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A Luz do Meu Caminho
A Luz do Meu Caminho
A Luz do Meu Caminho
E-book224 páginas6 horas

A Luz do Meu Caminho

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Sobre este e-book

Um impressionante depoimento de uma brasileira que descobriu o Swami Sathya Sai Baba, a partir de conversas e leituras, vendeu o que tinha e partiu para a Índia ao encontro dele. Foi no ashram de Puttaparthi que ela viveu uma experiencia unica, e se tornou uma devota. Neste livro o leitor vai encontrar muitos ensinamentos de Sai Baba, falecido em 2011, e referencias para estudos posteriores. O livro trata do encontro, ou reencontro, de uma pessoa comum com o divino.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de nov. de 2016
ISBN9781370064861
A Luz do Meu Caminho
Autor

Maria de Fatima Teles

Maria de Fatima Teles reside em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Atualmente dedica-se a atividades comunitarias. Mas tambem foi artista plastica, profissional de IT e promotora de eventos. Seus interesses são multiplos, e embora sendo uma devota de Sai Baba, faz questao de conhecer e respeitar outras orientacoes religiosas e filosoficas. "A Luz do Meu Caminho" foi seu livro de estreia. Espera poder escrever muitos outros ainda.

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    Pré-visualização do livro

    A Luz do Meu Caminho - Maria de Fatima Teles

    Dedicatória

    Dedico este livro ao meu filho Pedro,

    cúmplice na realização deste sonho;

    à minha mãe Carmélia, pela paciência e tolerância;

    à Valéria, uma mão amiga estendida na hora certa;

    irmãos, demais parentes e amigos,

    todos personagens principais da minha história.

    Sumário

    Dedicatória

    Prefácio

    Capítulo 1 - De Onde Eu Vim

    Capítulo 2 - Para Onde Vou

    Capítulo 3 - Capital da Esperança

    Capítulo 4 - Entre Artes e Amores

    Capítulo 5 - Sozinha No Meu Quarto

    Capítulo 6 - Roma, Amor

    Capítulo 7 - De Volta Pra Casa

    Capítulo 8 - Produzindo Eventos

    Capitulo 9 - Nosso Primeiro Encontro

    Capítulo 10 - Em Busca da Auto-Transformação

    Capítulo 11 - Desafiando a Coragem

    Capítulo 12 - Recomeçando

    Capítulo 13 - O Nascimento de Sathya

    Capítulo 14 - A Criança Deus

    Capítulo 15 - Shirdi Sai Baba

    Capítulo 16 - A Missão de Sai Baba

    Capítulo 17 - De Volta ao Começo

    Capítulo 18 - Vivendo e Sonhando com Um Belo Horizonte

    Capítulo 19 - A Viagem

    Capítulo 20 - Prashanti Nilayan

    Capítulo 21 - Discurso de Ano Novo

    Capítulo 22 - Trabalhando o Desapego

    Capítulo 23 - Todos Somos Um

    Capítulo 24 - De Volta à Morada da Paz Suprema

    Capítulo 25 - Discurso do Maha Shivarathri

    Capítulo 26 - Dia Seguinte da Festa de Shiva

    Capítulo 27 - Sadhana

    Capítulo 28 - A Materialização do Lingam

    Capítulo 29 - Seva na Cantina

    Capítulo 30 - Padnamascar

    Capítulo 31 - Retornando ao Brasil

    Capítulo 32 - Profecias

    Capítulo 33 - Onde Estou?

    Ensinamentos

    Álbum de Fotos

    Prefácio

    Em 1997 sonhei que estava sentada no centro de um pátio vazio, onde parecia ser um colégio. De pé, ao meu lado, Sathya Sai Baba ditava algumas frases e eu as anotava em folhas soltas, apoiada numa pequena mesa. Com ar pensativo, conferia o manuscrito enquanto eu olhava para cima aguardando Suas ordens, tentando imaginar o que viria em seguida. Ele, com Sua calma habitual, caminhava em volta da cadeira, tentando aquietar a minha ansiedade.Depois de algum tempo, saiu apressadamente, deixando-me atônita, sem entender direito Seu propósito. Virando-Se de repente, parou, olhou-me fixamente, mostrando um livro que estava em Suas mãos e disse: "Apague isso. Aqui estão todas as respostas".

