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Espião por acaso
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E-book286 páginas3 horas

Espião por acaso

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Sobre este e-book

Seth Rogan não era um bom espião. Porque ele não era espião. Apenas um cara tentando fazer a coisa certa. Como biólogo da maior empresa de biotecnologia do mundo, ele tinha um ótimo emprego e aproveitava todos os benefícios. Mas quando o pediram para fazer testes nos alimentos geneticamente modificados da empresa, ele descobriu segredos que o envolveram numa teia de corrupção, fraude e conspiração da qual ele não queria fazer parte, mas não conseguiu escapar. Numa história de mistério e suspense tão real que poderia estar nos jornais de hoje, Seth, tendo cuspido no prato em que comeu, foge da CIA, do FBI e de toda a força gigantesca do governo dos Estados Unidos. Acusado de espionagem, encontra refúgio em um antigo inimigo: a Rússia. Mas sua paz está prestes a ser perturbada, e ele se vê no papel de um espião por acaso.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de set. de 2017
ISBN9781507186336
Espião por acaso
Autor

Kenneth Eade

Described by critics as "one of our strongest thriller writers on the scene," author Kenneth Eade, best known for his legal and political thrillers, practiced International law, Intellectual Property law and E-Commerce law for 30 years before publishing his first novel, "An Involuntary Spy." Eade, an award-winning, best-selling Top 100 thriller author, has been described by his peers as "one of the up-and-coming legal thriller writers of this generation." He is the 2015 winner of Best Legal Thriller from Beverly Hills Book Awards and the 2016 winner of a bronze medal in the category of Fiction, Mystery and Murder from the Reader's Favorite International Book Awards. His latest novel, "Paladine," a quarter-finalist in Publisher's Weekly's 2016 BookLife Prize for Fiction and winner in the 2017 RONE Awards. Eade has authored three fiction series: The "Brent Marks Legal Thriller Series", the "Involuntary Spy Espionage Series" and the "Paladine Anti-Terrorism Series." He has written twenty novels which have been translated into French, Spanish, Italian and Portuguese.

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    Espião por acaso - Kenneth Eade

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    NOTAS DO AUTOR

    Excerto

    Excerto

    Bless the Bees

    OUTROS LIVROS DE KENNETH EADE

    Série de Thrillers Jurídicos de Brent Marks

    A Patriot’s Act

    Predatory Kill

    HOA Wire

    Unreasonable Force

    Killer.com

    Espionagem

    An Involuntary Spy

    To Russia for Love

    Não ficção

    Bless the Bees: The Pending Extinction of our Pollinators and What You Can Do to Stop It

    A, Bee, See: Who are our Pollinators and Why are They in Trouble?

    Save the Monarch Butterfly

    ––––––––

    Para minha querida Valentina,

    amor da minha vida

    "Quando uma mentira se torna a verdade,

    a verdade se torna uma mentira."

    Samm Simpson, ativista contra OGMs

    1

    ––––––––

    As manchetes de todos os jornais e de todos os serviços de notícias online divulgavam a mesma história. A história dele; história de Seth Rogan, um biólogo geneticista de 45 anos. Alguns o chamavam de delator. Outros o chamavam de traidor.

    A sociedade tende a rotular tudo e todos. O rótulo, uma vez dado, vira um companheiro do sujeito para a vida inteira. Especialmente nos dias atuais, com a internet, que está engolindo e substituindo o jornalismo tradicional com notícias em tempo real. A separação que um dia existiu entre notícia e opinião foi ofuscada, e as duas se confundiram uma com a outra.

    O presidente dos Estados Unidos declarou que Seth era procurado por espionagem e auxílio ao inimigo. De alguma maneira, no caminho entre suas boas intenções e seus atos altruístas, ele havia se tornado o vilão. Espionagem era coisa que Seth só tinha visto em livros ou filmes. Nunca na vida real. Até aquele momento. Ele não se sentia um James Bond. Sabia que, no mundo real, não era possível sair daquele voo direto da Aeroflot, de Washington para Moscou, todo barbeado, atirar nos dez vilões atrás dele, e depois deitar na cama e relaxar com uma linda espiã russa ao seu lado, tomando um Vodca Martini – batido, não mexido.

