Os 12 Pilares-Chave da Construção de Romances: Um Guia para Construir uma História de Sucesso

De C. S. Lakin

Os 12 Pilares-Chave da Construção de Romances: um guia para elaborar uma história de sucesso 

C. S. Lakin

Os 12 Pilares-Chave da Construção de Romances acaba com o mistério sobre como montar uma história sólida e mostra como ir da ideia inicial à conclusão do romance em passos práticos e fáceis de entender.

Muitos escritores acreditam que podem escrever um romance apenas dedicando um tempo para aprender sobre sua elaboração. Os escritores precisam manusear com habilidade as ferramentas e os materiais, e seguir regras se quiserem “construir um romance”.

Escritores inteligentes dedicam tempo para aprender a estruturar os pilares que sustentam sua obra. Este livro sobre a arte de escrever expõe de forma clara como construir pilares básicos que suportam o peso da sua história. Sem uma boa fundação, o desmoronamento é inevitável.

São 12 os pilares para a construção de um romance e, qualquer um que seja fraco ou que use materiais defeituosos, pode comprometer a integridade da obra.

Construa um romance que seja aprovado pela crítica e encante os leitores!

Neste livro você aprenderá:

os quatro primeiros pilares de apoio, e por quê e como você precisa construí-los antes de encarar quaisquer outros componentes do seu romance.
como reconhecer uma ideia com potencial para se tornar um conceito fascinante e como transformá-la em um conceito maravilhoso.
o que está em jogo nesse desafio e como garantir que seu romance seja um sucesso.
o segredo de criar um protagonista fascinante e os dois objetivos que ele deve ter.
o que é a expectativa e como alavancá-la no seu romance.
a chave para descrever ambientes provocadores e como criá-los.
sete dicas importantes para escrever diálogos críveis.
o que é voz e como ela difere do estilo.
como elencar ideias para a trama, assuntos, temas, ambientes e personagens fazendo diversas perguntas que o levarão além na sua história.
a diferença entre assunto e tema e porquê são essenciais.
ideias e instruções para mapear personagens, trama, ambientes e assuntos – elementos importantes da história – e integrá-los nos 12 pilares.

Ainda terá 12 “listas de checagem”,cada uma com 12 perguntas questionadoras para que seus pilares sejam fortes o suficiente para sustentar o peso da história. Você deve responder todos os testes.

Os 12 Pilares-Chave da Construção de Romances fazem parte da Série Caixa de Ferramentas do Escritor de livros sobre a arte de escrever. Compre todos os livros para ter uma caixa cheia de utensílios que o auxiliem a escrever obras que levem seus leitores ao delírio!

Gênero: Educação e referência

Gênero secundário: Profissional e técnico

Idioma: Português

Número de palavras: 75.000

Informações de venda:

Livro lançado em 1º/03/2015, tem ótimas resenhas e cotações cinco estrelas na Amazon. Faz parte da Série Caixa de Ferramentas do Escritor, uma série com grande procura. Guia abrangente e profundo que ajuda os escritores a entenderem todos os princípios básicos da construção de romances e se aplica a qualquer gênero de ficção.

• Idioma: Português
• Editora: Ubiquitous Press
• Data de lançamento: 1 de out. de 2017
• ISBN: 9781507193044

C. S. Lakin

C. S. Lakin is an award-winning novelist, writing instructor, and professional copyeditor who lives in the San Francisco Bay Area. Lakin's award-winning blog for writers: www.livewritethrive.com provides deep writing instruction and posts on industry trends. Her site www.CritiqueMyManuscript.com features her critique services. She teaches workshops and critiques at writing conferences and workshops around the country. The Gates of Heaven series of seven novels are allegorical fairy tales drawing from classic tales we all read in our childhood. Lakin's relational drama/mystery, Someone to Blame, won the 2009 Zondervan First Novel award, released October 2010. Her other suspense/mysteries are Innocent Little Crimes (top 100 in the 2009 Amazon Breakthrough Novel Contest), A Thin Film of Lies, and Conundrum. And sci-fi enthusiasts will love Time Sniffers: a wild young adult romance that will entangle you in time! She also publishes writing craft books in the series The Writer's Toolbox, which help novelists learn how to write great books! Follow her on Twitter: @cslakin and @livewritethrive and like her Facebook Author Page: http://www.facebook.com/C.S.Lakin.Author

