Para ver e ouvir
Dr. Loosen, Kopke, Mouchão, Penfolds, Raül Bobet ou Vega Sicilia. Quem não gostaria de ter os vinhos destes produtores emblemáticos nos seus copos e nas suas mesas? Durante os quatro dias do Essência do Vinho – Porto, estes foram alguns dos (muitos) grandes nomes que marcaram a vigésima edição da principal experiência do vinho em Portugal. Talvez por isso, dado este número redondo e tão sintomático do brilho que reúne anualmente o setor do vinho no Palácio da Bolsa, a Revista de Vinhos decidiu levar até ao leitor uma pequena resenha do que por lá se passou, com os principais vinhos destes nomes provados, numa viagem sem fronteiras, entre Velho e Novo Mundo, do Douro e Alentejo portugueses até à distante Austrália, com passagens pelo Mosel, Priorat, Ribera del Duero ou Rioja.
Comecemos pelo Mosel. Dr. Loosen é um dos mais icónicos produtores alemães, há mais de 200 anos nas mãos da mesma família, tendo como porta-estandarte a casta Riesling. Hoje, e desde 1988, é o atual proprietário, Ernst Loosen, quem lidera os destinos deste produtor e da propriedade, chamada St. Johannishof, a casa e adega da família, situada nos arredores da vila turística de Bernkastel, a 110 km. de Frankfurt.
O mais curioso é que, à data, Ernst Loosen não pretendia ser enólogo nem ocupar-se desta herança familiar. O pai enviou-o em 1977 para Geisenheim com o objetivo de cursar enologia – algo que Ernst cumpriu, não com muito afinco, como o próprio faz questão de relembrar – para, logo depois, estudar arqueologia, a sua verdadeira paixão, em Mainz. No entanto, após a morte do pai e correndo o risco de ver todo este passado e património vendidos a terceiros, Ernst tomou em mãos as rédeas do projeto. Entre os seus tesouros, contam-se vinhas em pé franco com média de 60 anos (algumas com mais de 120 anos), em alguns dos melhores terroirs da Alemanha, granjeadas sem recurso a fitofármacos de síntese, apertada qualidade na seleção de uva e intervenção mínima na adega.
Em 1996, Ernst viria a adquirir a Villa Wolf, fundada em 1756 na região de Pfalz, a sul, uma das mais quentes da Alemanha. Ernst Loosen projetou, recuperou e fez com que esta histórica propriedade retornasse à glória do passado. Também aqui, a sustentabilidade e vinificação pouco interventiva, procuram exprimir o melhor do Riesling local, assim como as outras variedades tradicionais da região. Entretanto, este produtor já chegou aos EUA, nomeadamente Oregon, onde aposta na casta Pinot Noir, e até já tem um Riesling sem álcool…
Frente a frente, Portos Vintage e Colheita
Da Alemanha ao Douro, a Kopke, reconhecida como