    Seth se remexeu em sua poltrona, inquieto, enquanto o comandante dava um aviso através do sistema de comunicação interna.

    – Senhoras e senhores, aqui quem fala é o comandante. Infelizmente, tivemos uma pequena alteração em nossa rota. Estamos cerca de 150 quilômetros a leste de Kiev e fomos instruídos pelo controle de tráfego aéreo a pousar aqui. Não há motivos para pânico ou alarme. É apenas um procedimento de rotina. Após aproximadamente uma hora, retomaremos nosso percurso para Moscou.

    O 777 chacoalhava, e os passageiros murmuravam e resmungavam. Já estavam há muitas horas no avião, depois de um longo período de espera por conta de problemas mecânicos. Estavam cansados. Cansados da comida ruim. Cansados das poltronas desconfortáveis. Enfim, cansados.

    Não há motivos para pânico ou alarme? Talvez não para eles, mas para Seth havia, sim, motivos para pânico e alarme. Até onde sabia, a União Soviética tinha sido extinta há muito tempo, e a Ucrânia e a Rússia eram países diferentes. Mas, aparentemente, a Ucrânia tinha virado o 51º estado dos Estados Unidos, porque os EUA estavam forçando um avião russo a pousar ali. O coração de Seth batia tão rápido quanto o de um viciado em craque e estava quase saindo pela boca. Ele agarrou sua maleta com força, apesar de já ter colocado todas as cartas na mesa através de envios eletrônicos. Não guardava mais nenhum segredo consigo... exceto um. Aquele sem base científica ou estudos revisados por pares. O mais assustador. O segredo que guardava para se manter vivo. O avião iniciou a descida em Kiev, e o pânico de Seth se renovava a cada solavanco. Ficou enjoado.

    Era o fim. Ele estava ferrado. Condenado a passar o resto da vida na cadeia, ou, pior, a levar um tiro quando fosse encontrado. Bem, ele merecia pelo que havia feito. E que comece o espetáculo.

    Seth olhou pela janela para a paisagem fria e dura. Era estéril e seca, uma floresta de milhões de pequenos galhos. Tentou manter a mente lúcida. Sabia o que fazer.

    O avião aterrissou na pista. A chefe de cabine fez um anúncio robótico sobre o pouso no sistema de comunicação interna.

    – Senhoras e senhores, sejam bem vindos a Kiev. A hora local é aproximadamente 6:30 da manhã. Iremos taxiar por um tempo, então, por gentileza, permaneçam sentados com seus cintos afivelados até a parada total da aeronave.

    Claro, como se Kiev fosse exatamente onde Seth queria estar. Como aquilo aconteceu? Ele tomou tanto cuidado... Não perdeu tempo e saiu logo de lá. Como podiam saber que ele estava naquele avião? A Rússia não tinha um tratado de extradição com os Estados Unidos, e ele havia escolhido Moscou como rota de fuga. Era fácil pegar um voo direto para lá e o governo não registrava ninguém que estivesse saindo do país; somente entrando nos Estados Unidos. Ele foi ingênuo ao pensar que o deixariam fugir.

    – Senhoras e senhores, será necessário que todos desembarquem aqui. Por gentileza, levem todos os seus pertences e preservem seus cartões de embarque para que possam reembarcar. Por favor, tenham seus passaportes em mãos para inspeção da polícia na porta da aeronave – anunciou a chefe de cabine.

    Os passageiros recolheram seus pertences e marcharam pelo corredor em direção à frente do avião. Seth permaneceu em seu lugar, segurando sua maleta. Uma comissária loira e bonita foi até ele, sorrindo.

    – O senhor precisa desembarcar aqui. É só por uma hora.

    – Não vou a lugar nenhum.

    – Senhor?

    A pobre comissária não sabia o que fazer. Seu sorriso deu lugar a uma testa franzida.

    – Por favor, chame o comandante.

    – Senhor, por favor, eu...

    – Chame o comandante. Preciso falar com o comandante.

    A comissária, atordoada, foi até ao interfone e tirou o fone do gancho. Em alguns minutos, enquanto o avião continuava a esvaziar, um piloto se aproximou.

    – Senhor, qual é o problema?

    – Você é o comandante?

