Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Vendida para o Don
Vendida para o Don
Vendida para o Don
E-book343 páginas4 horas

Vendida para o Don

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Atenção! Este livro é indicado para maiores de 18 anos. Contém cenas de sexo explícito e cenas fortes que podem conter gatilhos e ser considerado dark-romance.


Don Antony já está cansado de se negar ao casamento. Porém, já assumiu o lugar de Don Pablo, o seu pai, e precisa escolher uma virgem para a sua cerimônia.
Ele sofre com transtorno bipolar, e às vezes até assume outra personalidade.
Se sentindo pressionado pelo conselho e também a famiglia, ele escolhe uma esposa longe de todas as expectativas da máfia italiana, aquela que carregava a reciclagem da sua residência todas as sextas-feiras.
Fabiana é uma catadora de recicláveis, que foi enganada pelo tio a ir morar com ele em Roma. Ele a deixou sem contato com a família no Brasil, a obriga a trabalhar muito e até agride a jovem.
Pensando que não poderia piorar, ela é vendida para Don Antony pelo tio, e no dia seguinte começa a se apaixonar pelo vizinho jardineiro que é doce e romântico, completamente diferente do homem possessivo e egoísta que a comprou.
Ela tenta fugir da sua realidade se jogando nos braços do belo vizinho, mas ao fazer isso, descobre que o jardineiro e o homem que foi vendida tem muito mais em comum do que ela imaginava...
“Quem é você? Não era apenas um jardineiro?“ — Questionou.
“Posso ser o que você quiser, ragazza!“

IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de ago. de 2023
Vendida para o Don

Relacionado a Vendida para o Don

Títulos nesta série (1)

Visualizar mais

Ebooks relacionados

Fantasia para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Vendida para o Don

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Vendida para o Don - popnovel

    ÍNDICE

    1  Casaria, comigo?

    2  Homem gentil

    3  Estresse

    4  Tenho medo, dele!

    5  Fuja, comigo!

    6  O fim

    7  Dupla personalidade

    8  Despedida de solteiro

    9  A família dele

    10  A cerimônia

    11  Cumpra o seu dever!

    12  Não vou conseguir cumprir a promessa!

    13  Sangue da máfia!

    14  Não me chame de senhor!

    15  Um beijo?

    16  Não quero o Don, quero o jardineiro!

    17  Gozando

    18  Empregada

    19  Ela fugiu

    20  Vai me enlouquecer!

    21  Acertos

    22  Bruto

    23  A curiosidade da consumação

    24  Perdeu o controle

    25  Hímen septado

    26  Eu sinto muito

    27  Dar uma volta

    28  Puttana dos infernos

    29  Senhora Strondda

    30  Uma rosa a cada manhã

    31  Em busca da família dela

    32  Maldita puttana

    33  Ele está diferente

    34  Viagem para o Brasil

    35  Um bom marido

    36  Eu cederia?

    37  Preciso me controlar

    38  Eu vou cuidar de você!

    39  Fica de bruços!

    40  Ajoelhe-se aqui!

    41  Estranho

    42  Sob controle

    43  Loucura sem fim

    44  Marido bipolar

    45  A reunião acabou

    46  O vídeo

    47  É tão bom!

    48  Fica!

    49  Vai ficar?

    50  Eu a mataria

    51  Terei que me livrar dela!

    52  Eu seria capaz  de amá-la?

    53  Rebeca na boate

    54  O que você quer?

    55  Furiosa

    56  De baixo do nariz dele

    57  Pareço uma puta

    58  Maldita!

    59  Não consigo perdoar

    1  Casaria, comigo?

    CAPÍTULO 1

    Don Antony Strondda

    Massageio parte da sobrancelha indo até o restante da minha testa com a ponta dos dedos. Aquela conversa me deixava completamente irritado, eu não suportaria por muito tempo.

    Era de manhã, e já o recebi no reduto fortificado, onde eu já degustava o meu Whisky... se eu perder o controle, nos resolveremos ali mesmo.

    — Esperamos o quanto deu, Don..., mas infelizmente o seu pai te entregou o posto definitivamente, e só estávamos esperando que ele levasse à sua mãe em viagem, ele à ama demais para permitir que sofra com essa situação! — tio Hélio fala, e se senta à minha frente. Embora eu o respeite muito, por ser casado com a irmã da minha mãe, e ser o consigliere do meu pai por tantos anos, fiquei irritado demais para me conter. Num impulso me levantei da cadeira, tirei a minha Taurus G2, calibre 9 mm e engatilhei.

