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De volta para casa: Trilogia Santa Monica
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De volta para casa: Trilogia Santa Monica
E-book196 páginas3 horas

De volta para casa: Trilogia Santa Monica

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Sobre este e-book

Oito anos após mudar para Nova York, um escândalo faz Grace fugir de volta para casa e para os braços de seu antigo namorado da juventude. Mas será que a segunda chance no amor poderá triunfar sobre o dano que resultou de traições passadas?


Grace vai para Nova York para procurar seu pai - e acaba sendo atraída para a vida frenética dos ricaços de Manhattan. Mas quando seu casamento desmorona em uma tempestade de escândalos, ela foge para a Califórnia para se recuperar.

Após sua primeira namorada terminar com ele, sem explicações, Logan passa oito anos construindo sua carreira e provando ser um dos maiores talentos de Los Angeles. Agora que Grace está de volta na cidade, ele não consegue parar de pensar nela e se perguntar "E se...?"

Às vezes, o primeiro amor merece uma segunda chance.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento28 de out. de 2018
ISBN9781507122792
De volta para casa: Trilogia Santa Monica

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    Pré-visualização do livro

    De volta para casa - Jill Blake

    Capítulo Um

    — Grace?

    Seus dedos apertaram o braço de madeira, mas, ainda assim, ela permaneceu de olhos fechados. Uma leve brisa agitava as folhas acima dela proporcionando um alívio bem-vindo ao calor fora de época. A água borbulhava num riacho próximo.

    — Grace!

    Ela franziu a testa. Vinte e nove anos era velho demais para ter alucinações, não é?

    No entanto, a voz era inconfundível. E estava se aproximando.

    Lentamente, ela abriu os olhos e piscou.

    Lá estava ele. Todo o seu um metro e oitenta e sete. Seus olhos azuis brilhavam por trás da armação de arame dourada. O cabelo preto e selvagem ondulava sobre as orelhas. Ela lembrou da textura dos fios deslizando por seus dedos. Uma sombra de barba pontilhava sua mandíbula. A mochila, onipresente, estava pendurada em seus ombros largos. Uma camiseta desbotada da Caltech estava esticada num peito maior do que ela se lembrava. Mas a cintura e os quadris, envoltos em um jeans gasto, pareciam tão magros como sempre.

    Os anos despareceram. Ela estava com dezoito novamente, seu coração acelerado e os pensamentos dispersos.

    Ele se aproximou, inclinando-se para frente, como se para se certificar que era ela. Seus lábios, que haviam saboreado intimamente cada centímetro do seu corpo, curvaram-se em um sorriso.

    — Grace King! Não posso acreditar. O que está fazendo novamente em LA?

    — Logan. — Ela levantou-se do banco, sentindo-se novamente tão pequena ao ficar diante dele. Ele elevava-se acima dela, bem mais alto que seu ex-marido. Instintivamente, ela ficou tensa. Não seja idiota, disse a si mesma, forçando os músculos a relaxarem. Ela ainda conseguiu esboçar um sorriso.

    — É bom te ver. Como você vai?

    — Ótimo. — Ele tirou a mochila e acenou com a cabeça na direção do banco. — Posso?

    Ela recuou, dando-lhe passagem. Quando Logan sentou, ela hesitou por um momento antes de tirar sua bolsa e o casaco do caminho. Sentando cuidadosamente na beira do banco, ela enfiou um tornozelo atrás do outro e apoiou as mãos no colo. Ele sorriu, virando o corpo em sua direção. Seus joelhos cobertos pelo jeans cutucando o dela.

    — Então, o que você está fazendo aqui, Grace?

    Ela recuou alguns centímetros, colocando algum espaço entre eles.

    — Fazendo uma entrevista de emprego.

    — Oh, onde?

    — Na escola de medicina. Departamento de psiquiatria.

    — Você está brincando!

    — Não. Vou fazer a última etapa da minha residência aqui. Começo a fazer a parte prática e terei a preferência para professor assistente. Será uma espécie de pesquisa clínica/ aprendizado.

    — Incrível. — Ele balançou a cabeça. — Não previ que isso aconteceria.

    — O que você quer dizer?

    — Nós dois. Juntos de novo.

    Ela endureceu.

    — O quê?

    — Sou do departamento de Neurobiologia. Sou chefe do laboratório em parceria com um dos médicos do departamento de psicologia.

    — Ah. — Eles seriam colegas de trabalho. Era isso o que ele queria dizer.

    Ele riu.

    — Você ainda é tão fácil de implicar.

    — E, é claro, você não pode deixar passar qualquer oportunidade de fazer isso. — Estavam voltando: as coisas que a irritavam quando ela e Logan estavam juntos.

    — Sim, você está certa. — Ele inclinou a cabeça. — Isso faz com que você abaixe esse nariz. Como está o coroa, a propósito?

    — Ele morreu. Há seis meses.

