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A Filha do Rei do Fogo
A Filha do Rei do Fogo
A Filha do Rei do Fogo
E-book218 páginas3 horas

A Filha do Rei do Fogo

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Sobre este e-book

Uma princesa do Fogo e um Príncipe do Gelo devem deixar de lado suas diferenças para salvar o mundo.

Aos vinte anos de idade, Isaías tem um futuro brilhante que o espera. Ele é popular, lindo e todas as garotas suspiram quando ele passa. Talvez seja seu sorriso, ou talvez seja a linda cor de seus olhos, mas uma coisa é certeza: ele é o garoto mais fresco no campus.

Heidi é um pouco cabeça-quente, ela mesma admiti. Não tem muita paciência quando se trata do comportamento ridículo de Isaías. Ela tem pavio curto e isso não ajuda em nada, ainda mais quando ele faz graça com a preferência dela por leitura ao invés de ir à festas. Ela tem dezenove anos e tenta encontrar seu lugar no mundo, exceto pelo pequeno detalhe que a separa das demais garotas.

Nosso mundo não é o deles. Eles são nobres. Isaías é o príncipe do Gelo e Heidi é a princesa do Fogo. Com o intuito de protegê-los quando seus reinos foram atacados, seus pais os mandaram à Terra.

Desde então, Heidi está presa na América do Norte com Isaías, frequentando uma faculdade local e tentando misturar-se com as pessoas. Não é tão fácil quanto os humanos fazem parecer. Preocupada com seu pai e com o seu reino, Heidi sente dificuldades em ajustar sua vida em um planeta estrangeiro, e estando com Isaías fica ainda mais difícil.

Com inimigos entrando em suas vidas e antigas feridas sendo reabertas, conseguiram Heidi e Isaías deixar suas diferenças de lado o bastante para salvar seu mundo? Conseguiram salvar o nosso?
 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de mar. de 2016
ISBN9781507135051
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    A Filha do Rei do Fogo - T.E. Ridener

    Dedicatórias

    Esta é para Steve, por sua inacabável fé de que eu poderia escrever algo fora de órbita. Agradeço pelo seu encorajamento, pela sua sabedoria e também pela sua amizade.

    Para Sam, pois sua contribuição é de tamanha preciosidade, e agradeço por me alegrar enquanto o livro era escrito.

    Para Pamijo, Shellie e Annie, as senhoritas são demais! Agradeço pelos comentários. E são também as melhores leitoras betas de todas.

    Para os meus Dois Jotas, pelo grande amor que sinto por vocês e pela vontade incontrolável que tinham em desvendar o que aconteceria com Isaías e Heide.

    1

    Isaías era o garoto mais fresco no campus- era literalmente o que ela pensava. Ser o filho do Rei do Gelo tinha suas vantagens, ainda mais por ser um rebelde e detestável garoto de vinte anos que pensava ser melhor do que qualquer outro. Ele não estava com vontade de assistir à aula de cálculo, só desejava um dia frio; e felizmente, as aulas seriam canceladas até por volta do meio-dia. Heide achou muito irônico como o tempo havia aberto na hora em que ia à aula de biologia.

    Ele havia feito isto de propósito.

    A relação entre ambos é uma história tão velha quanto a idade do tempo. Fogo e Gelo nunca se davam bem. Eram grandes inimigos.  Então, um não poderia viver sem o outro. O calor do sol derreteria o gelo deixado pelo inverno, assim como a neve cobriria os gramados verdejantes enquanto o verão ia acabando. Sim, outono e primavera existiam- mas não eram tão proeminentes. Para as famílias do Gelo e do Fogo não havia um intermédio. Uma era quente, e a outra fria. Uma gentil, e a outra cruel. Assim sempre fora e sempre será. Até que dois descendentes do Rei tornaram-se amigos; e quando seus reinos foram ameaçados, enviaram suas duas teimosas e aventureiras proles a um mundo que não lhes pertenciam, na tentativa de protegê-los.

    Heide, de dezenove anos, estava chocada demais para entender que precisava ir ao mundo dos humanos. Ela não queria ir. Não queria estar cerca à poluição, à corrupção e ao avanço tecnológico oferecido pelos habitantes da Terra. Ela preferia o que era natural, da forma como deve ser. Gostava de não estar por perto de fumaças prejudiciais, como a de cigarros e a exaustão de veículos. Ela gostava da essência natural do ar, e de poder ver um céu sem nuvens. Por que ela precisava ir para lá? Por que ela precisava estar perto dele?