    – Sou o copiloto. O senhor pode me contar por que se recusa a sair da aeronave?

    – É a mim que eles querem. Eu sou o motivo pelo qual eles exigiram que o avião pousasse aqui. Meu nome é Seth Rogan e sou um refugiado político. Solicitei asilo ao governo russo e a Ucrânia não tem nada a ver com isso. Não vou me render a ninguém que não seja um representante da Embaixada Russa.

    – Senhor, eu...

    – Você ouviu o que eu disse? – Seth agarrou sua maleta, nervoso.

    – Senhor, o que tem dentro dessa maleta?

    – Chame a Embaixada Russa. Seth Rogan. Não vou sair do avião a não ser que seja com eles. Não vou sair. Ponto final.

    O copiloto se virou e saiu. O avião estava quase completamente vazio. Depois de alguns instantes, ele retornou com outro piloto.

    – Senhor, – ele disse – eu sou o Comandante Davidoff. Sei que o senhor está envolvido em alguma questão diplomática. Mas pode me dizer o que está carregando na maleta?

    – Vocês já chamaram a Embaixada Russa?

    – Já chamamos, sim. Agora o senhor pode me informar o que tem aí?

    – Por que você está tão curioso?

    – Por causa do jeito como está segurando a maleta. E suando... O senhor parece muito nervoso.

    – Você também estaria nervoso se estivesse prestes a ser levado pela CIA.

    – CIA? Eu não sei do que o senhor está falando, mas...

    – Claro que não sabe. Vou sair do seu avião, mas só com um funcionário da Embaixada Russa.

    O comandante se virou para falar com seu copiloto, em russo.  

    – A tripulação já saiu?

    – Sim.

    – Que bom.  Eu não vou sair até descobrir o que está acontecendo.

    – Vou ficar com você.

    Dois policiais armados, acompanhados por um homem de terno cinza, chamado Jack Singer – um dos agentes da CIA em Kiev – se aproximaram.  Ele logo falou:

    – Qual é o seu nome?  – perguntou.  Seu sotaque era típico americano, provavelmente do Centro-Oeste.

    – Qual é o seu? – retrucou Seth, audaciosamente.

    – Não importa. Posso ver um documento, senhor?

    – Não tenho nenhum.

    – O que aconteceu?

    – Caiu no vaso sanitário.

    Singer olhou para um dos policiais armados e ordenou:

    – Vá olhar no vaso sanitário.

    O comandante interrompeu:

    – Ninguém vai a lugar nenhum no meu avião sem a minha autorização.

    – Senhor, – explicou Singer – se trata de uma questão de segurança nacional.

    – De que nação? – Seth se intrometeu. – Não sabia que o governo dos Estados Unidos tinha o direito de forçar um avião a pousar em espaço aéreo internacional.

    – Nem eu – disse o comandante.  – Este avião é russo. E não foi isso o que me disseram. O que está acontecendo aqui?

    – Sinto muito, comandante, não posso dizer. É uma informação sigilosa, fornecida apenas em caso de necessidade.

    – Bem, acontece que eu sou o piloto em comando e preciso saber. Sou responsável por este avião e por todos aqui dentro.

    – Comandante, isso não lhe diz respeito. Senhor, vou perguntar novamente, qual é o seu nome?

    – Você não sabe? – Seth respondeu. – Sou o Barney Rubble, o melhor amigo do Fred Flintstone, sabe?

    – Acho que o senhor não entendeu, o senhor está encrencado.

    Em russo, uma voz vinda da parte da frente do avião ecoou:

    – Eu acho que você é quem não entendeu, Jack, que a CIA não tem jurisdição aqui e esse homem está sob minha proteção.

    A voz era de Yuri Streltsov, um jovem russo parrudo, de uns 30 anos, com um pescoço tão grosso que parecia que a sua cabeça estava apoiada diretamente nos ombros, e tinha bíceps como os de Arnold Schwarzenegger.

    – Olá, Yuri – cumprimentou Singer.

    Yuri mostrou seu distintivo aos policiais e eles assentiram.

    – Vamos, Barney – disse Yuri, enquanto gesticulava com as mãos para Seth acompanhá-lo.  Singer deu um sorriso ardiloso enquanto eles saíam do avião.

