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Síndrome De Capitão Gancho
Síndrome De Capitão Gancho
Síndrome De Capitão Gancho
E-book238 páginas3 horas

Síndrome De Capitão Gancho

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Sobre este e-book

SCG (Síndrome de Capitão Gancho), trata-se de um transtorno do tipo sociopsicológico, gerado por uma série de conflitos vividos na infância. Através dele a pessoa adquire perfil de ditador, e é elencada por uma sede de poder insaciável. Há 20 anos que venho pesquisando esse problema e somente agora consegui concluir minha pesquisa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de dez. de 2020
Síndrome De Capitão Gancho

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    Síndrome De Capitão Gancho - Flávio L. Barbosa

    INTRODUÇÃO

    Síndrome de Capitão Gancho é mais uma interpretação do fantasioso para a vida real. A importância dos mitos e das histórias infantis para explicação de tudo o que acontece conosco, nos nossos dias é imensa. Vários são os estudiosos que fizeram esse tipo de análise, dentre eles estão nomes famosos como: Sigmund Freud com sua mais famosa interpretação (O Édipo Rei), Carl Gustav Jung com a análise e interpretação de vários contos de fadas, Colette Dowling com o (Completo de Cinderela). Além destes tivemos outros, John Todd que pegou o conto de Alice no país das maravilhas e analisou do ponto de vista da psiquiatria, síndrome de Peter Pan escrito por Dan Kiley, cujo o conto é interpretado como a pessoa que se recusa a crescer e vive constantemente na terra do nunca, a síndrome de Dorian Gray de Edgar Allan Poe, que denota um fenômeno cultural e social caracterizado pela excessiva preocupação do indivíduo com sua própria aparência, além de outros.

    A mitologia e os contos de forma geral, existem para dar sentido àquilo que não faz sentido. O complexo de Édipo analisado por Freud por exemplo, explicou a nossa relação infantil com nossos pais e deu um novo significado ao modo como nos comportamos quando adultos em termos de relacionamentos. Dentre todos, Jung foi o que mais estudou a imensidão dos mitos e contos de fadas, e ele foi mais além, com a descoberta dos arquétipos, analisou culturas e rituais em todo o mundo, enriquecendo o campo da psicologia. Hoje em dia, sem nos darmos conta, utilizamos termos usados há milênios por diversas culturas, quando dizemos a esperança é a última que morre, nos referimos ao mito de Pandora. No mito, Zeus cria Pandora e oferece ela a Epimeteu, irmão de Prometeu. Ao aceitar o presente de Zeus, Epimeteu também ganhou uma caixa onde estavam contidos todos os males do mundo. Ao oferecer a caixa, Zeus alertou que aquele artefato não poderia ser aberto em hipótese alguma e que ele, Epimeteu, deveria guardá-la com máximo de rigor. Pandora, aproveitando-se de sua beleza, convenceu o marido a se livrar das duas gralhas que tomavam conta da caixa, após ver o marido em um sono profundo, abriu a caixa deixando escapar todos os males físicos e espirituais que poderiam existir, a única coisa que não escapou da caixa foi a esperança.

    Utilizamos outras expressões que também surgiram da mitologia Grega, Sua vida é uma verdadeira Odisseia, Bancando o Cúpido, Carregar o mundo nas costas, Contentar Gregos e Troianos etc....Gancho, do Inglês Hook, é uma figura enigmática. Representa nosso lado vaidoso e sedento por poder. Diferente da síndrome de Peter Pan, que representa o desejo inconsciente de nunca crescer, Capitão Gancho não nega sua condição adulta, mas se mostra relutante a sua velhice e falta de virilidade. Este trabalho tem a intenção de dar vida, seguindo a ótica dos contos de fadas, a mais um problema enfrentado por algumas pessoas nos dias de hoje. Quantos de nós não nos sentimos intimidados, conflituosos e incomodados com a chegada da nossa velhice, com a inabilidade de fazermos coisas que antes fazíamos com facilidade, com a falta de poder que ambicionamos. Salientando que a realização deste livro tem caráter especulativo, a análise e interpretação final fica a critério do leitor. Com certeza uma abertura ficará exposta para que o tema possa ser discutido com mais afinco, e aprofundado de forma mais apurada em uma pesquisa científica futura.