    No dia seguinte, já desperta, tentando entender o significado daquela situação aparentemente tão real, sabendo que ninguém sonha com Ele senão vivenciando experiências oníricas ou sonho lúcido, ocorreu-me que poderia ser o SADHANA – O Caminho Interior, leitura obrigatória de todo devoto Sai, como o livro indicado por Swami. Passei a lê-lo com mais afinco, certa de encontrar ali o que foi recomendado.

    Um ano mais tarde, visitando uma cartomante em Brasília, ela sugeriu que escrevesse um livro. Achei a ideia tão absurda que não dei a menor importância até mudar-me para Belo Horizonte.

    Retornando à minha terra natal, ganhei de um cunhado, um computador que seria o instrumento de trabalho indispensável na sociedade que estávamos criando. Mas, ao recebê-lo, entendi que, além desse propósito explícito, teria outra utilidade que estava acima de qualquer compreensão humana; uma força estranha que guiava meu pensamento a um único objetivo: registrar amorosamente minha experiência espiritual, cumprindo com parte do roteiro elaborado pelo autor de toda a vida, revelado no sonho visionário anos antes.

    Reconhecendo minha deficiência literária, coloquei-me á mercê da Vontade Divina deixando que ela conduzisse meus pensamentos na direção correta, registrando e avaliando cada intenção, agradecida pela chance de poder retribuir um pouco do muito que venho recebendo desta fonte inesgotável de inspiração e fé.

    Durante sua gestação, graças ao apoio incondicional da minha família, estive protegida pela abundância espiritual e material, tão necessárias para a concretização das nossas vontades mais secretas. Nada foi em vão. Cada palavra foi como um sussurro vindo de Prashanti Nilayam. Se houve interferência no caminho, peço humildemente a Swami que perdoe, dando-me a chance de continuar trilhando Seus passos com Verdade, Amor, Paz, Não-Violência e Retidão.

    O livro está pronto superando todas as minhas expectativas.

    Portanto, deposito-o nos Pés de Lótus do Senhor, para que receba Suas bênçãos e toda a Sua luz.

    OM SAI RAM

    Capítulo 1

    De ONDE EU VIM

    Sabará. Nesse pequeno ponto histórico eu nasci, entre montanhas gerais, sob a proteção de Nossa Senhora de Fátima e da família tradicional, católica e muito numerosa. Meu pai, funcionário de usina siderúrgica, proporcionou-nos uma boa educação, matriculando-nos em escolas dirigidas por congregações religiosas bastante rígidas. Minha mãe, professora primária, também se formou em escola religiosa, transmitindo suas experiências nos pequenos afazeres domésticos. Ótima cozinheira e costureira. Nossa formação, baseada nos princípios cristãos, era fundamentada nos rituais e dogmas da Igreja Católica, onde coroar Nossa Senhora, participar de casamentos, batizados, quermesses e procissões faziam parte da pacata vidinha interiorana, partilhada alegremente entre os amigos e vizinhos. Ir a missa aos domingos, uma obrigação sem contrapartida, que muitas vezes se transformava em choro e muita briga. Afinal, acordar cedo era uma tortura e tudo o que não queríamos, depois de uma semana madrugando para estudar na capital.

    Eventualmente, recebíamos a visita de um tio padre que passava natais e feriados conosco, ensinando os versículos e parábolas da Bíblia entre piadas e brincadeiras, que quase não entendíamos por conta da pouca idade e da ingenuidade infantil. Ele ria, beliscando nossas bochechas vermelhas de vergonha por não conhecermos nossa história cristã.

    Dentre cinco mulheres, sou a terceira do segundo casamento paterno; referência importante para várias decisões na vida. As solitárias e arriscadas principalmente. Fisicamente muito diferente das outras, mais baixas, cabelos escuros, magras e bem mais bonitas. Eu, muito clara, olhos verdes, loira, bem cheinha e mais alta que elas, tentava me encaixar nos padrões estéticos dessa fraternidade, mas era difícil. As mais velhas estudavam em colégio interno, vindo de vez em quando passar feriados e as férias conosco. As outras duas, com diferença pequena de idade, andavam sempre juntas, como siamesas, excluindo-me de suas companhias. Portanto, fui construindo minhas amizades em outras freguesias.