    — DE QUE PORRA ESTÁ FALANDO? EU NÃO VOU ME CASAR, SERÁ QUE VOU TER QUE MOSTRAR COMO RESOLVO AS COISAS? — gritei, levantando e enfiei na sua cabeça. Por mais que eu o considere, não me rebaixo para ninguém, comigo as coisas funcionam assim.

    — CALMA, ANTONY! EU SEI MUITO BEM COMO RESOLVEMOS AS COISAS, E TENHO MAIS EXPERIÊNCIA QUE VOCÊ! — ouvi o barulho do gatilho da sua 357 nos meus miolos... ele também é ótimo com a arma, estávamos quites. O seu olhar era de reprovação, a sua respiração estava acelerada, conforme fui me afastando, percebi que a sua arma continuava apontada pra mim.

    Voltei a me sentar, mesmo com os dentes apertados um no outro, e uma péssima expressão no rosto.

    — Tio! — dei uma pausa e coloquei o copo de Whisky na mesa com força e quase o quebrei. — Só que ninguém poderá me ensinar o que devo fazer!

    — Eu também te entendo, Antony! Te chamo pelo nome porque te vi crescer, é como um filho pra mim! — se levantou colocando as mãos sobre a minha mesa do reduto. Eu conhecia bem aquele olhar, não era de compreensão, ele também estava farto.

    — Então, me livre disso! — bati com a mão na mesa, mas ele deu de ombros.

    — Impossível! Você conhece as regras, e a sua mãe já te privou demais de muitas delas que deveria ter cumprido, fugiu de treinamentos e de casamentos. Mas, agora não tem mais nada a ser feito! Eu apenas vim informar que o conselho está presente, eles os aguardam na sua sala, com duas belas moças virgens da alta sociedade e que tem boa fama. — levantei irritado, dando-lhe às costas, ataquei o copo na parede, e meu tio não moveu nem os olhos, me conhece o suficiente.

    — Que ridículo! Não existe uma mulher sequer, que tenha chamado a minha atenção aqui em Roma, por muitas vezes até cheguei a pensar em desistir de ser o novo Don! — caminho de um lado para o outro, passando as mãos nos olhos e nos cabelos.

    — Eles o aguardam, não há saída! — me estiquei em busca de aliviar o meu corpo da tensão, e o encarei.

    — Que merda, vou escolher uma qualquer e se exploda depois! — desisti de tentar.

    Peguei o sobretudo preto, fechei todos os botões, coloquei uma boina e um óculos de sol.

    Com a Taurus na cintura, caminhei sem olhar para os lados, o meu objetivo era resolver aquele problema, não importava como.

    Ao chegar na sala observei que aquelas mulheres nunca me agradariam como esposa. Aquele velho da corporação da máfia começou a me pressionar, além de me olhar se sentindo satisfeito por me encurralar. Bati as pontas dos dedos no passa-prato, inquieto, o figlio de puttana estava conseguindo acabar com o meu sorriso.

    — Já se decidiu, Don? — ousou me questionar, e foi o que bastava... lhe dei um sorriso de satisfação, antes de lhe dizer as últimas palavras que ele ouviria...

    Eu sou o Don! Ninguém me diz o que fazer e fica vivo para contar história! — olhei bem para aqueles olhos pretos odiosos, em questão de segundos puxei a minha 9 mm e atirei a queima roupa naquele maledetto. — Que sirva de exemplo a quem pensar o contrário. — limpei a arma com o meu casaco antes de voltar a olhar para os lados, e passar por cima do corpo esticado no chão.

    Olhei de um lado e depois do outro, seria difícil escolher entre mulheres tão fúteis, eu não escolheria. Então os meus olhos encontraram uma mulher muito bonita no jardim... ela arrancava algo da cabeça, parecia um lenço longo, e seus cabelos encaracolados e compridos caíram sobre os seus ombros.

    A morena não me viu, com o silenciador não deve ter ouvido o tiro, mas eu fiz questão de me aproximar da janela para vê-la melhor. Ela veio até a varanda da entrada principal e pegou algumas coisas, pareciam lixos... eram sacos pretos enormes, e alguns quase do tamanho dela, mas levava até o portão com tranquilidade.

    Percebi um homem mais velho do lado de fora, e ele puxava os sacos, colocando em uma carretinha que estava ligada à um carro simples na cor vermelha.

    Ela era linda, tinha uma pele de dar inveja, uns olhos verdes magníficos, mas estava mal vestida e até suja. Com mãos delicadas segurava as sacolas, e o seu olhar era doce.

