A psicologia no Brasil: Leitura histórica sobre sua constituição
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A psicologia no Brasil - Mitsuko Aparecida Makino Antunes
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Reitora Nadir Gouvêa Kfouri/PUC-SP
Antunes, Mitsuko Aparecida Makino
A psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição / Mitsuko Aparecida Makino Antunes. 5. ed. – São Paulo: EDUC, 2014.
Bibliografia.
ISBN 978-85-283-0494-7
1. Psicologia – Brasil – História. I. Título.
Conselho Editorial: Anna Maria Marques Cintra (Presidente), Cibele Isaac Saad Rodrigues, Ladislau Dowbor, Mary Jane Paris Spink, Maura Pardini Bicudo Véras, Norval Baitello Junior, Rosa Maria B. B. de Andrade Nery, Sonia Barbosa Camargo Igliori.
EDUC – Editora da PUC-SP
Direção: Miguel Wady Chaia
Produção Editorial: Sonia Montone
Revisão: Siméia Mello
Editoração Eletrônica: Waldir Alves, Gabriel Moraes
Administração e Vendas: Ronaldo Decicino
Produção do ebook: Schäffer Editorial
Rua Monte Alegre, 984 – Sala S16
CEP 05014-901 – São Paulo – SP
Tel./Fax: (11) 3670-8085 e 3670-8558
E-mail: educ@pucsp.br – Site: www.pucsp.br/educ
A
Nena e Luís, in memoriam
Ana Carolina
e Hermenegildo
Sumário
Apresentação
Introdução
PARTE I
Antecedentes
Capítulo 1
A preocupação com os fenômenos psicológicos no período colonial
Capítulo 2
A preocupação com os fenômenos psicológicos no século XIX
2.1. O Pensamento Psicológico na Educação
2.2. O Pensamento Psicológico na Medicina
2.3. À Guisa de Síntese
PARTE II
A psicologia científica e seu processo de autonomização no Brasil
Capítulo 1
A psicologia em instituições médicas
1.1. Os hospícios e algumas instituições correlatas
1.2. Medicina Legal, Psiquiatria Forense e Criminologia
1.3. Teses de Doutoramento das Faculdades de Medicina
1.4. À Guisa de Síntese
Capítulo 2
A Psicologia em Instituições Educacionais
2.1. Algumas instituições educacionais
2.2. A Psicologia nas obras pedagógicas e psicológicas
2.3. À Guisa de Síntese
Capítulo 3
A Psicologia na organização do trabalho
PARTE III
Conclusão
APÊNDICE
BIBLIOGRAFIA CITADA
Apresentação
Este é um excelente livro. Serve a muitos e diferentes leitores, de estudantes e profissionais da área de Psicologia a simples interessados em psicologia e história do Brasil. Tem um objeto claro – a história da Psicologia no Brasil –, mas que resulta de cuidadosa pesquisa baseada no princípio segundo o qual uma abordagem social
nesta área possibilita a apreensão do diálogo que se estabelece entre a Psicologia e a formação social na qual ela se produz, considerado o conhecimento como produto fundamentalmente histórico e social. Por outro lado, é apresentada em texto bem escrito e muito vivo, envolvente, o que o torna de fácil e agradável leitura.
Particularmente, é um excelente livro para professores e estudantes em História da Psicologia. Acostumados a conhecer a história da psicologia em manuais escritos a partir de ou para cursos na área, mesmo assim em geral apenas os traduzidos e, entre estes, mais freqüentemente aqueles escolhidos para atender ao entendimento da área como um conjunto de teorias e sistemas em psicologia, os leitores encontrarão neste livro duas importantes novidades.
A primeira tem a ver com a questão: de onde começar? Repassando a história desta História, desde o Baldwin, de 1913, ou o Brett, de 1921, mas também a maioria dos livros escritos especialmente como literatura pedagógica (Brock, 1998) –, encontramos uma Psicologia que freqüentemente começa na era pré-socrática. Mas há quem entenda que, para melhor compreendê-la, é preciso ir mais longe, encontrando suas raízes no pensamento oriental que a precedeu. Este livro pode atender a uma proposta diferente: por que não começar de onde estamos? É o que Mitsuko nos traz neste livro: uma história da Psicologia no Brasil.
A segunda novidade responde a uma questão relacionada ao objetivo mesmo do ensino superior. Como estudar? Este livro corresponde a uma particular maneira de entendê-la. Trabalhando diretamente com pesquisa na área, professor e aluno familiarizam-se com o fazer histórico, preparando-se para ler criticamente qualquer livro em história da psicologia.
Em linguagem muito agradável, a autora – apaixonada pesquisadora do tema – leva o leitor a compreender como a Psicologia conquistou seu espaço próprio como área de conhecimento e campo de práticas no Brasil. E o faz pesquisando não só o desenvolvimento de idéias e práticas psicológicas e suas bases epistemológicas, como os fatores contextuais – sociais, políticos, culturais, no interior dos quais esta história se constrói.
Finalmente, cabe lembrar que, correspondendo a uma expecta-tiva da autora, este livro deve contribuir também para estimular novos estudos na área, para o que muito concorrerá uma cronologia de fatos significativos que, em Apêndice, completa a obra.
Maria do Carmo Guedes
BALDWIN, J. M. (1913). A history of Psychology: a sketch and a interpretation (2 vols.). New York, Putnan.