Pré-visualização do livro

Os 12 Pilares-Chave da Construção de Romances

Um Guia para Construir uma História de Sucesso

de C. S. Lakin

Da Série Caixa de Ferramentas do Escritor

Livros de C. S. Lakin

A Arte de Escrever

Shoot Your Novel: Cinematic Techniques to Supercharge Your Writing (Filme o seu Romance: Técnicas Cinematográficas para Incrementar sua Escrita)

Writing the Heart of Your Story: The Secret to Crafting an Unforgettable Novel (Como Escrever a Essência da sua História: Os Segredos para Criar um Romance Inesquecível)

Say What? The Fiction Writer’s Handy Guide to Grammar, Punctuation, and Word Usage (Como? Guia Prático de Gramática, Pontuação e Vocabulário para o Escritor de Ficção)

Suspenses/Mistérios Contemporâneos

Someone to Blame (Procurando um Culpado)

Conundrum (Enigma)

Innocent Little Crimes (Pequenos Crimes Inocentes)

A Thin Film of Lies (Um Breve Filme de Mentiras)

Intended for Harm (Provocar Danos)

Fantasia/Ficção Científica

The Wolf of Tebron (O Lobo de Tebron)

The Map across Time (O Mapa do Tempo)

The Land of Darkness (Terra da Escuridão)

The Unraveling of Wentwater (Desvelando Wentwater)

The Crystal Scepter (O Cetro de Cristal)

The Sands of Ethryn (As Areias de Ethryn)

The Hidden Kingdom (O Reino Oculto)

Time Sniffers (Farejadores do Tempo)

Índice

Prefácio

Capítulo 1: O Básico da Construção

Capítulo 2: Introdução aos 12 Pilares-Chave

Parte 1: Os Quatro Pilares Essenciais da Construção de Romances

Pilar no.1: Conceito com uma Sacada

Capítulo 3: Ideia, Premissa e Conceito

Capítulo 4: Conceito com uma Sacada

Pilar n˚ 2: Protagonista com um Objetivo

Capítulo 5: Um Romance Envolvente Deve Centrar-se no Objetivo do Protagonista

Capítulo 6: Como Criar Protagonistas com Empatia

Pilar n˚ 3: Conflito com Altos Riscos

Capítulo 7: Criando o Conflito com uma Finalidade

Capítulo 8: Criando Altos Riscos Críveis para seus Personagens

Introduzindo o Conflito na Sua História

Capítulo 9: Uma Olhada nos Conflitos Interno e Externo

Pilar n˚ 4: Assunto com Sentimento

Capítulo 10: Assunto –  O que está na Essência da sua História

Capítulo 11: Construindo o Assunto

Capítulo 12: Retomando os Quatro Pilares Essenciais da Construção de Romances

Parte 2: Os Oito Pilares Secundários que Sustentam seu Romance

Pilar n˚ 5: Enredos e Sebenredos numa Sequência de Cenas

Capítulo 13: Enredos e Sebenredos que Servem de Veículo para sua História

Capítulo 14: Decompondo a Estrutura da Cena em Partes Menores

Capítulo 15: Dominando a Passagem do Tempo nas Cenas do Romance

Capítulo 16: Como Adicionar Subenredos Significativos ao Romance

Pilar n˚ 6: Personagens Secundários com suas Próprias Necessidades

Capítulo 17: Personagens Secundários têm Vida Própria

Capítulo 18: Os Três Tipos Básicos de Personagens na sua História

Capítulo 19: Os Segredos de Elaborar Personagens Genuínos para o seu Romance

Pilar n˚ 7: Cenário com uma Finalidade

Capítulo 20: Imaginando Cenários Poderosos e Significativos

Capítulo 21: Conectando seus Personagens aos Cenários do Romance

Pilar n˚ 8: O Máximo da Tensão

Capítulo 22: Colocando Tensão no Romance

Pilar n˚ 9: Diálogo – Compacto e Essencial

Capítulo 23: Construindo Diálogos Fortes e com Credibilidade

Pilar n˚ 10: Voz – Única para cada Personagem

Capítulo 24: Criando Vozes Fortes no seu Romance

Pilar n˚ 11: Estilo de Escrita – Conciso e Específico

Capítulo 25: Como Encontrar seu Estilo Único de Escrever

Pilar n˚ 12: Os Motivos dão Coesão e Profundidade

Capítulo 26: A Supercola dos Romances

Parte 3: Reunindo Ideias e Fazendo um Mapa Mental dos seus Pilares de Construção

Capítulo 27: Reunindo Ideias para Construir Pilares Fortes

Capítulo 28: Levantando Ideias para o Personagens e o Tema

Capítulo 29: Uma Louca Conspiração

Capítulo 30: E Agora? 