    – Vocês podem até passear pelo aeroporto, Yuri, mas não garanto passagem segura quando saírem – ameaçou Singer.

    – Ah, Jack, não sabia que você se importava – disse Yuri.

    – O que ele quis dizer? – indagou Seth.

    – Ele quis dizer que eles têm uma equipe de assassinos esperando lá fora, e que não têm problema nenhum em me matar junto com você, porque depois que estivermos mortos eles vão desaparecer e nossos corpos jamais serão encontrados.

    – Ótimo. Mas você tem uma equipe também, certo?

    – Sou só eu.

    – Só você?

    – Não se preocupe. Aqui, vista isto.

    Yuri lhe entregou um colete pesado, cinza listrado, que parecia um colete salva-vidas.

    – O que é isto?

    – Colete à prova de balas.

    2

    Enquanto saíam do avião, Yuri deixou claro para a polícia que não deveriam se meter. Aquilo não era da conta deles. Mas Seth olhou para trás e viu Jack Singer falando no rádio, e o sujeito não estava com cara de quem tinha chamado seus colegas para anunciar que tinham perdido o jogo. Seth não tinha nenhum motivo para confiar no tal Yuri Streltsov, mas suas opções eram limitadas; liberdade, embora limitada, ou morte. Escolheu a liberdade.

    Saindo da ponte de embarque, Yuri empurrou Seth por uma porta que tinha uma placa com um círculo vermelho, que Seth supôs que significava Entrada Proibida ou algo parecido.

    – Consegue correr? – Perguntou Yuri.

    – Ainda estou tentando vestir este colete.

    – Você queria ser um espião, aprenda a fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.

    – Eu nunca quis ser um espião. Eu só queria avisar às pessoas sobre...

    – Falamos depois. Temos que ir agora.

    Yuri pegou Seth pelos ombros, afivelou o colete e então lhe deu um empurrão.

    – Corra!

    E Seth correu. Logo atrás de Yuri, ele correu o mais rápido que pôde. Correu tão rápido que podia sentir o suor irritante escorrendo até entrar em seus olhos. Por uma porta, depois outra, descendo um lance de escadas tão rápido que seus pés mal tocavam cada degrau, depois atravessando um túnel. Por fim, atravessaram portas duplas e Seth sentiu o choque do frio ar externo enchendo seus pulmões. Mas durou apenas um segundo, e logo ele foi lançado para dentro de um Mercedes preto já em movimento, cabeça primeiro, como um criminoso sendo preso ou uma vítima de sequestro.

    Yuri pulou para dentro logo em seguida, com sua arma em mãos, e o Mercedes partiu, atravessando o estacionamento e saindo pela cancela. O motorista acelerou enquanto o homem ao seu lado começou a gritar alguma coisa em russo. Parecia estar em pânico.

    – O que ele está dizendo? – perguntou Seth.

    – Está dizendo que estão atrás de nós.

    Seth olhou pelo vidro traseiro, mas não viu nada fora do normal.

    – Como ele sabe?

    – Olhe.

    Na mesma hora, não apenas um, mas dois carros surgiram do estacionamento, o primeiro arrebentando a cancela e o outro logo atrás. Os dois costuravam por entre as pistas como loucos, coisa que o motorista deles começara a fazer também.

    – Estaremos na embaixada em dez minutos – disse Yuri.

    – Não podemos chamar a polícia... para suporte?

    – Olha, Seth, você não é um bom espião, né? A polícia não tem autoridade oficial para nos impedir, mas também não vai nos ajudar. Quando chegarmos à Embaixada, as Forças Especiais Russas, Spetsnaz, serão todo o suporte de que precisamos.

    – Por que eles não vêm agora?

    – Aqui é a Ucrânia, não é mais o mesmo país que a Rússia. Dentro da Embaixada é o único lugar onde eles podem atuar.

    O carro que os perseguia pela direita, um jipe preto da Mercedes, acelerou para alcançá-los e brincou de pega-pega com o carro deles, que também acelerou para evitar ser pego.

    – As janelas são à prova de balas, mas se abaixe mesmo assim – gritou Yuri.

    Seth obedeceu.