    PRÓLOGO

    A vida me foge, sentado em minha cama vejo minha virilidade sair de mim. Eu que sempre fui um homem dono de minha força, senhor da minha capacidade, vejo esta última sendo minada pelo dominador do tempo. O tic tac do relógio de parede parece não ter fim. Cada segundo, cada minuto, cada hora, são marcados de forma precisa e impiedosa. E a minha vaidade? Esta tem se tornado uma guerreira corajosa contra os acontecimentos naturais da vida. Tenho lutado com todas as forças, utilizado de tirania, provocado o medo nas pessoas, tudo para continuar como sempre me senti.

    Embora esteja presente, me nego muitas vezes a fazer parte de uma realidade que parece não deixar espaço para meus caprichos. A juventude alheia me incomoda, ela me acusa constantemente de ser impotente perante o fato de que estou ficando velho. A velhice não é um problema, gosto de ser adulto e assumir responsabilidades, o que de verdade me atormenta é a disputa que existe entre o que eu sou e o que eu fui um dia. Viver a realidade é muito difícil, ela contrasta meus desejos e o que me tornei realmente, prefiro me trancar em meu mundo onde tudo perdura, uma realidade onde existe o nunca para sempre, e na qual continuo sendo quem eu desejo ser. Permaneço defendendo meus ideais com mãos de gancho, assolando meus inimigos, pessoas que querem o meu fim, faço isso com minha tripulação imaginária, eles compactuam com minhas vontades e me colocam no pedestal sempre que apareço em cena. Me nego a deixar que a valorização do meu EU seja ameaçada. Aqui sou o senhor, tenho meu espaço, faço minhas regras, aqui eu sou EU.

    Diário de um tirano

    Capítulo I - Os mitos, fábulas e contos para a psicanálise.

    Durante muitos séculos, os contos e fábulas passaram por diversas transformações, isso possibilitou com que suas origens sofressem alterações. Cada conto e fábula acompanha sua época, uma história contada há anos não é a mesma contada atualmente. No princípio, os contos não tinham o caráter do maravilhoso do mundo mágico como muitas vezes conhecemos hoje em dia. Na grande maioria, eram criados com requintes de crueldade e maldade e serviam para educar a população da época. Os contos de fadas surgiram entre os célticos-bretões, pois as fadas eram muito valorizadas por essa cultura. Embora os contos sofram alterações, sua origem continua a mesma com o passar do tempo, seus valores e as lições implícitas permanecem com o sentido original.

    Na época em que surgiram os contos de fábulas, não existia o conceito de criança como conhecemos. A criança daquela época era vista como um pequeno adulto. Essa ideia infantil que temos hoje, apareceu na idade média. Foi a partir dessa época, que surgiram as primeiras coletâneas de contos de fadas para crianças. Chartes Perrault, reuniu oito histórias da época e catalogou como a primeira obra realmente voltada para crianças, eram elas: A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Gata Borralheira, Henrique do Topete, O Pequeno Polegar, O Barba Azul e As Fadas. Com essa coletânea, Perrault criou a primeira literatura infantil pautada no folclore medieval. Esse gênero literário, só ganhou força no século XVIII com o surgimento dos irmãos Grimm.

    Através de várias pesquisas, os irmãos Grimm conseguiram reunir na Alemanha um grande acerto de histórias que tinham atravessado o tempo e várias gerações. Através de várias adaptações no material pesquisado, começaram a criar sua própria coletânea. As alterações nos contos foram feitas por conta do pensamento cristão existente na época. Muitos dos requintes de violência e maldade que faziam parte dos contos originais, foram retirados pelos irmãos Grimm. Outro que também foi importante para o universo dos contos de fadas foi Hans Christian Andersen. De origem holandesa, seguiu os passos dos irmãos Grimm e reuniu vários dos contos antigos. Andersen também teve que fazer várias adaptações devido ao pensamento cristão da época. Suas histórias tinham uma linguagem infantil e dialogavam diretamente com as crianças, criavam um mundo mágico e de fantasia. Em suas adaptações, existiam lições sobre a vida, a necessidade de ser uma pessoa boa e o caminho que se deve traçar para alcançar o céu.