Sobre a Autora

Prefácio

Centenas de livros já foram publicados sobre a arte de escrever que ensinam sobre a estrutura dos romances. Desta forma, porque alguém iria querer acrescentar mais um a essa pilha? Boa pergunta. E darei a minha resposta. Escrevi esse livro (que é uma compilação além de outras coisas, de um curso de um ano que ministrei no meu blog Live Write Thrive) pois queria ajudar os escritores a entenderem de forma clara, proveitosa e precisa alguns princípios básicos da construção de romances.

Faço críticas e edito mais de duzentos manuscritos parciais e completos todo ano. E a cada ano vejo escritores esforçados cometendo os mesmos erros fatais nos seus manuscritos. Mesmo aqueles que estudaram os melhores livros de instruções sobre como escrever romances, acompanharam blogs de escritores e fizeram inúmeros workshops, ainda não captaram a estrutura.

Por que se Preocupar com a Estrutura?

A estrutura é importante? Se eu acho que os romancistas têm que seguir regras estruturais muito específicas para escrever um romance excelente? Sim e sim. Quando comecei a escrever romances, pensei que poderia desconsiderar isso. Já havia lido um monte de romances de diversos gêneros durante toda minha vida. Assim, de certa forma, sentia que isso me tornava uma especialista. Presumi que tinha aprendido a escrever bem por osmose. E de fato, havia – até certo ponto.

Na verdade, diversos escritores acreditam que podem escrever romances sem dedicar um tempo ao aprendizado de detalhes da construção de romances. Me pergunto o porquê disso. Duvido que muitos aspirantes a médico, dentista ou advogado acreditem que possam se atiram nas suas práticas apenas lendo alguns livros, ou talvez assistindo alguns programas de TV. Com certeza, eu não gostaria de saber, ao ser levada de maca para a sala de cirurgia, que meu cirurgião não se graduou em uma faculdade de medicina ou que memorizou Gray´s Anatomy.

Escrever um romance pode não parecer tão complexo como operar alguém, mas também tem suas complexidades. Da mesma forma como ocorre com a construção de uma casa – ao que compararemos a escrita de um romance ao longo desse livro – os escritores têm que manusear habilmente não apenas uma grande variedade de materiais, mas também diversas ferramentas. Para cada tarefa necessária na construção de uma casa, o construtor precisa conhecer tanto os materiais quanto as ferramentas a serem utilizados. Não se pode levantar a estrutura de uma casa com madeira compensada e não se usa tubos de plástico para fazer o encanamento de gás. Gasta-se tempo e empreende-se esforço para ter um treinamento adequado e ser proficiente em qualquer profissão. Escrever um romance não é uma exceção.

Uma Perda de Tempo

Posso me arriscar em dizer que pelo menos 80% a 90% dos romances que critico têm uma estrutura bastante defeituosa. E são tão ruins que precisam ser arquivados. Eu me encolho toda ao ouvir como alguns desses escritores gastaram anos digitando seus primeiros romances (ou talvez até mesmo outros em sequência) e, até mesmo, passaram muitos anos tentando conseguir que um editor os publicasse. São anos de trabalho perdidos.

Com certeza, todo esse esforço deve ter sido uma boa experiência de aprendizado – até certo ponto. Mas comparo isso a uma pessoa sem treinamento algum que receba mil peças de um avião e a tarefa de juntar todas elas (talvez com a ajuda de um diagrama em A4) para construir uma aeronave perfeitamente funcional e bonita. Ela nunca levantaria voo.

Alguns desses escritores realmente gastam muitas horas estudando a estrutura dos romances. Como mencionei, eles compram os melhores livros, participam de workshops e conferências, contratam editores e se reúnem em grupos de discussão. Mas ainda assim não conseguem emplacar um romance. Vejo, muitas vezes, os mesmos problemas básicos atrapalhando os manuscritos.

Então, qual é o problema? Será que eles não estão tentando com afinco suficiente? Será que apenas as pessoas mais inteligentes e talentosas conseguem escrever bons romances?