    O motorista desviou para escapar, mas o jipe que os perseguia logo os alcançou. O motorista do jipe gesticulou agressivamente para que encostassem. Então, o homem sentado no banco ao lado do motorista no carro em que Seth estava pegou sua arma, baixou o vidro da janela e atirou sua resposta ao pedido.

    – O que está acontecendo? – perguntou Seth, escutando os tiros e espiando de onde estava escondido.

    – Ele está tentando atirar nos pneus.

    O jipe que os perseguia desviou para o lado e seus ocupantes retrucaram com vários tiros, que Seth conseguia ouvir batendo no metal da lateral do carro.

    Yuri empurrou Seth mais para baixo atrás do banco do motorista, gritando:

    – Se abaixe! – e abriu sua janela, atirando contra o jipe.

    Atirou uma vez, duas e, na terceira, estourou o pneu da frente do jipe, que perdeu controle e se lançou em meio ao tráfego. A maioria dos carros saiu do caminho, como num nado sincronizado. Mas um caminhão colidiu com a parte traseira do jipe, fazendo com que este girasse descontroladamente, e outro carro atingiu o lado do passageiro, amassando completamente o jipe e, provavelmente, seus ocupantes. O segundo carro que os perseguia, um Mercedes sedan prateado, ficou preso atrás do aglomerado que o acidente criou.

    – O que acontece quando encontrarem agentes armados da CIA mortos dentro daquele jipe? – perguntou Seth, se levantando de seu esconderijo.

    – A cena toda será limpa. Não haverá nenhuma arma, nenhum agente. Só turistas americanos envolvidos em um acidente de trânsito – explicou Yuri.

    Quando parecia que estavam fora de perigo, o Mercedes prateado ressurgiu, passando pelo acostamento e desviando dos carros aglomerados.

    – Eles voltaram – gritou Seth.

    O motorista acelerou, costurando por entre os carros, fazendo movimentos de dispersão.

    – Quantas vezes eu disse para se abaixar? – disse Yuri, empurrando Seth para baixo novamente. – Estamos quase lá.

    O Mercedes prateado estava muito próximo novamente. O motorista de Seth pisou fundo, desviando para a pista da direita e quase atingindo o carro da frente. Ele foi quase de encontro ao para-choque traseiro de outro carro, pisou no freio, diminuiu a marcha e acelerou para desviar.

    – A Embaixada é aqui – anunciou Yuri.

    Mais uma curva fechada de cantar os pneus à direita, e estavam nos portões da Embaixada, que foram abertos por dois soldados das Spetsnaz. Os portões fecharam atrás deles, e o Mercedes prateado passou na frente devagar.

    Yuri era um agente do FSB, o Serviço de Segurança Federal Russo. Sua missão era Seth: mantê-lo vivo, entregá-lo à Rússia e monitorar sua segurança enquanto sua solicitação de asilo estava pendente. Até aquele momento, não havia falhado em sua tarefa. Enquanto o Mercedes deles entrava na Embaixada Russa, vários guardas armados assumiram seus postos de vigilância logo atrás. Uma porta de garagem de aço abriu e fechou atrás do Mercedes e Yuri conduziu Seth para dentro.

    Yuri levou Seth até uma sala de espera. A sala, bem como o prédio inteiro, era uma clássica retomada dos dias da Rússia Imperial. Pinturas a óleo originais, com cornijas de madeira, decoravam as paredes suntuosamente cobertas por papéis de parede. Seth se sentou em uma das confortáveis poltronas francesas que adornavam a sala. Uma linda morena ucraniana lhe ofereceu água, e ele aceitou, agradecido.

    Depois de tomar uma boa quantidade de água, Seth foi levado à sala do embaixador. O embaixador, um homem de mais ou menos 60 anos e cabelos grisalhos, se aproximou de Seth estendendo a mão.

    – Bom dia, Sr. Rogan, eu sou Gregori Petrov, o embaixador da Ucrânia.

    – Bom dia.

    – Eu sei que Kiev não era seu destino final, mas gostaríamos de lhe dar as boas vindas de qualquer forma.

    – Obrigado, Senhor Embaixador. Parece que devo minha vida a vocês – disse Seth.

    – Gratidão não é necessária. Sua segurança é de máxima importância para nós. Por outro lado, o seu governo parece decidido a lhe fazer mal,

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