiro livro – de única autoria -, que encosta o leitor aos sentimentos honestos e o apresenta uma dinâmica peculiar de escrita, onde a imaginação torna-se livre e a interpretação faz-se desprendida das trivialidades estéticas.

    a ideia para este projeto escrito surgiu com o texto intitulado casa na árvore – escrito por mim ao fim de 2015 -, através do qual descobri, pela recíproca que gerou à época, que as pessoas todas têm momentos pendentes que almejam reviver – o que é algo de extrema relevância, uma vez que não se pode, ainda, voltar no tempo. deste modo, as vontades todas se transformam em desejos impossibilitados de realização, porém passíveis de transformação em doces e afetuosas lembranças.

    há, nesse pendular desejo de ser um construtor de palavras vivas, tudo de mim. portanto, mesmo após todos esses anos de espera, o título original permanece vamos fazer uma casa na árvore. é, de algum modo, uma forma de prestar reconhecimento ao texto que pariu à luz a ideia fulcral do livro.

    quem jamais desejou uma casa plantada à árvore? quem jamais temeu as escuridões dos quartos de descanso quando a noite avança? quem, em momento algum, perdeu sonhos e amores ou os ganhou com boa dose de sorte? quem jamais foi uma menina de vidro ou o rapaz que a fizera quebrar? foram instantes dessa simplicidade que me provocaram e possibilitaram-me erguer os sentimentos e verbalizar miudezas demasiado importantes à vida de qualquer gente.

    os escritos apresentados nesta obra buscam os corações mais repletos e os olhos mais atentos, para que estes saltem à sorte, a fim de conhecerem tudo o que se pode, tudo o que se deve e tudo o que se quer.

    às lágrimas por que moça

    mas que ideia maluca

    se sabes bem que nunca

    à poça de afogam navios

    Eduardo Marques

    um, à semente

    ato breve sobre a felicidade

    guarde os tamancos menina

    e vá logo se deitar e durma

    que amanhã bem cedinho

    vamos à feira tentar os restos

    durma depressa e logo

    que os barulhos da barriga

    esquecem-se de ser

    e vão ao sono também

    depois das pessoas todas

    levarem para si os excessos

    ficaremos nós com o essencial

    o suficiente

    e depois dos homens desmiolados

    gritarem os preços que não podemos pagar

    sopraremos as moscas e levaremos

    poucas coisas para as barrigas fundas

    somos só duas e só isso dá

    os verdes e os enegrecidos

    raspamos e largamos no caminho

    e o resto do resto fica entre nós

    um dia aprenderá que tudo na vida é assim

    as pessoas levam sempre os excessos

    e tudo do pouco que sobra ainda é tudo

    o essencial é do que precisamos e mais nada

    e bem sabe que dia de aula é dia de aula

    vá e aprenda as palavras bonitas

    e os números e os animais

    e não se dê ao desfrute que já sabe o que te acontece

    seja boa e seja melhor que a mãe

    que essas coisas emporcalhadas não são para ti

    os lixos e os bichos da casa

    não são coisas para meninas boas assim

    e ela fingia um sono para que a mãe adormecesse

    levantava-se sorrateira e se ajoelhava

    morna ao pé da mãe desabada

    e pensava que de todos os restos só a mãe lhe era inteira

    tinha mesmo razão aquela velha senhora dormida

    a vida levara da menina todos os excessos

    e tudo do pouco que lhe sobrara ainda era tudo

    a vida fez sobrar a melhor mãe de todas

    era apoucada de idade

    mas vivera tempo suficiente para saber

    que não havia como ser melhor que a mãe

    que essa coisa de ser mais era excesso

    e o essencial era só saber

    das coisas da escola das coisas da vida

    e do amor da mãe

    pois o essencial é do que precisamos e mais nada

    cobriu a mãe

    soprou as velas

    sonhou

    era feliz

    avisa pra mãe

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