Os Escritores Precisam de uma Abordagem Holística para a Construção de Romances

Não, não acredito nisso! Acredito que qualquer um com determinação, paixão por contar histórias, uma boa imaginação, habilidade com a língua e a redação e um balde de cola no traseiro (para mantê-lo sentado na cadeira escrevendo) pode produzir um romance maravilhoso. Mas também acho que há uma escassez de manuais que realmente abordem os problemas-chave que os novos romancistas enfrentam e que os desafiam.

Os aspirantes a romancistas podem encontrar centenas de livros que deem dicas de como escrever um enredo muito bom, construir personagens possíveis e dominar a arte de escrever diálogos contagiantes. Existem livros que focalizam em cada componente do romance e os escritores poderiam levar anos estudando esses livros e, ainda assim, não captar como se constrói um romance. Por que? Porque muito do que é ensinado fala sobre as ferramentas utilizadas no negócio, mas não muito sobre como construir a casa inteira.

Da mesma forma como construir uma casa é um empreendimento complexo, construir um romance também requer uma abordagem holística. Quando um engenheiro olha os projetos, ele vê o quadro completo. Ele precisa entender cada aspecto específico do processo e pensar dez passos adiante – é assim que meu marido construtor explica. Quando ele olha para o projeto da fundação, visualiza como ele irá afetar a tarefa de assentar as vigas e as linhas dos telhados. Ao estudar os detalhes para as formas concretas, ele checa os vergalhões para se certificar que serão da espessura correta para suportar toda a extensão do piso superior. Essa casa nunca será bem construída se o construtor encarar miopemente uma tarefa isolada de cada vez. A cada passo desse caminho, ele precisa ter em mente o produto final e como ele foi planejado. Deve considerar como cada parte do processo de construção afeta e se adequa à outra.

Trabalhar com o Quadro Completo

E isso é exatamente o que um romancista precisa fazer, e o que poucos (se é que algum) livros sobre a arte de escrever ensinam. Para um autor escrever uma grande obra erguida sobre bases sólidas, ele deve trabalhar com o quadro completo. Todos os elementos de um romance – enredo, premissa, assunto, personagens etc. – devem funcionar de maneira holística e se encaixar perfeitamente. Com muita frequência os escritores jogam um monte de material numa pilha e pegam ferramentas ao acaso que mal sabem utilizar, e então começam a martelar. O resultado é, em geral, um desastre. O mais difícil é quando a base está seriamente comprometida – o que significa que o conceito mais central simplesmente não se mantem firme. Desse modo, tudo o que for construído sobre tal fundação não se sustentará. A casa desabará. O romance será um fracasso.

Escrever um romance, portanto, não é uma tarefa fácil, apesar do que alguns dizem (e geralmente são aqueles que nunca escreveram que dizem isso). Muitos manuscritos que analiso parecem ser escritos só de cabeça, as cenas simplesmente são jogadas na página sem uma reflexão prévia. Assim, poucos romances parecem ser de fato construídos. Ou, se são construídos, são feitos de forma defeituosa, condenados a fracassar (normalmente, logo ao final da página 1).

Sou esposa de um construtor de imóveis, e passei muitas horas pregando as partes laterais de acordo com as especificações de fixação do projeto e cortando madeiras cuidadosamente de forma milimétrica para todas as tachas se encaixarem precisamente na estrutura de uma casa, de forma que a palavra construção tem um significado rico e evocativo para mim. O mesmo que a palavra projeto. Qualquer construtor que tente construir uma casa complexa sem planos de engenharia seria logo chamado de tolo.

Quanto Tempo Você Quer Perder?

É claro que construir um romance defeituoso não colocará em risco a vida de ninguém (assim esperamos), mas pode ser uma boa lição sobre frustração e irritação e uma grande perda de tempo. O que não quer dizer que praticar a escrita seja uma perda de tempo, pois não é.

Mas, bem, pode vir a ser se não houver um fim para o percurso.

Se você escreve de forma aleatória e não aprende nada, será que isso traz algum benefício para você? Claro, exercícios como participar do NaNoWriMo (National Novel Writing Month, o Mês Nacional de Redação de Romances) ensina coisas incríveis como disciplina, perseverança e tenacidade. Mas essas qualidades sozinhas não aperfeiçoarão suas habilidades na escrita nem o tornarão um romancista.

