O caderno azul de Jenny: A visita de Marx à Comuna de Paris
De Michael Löwy, Olivier Besancenot, Fabio Mascaro Querido e Thiago Lacaz
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Sobre este e-book
Descoberto por um descendente da família Longuet num velho baú, esse documento, que permaneceu inédito e cuidadosamente escondido por Jenny por tantos anos, foi escrito em alemão, inglês e francês, e descreve em detalhes a visita clandestina de Jenny e de seu pai Karl a Paris em abril de 1871. Ao ser apresentado a Besancenot e Löwy, que se tornam de imediato "editores improvisados" de Jenny, como se definem na introdução do livro, surge a oportunidade de trazer a público esse achado histórico.
Um dos aspectos fundamentais do diário é registrar o encontro e as enriquecedoras discussões de Marx e Jenny com os communards, entre eles, personagens históricos como Leo Frankel, Eugène Varlin, Charles Longuet, Elisabeth Dmitrief e Louise Michel. Marx, que se disfarça, tinge o cabelo de preto e encurta a barba, na tentativa de passar despercebido nessa viagem secreta, fica fascinado com a experiência, observa e descobre uma nova forma de fazer política.
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O caderno azul de Jenny - Michael Löwy
1
A viagem clandestina
Como Jenny convenceu seu pai a visitar Paris
20 de março de 1871, Londres
Mohr voltou de sua caminhada muito feliz. Sacudia, diante dos nossos olhos atônitos, a última edição do Times, de Londres, esse órgão oficial da burguesia inglesa, com o título em cinco colunas na capa: Red Terrorists Seize Power in Paris[1]. Tratava-se da proclamação da Comuna pelo Comitê Central da Guarda Nacional. Eu nunca tinha visto meu pai dominado por tal entusiasmo:
– É o proletariado que toma o poder! É o início da revolução social na França, talvez na Europa... O galo gaulês cantou! É melhor do que em 1848: desta vez, eles
não nos receberão como em junho de 1848: os Vermelhos têm os canhões da Guarda Nacional...
Um dia memorável. Passamos horas esmiuçando as notícias, tentando apreender os fatos por trás da pesada névoa da imprensa reacionária. Claramente, algo de novo, de inédito, estava acontecendo em Paris, essa cidade de gloriosa tradição revolucionária. Nos dias seguintes, informações cada vez mais encorajadoras chegavam a Londres: nas eleições dos delegados do dia 26 de março, vários de nossos camaradas da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), como Léo Frankel e Eugène Varlin, tinham sido eleitos. Alguns dias depois, a Comuna era proclamada. Entre os primeiros decretos, a abolição do recrutamento militar e do exército profissional!
Foi então que tive a ideia:
– Pai, por que não fazemos uma visita a nossos amigos franceses? Por que não acompanhar in loco essa extraordinária Comuna? Paris nos espera!
De início, Mohr estava hesitante:
– Você acha, Jennychen, que eles ficarão felizes em receber a visita de um alemão?
– Mas, papai! Eles são internacionalistas: seu amigo Léo Frankel não é um judeu húngaro de cultura germânica? Ainda assim foi eleito para a direção da Guarda Nacional e agora da Comuna, não?
– É verdade. Mas há outro problema mais sério: se ficarem sabendo da minha presença em Paris, Thiers e sua claque de jornalistas vão imediatamente acusar os líderes da Comuna de estarem sendo manipulados por um prussiano vermelho
, um conspirador estrangeiro.
– Sem dúvida, pai, esse problema é real, mas podemos evitá-lo guardando segredo sobre a sua visita. Somente nossos amigos mais próximos saberão de sua presença em Paris. Precisaremos nos manter na mais estrita