    Ela sabia o por quê. Ela entendia o por quê. Mas não significa que apreciava isso tudo.

    - Você deve ir, Heide. Nossa espécie depende disso para continuar.

    Seu pai, o Rei Sídio, havia dito precipitadamente enquanto a empurrava  em direção à saída do reino. Era uma queda e tanto, mas Heide não gostava da história de cair na Terra. Tinha lutado com todas as forças para ficar.

    -Mas... pai, eu não quero ir!- argumentou. – Deixe-me ficar e lutar, por favor! Eu posso ajudar.

    -Não, Heide. Você me obedecerá e fará como combinado.

    -Mas eu não desejo ir para lá! Não quero estar longe de você.

    -Minha querida, não estará sozinha. Eu prometo. –Pressionou, então, seus lábios em sua testa, suas mãos fortes descansando sobre os pequenos ombros da princesa. – O filho do rei Fryse estará com você.

    Heide ficou de queixo caído, e ela ainda tentou imaginar sua expressão nada atrativa ao receber a notícia.

    - O quê?! De forma alguma ficarei perto daquele asqueroso, miserável, arrogante do... AH!

    Então seu pai a empurrou. Ela caiu tão rapidamente que até um leopardo sentiria inveja. Como uma estrela cadente, ela mergulhava em direção à Terra sem nenhum sinal de pausa.

    Tinha uma visão turva de sua casa enquanto se afastava, conseguindo ver somente chamas furiosas e o ribombar dos trovões monstruosos que iluminavam aquele céu azul.

    Ela estava sendo forçada a deixar para trás seu pai e todas as pessoas que conhecia, lutando sozinhos.

    Mas não era sua culpa. Ou era? Ela não teve nenhuma chance contra seu pai. Como uma garotinha magricela, medindo um metro e meio, derrotaria um deus da Natureza de trezentos e setenta e seis anos?

    Não derrotaria. Nem era o combinado. O combinado era ela estar ali, naquele campus ruidoso com adolescentes a olhando e dando risinhos abafados enquanto tentava os ignorar.

    Ela não gostava daquele lugar. Só queria voltar para casa. Mas tinha realmente uma casa para qual pudesse voltar?

    - Não me diga que está sentada aqui, pensando em problemas além do que podemos resolver, quando poderia estar aproveitando sua estadia aqui na Terra, Heidizinha.

    A voz dele fez com que Heide quisesse atear fogo a um coelhinho, e era uma pena, pois ela os adorava. Lentamente, virou sua cabeça e deu de cara com o sorriso zombeteiro formado em seu rosto atrativo ao mesmo tempo em que ele levantava sua perfeita sobrancelha.

    - Não podia estar atormentando outra pessoa agora?- perguntou ela, movendo-se desconfortavelmente no banco enquanto levantava sua mão para retirar os cabelos castanho-escuros da frente de seus olhos caramelos.

    - Por qual motivo atormentaria outra pessoa a não ser você?- indagou ele, seu sorriso aumentando, expondo seus dentes cor de pérolas. Tinha algo mais por baixo daquele sorriso de Gelo estúpido. Quando ele sorria, seus olhos azul-marinho sorriam também. Outras garotas babariam ao ver aqueles olhos, mas Heidi simplesmente sentia repulsa. Ele acreditava ser um grande partido para as meninas, mas na verdade, era um pesadelo.

    - E de novo fazendo isso- afirmou, fitando-a.

    - Fazendo o quê?- perguntou Heidi em tom irritado. Ela queria que ele fosse embora. Um instante de paz seria ótimo. Ele era popular. Tinha muitos amigos. Por que precisava pegá-la para Cristo?

    - Me julgando- respondeu ele irrefletidamente, estendendo suas pernas. Inclinou sua cabeça para o lado enquanto a mirava. Era aquele olhar que sempre a deixava desconfortável. Era como se ele a despisse com os olhos- e pela sua reputação, ele meio que estava.

    - Não estou, não- respondeu ela, juntando os livros ao seu redor. Os abraçou junto ao seu peito e levantou-se, decidida de que era hora de ir para a aula. Não importa se tinha mais vinte minutos para ficar ali. Chegaria adiantada só para livrar-se dele. E para seu infortúnio, ele a seguiu.

    - Está mentindo- zombou ele, alcançando-a facilmente, pois um passo dele era o mesmo que três do dela.- Por que está sempre mal-humorada, Heidizinha?

    - Não estou sempre mal-humorada- respondeu. - Só quando você está por perto.

    - Ui- ele respondeu. Oh, se ela pudesse feri-lo fisicamente.

