Como se faz literatura
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Sobre este e-book
Repleto de conselhos práticos, este livro tem caráter duplo. Por um lado, é um manual técnico, que oferece uma grande variedade de valiosas dicas sobre o fazer literário. Por outro, é uma obra de aconselhamento, uma espécie de encontro com o mestre, em que o consagrado autor de Que país é este? procura orientar os jovens – e os não tão jovens assim – que ambicionam escrever. Oferece-lhes assim, generosamente, um eficaz mapa do tesouro, para que seus leitores não cometam os mesmos erros nem caiam nas mesmas armadilhas que espreitam aqueles que se aventuram no terreno pantanoso da escrita sem bússola nem sextante.
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Como se faz literatura - Affonso Romano de Sant'Anna
Autor
1. COMEÇO DE CONVERSA
Digamos que você queira ser escritor.
A primeira ideia que ocorre é a de passar para o papel os seus sentimentos ou contar algo da sua vida. Com esses sentimentos sinceros, você espera comover um editor e milhares de leitores.
Este raciocínio é lógico, mas não verdadeiro. Não bastam boas intenções para se fazer literatura. Também não basta um editor para você se transformar em um escritor. Entre escrever e virar socialmente um escritor vai uma longa distância.
A coisa é simples e ao mesmo tempo complicada. É simples porque, aparentemente, o que o escritor famoso fez foi exatamente aquilo que você imaginou: passou para o papel seus sentimentos, entregou os originais a um editor e o público o aclamou.
Qual a diferença entre quem quer se iniciar na literatura e o outro que lá está ganhando prêmios, nas listas de best-sellers e sendo recebido por estadistas e influenciando a política de seu país?
Existe uma visão romântica da literatura segundo a qual alguém pode se transformar em autor do dia para a noite. É claro que um médico famoso ou um artista de cinema, de repente, podem virar um best-seller Mas isto é outra coisa. O que as pessoas vão ler em tal livro não é a literatura, mas a marca da personalidade do autor. Nesse sentido, se eles, ao invés de escreverem, começarem também a pintar, também vão chamar muita atenção, encontrar compradores e expor com sucesso seus quadros.
Portanto, é bom ir logo descartando a ideia de facilidade. Pois se o político ou a personalidade importante viram autores famosos, é porque, por outro lado, em suas respectivas profissões, já desenvolveram uma carreira com todos os seus percalços e gratificações. Isto equivale a dizer o seguinte: para você se transformar em autor, há duas possibilidades: ou se tornar importante em uma atividade qualquer ou se especializar mesmo em escrever e fazer carreira dentro da literatura.
Daí decorre uma diferença entre autor e escritor. Chamo autor àquele que publica um texto no qual o objetivo é escrever algo relacionado com sua trajetória pessoal ou sobre um tema, despreocupado das qualidades estéticas e literárias. O objetivo da obra, neste caso, é servir de veículo e de meio. Mas com um escritor a coisa é diferente. Além de a obra ser um veículo, um meio, ela também é um fim em si mesma. Ou seja: ela tem uma finalidade estética, artística, histórica e social. O escritor está voltado fundamentalmente para a questão da linguagem. E é no trato com a frase, com os recursos estilísticos e expressivos, que ele vai aprendendo a reconstruir a si mesmo e a refletir sobre o mundo.
Duas coisas, portanto, são necessárias quando se quer fazer literatura. Primeiramente, assenhorar-se das técnicas literárias e, em segundo lugar, perceber que a literatura não é uma coisa vaga, solta no tempo e no espaço, mas um sistema. Ora, o que é isto?
Vejamos. Porque aqui surge um aspecto da questão que em geral não é levado em conta por quem começar e que, no entanto, é fundamental. Como eu dizia anteriormente, não basta ter um bom texto literário. Isso é necessário, mas também é necessário conhecer as leis do sistema literário. Em outros termos, é como se eu dissesse o seguinte: imaginem alguém que tem uma fortuna em suas mãos, mas não entende nada do mercado financeiro. A tendência é de que essa pessoa fique isolada, até empobreça, ou, então, meta os pés pelas mãos. Por outro lado, alguém com o capital mínimo pode entrar nesse mercado e acabar milionário.
Igualmente, se eu resolver me dedicar ao rock, não bastará saber tocar bem um instrumento. Vou ter de aprender muita coisa em relação às gravadoras, aos direitos autorais, como se monta um show e se faz uma turnê, como dar entrevista, como me vestir, como me relacionar com a publicidade, com os parceiros, com os músicos, etc. Enfim,