    O outro lado dos contos

    Como foi citado no começo deste capítulo, os contos originais foram criados com o intuito de educar as pessoas da época. Abaixo seguem algumas considerações a respeito do lado obscuro desses contos.

    O conto do gato de Botas aparece em outras obras clássicas sempre com adaptações. Trata-se de um gato que usa toda sua sabedoria e charme, para conseguir fama e fortuna para seu mestre. No decorrer da história, o gato mostra todo um lado cruel e maligno para conseguir a todo custo o que deseja.

    No conto João e Maria existe uma questão de abandono e maldade. O conto embora pareça infantil, retrata uma época em que crianças eram abandonadas na floresta, pois as famílias não tinham como sustentá-las. Existem relatos reais de crianças que chegavam a se alimentar de carne humana devido a fome extrema.

    Embora a história O Príncipe Sapo seja contada de uma forma infantil, sua versão original indica a falta de paciência de uma menina que acaba provocando a transformação do sapo para a vida humana. Na versão adaptada, retrata que um beijo o faz virar humano novamente, mas na outra versão, a garota sentindo-se impaciente, atira o sapo contra a parede demonstrando toda sua raiva.

    Durante o período da Idade Média, era muito comum que as mães ao dar luz, morriam durante o parto. Isso fazia com que os recém-nascidos, fossem criados por madrastas que tinham uma índole muito cruel. Essa realidade era muito comum naquele tempo. Nos dias atuais se usa o termo Madrasta como uma coisa ruim, uma espécie de bruxa. O conto da Cinderela retrata essa realidade. Ele é permeado de maldade, injustiça e crueldade.

    No conto de Chapeuzinho Vermelho, existe uma versão mais sombria que a convencional, o lobo além de matar a velha, a cozinha e serve para chapeuzinho, depois disso ele pede para que a menina se deite nua a seu lado. A menina só consegue escapar após pedir para ir ao banheiro. O conto sofreu algumas adaptações com o desfecho de que o lobo a teria engolido, e ela, chapeuzinho, teria sido libertada pelo caçador. Tanto a história original, quando as adaptações, são recheadas com requintes de crueldade.

    No conto Branca de Neve e os Sete Anões, existe toda uma simbologia intrínseca. A história retrata homicídio por envenenamento, maldade e requintes de crueldade. Existe uma hipótese de que esta história teria surgido na época de Felipe IV. Sua filha a condessa de Margartha von Waldeck, teria sido expulsa por sua madrasta e morrido por envenenamento anos mais tarde. Os anões foram inspirados nos trabalhadores das minas de Felipe IV, pois eles tinham problemas com crescimento físico devido ao constante confinamento debaixo da terra.

    Apesar da história da Pequena Sereia como conhecemos hoje não se diferenciar muito da sua versão original, o final do conto original se dá de forma mais sombria. A princesa em sua lua de mel tenta matar o seu amado, mas desiste e acaba tirando a própria vida.

    Rapunzel também apresenta requintes de crueldade, maldade, sequestro e confinamento. Um estudo mais apurado do conto, pode resultar em um arquétipo Junguiano, relacionado com o comportamento obsessivo materno. Atualmente presenciamos mulheres que raptam crianças dos hospitais e as criam como se fossem suas. O conto também resultou em uma síndrome, Síndrome de Rapunzel. Trata-se de uma vontade irresistível que a pessoa adquire em arrancar os próprios cabelos.

    A versão mais antiga de Bela Adormecida retrata do século XVII. Tália uma menina inocente, acaba espetando o dedo em uma farpa de linho e após isso entra em coma. Um príncipe a encontra e abusa dela enquanto está em estado de letargia, em função disso a garota engravida de gêmeos. Um dos bebês ao tentar mamar, acaba arrancando com a boca a farpa de linho, fazendo com que Tália desperte do seu sono profundo. Após isso, sai em busca do príncipe que a engravidou. Ao encontrá-lo, este já está casado. A esposa atual do príncipe, movida por ciúme, tenta matar as filhas de Tália, tentando jogá-las na fogueira. O príncipe, na tentativa de impedir isso, acaba jogando a própria esposa no fogo. Com a esposa morta, ele acaba se casando com Tália.