    — Quem é você? — me aproximei e questionei falando baixo, explorando o terreno.

    — Me chamo Fabiana! Me perdoe por entrar sem ordem na casa! — falou ela querendo sair e virar as costas.

    — Espere! O que faz aqui? — apontei a arma para ela, à uma certa distância, ainda.

    — Eu venho todas as sextas-feiras... — engoliu seco, segurando as sacolas mais perto de si. — Eu recolho reciclagens! — a sua voz estava trêmula, a sua bela boca se movia amedrontada, aquilo me atiçou.

    — Aquele lá fora é o quê, seu? — a cortei logo.

    — É meu tio, porquê? — a puxei pelo braço de forma imediata para um canto, a empurrando para a dispensa.

    — O que está fazendo? Me solta! — ela meteu uma pisada no meu pé, e uma cotovelada no meu queixo, mas a prendi com força e levei do mesmo jeito. Fechei a porta com a chave.

    — Eu só tenho duas perguntas, responda! — reclamei. Ela estava brava e se debatia nos meus braços, e o pior é que aquilo estava me excitando. A sua respiração quente perto de mim, o seu desespero, e até os cabelos soltos me encostando estavam me chamando a atenção. Ela me olhava furiosa, mas aquele rosto tão bonito e delicado estava me chamando... a sua boca desenhada me fez paralisar ao olhar segundos demais, o que seria um tanto perigoso, mas ela era irresistível.

    Ela ainda tentou se soltar de mim, e aproveitei para ficar mais perto. O nosso corpo estava quase encostado, e eu ouvia a sua respiração atropelada pelo desespero.

    — Você é virgem? — passei o cano da arma no seu rosto, e ela me olhou espantada, quase parando de respirar por alguns segundos, enquanto eu sentia a pele do seu pescoço na minha mão.

    — Quê? — se espantou e mudou o semblante, suas maçãs do rosto ficaram coradas.

    — É virgem? — passei a arma na cintura dela, que no mesmo instante abriu a boca com o susto. — RESPONDE, PORRA! — a chacoalhei pelos braços, e gritou em desespero.

    — SOU! — respirava com dificuldades e me encarava assim como eu a ela.

    — Vou considerar a resposta. Você casaria comigo?

    — Não! Não estou a venda! — que mulher estranha... e depois sou eu que sou o considerado bipolar.

    — Se não quer negociar, tudo bem! Aposto que o seu tio terá interesse! — a arrastei para fora, e todos do conselho estavam nos olhando apreensivos, mas adoro olhar para aqueles figlios de puttana e vê-los sem reação.

    — Acabou o show! — saí a empurrando e vi a governanta entregando a sacola novamente, acredito que deixamos cair.

    Ela não me respondeu, nem me chutou, muito menos falou que era mentira o que eu falei, mas no portão parecia muito irritada.

    Chamei o seu tio que estava por perto, enquanto ainda a segurava pelo braço. Propuz um acordo para que ele me vendesse a sua sobrinha.

    — Sério? — olhou pra ela que negava repetidamente. — Me daria um terreno bem grande e máquina de prensar papelão? — estranhei o pedido, mas eu estava no lucro, então...

    — Tio, o que está fazendo? — ela parecia preocupada, mexia desesperadamente as mãos, e negava.

    — Oras... um casamento desses, nem precisava de compensação... — O tio respondeu, me deixando satisfeito, ela já era minha!

    — Não... eu não vou... — A ragazza negou.

    Quando ela tentou reclamar a puxei para mim, a prendi no meu corpo, coloquei as mãos na sua cintura, próximo ao seu quadril e tentei um beijo... me arrumei de todo o jeito, e ela continuou negando e me empurrou.

    — O meu pai costumava dizer umas coisas sobre mulher marrenta, agora entendo o que ele dizia... — olhei na sua boca e a trouxe na minha na marra, ela não queria me deixar beijá-la, mas consegui o que queria e ela acabou me deixando beijá-la por alguns segundos, senti o seu corpo se soltar nos meus braços, e a sua língua encontrar a minha.

    Depois, me abaixei arrancando uma rosa vermelha que estava radiante em frente da minha casa. — Tão bela e tão perigosa quanto você... minha futura esposa, dama da máfia italiana... — entreguei pra ela. — Agora vá! Eu vou aparecer para te ver em breve! — ela ficou paralisada me olhando, notei quando o seu olhar pousou na minha boca, então eu a carreguei nos braços e os nossos olhos se encararam durante alguns passos. Ela desceu sem reclamar, me fazendo voltar a sorrir enquanto apressada, entrou no carro.