    - Vou me atrasar para biologia por sua culpa - afirmou Heide ao entrar no laboratório, tentando desviar-se dos alunos que saiam. Sortudos.

    - Não vai se atrasar. Você tem quase meia-hora antes do início da aula. – insistiu ele, ainda andando ao lado dela- Sei que gosta de ser pontual, mas reserve pelo menos cinco minutos do seu tempo para aproveitar o belo dia.

    - Eu estava aproveitando,- resmungou, lançando um olhar desafiador a ele enquanto caminhava em direção ao elevador. Talvez chegaria a tempo. Talvez as crianças lá dentro não pressionariam o botão e a faria esperar pela volta do elevad...  Ah, tanto faz. Tarde demais.- E eu não sei a qual belo dia se refere,- disse ela, apertando o botão triangular incessantemente. – Está frio e úmido, e tem gelo por toda parte.  É só mais um dia monótono.

    - Biscoito ou bolacha, dá no mesmo- provocou ele, encostando-se à parede e contemplando-a.

    Ela não quis olhar para ele. Não se submeteria a ver o cabelo-quase-branco-mas-louro que ele tinha. Não, sem chances.

    - Então agora será fria comigo?- perguntou ele. – Não é uma de suas características.

    Ela revirou os olhos. Não era mentira, ele adorava estar ali. Ele se satisfazia com tudo o que a Terra proporcionava. Desde as ervas de fumo até as mulheres, Isaías experimentara tudo. Ele agia como se estivessem nas férias de verão, onde ele podia ter recordações para contar aos seus amigos quando voltasse para casa. Mas Heidi entendia melhor. Sabia que aquilo não eram férias.

    - Venha, Heidi. Não faça isso comigo hoje! O dia será ótimo, caramba. Aproveite ele comigo.

    Heidi revirou seus olhos caramelos, as portas do elevador começarão a se abrir. Então o encarou:

    - Preciso ir para a aula. Já falei. Você deveria ir de vez em quando também.

    Ela observava enquanto os olhos dele se estreitavam, e então outro sorriso escapou de seus lábios. Assim que a porta do elevador começou a fechar, ela pôde ouvir o que ele disse, e não era um bom sinal:

    - Veremos quanto a isso.

    2

    Aquele... estúpido.

    Heide encontrava-se sentada na lanchonete do campus, em

    uma pequena mesa que sugeria: Ei, olha eu sozinha aqui. Não tenho nenhum amigo com quem sentar hoje!.  Mas ela não se importava muito, considerando que tivesse sossego e paz o restante do dia. Depois do cancelamento da aula de biologia- graças a ele- ela não tinha mesmo o que fazer, a não ser pedir uma xícara de café e escutar qualquer bobagem que chamavam de música, saindo dos alto-falantes quebrados. Precisavam ser consertados o quanto antes.

    Ela bebericou o líquido quente enquanto admirava a neve que ainda caía pela janela. Uma acumulação estranha que apareceu de repente. Os outros alunos poderiam estar chocados com isso, mas Heide não. Ela sabia exatamente o que sucedera e tinha sido feito por maldade. Na verdade, ela teve um teste naquele dia, e tinha passado a noite todo estudando. Embora ninguém levasse isto em conta; não  envolvia ele de forma alguma. Ele era tão autocentrado! 

    Quatro meses. Faz quatro meses que estão lá e ela não percebeu nenhum progresso. Se seu pai queria mantê-la

    segura, por que não a colocara em uma masmorra ao invés de mandá-la para ali? A Terra não é tão segura quanto muitos pensam. Tem se deteriorado faz um tempo, e os seres humanos são os que têm os melhores equipamentos para combater essas forças, mais ninguém. Se acreditavam que tornados, furacões e tsunamis eram as piores coisas que a humanidade pudesse enfrentar, estavam muito equivocados. 

    Sem contar as quatro estações do ano que mantinham uma vigilância atenta sobre a terra e asseguravam que tudo acontecesse em tempo determinado, existia outras forças ativas; outras famílias que lidavam com as mesmas responsabilidades. Os livros de contos eram incertos. A Mãe Natureza não era um só ser. Era como a líder de um clube, ou o governador de um Estado. Havia certo sistema que datava do início dos tempos.

    Heide sabia onde era seu lugar naquele sistema. Era a filha de seu pai, e uma princesa por direito. Fora beijada pelo sol e abençoada pelo calor provido daquela enorme esfera de luz. Fora destinada a tomar conta da terra e assegurar que o verão chegasse nos anos seguintes. Mas o verão não era seu principal objetivo. Não.