    Como podemos notar, os contos em suas versões originais, não foram criados para entreter as crianças, assim como nos mitos, eles retratavam situações e comportamentos que na época não eram explicados psicologicamente. Essa sempre foi a finalidade deles, retratar aquilo que está inferido, explicar fatos que não podem ser explicados de maneira racional. O mesmo ocorre com a figura do Capitão Gancho, ele não foge dessa regra, trata-se de um estereótipo humano que vive em nossa época.

    Capítulo II – Capitão Gancho e a terra do Nunca, o vínculo doentio

    Capitão Gancho se apresenta como um personagem impiedoso e maligno, contudo, na história ele demonstra também sentimentos de benevolência e carisma, apesar destes sentimentos serem amparados por manipulação, sedução e desejo incontrolável de poder. Gancho mostra seu lado gentil quando se refere a Wendy, isso é descrito no livro de James Matthew Barrie¹. Também no texto original, ele se mostra algumas vezes arrependido em maltratar os meninos da terra do nunca. É um personagem dissimulado, ao mesmo tempo que demonstra algum tipo de cordialidade, faz aparecer seu lado medonho.

    Sua essência é sombria, anuncia a todo o momento estar deprimido e solitário. No livro, esse seu lado aparece nos momentos em que conversa com si sempre se referindo a terceira pessoa. Tem a prática de observar de longe sua tripulação conversando, bebendo e se divertindo, porém ele só observa, mas não interage. É um homem perspicaz, inteligente e dono de uma mente criativa. Essas características foram adquiridas no colégio onde estudou, Eton. Nessa escola havia uma tradição, os alunos mais velhos considerados mais cultos, não se misturavam com os alunos mais novos tidos como rudimentares. Segundo sua autoanálise, Gancho se apresenta deprimido pelo fato de não ser adorado pelas crianças, isso na mente dele faz com que sinta raiva de si.

    Esse comportamento explica seu lado narcisista. O momento de maior alegria para ele, é quando usa seu gancho para ferir alguém. Nesse momento ele se refaz como pessoa, nota-se o brilho de seus olhos azuis. Apesar de toda sua maldade, existe um lado sensível, ele adora flores, principalmente as rosas, aprecia uma boa música clássica, se delicia tocando seus instrumentos preferidos, cravo e flauta, seu autor preferido é Shakespeare, mas também adora poemas estilo Lake Poets. Ele também se considera um ótimo contador de histórias. Sua figura é emblemática, todas as vezes em que se encontra pensando, aparece fumando um charuto através de um objeto que possui um ornamento especial.

    Capitão Gancho se orgulha de ter tido sua mão arrancada pelo crocodilo. No livro de Barrie, existe um momento em que, conversando com sua tripulação, ele se enaltece pelo fato de sua mão ser de ferro e afirma que se tivesse tido filhos, eles teriam mãos de ferro como a dele. Com relação ao ódio que sente de seu oponente, Peter Pan, justifica que Peter é um garoto muito convencido. Gancho é renitente pela boa postura, isso possui um conteúdo que faz parte do seu lado sombrio, esconder sua maldade através de sua aparência, típico comportamento em pessoas com extrema vaidade. Na escola onde estudou, existia um ritual para que os meninos fizessem parte do Pops, grupo elitizado da escola Eton, todos deveriam mostrar glamour por natureza. Gancho tinha ciúme de um amigo, Smee, pois ele era considerado demasiadamente glamoroso, e dessa forma, adorado por todos, mesmo apresentando um alto nível de maldade e crueldade.

    Foi estimulado por seu egocentrismo a matar o amigo, sendo que dessa forma, tomaria seu lugar de status, mas pensou bem e decidiu que isso era indispensável e fugia das regras de etiqueta da escola. Corajoso e sempre pronto para batalha, não tinha medo de nenhuma situação. Jamais fugia de uma briga ou batalha. Sempre se mostra disposto a enfiar seu gancho em quer que

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