    — Ah, Grace. — A mão dele cobriu a dela, quente, sólida, familiar. — Sinto muito, eu não sabia.

    Ela engoliu em seco.

    — Não há motivos para que você soubesse.

    Havia sido feita uma grande publicação no setor de obituário sobre seu avô no LA Times e no Santa Monica Mirror, mas ela não estava surpresa por Logan não ter visto. Ele se concentrava atentamente nas coisas que importavam para ele, mas, por outro lado, permanecia alheio ao mundo ao seu redor. Às vezes, ela se perguntava se já havia tido sua atenção. Talvez quando estavam na cama, sem quaisquer outras distrações. Mas esses momentos foram fugazes. E, finalmente, Logan escolheu deixá-la ir, provando, acima de qualquer coisa, onde ela estava em sua lista de prioridades.

    Será que alguma mulher havia conseguido garantir um lugar melhor nesta lista?

    Ela olhou para a mão que cobria a sua. Nenhum anel. Não que a ausência de um anel significasse alguma coisa. Ela tinha tirado o seu muito antes do divórcio terminar.

    Droga! O que ela estava fazendo especulando sobre o estado civil de Logan? Ela mal tinha escapado de uma situação desastrosa. Seria estúpido mergulhar de cabeça em outra. E ela não estava interessada em ter um caso. Definitivamente, não.

    Também tinha passado muito tempo, muitas coisas haviam acontecido neste ínterim. E, parando para pensar, eles não se separaram da melhor forma.

    Oito anos depois, ela ainda sentia um eco de ressentimento pela facilidade com que Logan tinha se afastado dela. Como se os quatro anos que passaram juntos não tivessem qualquer importância.

    Se ele tivesse se dado ao trabalho de perguntar, ela teria dito tudo a ele. Mas não. Ele simplesmente desejou-lhe boa sorte, explicou que um relacionamento a distância não funcionaria e foi para a Caltech.

    Ela levou dois anos para voltar a namorar com alguém. Mais três até concordar em se casar com Harry. E veja como tudo acabou: uma ordem de restrição válida em todo o território dos Estados Unidos como um amortecedor entre eles, e ela ainda estremecia quando a campainha tocava.

    Então, não, ela não estava interessada em reacender qualquer coisa com Logan. Mesmo que ele estivesse disponível e disposto. Ela já tinha atingido seu limite com os homens.

    Mas ela não podia resistir a um olhar rápido. Seus olhos traçaram o caminho da sua mão, ao longo dos músculos do braço, seguindo pelo peito e o abdômen plano e impressionante que sua camisa surrada não conseguia disfarçar, até chegar em sua virilha. Suas bochechas queimaram. Ela respirou fundo e desviou o olhar para longe.

    Ele acariciou o nó dos dedos dela com o polegar e ela estremeceu.

    — Como está sua avó?

    — Mais ou menos. — Ela afastou os dedos, colocando-os na segurança de seu colo. — Na semana passada, ela caiu e quebrou o quadril. A cirurgia foi segunda-feira.

    — Foi por isso que você voltou?

    — Não. Eu já estava planejando deixar Nova York. Isto apenas acelerou as coisas.

    Um pássaro levantou voo de um arbusto próximo, circulando ao redor antes de subir acima da linha das árvores. Ela o observou até ele desaparecer.

    — Ouvi falar sobre o seu divórcio — disse Logan.

    — Acho que todo mundo ouviu falar sobre isso.

    Ele lançou-lhe um olhar.

    — Ele estava metido naquilo? Seu ex, quero dizer.

    Ela deixou seu desapontamento de lado. Tinham feito essa pergunta a ela de inúmeras formas nos últimos cinco meses. Por que Logan seria diferente? Ele poderia preferir se concentrar em outras coisas, mas nem ele conseguiria ficar distante do que a imprensa apelidou de o embuste do século. A cobertura das notícias foi implacável desde que a história veio à tona, em dezembro.

    Será que Logan estava apenas curioso como todo mundo? Ou será que ele tinha uma participação mais pessoal na questão? Esperava que ele e sua família não tivessem sido afetados pelo esquema Ponzi. Ela não precisava acrescentar culpa sobre todo o resto.

    Racionalmente, ela sabia que não era culpa sua. Ela esteve à margem de tudo, sem saber das jogadas fora-da-lei do seu ex-marido até que ele apareceu uma noite dizendo que estava sob investigação do FBI.

    Ela corou ao lembrar que sua primeira reação foi de consternação. Não por causa das alegações, mas por acreditar que Harry tinha parado com seus remédios novamente. O jeito pressionado, a fala desconexa, pensamentos confusos e movimentos agitados em sua sala de estar. Mania virando paranoia, ela pensou. A história que ele contou era muito estranha para ser verdade.

    Mas quando os federais se envolveram e a investigação ganhou impulso, a realidade mostrou-se ainda mais devastadora. Décadas de fraude, bilhões desviados de fundos de aposentadorias, instituições de caridade fraudulentas e milhares de pessoas à beira da falência de forma súbita.