    — O que foi isso, Antony? — Tio Hélio, questionou.

    — Escolhi a futura dama, pode agendar para sábado, amanhã vou resolver os detalhes!

    — Comprou uma esposa? — parecia incrédulo.

    — Sim. Digamos que ela me chamou a atenção o suficiente!

    — E, pretende amarrá-la no dia do casamento? — parei por um instante e lhe dei apenas um sorriso, pois eu havia adorado a ideia...

    2  Homem gentil

    CAPÍTULO 02

    Fabiana Prass

    — Mas, que droga! Por que me enganou dessa maneira? Já não basta ter me tirado do Brasil prometendo uma vida melhor? Agora também vai tirar proveito e me vender? — bati a mão no porta-luvas do carro, muito brava.

    — Eu ouvi falar bem da família Strondda! Depois que o pai dele assumiu, Roma ficou muito segura! Você deveria me agradecer, vai ter casa boa, comida boa, vai sair do meio do lixo...

    — Eu não sou interesseira, e você sabe disso! Vim para trabalhar, e não para me sujeitar à isso, imagina quando todos ficarem sabendo lá no Brasil! Se é que um dia vou ter o contato deles novamente, já que você fez o favor de perder os celulares da gente num bag no dia da venda! — falei já com a voz embargada... lembrar que tenho família e nem sei onde estão e como estão, é triste.

    — Agora tá feito! E acho bom obedecer, sabe que quando o Don quer uma coisa ele consegue, e se não facilitar é perigoso matarem a gente! — o olhei assustada.

    — Acha que ele faria isso, mesmo? — Fez uma careta duvidosa, e tive vontade de enfiar pedaços de papéis naquela boca grande dele.

    — Eu só sei que agora vamos ficar ricos! Com um lugar para separar o lixo, a máquina prensadeira e ainda um caminhãozinho...

    — Mas é burro, mesmo! Ainda nem soube pedir... não acredito que não valho mais que um pedaço de terra e uma máquina! — coloquei a cabeça para fora da janela e ele parou o carro.

    — Ué não vai pegar os sacos de lixo?

    — Já chega! Vamos pra casa!

    — Já sabe que se parar mais cedo, fica sem jantar! — olhei para a sacola com pães e bolo.

    — Tudo bem, eu não quero jantar! — escondi a sacola, senão ele tomaria de mim.

    Me neguei a trabalhar mais, e fui para a casa dele. Me tranquei no quarto assim que tomei um banho, e comi apressada aqueles alimentos da casa do Don, mas estava difícil de dormir.

    Acordei cedo, pois achei melhor separar o lixo de uma vez, já que hoje eu não conseguiria descansar nada.

    Abri vários Big bags, um do lado do outro, e então comecei a olhar saco por saco na minha bancada.

    De repente vi algo de valor numa sacolinha, mas com um barulho de batida de carro eu me assustei e acabei derrubando a sacolinha no chão.

    Como o lugar onde eu moro é alto e embaixo tem grades, foi parar lá na estrada, e desci apressada para pegar.

    Quando cheguei, me assustei com um homem muito bonito parado na rua, e ele olhava para a sacolinha que parou perto dos seus pés.

    — Essa sacola é minha! — falei e ele se abaixou pegando.

    — Claro! Eu pego pra você! — ficou me olhando diferente, e cheguei a ficar sem graça. Quando fui pegar a sacola, as nossas mãos se encostaram e levantei as sobrancelhas o fitando.

    — Obrigada...

    — Você é muito bonita! A mais bela de Roma, eu diria! Aposto que não é daqui... — aquela voz serena e grossa me fez arrepiar dos dedos das mãos aos dedinhos dos pés. — Esses olhos me dizem muito sobre você...

    — O que os meus olhos dizem? — perguntei sem delongas, e me surpreendi com a minha coragem; os nossos olhos fixados e me perdi naqueles olhos escuros

    — Dizem que é perfeita... tem um coração bom, e uma beleza única!

    — Pare de dizer mentiras, olha para a minha roupa, os meus cabelos...

    — A sua roupa não diz nada sobre você! Pelo contrário... — pareceu pensar. — Elas dizem que é esforçada e corajosa! Sem contar que esses cabelos naturais são como águas doces de um rio limpo e adornado de belas flores... — engoli seco.