BRETT, G. S. (1912-1921). A history of Psychology (3 vols.). New York, Macmillan.
BROCK, A. (1998). Pedagogia e pesquisa. The Psychologist (Bulletin of The British Psychological Society), vol.11, n.4 (Special issue History and philosophy. Out of margins
), p. 169/72.
Introdução
Apsicologia constitui-se numa ciência que, reconhecidamente, tem exercido uma função social de grande relevância, quer como área de conhecimento que tem contribuído para ampliar a compreensão dos problemas humanos, quer como campo de atuação cada vez mais vasto e efetivo na intervenção sobre estes.
No mundo atual, o desenvolvimento científico e tecnológico tem alcançado patamares nunca antes imaginados. Tempo e espaço adquirem novos significados com a eliminação das distâncias pelas redes informatizadas. Novos conhecimentos vêm transformar profundamente a estrutura produtiva, a educação, a assistência à saúde, as artes, as relações humanas. Alguns velhos problemas, no entanto, não apenas permanecem como tendem a agravar-se: a miséria, a exclusão social, a violência, a limitação do acesso ao saber e à saúde, o desemprego, a xenofobia, o racismo, as guerras imperialistas, a escassez de perspectivas existenciais.
Nesse panorama, os problemas do presente e os que vislumbramos para um futuro próximo impõem à Psicologia tarefas cada vez maiores e mais desafiadoras; disso decorre a imperativa necessidade de reflexão sobre seu significado e sua responsabilidade na construção do devir histórico.
É preciso, pois, que tenhamos uma compreensão mais ampla da Psicologia e de sua relação com a sociedade; nesse quadro, o conhecimento da História da Psicologia torna-se particularmente importante. A compreensão do processo de construção histórica de uma área de conhecimento é tão imprescindível quanto o conteúdo de suas teorias e o domínio de suas técnicas que, tomados atem-poralmente, são meros fragmentos de uma totalidade que não se consegue efetivamente apreender.
Para se compreender a Psicologia como construção histórica devem ser considerados três aspectos: o desenvolvimento específico das idéias e práticas psicológicas, sua base epistemológica e os fatores contextuais (aspectos estes só separáveis como recurso didático). O conhecimento de tais elementos é condição necessária para uma reflexão profunda e para o estabelecimento de parâmetros a fim de responder aos desafios que se colocam hoje para esta ciência.
Paradoxalmente, pouco se tem investido em estudos e na difusão desse conhecimento. A História da Psicologia em geral e da História da Psicologia no Brasil em particular têm sido relegadas a um plano secundário. Poucos são os cursos de Psicologia que têm essa disciplina em seu currículo, são ainda escassos os estudos e pesquisas nessa área e a bibliografia é restrita. Essa situação agrava-se sensivelmente quando a referência é a História da Psicologia no Brasil. É possível afirmar que é generalizado o desconhecimento do processo de construção histórica da Psicologia em nosso país, reflexo possível do próprio desconhecimento da História do Brasil pela maioria da população brasileira. Esse quadro começa a se alterar com o incremento de pesquisas na área, particularmente por núcleos e grupos de pesquisadores de várias universidades brasileiras, na sua maioria pertencentes ao Grupo de Trabalho em História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia – ANPEPP.
Dessa constatação originou-se a motivação para o empreendimento do presente trabalho, inicialmente elaborado como tese de doutoramento¹. Buscou-se compreender como a Psicologia conquistou seu espaço próprio como área de conhecimento e campo de práticas no Brasil, atingindo sua autonomia e reconhecimento como ciência específica, em conseqüência da produção de idéias e práticas psicológicas no interior de outras áreas do saber. Assim, o foco desta obra incide de maneira mais privilegiada no período que vai da última década do século XIX à terceira década do século XX; período de grandes transformações sociais, econômicas e políticas no Brasil e, particularmente, de significativa produção cultural.
Para dar sustentação histórica a este estudo, procurou-se explicitar seus antecedentes, isto é, as bases sobre as quais a Psicologia conquistou sua autonomia no Brasil. Nesse quadro, os conteúdos serão apresentados em partes, a saber: Parte I: Antecedentes, composta por dois capítulos referentes à produção psicológica no período colonial e no século XIX; Parte II: A conquista da autonomia da Psicologia no Brasil, composta por três capítulos referentes à produção de conhecimento psicológico por instituições médicas, instituições educacionais e pela aplicação da Psicologia à organização do trabalho; Parte III: Conclusão e um apêndice, composto por uma cronologia dos fatos mais significativos para a História da Psicologia no Brasil – 1890 / 1930.
Deve-se destacar ainda a impossibilidade da escrita da história ser definitiva, sobretudo quando os estudos são iniciais, como é este. Em outras palavras, o processo será sempre inacabado e a história deverá ser continuamente escrita. Nesse sentido, solicita-se a todos aqueles que puderem contribuir com sugestões, correções, críticas e dados / fontes para o desenvolvimento deste e de outros trabalhos nessa área, que o remetam à autora que, desde já, se manifesta profundamente agradecida.
Pretende-se, assim, que este trabalho possa contribuir, naquilo que lhe cabe, para ampliar o pouco conhecimento que se tem sobre a Psicologia no Brasil. Não há, pois, a pretensão de esgotar o assunto ou considerá-lo definitivo, uma vez que, desde o início, a pesquisa apontava para a imensidão de estudos a