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Filosofia do Guerreiro Contemporâneo: Compreensão do Ethos Policial, militar e outras figuras combatentes
Filosofia do Guerreiro Contemporâneo: Compreensão do Ethos Policial, militar e outras figuras combatentes
Filosofia do Guerreiro Contemporâneo: Compreensão do Ethos Policial, militar e outras figuras combatentes
E-book110 páginas1 hora

Filosofia do Guerreiro Contemporâneo: Compreensão do Ethos Policial, militar e outras figuras combatentes

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Sobre este e-book

Este livro explora a eterna presença do papel do guerreiro nas sociedades, desde tempos remotos até os dias atuais, destacando elementos característicos do ethos do guerreiro que transcenderam épocas. Quais são esses elementos? Como os guerreiros de Homero, a "alma de prata" de Platão e os bravos da nossa era se assemelham? O que os define?
A obra é dividida em três partes distintas. Na primeira parte, o autor analisa elementos pessoais que contribuem para a formação da personalidade de um indivíduo. Aspectos como personalidade, valores e jornadas de vida moldam o caráter do indivíduo. Na segunda parte, são explorados aspectos que envolvem o coletivo, representando a relação do indivíduo com seus pares na sociedade. Por fim, na terceira parte, os ensaios delineiam o primeiro arquétipo fundamental na sociedade: o guerreiro.
Com base nestes ensaios, o livro aborda temas como coragem, discernimento, ritos de passagem e as principais expressões associadas às profissões combativas que são consideradas parte do arquétipo do guerreiro. O leitor será conduzido a uma compreensão mais profunda do significado de frases emblemáticas, como "si vis pacem para bellum", "força e honra", "ad sumus" e muitas outras que compõem o ethos do guerreiro contemporâneo.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento3 de mai. de 2024
ISBN9786525475646
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    Pré-visualização do livro

    Filosofia do Guerreiro Contemporâneo - Hailes A. B. Junior

    O indivíduo

    A origem do homem

    Por volta de 2,5 milhões de anos atrás, surgiam as primeiras espécies de seres humanos na face da Terra, especificamente na África Oriental. Mas, conforme Yuval Harari (2020, p. 16) aponta em Homo Sapiens, eram animais que não se destacavam dentre os demais no verdadeiro milagre da existência. Eram seres muito semelhantes a nós, mas, uma vez citando Harari, não tinham nada de especial sobre as outras espécies. O que difere o homem primitivo, insignificante diante do meio ambiente e das demais espécies, e o homem contemporâneo, capaz de construir carros mais rápidos que qualquer leopardo ou ultrapassar a fronteira da atmosfera e chegar até a lua? Ou melhor, como chegamos até aqui?

    Nossos ancestrais tiveram uma vida difícil. Um leão jovem é capaz de correr 80 km/hora até atingir sua presa. Suas presas e garras, como da maioria dos grandes felinos, é capaz de, facilmente, cortar a carne humana. Carece-nos um casco ou uma pele dura para resistir à investida desse predador, como o porco espinho que possui pelos revestidos com uma dura placa de queratina pronta para penetrar qualquer ameaça que ousar atacá-lo. Até mesmo nossos primos distantes, como os chimpanzés e gorilas, têm seu trunfo na natureza se comparados a nós. Nossos ancestrais precisavam de algo a mais para resistir na impiedosa luta pela sobrevivência.

    Um grande diferencial é, sem sombra de dúvida, o dedo polegar em direção contrária aos demais dedos. Essa formação permitiu a capacidade de pinça do homem, tornando-o mais hábil na manipulação da natureza e produzindo ferramentas úteis na sua luta diária. Entretanto, essa característica por si não era o suficiente. Chimpanzés e gorilas têm essa capacidade e são, no mínimo, duas vezes mais fortes que um homem adulto em plena saúde. Andar sobre duas pernas com certeza também nos diferenciou dos demais. Correr sobre duas pernas deixando as mãos livres nos deixou mais hábeis para sobreviver na mãe natureza. Mas não, isso também não nos garantiu a supremacia entre as espécies. Tenho certeza de que o leitor já sabe a resposta.