    — Sou Fabiana! — estiquei a mão. — Vim do Brasil... — ele segurou nela e então me lembrei que estava suja. — Oh, não encoste aí! Eu estava trabalhando! — ele sorriu, e então vi quão lindo era aquele sorriso, aquele homem parecia de mentira.

    — Não se importe tanto com detalhes! Eu também estava mexendo na terra, só parei com um barulho alto, mas foi o escapamento de um carro que passou! — puxou uma daquelas flores amarelinhas da beira da estrada e vi que as suas mãos estavam sujas de terra. Então ele a colocou na minha orelha e vi que me encantei por aquele homem.

    Ele é o oposto do idiota que me comprou, parece mais humano, sensível... usa palavras leves, parece um homem romântico e vi que estou em apuros, pois jamais deixarei aquele ogro, parente do Sherek encostar em mim.

    — FABIANAAA! — o meu tio gritou e me tirou daquela bolha tão bonita.

    — Preciso trabalhar, senão arrumarei problemas, o meu tio não deixa passar! — falei meio sem graça.

    — O que quer dizer com isso? — parecia sério agora, seu semblante ficou escuro.

    — Vamos deixar para a próxima conversa, você mora por aqui, não é?

    — Sim, moro aqui perto... amanhã de manhã passarei por aqui novamente! — fiquei o olhando e penso que até os meus olhos sorriam, eu não queria me afastar daquele homem.

    — FABIANAAA! — ouvimos o grito e eu simplesmente fiquei com medo e saí correndo.

    — Eu preciso ir... até amanhã! — fui falando enquanto corria e só depois me lembrei que não perguntei o nome daquele homem tão gentil, só me apressei em trabalhar, já apanhei do meu tio por não trabalhar direito, e hoje, prefiro evitar.

    .

    Don Antony Strondda

    .

    — Aonde foi, que voltou tão sorridente? Saiu daqui disposto a matar um dos nossos homens, e voltou sorrindo? — a minha irmã, Laura me questionou com um abraço caloroso. — Oh! Vejo que foi mexer nas plantas de novo, mas não é só isso!

    — Eu fui visitar a minha noiva, acertar os detalhes do nosso casamento! — fui lavar as mãos.

    — E, acertou? Pois com essas mãos sujas, acho difícil! — zombou, me ajudando com as mangas da camiseta velha de manga longa que coloquei para mexer na terra.

    — Não sei..., espero que sim! — respondi com um sorriso, mesmo sabendo que aquela ragazza tão bela não me reconheceu com o boné e roupas mais simples.

    — Vou avisar a mamãe que ela pode voltar para a cerimônia! Você vai sobreviver ao casamento! — brincou Laura.

    — Com toda a certeza! — respondi ao me imaginar possuindo aquela ragazza na noite de núpcias!

    3  Estresse

    CAPÍTULO 03

    Don Antony Strondda

    Saio dos meus pensamentos quando alguém entra na sala VIP da boate.

    — Estressado, meu Don? — Susany passa as mãos nos meus ombros. — Vim ver se precisa de algo... — Ela está com aquela saia curta, estilo estudante que adoro.

    — Um pouco... hoje nem você vai tirar o meu stress!

    — Aposto que te faço relaxar... — falou de forma sexy e passou a mão no meu pau por cima da calça.

    — Hum... mão gostosa, Susany! Mas, hoje quero ficar sozinho. — me ajeitei na cadeira.

    — Tem uma coisa muito mais gostosa, aqui... — veio com a mão novamente e me irritei.

    — Saia, Susany! Se eu precisar dos teus agrados eu chamo! — falei mais firme, porém tentando não me irritar, pois amanhã acordarei cedo para ver a minha noiva, e pretendo estar de bom humor.

    Ela voltou chateada para o poli-dance, e então fiquei apenas olhando, por incrível que pareça tenho vontade de passar a noite com a Fabiana, aquela ragazza me intriga muito.

    .

    No outro dia...

    .

    Acordei e ainda estava escuro. Fui até o jardim, pois quando fico irritado as flores tem o poder de me acalmar.

    Assim que toquei na primeira rosa me lembrei dela... a catadora que me encanta com aquele jeito delicado.

    A terra estava gelada, o sol nem havia nascido. Os pássaros estavam sumidos, e eu relaxei plantando as novas mudas que separei ontem.

    Com cuidado coloquei uma delas num vaso, peguei o boné e fui andando pela estrada sentido à casa dela, realmente quem me vê como o Don, e me vê como eu estou agora, se não me conhece o suficiente não reconhece.