    Durante meses, ela manteve a cabeça baixa e repetiu sem comentários. Mesmo que não devesse isso a Harry. E ela certamente não sentiu nenhum remorso em colocar a culpa em quem merecia: em William Blackwell, seu ex-sogro.

    Mas o fato era que ela não tinha nada a acrescentar ao ultraje que todos eles haviam provocado. Apesar de não saber de nada sobre o crime, ela havia sido pintada com o mesmo pincel preto que havia pintado todos os Blackwell. Culpa por associação. Não importava que ela houvesse pedido o divórcio muito antes do escândalo estourar. Ou que ela tivesse tentado várias vezes cortar todos os laços com Harry e sua família, chegando ao ponto de renunciar a qualquer bem conjugal ou propriedade em comum durante o divórcio.

    Sentada aqui, na sombra das árvores, com o homem que a tinha conhecido antes de a sua vida entrar numa espiral fora de controle, Grace sentiu toda sua raiva acumulada e ansiedade borbulharem para a superfície. Como Logan reagiria se ela dissesse a ele o que realmente pensava e sentia agora?

    Ela respirou fundo. Então, novamente.

    — Não — ela disse, mantendo seu tom baixo. — Harry não fazia parte daquilo, apenas o seu pai. Quando ele descobriu, chamou o FBI.

    A risada de Logan pegou-a de surpresa.

    Ela olhou para ele.

    — O quê?

    — Desculpe. — Ele balançou a cabeça. — E eu que pensei que só na minha família tivesse coisas loucas.

    Ela deveria ter se sentido insultada. Teria, se não fosse pelo sorriso torto de Logan que parecia convidá-la a compartilhar a piada.

    — Certo. — A animosidade escoou para fora dela como o ar de um pneu furado. — Como está seu pai?

    — Do mesmo jeito. Perseguindo mulheres com a metade da sua idade. Sendo processado por assédio sexual. Fazendo próteses em seu tempo livre. — Ele olhou para o relógio. — Eles devem fechar em breve. Quer comer alguma coisa?

    Isso era outra coisa que costumava deixá-la louca. A tendência de Logan de mudar de um tópico para o outro num estalar de dedos. Fazer uma observação sarcástica tudo bem, mas Deus não permita que ela realmente seguisse em frente e discutisse com ele.

    — Então, o que acha? — Logan perguntou. — Há um ótimo restaurante Mediterrâneo aqui na rua.

    — Obrigada, mas preciso ir para casa. — Ela levantou-se e passou a mão na saia, alisando as rugas. A barra da blusa soltou-se de um lado, expondo uma faixa estreita de pele. Ela colocou o tecido de volta no lugar, ruborizando ao perceber o olhar de Logan seguindo o movimento. Virou-se e pegou sua jaqueta. — Foi bom revê-lo.

    — Aqui, deixe-me ajudar. — Ele se levantou e arrancou a jaqueta de sua mão, segurando-a aberta para ela.

    Quando passou os braços pelas mangas, Grace tentou ignorar o calor do corpo dele atrás dela. Mas quando suas mãos grandes apoiaram em seus ombros, ela não pode ignorar a onda que se espalhou por seus braços e em seu peito, apertando seu estômago e enfraquecendo as pernas. Ele sempre teve esse efeito sobre ela e foi quase um alívio sentir isso de novo. Saber que ela era capaz de sentir isso novamente.

    A respiração dele acariciou seu ouvido.

    — Uma refeição, Grace. Pelos velhos tempos.

    Ela se encolheu com a escolha infeliz de palavras e se afastou.

    Pelos velhos tempos. Soou tão vazio.

    Harry tinha sussurrado a mesma coisa da última vez. Pouco antes de empurrá-la de volta no sofá e esmagar seu corpo com o dele. Ela mal teve tempo para pensar, muito menos de dizer a palavra não.

    Durante semanas depois disso, ela acordou no meio da noite encharcada de suor gritando. Não, não, não.

    Pegando sua bolsa, ela colocou uma expressão educada no rosto antes de enfrentar Logan.

    — Talvez outra hora. Tive um dia cheio.

    — Amanhã, então. Sete horas?

    Ela franziu a testa. Deliberadamente, havia dado uma resposta evasiva a Logan que não os obrigava a qualquer coisa. Por que ele estava insistindo? Sem dúvida, quando eles se encontrassem no campus ela o trataria de forma gentil, mas por mais fascinante que este encontro improvisado tivesse sido, ela não estava procurando nada além.

    Além disso, o passado pairava entre eles, não resolvido.

    Será que ele tinha algum arrependimento? Ou teria ele, na forma típica de Logan, aceitado sua partida como decepcionante, mas, em última análise, imaterial?

    Ele sempre foi bom em compartimentar. E ela certamente não poderia

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