Para usar uma analogia diferente, eu poderia ficar aqui três horas despejando ingredientes ao acaso em uma grande tigela e mexendo, mexendo, mexendo. Isso não garante que depois de passado para uma forma e assado saia do forno em um bolo lindo e delicioso.

A maioria dos romances que critico são muito parecidos com essa tigela de elementos ao acaso. Não quero parecer rude e insensível. Sei muito bem como é escrever durante meses, pensando que se está produzindo uma obra de arte – simplesmente para ouvir anos depois que a gente se desviou do caminho. Isso quer dizer, descobrir como se estava mal informado sobre a estrutura de um romance. Ah, como eu queria que alguém tivesse me ensinado trinta anos atrás o que eu precisava saber. É isso mesmo, também perdi muito tempo.  E meu objetivo nesse livro é evitar que você perca o seu.

É muito difícil pegar um produto já terminado como aquele estranho bolo assado e transformá-lo em algo aprazível, quem dirá delicioso. Se pelo menos os escritores destinassem um tempo para encontrar uma receita sólida, testada pelo tempo, e a seguissem. Uma receita é como ... um projeto. O que nos traz de volta à construção de casas.

Se você não me entendeu ainda, deixe-me dizer que o meu negócio é não perder tempo. A vida é curta, muito curta. Alguns de vocês já leram meus discursos inflamados e educados sobre o enredo e sobre aprender essa arte para não perder tempo. O tempo é o bem mais precioso e valioso que temos. É um recurso limitado e a vida exige que aproveitemos o tempo sobressalente em tantas coisas. Se escrevêssemos tudo o que fizemos em um dia, cada coisinha que levou determinado tempo, provavelmente ficaríamos chocados. Temos que dividir nosso tempo em pequenos pedacinhos para cuidar de todas as responsabilidades que temos.

Não estou dizendo que devemos ficar neuróticos e nunca desperdiçar um segundo sequer. Mas, por que gastar tempo se não precisamos? E, quando isso se refere a escrever romances, fico admirada com quanto tempo os escritores estão dispostos a perder, basicamente mexendo aquela tigela de ingredientes dia após dia (ou mesmo ano após ano), sem destinar um momento inicial para encontrar a receita e depois seguir as instruções usando os ingredientes necessários.

Sei que estou alternando entre assar um bolo e construir uma casa. Mas, tanto uma construção quanto um bolo bem sucedidos estão relacionados à preparação cuidadosa. Alguns de vocês não conseguem se imaginar numa equipe de construção fazendo a estrutura de uma casa. Mas a maioria consegue se ver seguindo a receita e cozinhando algo, certo? Mesmo se for para fazer um daqueles bolos de caixa em que tudo o que se precisa fazer é adicionar água, ovos e meia xícara de óleo. Simples, mas você ainda precisa fazer o que diz a receita – basicamente – ou seu bolo ficará horrível.

Resumindo, em quase todas as tarefas que fazemos na vida, seguimos algum tipo de instrução para sermos bem sucedidos. Trocar o óleo do carro. Fazer upload de uma foto no Facebook.  Seguir as orientações de um mapa no Google para chegar a algum lugar novo. Então, por que tantos escritores acham que não precisam seguir instruções ao construir um romance?

Técnicas Diferentes, mas os Mesmos Princípios de Engenharia

Eis uma razão: existem inúmeros projetos (ou receitas) diferentes por aí sobre a construção de romances. Muitas técnicas e estilos diferentes. Alguns escritores jogam suas mãos para cima pensando que, já que é esse o caso, na verdade não importa que método utilizem. Ou seja, vale qualquer coisa. Pega-se todos estes ingredientes básicos de enredo, personagens, diálogos e assunto, joga-se tudo em uma batedeira e, voilá! Um romance!

Veja bem, se você perguntar a grandes instrutores de redação sobre isso, eles dirão que existem regras ou princípios que foram testados pelo tempo sobre como construir um romance. Da mesma forma como construir uma casa. Existem inúmeras casas – de tamanhos, formatos e disposições distintos – feitas de materiais bastante diferentes. Mas existem princípios básicos que se ajustam às leis naturais da física e à engenharia. Os materiais suportam determinadas cargas e têm suas limitações. Esses fatores devem ser considerados pelos engenheiros que fazem os projetos. E o construtor da obra tem que seguir esses projetos para garantir que a casa se mantenha firme e forte.