    Fora criada para brincar com fogo. Poderia criá-lo com um simples pensamento; dominá-lo só com o olhar. Ela não era uma heroína. Não caíra em uma lata de lixo tóxico. Nascera com esse talento. Não era diferente de um humano que nascera com olhos verdes ou com sardas. Bem, talvez fosse um pouco diferente. Sem contar seu ponto de vista, não havia nenhuma alteração. Assim como todos em seu reino, ela possuía olhos caramelos. Não eram escuros, mas também não eram claros- comparados aos de um filho ou uma filha da Terra.

    Os descentes da linhagem do Sol tinham traços similares. Olhos caramelo, cabelos castanhos ou acaju e narizes pequenos e achatados. Tinham a característica mais calma comparada aos outros. Os que eram como Isaías, da linhagem da Lua, possuiam características faciais mais nítidas; particularmente, narizes pontiagudos os definiam.  Não quer dizer que tinham narizes grandes. Eram quase normais, na verdade. Mas eram pontiagudos- e geralmente apontados para cima, dando a eles um ar de superioridade.

    Não eram superiores de forma alguma. Eram iguais. Heide nunca havia considerado ela mesma acima de outros; nem mesmo de humanos. Mas Isaías sempre tivera seu título com orgulho e frequentemente debochava dos humanos com desprazimento, por não serem tão descolados quanto ele.

    Os Descendentes da Lua tinham cabelos claros. Alguns eram louros, mas na maior parte das vezes seus cabelos eram prateados ou brancos. Se um humano presenciasse um homem ou uma mulher do inverno, os confundiria com uma pessoa idosa. Pelo menos os Descendentes do Sol pareciam jovens e não receberiam um desconto sênior assim que entrassem em um restaurante.

    - O que faz aqui, sentada sozinha, Heidizinha?

    Sério, ele não tinha outras coisas para fazer? Devia estar em sua agenda: ser desprezível o dia todo.

    - Estou bebendo um pouco de café- ela respondeu- e tentando me esquentar graças à sua pequena nevasca.

    Ela ouviu seu riso abafado enquanto ele acomodava-se no assento à sua frente. Isaías não tinha maneiras. Heidi imaginava se seus pais alguma vez tentaram lhe ensinar a como ser educado. Ele nunca dizia por favor ou obrigado; e certamente não sentava-se da forma correta. Era outra coisa que a incomodava. Sua postura era horrível!

    - Deveria estar me agradecendo,- ele insistiu no instante em que aquele sorriso zombeteiro aparecia em seu rosto.- Consegui tirar você da aula hoje. Não faria isso por mais ninguém.

    - Bem, não agradeço porque não queria que a aula fosse cancelada- disse diretamente enquanto levantava sua xícara de café para bebericá-la.

    - Esse é o problema com vocês, Esquentadores- afirmou ele, levantando o pulso para que pudesse apoiar-se nele. Aqueles intensos olhos azuis a encarava enquanto os franzia um pouco - Vocês não sabem agradecer quando alguém lhes faz um favor.

    Ela calmamente baixou a xícara de café e olhou para ele:

    - Chama isto de favor? - perguntou- Não estou certa de qual é a sua definição de favor. Mas posso te assegurar que não me beneficiou de forma alguma. Perdi minha aula e precisarei repô-la na próxima quarta-feira. Enquanto isso, eu ficarei sentada aqui, esperando você decidir parar de congelar as pessoas até a morte.

    Então ele riu. Por que estava rindo? Por que sua fúria o divertia tanto? Honestamento, ele parecia uma criancinha quando tratava dessas coisas!

    - Acha mesmo que estou congelando pessoas até a morte?- indagou ele, inclinando sua cabeça para o lado. – Não estou, minha querida. Não congelamos ninguém até a morte desde a Era do Gelo. Pelo que sei, parecia uma época divertida de se viver.

    - Tenho certeza de que os dinossauros teriam uma opinião distinta- respondeu ela, revirando os olhos.

    -Por favor, né? Sabe que temos um trabalho a ser feito assim como o seu. Tudo há seu tempo e seu lugar; os dinossauros não eram mais necessários. Houve a evolução e quem foi melhor para ajudar a não ser os Geladores? -ele deu uma longa pausa para estudar o olhar de julgamento no rosto dela, antes que sua expressão se tornasse bem séria.-Além do mais, você age como se o seu tipo fosse muito inocente. Quantas cidades foram destruídas por vulcões? Os humanos são tolos o bastante para acreditar que as erupções são espontâneas e nada

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