    Toda a nossa segurança e tranquilidade interioranas só foram quebradas com a doença irreversível de meu pai, que, durante dois anos, deixou-nos apreensivas e muito tristes. A minha mãe desdobrou-se nesse período em papéis fundamentais de coragem e força para que pudéssemos continuar nossa rotina de estudantes sem prejuízo ao ano letivo. Disfarçou muito bem a tristeza premonitória da viuvez precoce.

    Com a morte paterna, optamos em mudar para a capital, deixando para trás uma casa confortável, bichos de estimação, amigos queridos e os sonhos de infância. Eu, então, com 15 anos, carregava as incertezas de adolescente e uma culpa inexplicável pela morte prematura do meu pai. Talvez o fato de ele ter me mostrado seu pé inchado logo no início da doença representasse para mim o dever de curá-lo. Tinha comigo que deixei de cumprir com o compromisso irrefutável de salvá-lo.

    A Igreja passou a ser sem referência, já que também não conseguiu salvá-lo e, portanto, não havia cumprido com seu papel fundamental. Deixei de ir á missa aos domingos. Deus estava ainda muito distante...

    Capítulo 2

    PARA ONDE VOU

    Viver na capital tem suas implicações. Não dá para pensar pequeno. Com tão pouca idade eu me sentia grande. Afinal, éramos seis mulheres sem benfeitor para manter tantos caprichos femininos. Na sua ausência, quem assumiria o vazio dessa função tão varonil? A aposentadoria de meu pai garantiu-nos a compra de um imóvel e condições adequadas para manter nosso pequeno padrão de vida. Entretanto, a possibilidade sombria das ausências me perseguia frequentemente. Eu tinha muito medo de morrer. E minha mãe, assustada com o que se apresentava em nosso novo endereço, exercia suas funções com dificuldade, indiferente à realidade de tantas vítimas de um destino criado no interior de um país tropical, desigual e católico demais para o meu gosto.

    Não havia tempo para diálogos e afetos. Cada uma procurava resolver suas dúvidas e aflições a seu modo, evitando gestos de fraquezas e inseguranças tão comuns na adolescência. A sorte sorria quando os amigos e parentes chegavam para um café e um dedo de prosa. Nesses momentos, esquecíamos as dificuldades para recordar histórias ainda frescas da nossa cidadezinha do interior.

    Eu fazia amizade com facilidade, mas resguardava com carinho os meus desejos mais secretos. Raramente partilhava segredos, mesmo com as minhas irmãs. Com a minha mãe, nenhuma conversa íntima. Éramos estranhas vivendo no mesmo ninho.

    Saí muitas vezes à procura de alguém mais afeita às aspirações de uma jovem carente de pai e mãe. Mães de amigas passaram a ser o modelo ideal para ocupar a vaga destinada á minha fada madrinha; a minha, coitadinha, carregava a sina de jamais me ter como membro da família. Eu era diferente!

    Ainda de luto, depois de alguns exames de rotina, a minha mãe foi levada ao hospital, vítima de um erro médico, deixando-nos a certeza de que, em breve, estaríamos órfãs novamente. Felizmente, depois de alguns meses, pudemos recebê-la em casa sã e salva, decidida a se mudar para Brasília, para estar mais próxima de sua mãe, então, com setenta e dois anos, irmãos e sobrinhos.

    Ao contrário de minhas irmãs, apoiei incondicionalmente sua decisão; o belo horizonte não correspondeu às fantasias da minha menina. Estava na hora de buscar novos caminhos. Sufocada pelo desejo de liberdade, acreditava na possibilidade de romper com laços afetivos, para, quem sabe, dar o grito de independência na Capital da República.

    Contrariando tudo e todos, lá fomos nós em busca da promessa de um futuro brilhante, contando com o apoio dos pioneiros corajosos que acreditaram no sonho visionário de D. Bosco, bravos candangos que tornaram possível a transferência da capital para o planalto central do país.

    Capítulo 3

    CAPITAL DA ESPERANÇA

    Brasília, 1973. A cidade ainda cheirava a fraldas quando nos aventuramos entre as quadras, a poeira e o vazio das suas ruas. Quanta decepção! Onde estavam as crianças, os cachorros, as esquinas, as igrejas e as casas antigas? Nem eu estava ali.

    Enfim ... Não havia mais retorno!