    Da estrada eu conseguia ver um pouco do que acontecia lá em cima, pois a casa dela ficava no alto, quase que um morro, havia mato dos lados.

    Sorri satisfeito quando a vi, ela estava me procurando, pois olhava de um lado para o outro, então levantei a mão e ela fez sinal para que eu subisse.

    O portão estava aberto, então fui devagar. Estranhei aquele lugar... haviam sacos enormes, em torno de dez, aproximadamente... e do outro lado uma pilha de sacos de lixo, e fiquei pensando em como uma moça tão linda e delicada estaria nessa vida.

    — Você voltou! — chegou bem perto. Hoje ela estava mais arrumada, não estava suja, e os cabelos mais alinhados.

    — Vim te ver! Trouxe uma muda de rosa, é tão linda como você... — entreguei e ela sorriu lindamente, vi duas covinhas no seu rosto.

    — Ah, meu Deus! Que lindo... você é jardineiro? — segurava o vaso com cuidado e o seu jeito delicado de o mover me fez admirá-la mais.

    — Pode-se dizer que sim! — sorri, gostando da brincadeira.

    — Acho um trabalho lindo, eu gostaria de fazer isso, mas infelizmente não posso! — olhou em volta. — Se não se importa, eu preciso continuar o trabalho, pois o meu tio está para acordar e ele fica furioso quando me enrolo...

    Fui perto dela e segurei nas suas mãos.

    — Deixa que encontro um lugar para o vaso! — vi que ela ficou olhando para a minha mão em cima da dela, parecia sem graça. — Você tem a pele macia... — elogiei e levantei a mão até o seu rosto e o toquei devagar, notei que ela ergueu a sobrancelha e não teve reação. — Desculpe, acho que te sujei de terra... — falei tentando limpar.

    — Ah, não tem problema! Sou acostumada a ficar suja! — disfarçou se afastando e já começou abrir um saco preto, grande. Coloquei o vaso numa mureta e a observei.

    — O que está fazendo? — ela colocou a mão dentro do saco de lixos, e fiquei espantado.

    — Preciso averiguar todos aqueles lá! — apontou para a quantidade exorbitante de sacos. — E, quando terminar, o meu tio vem com a carretinha e a gente sai coletar mais... Bom, no caso eu...

    — Caramba... e você precisa tocar nessas coisas? Não teria que usar uma luva?

    — Sim..., mas infelizmente o meu tio não compra... então eu me viro como dá. Olha... eu preciso separar o plástico, o papelão, ferro, e por assim vai. A lista de materiais é extensa e o que dá mais dinheiro é o cobre que encontramos nos motores que jogam fora, e também os metais danificados, principalmente aquelas torneiras velhas.

    — Então você tem um salário? — abaixou a cabeça, separando mais rápido. Vi que ela jogava os itens do saco plástico nos outros grandes, os separando.

    — Na teoria seria assim, mas... — cheguei bem perto dela e ergui o seu rosto.

    — O que foi?

    — O meu tio não me paga nada.

    — Isso não é justo!

    — A vida nunca é justa... — Vi uma lágrima escorrendo do seu rosto.

    — Pare! Solte esse lixo, ele não pode te obrigar! — empurrei o saco para longe dela e a abracei.

    — Eu não posso...

    — Ele te ameaça? Fez algo para você? — Senti o meu sangue ferver só de imaginar que ele possa ter a tocado.

    Ela olhou para cima para me olhar e ainda chorava. Parecia se lembrar de algo.

    — Não... — se afastou dos meus braços. — É que preciso trabalhar, se não, não teremos alimento... — disfarçou e puxou o saco novamente, voltando ao seu trabalho. Pegou uma torneira e deu um sorriso mentiroso.

    — Essa pode ser, metal! Nem todas são, precisamos esfregar no piso bruto ou passar uma faca e ver se a cor de baixo fica amarela. — disfarçou completamente.

    — Então, se ficar amarela é metal? — fui bem perto.

    — Sim... vou acelerar aqui, estou atrasada...

    — Vou te ajudar até dar o meu horário! — falei sem pensar e sem saber como fazer, mas agora já era...

    — Sério? Nossa, você é um fofo! — puxei outro saco e comecei a abrir. — Mas, não se incomode, o meu tio pode não gostar...

    — A hora que ele acordar eu pulo a mureta e vou embora, aposto que nem vai me ver! Falei animado.

    Ela sorriu, me explicou algumas coisas e fui devagar a ajudando. Quando

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1