Da mesma forma, a construção de romances exige que reconheçamos a abrangência, a função e as limitações de todos os seus elementos. Algumas estruturas comprovaram sua solidez, outras falharam. Independente do gênero, do estilo do escritor ou da premissa, existem alguns princípios básicos da construção que se aplicam muito bem aos romances – a menos que você esteja tentando algo experimental e não se importe muito se tudo desabar. Mas, a maioria dos romancistas quer que suas obras passem no teste do tempo e resistam ao escrutínio de seu público alvo. Eles tentam construir uma casa que seus fãs possam habitar e desfrutar, que é a localização da sua história.

Você já pode perceber aonde isso está nos levando, tenho certeza. Meu objetivo é ajudá-lo a se tornar um construtor e engenheiro incrível e, ao aprender esses doze Pilares e como eles sustentam sua história, você se tornará um construtor de romances proficiente. Nada de jogar um monte de materiais em uma batedeira e esperar que dali surja uma grande obra. A construção de romances não precisa (e não deveria) ser uma adivinhação.

Ao seguir modelos consagrados para a construção de romances, você poderá utilizar seu tempo com mais sensatez e escrever um romance incrível, e ainda terá tempo para fazer todas aquelas outras coisas que deseja e precisa fazer na vida, inclusive parar e cheirar uma rosa e passar um tempo com sua família (se lembra dela?)

Então, prepare-se para usar aquele cinto com as ferramentas de construção à medida que olhamos de forma mais intensa os doze Pilares-chave da construção de romances.

Capítulo 1: O Básico da Construção

Imagine o seu romance como uma casa. Ou mais especificamente como uma antiga construção grega, como o Partenon. Construído completamente em mármore, um mármore pesado – inclusive o teto maciço. Depois imagine como aquelas colunas devem ser fortes para sustentar um peso tão colossal. Uma coluna substituída recentemente instalada no Partenon pesava cerca de cinquenta toneladas! Embora ninguém tenha pesado o Partenon inteiro, os arquitetos afirmam que apenas a estrutura de ferro fundido que sustenta a cúpula do prédio do Capitólio americano em Washington, DC, pese aproximadamente 4 milhões de quilos. É difícil acreditar que uma estrutura feita de qualquer material possa aguentar esse peso.

Entretanto, esses prédios estão em pé há séculos, sem desabar, o que atesta a favor da sua resistência e da confiabilidade do material usado nas suas estruturas – bem como do brilhantismo dos arquitetos que os projetaram.

Romancistas também são arquitetos – arquitetos de histórias. Da mesma forma que é necessária uma fundação nivelada, adequada e sólida como uma rocha para ser a base de uma edificação duradoura, um escritor também precisa ter uma base forte e bem fundamentada para escrever romances robustos. Com uma fundação dessas, é possível construir uma grande obra. Mas, da mesma forma como uma fundação adequada é essencial, a integridade estrutural de todo o projeto deve ser precisa ou a construção desmoronará.

Assim, se compararmos o romance concluído com o teto – aquele teto de mármore pesado – podemos considerar os pilares que sustentam o teto como as chaves do seu sucesso. Queremos que aquelas colunas de cinquenta toneladas suportem o teto para que ele não apenas pareça resistente mas também passe no teste do tempo.

Não Apenas Bonito de se Ver

A estética é uma grande preocupação na construção. Os arquitetos são elogiados por projetar casas e monumentos bonitos e cativantes. Mas a integridade estrutural não pode ser sacrificada no altar da beleza. Elas andam de mãos dadas. Sempre pensei que era uma pena que aquelas esculturas feitas no gelo ou na areia que vi construídas nas entradas das competições fossem tão efêmeras. Uma onda ... ou um dia numa sala quente ... e aquelas magníficas obras de arte desaparecem. Embora entenda a alegria vivida com o ato de criar, parece um desperdício se esforçar tanto para fazer algo tão bonito e detalhado, apenas para observar a obra se desmanchar em frente aos seus olhos.

Alguns romances são como essas esculturas temporárias – adornados com uma linda escrita, uma premissa intrigante e editamos à perfeição para mostrar uma aparência de uma grande obra. Mas quando avaliados sob o escrutínio de um engenheiro construtor (leia-se: leitor sagaz ou agente literário crítico), os Pilares que sustentam a história mostram-se inconsistentes e fracos. O colapso é inevitável – e provavelmente já ocorreu – até mesmo nas primeiras páginas. Mais triste ainda é o escritor não conseguir enxergar isso. Ou após saber que a história desmoronou, não conseguir entender como isso pode ter acontecido.