    Há uns 800 mil anos, os homines sapiens começaram a utilizar o fogo regularmente. Através dessa poderosa ferramenta, começamos a ter uma dieta extremamente rica em nutrientes e proteína proveniente da carne vermelha. O fogo facilitou a caça, a manipulação da terra e a proteção contra grandes predadores. Da mesma forma, transformou os nossos ancestrais em verdadeiros cozinheiros. Essa dieta rica fez com que nosso cérebro se desenvolvesse. Se antes, em proporção aos demais mamíferos, nosso cérebro já era grande, agora desenvolvido exigia 25% da energia do corpo. O raciocínio, nosso grande diferencial, surgia. Temos muito que agradecer ao fogo.

    De maneira bem interessante, na mitologia greco-romana, existe uma relação do raciocínio e o fogo, no mito de Prometeu. O mito é uma narrativa fantasiosa para explicação das coisas, nesse caso, a explicação de como o homem adquiriu o fogo, ou, para alguns, a capacidade de pensar.

    Prometeu e seu irmão, Epimeteu, eram titãs encarregados de criar e cuidar dos seres na Terra. Enquanto Epimeteu criava os animais, dando-lhes garras, presas e pelos revestidos de queratina, Prometeu foi o criador da humanidade. Embora Zeus rejeitasse a criação do Titã, este era apaixonado pela criatura fraca e desprovida de defesa que criou. Ao perceber a fragilidade diante das criações do irmão, sua paixão e sentimento de proteção pela humanidade levou-o a roubar algumas brasas vivas da fogueira dos deuses e dá-las aos homens e mulheres mortais. O fogo levou a humanidade à prosperidade. Agora, existe certo debate de que esse fogo trazido por Prometeu não representa, na verdade, a inteligência. O fogo é uma substância, usando a linguagem dos antigos, que habita o mundo terreno. O titã não precisava roubar dos deuses algo facilmente adquirido na natureza. Agora, a inteligência humana é única. Não há nenhum outro animal com tamanha perfeição. Então, o fogo na fábula pode significar o despertar do raciocínio humano. Olhando para nossos ancestrais, parece que o mito de Prometeu não era tão fantasioso assim.

    A origem do ser

    Assim que o homem adquiriu a capacidade de raciocinar, o mundo tomou nova forma. Esse milagre que nos foi dado permitiu dar significado às coisas e nos individualizarmos. Claro que essa dádiva também cobrou algo a mais se comparado com todos os outros habitantes do mundo. A angústia de conhecer sua própria existência ou, como é cult falar, o vazio existencial. Perguntas como Quem eu sou?, Como estou aqui? e Por que fui criado? começaram a atormentar o homem, que buscou nas mais várias formas preencher as lacunas que a racionalidade singular lhe trouxe.

    A angústia das perguntas sem respostas fez com que o homem procurasse significado nas coisas. Nossos antepassados, por exemplo, começavam a ritualizar e significar suas vidas como é possível perceber nas marcas de mãos nas cavernas de Fuente del Salin, na Cantábria. Marcas que provavelmente remetiam à passagem para vida adulta. Na morte, os rituais são ainda mais claros, como o enterro de indivíduos com objetos fúnebres como os fósseis encontrados em Arene Candide, na Itália, e em Sunghir, na Rússia. Até hoje repetimos certos ritos e damos significados para coisas à nossa volta. A existência do ser anseia por significado para aplacar a angústia.

    Além da significação, existe outra coisa que a consciência de existir tem sede: identidade. A sua individualização perante aos demais. Por essa razão, definimo-nos e definimos os demais por suas profissões e singularidades (ele é bombeiro, ele nasceu em Brasília). Ansiamos por ser mais que macacos pelados capazes de fazer contas mais complexas. Quem sabe é essa razão do homem ter um ego tão inflado e se dizer a criação mais perfeita de Deus?

    Na filosofia, fala-se muito em ser. Tanto como verbo — existir — quanto substantivo — tudo que é. E as coisas podem ficar muito mais complexas que essas definições se nos aprofundarmos nos pensamentos dos filósofos desde Parmênides¹. Coisas mutáveis, imutáveis, alethea, doxa e um monte de palavras bonitas capazes de reprovar um aluno que não decorou o conceito.

    Se dar significado às coisas é relativamente fácil,

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