    Como a minha mãe demorou a chegar, cuidando da mudança e da venda do apartamento, fomos eu e as duas irmãs mais novas morar com os parentes. A nossa privacidade, então mantida entre sonhos e desejos reprimidos, foi compartilhada entre utopia e ilusão daqueles que sonharam com a gente. Foi um difícil começo. A morte e o medo do futuro ainda pesavam sobre os ombros.

    Nossa família, reduzida pelo casamento de minha irmã mais velha e a ausência da segunda que continuava seus estudos em Minas Gerais, não tinha força nem coragem para conquistar a terra da esperança. Íamos levando o dia a dia sem expectativas e com muita cobrança; tudo era proibido.

    Busquei refúgio na comida, duplicando rapidamente de peso.

    Aos poucos, ganhamos a confiança da cidade, retomamos a vida estudantil, e as amizades foram ocupando nossas vidas até que viajar nas férias para a terra natal já não era assim tão importante.

    Quando minha mãe se mudou, pudemos nos reunir novamente, desta vez em casa própria, numa quadra muito agradável, arborizada, limpa e bem localizada. Ela, na tentativa de preencher a ausência de meu pai, transferia as responsabilidades domésticas para nós, jovens e imaturas criaturas, ao mesmo tempo exigindo que estudássemos datilografia para quem sabe, trabalhar no mundo. Na verdade, eu mal sabia o que queria, mas tinha certeza do que não queria. Esse negócio de limpar a casa, fazer comida ou limpar panelas, nem pensar! Minha atenção e dedicação eram intelectuais, voltadas para questões internas, O problema em se saber o que tem valor e o que não tem é um assunto complexo. Cada pessoa valoriza coisas diferentes. Há quem valorize o que é ruim. E o que dizer da moralidade? Existe tal coisa como bem ou mal? Se a evolução é verdadeira e a sobrevivência do mais apto, correta, então não existe o certo nem o errado, nem a vida humana tem mais valor que a dos animais! Perguntas de uma jovem adolescente solar, visionária e voluntária de um conjecturar incerto.

    Buscando preencher o vazio da cidade que comungava com o meu vazio, inquieta com as dúvidas sem respostas que insistiam em perturbar a paz da minha mente, parti em direção ao espiritual tateando no escuro. Mal sabia por onde começar a trilhar a jornada, certa de que tudo o que eu havia aprendido, podia ser descartado ou transmutado. Mergulhei nas ondas das vãs filosofias, tentando entender o significado do mundo em que vivia, de acordo com o meu próprio ponto de vista, mesmo sabendo que nem toda e qualquer filosofia se baseia nem se firma na revelação divina. A sabedoria do mundo é humanista. Ela se inicia no homem e tenta responder-lhe todas as perguntas. Mas, quem poderia me dizer o que era certo ou errado? Afinal de contas, não havia um padrão absoluto pelo qual o mundo me julgava. Um homem pensa de um jeito; outro pensa de outro! A opinião de alguém é tão boa quanto a de outro e ninguém, realmente, sabe de coisa nenhuma. E Deus, então, onde é que se escondia?

    Todo meu lazer era dedicado aos livros; desde espiritualismo, catolicismo, racionalismo, esquisitismo; enfim, até aqueles que se propunham a desvendar a alma humana através da vida extraterrestre. Ufologia também passou a ser objeto de meu interesse à medida que, duvidando da presença divina, transferiria para algum E.T. a tarefa levar-me daqui para algum planeta estranho.

    Capítulo 4

    ENTRE ARTES E AMORES

    Quando entrei na faculdade, o primeiro susto. Os alunos, no afã de descobrirem a liberdade sem medo, novidades e possibilidades de desfrutarem das delícias de uma faculdade aberta e sem preconceitos, repartiam intimidades com a mesma naturalidade de quem estuda em um jardim de infância. Éramos todas, ou quase todas, crianças felizes em busca de um parque e diversões instalado num gueto do planalto.

    A primeira reação a esta tribo de inquietos artistas foi de aceitação sem críticas, disfarçadas de autoconfiança, como se nada fosse novidade ou causasse estranheza. Intimamente, queria era fugir. Não dava para enfrentar a possibilidade de invasão da minha privacidade, muito menos a mudança de valores pessoais tão enraizados e corretos. Observava de longe as performances dos atores, tentando desvelar o diretor do espetáculo.

    Aos poucos, admitindo a companhia e proximidade dos colegas, o fantasma da timidez foi se dissipando. Com um pouco de esforço, disfarçava

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