Ele pode dizer, "Mas eu tive uma ideia muito boa. Trabalhei um enredo inteligente e novo. Tenho personagens maravilhosos. O que pode ter acontecido?

Faça o Curso de Construção Necessário

Sou casada com um construtor, o guardião da estrutura. Ele se debruça por longas horas sobre os projetos antes de começar a construir uma casa, em geral procurando erros que os engenheiros possam ter cometido. Entende tanto de estrutura que consegue identificar qualquer coisinha que possa comprometer a sustentação da casa. Pode ser um modelo de prego recomendado para uma simples parede, ou a espessura de um vergalhão especificado para uso em formas de concreto. Esse tipo de conhecimento e profundo entendimento da construção não é algo que se possa aprender assistindo alguns programas de TV ou folheando algum livro de bricolagem (aquele do tipo faça-você-mesmo) encontrado em lojas especializadas. Uma boa parte desse tipo de conhecimento vem da experiência no trabalho, que é como o meu marido aprendeu suas habilidades – assistindo, observando e perguntando aos construtores experientes com quem trabalhou durante anos. A experiência obtida colocando as mãos na massa e o aprendizado com um livro minucioso são a base de uma instrução sólida.

Com os escritores ocorre o mesmo. Para construir romances robustos e duradouros, é preciso tanto experiência com as mãos na massa quanto aprendizado em livros. Uso o termo aprendizado em livros como algo que englobe qualquer tipo de instrução informativa que não seja parte da prática real – quer dizer, sentar e escrever. Pode ser conhecimento adquirido participando de workshops (online ou presenciais), conferências ou retiros para escrever; lendo postagens e artigos em blogs sobre redação; estudando livros sobre a arte de escrever e trabalhando com grupos de escritores e parceiros de crítica.

Não Seja um Remendador

Muitos escritores são como um faz-tudo. Assim que têm um pouquinho de conhecimento, habilidade e tempo de redação no bolso, pensam que estão prontos para o sucesso. Mas um faz-tudo (seja homem ou mulher) sem experiência enfrenta um projeto de reforma ou remodelagem apenas para chegar a um desastre.

Lembro-me de um comercial americano que mostra um homem tentando consertar o interruptor de luz no banheiro, mas quando toca o interruptor, aciona a descarga do vaso sanitário (o que exige um planejamento e técnica de construção muito bons para se conseguir). Meu marido nunca fica muito feliz quando tento consertar coisas que não tenho qualificação para mexer. Ele sabe que mesmo que eu seja muito determinada ou cuidadosa, estou sendo uma boba e contraproducente por tentar arrumar algo que não aprendi a consertar adequadamente.

Isso não significa que eu seja burra. Com o conhecimento adequado e alguma prática, tenho certeza que poderia retirar uma pia, desentupir um dreno e instalar tudo novamente sem inundar minha cozinha. Essa seria uma boa habilidade para se aprender (mas já que sou casada com um cara habilidoso que gosta muito de consertar essas coisas, nunca me preocupei com isso). Entretanto, um romancista não tem um rapaz ou garota faz-tudo às ordens para vir correndo consertar tudo enquanto escreve seu livro. O romancista, como o arquiteto, empreiteiro ou decorador solitário (a menos que esteja fazendo um romance em colaboração) tem que ter os pauzinhos necessários para construir sua grande obra.

Não dá para tirar as mãos depois de ter escrito algumas páginas e entregar o projeto para alguém consertar. Se você quer ser um excelente construtor de histórias duradouras e incríveis, precisará do Básico da Construção. E esse livro faz isso – dá a você o curso necessário sobre a construção de um romance que, esperamos, passará incólume tanto pela devastadora ação do tempo quanto pela crítica.

Claro, Você Pode Quebrar as Regras

Embora todo romance seja único (esperamos), independente do gênero, estilo de escrita, linha da história, todos enfrentam as mesmas dificuldades de construção. Como as leis da física e da gravidade, os suportes básicos de um bom romance aplicam-se para qualquer outro – a menos que você se rebele e resolva partir para um método experimental. Não estou dizendo que isso seja errado ou não seja válido. Apoio a criatividade em vários níveis – bem como outros leitores no mundo que estão