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Criando Arcos de Personagem: Ajudando Escritores a se Tornarem Autores, #7
Criando Arcos de Personagem: Ajudando Escritores a se Tornarem Autores, #7
Criando Arcos de Personagem: Ajudando Escritores a se Tornarem Autores, #7
E-book229 páginas3 horas

Criando Arcos de Personagem: Ajudando Escritores a se Tornarem Autores, #7

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Sobre este e-book

Arco de Personagem Impactante Gera Histórias Impactantes

Já escreveu uma história com uma premissa empolgante e personagens cativantes, mas que não consegue despertar o interesse dos leitores ou agentes literários? Talvez seja hora de você se aprofundar nas etapas que compõem a história, criando arcos de personagem verossímeis e envolventes. Premiada e internacionalmente conhecida, a romancista K.M. Weiland compartilha seu método consagrado para a construção de arcos de personagens memoráveis e emocionantes em cada história que você deseja escrever.

Utilizando os pilares narrativos da Estrutura dos Três Atos e explorando ainda mais fundo a psicologia por trás de transformações humanas autênticas e dinâmicas, Weiland oferece um guia detalhado com diretrizes passo a passo para a criação de arcos de personagem que se adequam a qualquer tipo de história.

Este livro abrangente irá ensinar-lhe:

  • Como identificar qual arco de personagem - positivo, negativo ou plano - é adequado para o seu personagem.
  • Por que você JAMAIS deve contrapor trama e personagem. Ao invés disso, aprenda a unir a estrutura da história ao desenvolvimento do personagem.
  • Como perceber e evitar os principais erros na construção de histórias que não possuem arcos de personagem.
  • Como saber usar arcos prolongados de personagens para criar trilogias e séries surpreendentes.
  • E muito mais!

Compreender como construir arcos de personagens é um marco decisivo na busca de qualquer escritor por refinar suas habilidades.

Traga vida a seus personagens de maneira inesquecível e realista, elevando suas histórias de boas a extraordinárias!

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento14 de set. de 2023
ISBN9781667462646
Criando Arcos de Personagem: Ajudando Escritores a se Tornarem Autores, #7

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    Criando Arcos de Personagem - K.M. Weiland

    Introdução

    É Possível Estruturar Personagens?

    IMAGINE SE EXISTISSE um segredo infalível para a construção de arcos de personagem cativantes. Você estaria interessado em desvendá-lo? Caso você deseje conectar-se com seus leitores, aflorar suas emoções e criar histórias que transcenderão a barreira do simples entretenimento, causando um impacto mais profundo, então a resposta certamente será um sonoro sim!

    Entretanto, surge um desafio quando discutimos arcos de personagem: é comum subestimá-los. A primeira vista, arcos de personagem podem parecer simplificados, resumindo-se a um processo básico de três etapas:

    1. O protagonista inicia com determinadas características.

    2. O protagonista aprende lições ao longo da trama.

    3. O protagonista encontra-se, ao final, (provavelmente) em uma condição mais favorecida.

    Essa é uma descrição simplificada do arco de um personagem. É mamão com açúcar, elementar. Então, o que mais precisamos aprender?

    Na verdade: muito.

    O elo entre Arcos de Personagem e estrutura narrativa

    Muitas vezes, personagem e trama são percebidos como entidades distintas, a tal ponto que alguns até os põem em oposição, numa tentativa de determinar qual tem maior importância. Contudo, tal perspectiva não poderia estar mais distante da realidade. Trama e personagem são, na verdade, componentes inseparáveis um do outro. Se subtraímos um dos componentes ou tentamos tratá-los como independentes, corremos o risco de obter uma narrativa com elementos excepcionais, mas que, no seu todo, não atinge a excelência.

    Com frequência, percebemos a trama como algo vinculado à estrutura da história, enquanto nossas concepções de personagem e seu desenvolvimento tendem a ser mais sutis e abstratas. É claro que o arco de personagem deve desabrochar de maneira orgânica a partir das características e motivações dos próprios personagens. Da mesma forma, não podemos estruturar nossos arcos de personagem sem que eles se tornem previsíveis ou percam sua vivacidade e espontaneidade.

    Evidente, certo?

    Na verdade, errado. Quando dizemos que trama e personagem estão ligados, estamos dizendo que a estrutura da trama e o arco do personagem são verdadeiramente interligados. Como mencionado por Robert McKee, em sua obra clássica Story:

    Não podemos perguntar qual é mais importante, estrutura ou personagem, porque estrutura é personagem; personagem é estrutura. Eles são a mesma coisa e, portanto, um não pode ser mais importante que o outro.

    Se você tem familiaridade com o básico da estrutura narrativa, como falo no meu livro  Structuring Your Novel [Estruturando o Seu Romance], então provavelmente já consegue ver em ação parte da estruturação do arco de personagem. Os principais Pontos da Trama giram em torno das ações e reações do personagem. Como Michael Hauge diz em Writing Screenplays That Sell [Escrevendo Roteiros que Vendem]:

    Os três atos da [história] correspondem às três etapas da motivação externa do herói. Cada mudança na motivação do herói sinaliza a chegada do próximo ato.

    O personagem impulsiona a trama e a trama molda o arco do personagem. Ambos não podem funcionar independentemente.

    O elo entre Arco de Personagem e tema

    Mas fica ainda melhor! O arco do personagem não apenas influencia diretamente a estrutura da história, como também tem um impacto significativo sobre o tema. Em certa medida, podemos até mesmo propor que arco do personagem = tema.

    Mesmo na superfície, é empolgante constatar a interdependência desses três pilares fundamentais de qualquer narrativa. Eles não existem de maneira isolada, mas sim, de forma simbiótica.

    A elaboração desses três componentes torna-se, assim, um desafio maior, mas ao mesmo tempo simplifica o processo. O desafio reside em equilibrar simultaneamente esses três aspectos em uma única história. Por outro lado, essa integração simplifica o processo geral, unindo-os em uma entidade coesa. Compreender como trama, personagem e tema interagem oferece uma grande chance de que, caso você acerte a mão em um deles, você irá acertar a mão nos três.

    Os três Arcos de Personagem básicos

    Embora as possibilidades de desenvolvimento de personagens sejam tão infinitas quanto as variações da natureza humana, podemos reduzir os arcos de personagem a três tipos básicos, com algumas variações primárias em cada um:

    O Arco de Mudança Positiva

    Este é o arco de personagem mais popular e muitas vezes o mais impactante. O protagonista começará com diferentes níveis de negação e insatisfação pessoal. Ao longo da história, ele será forçado a desafiar suas crenças sobre o mundo e si mesmo, até finalmente vencer seus demônios internos (e, como resultado, provavelmente também seus antagonistas externos) e terminar seu arco tendo mudado de maneira positiva.

    O Arco Plano

    Muitas histórias populares apresentam personagens que já são essencialmente completos em si mesmos. Eles já são heróis e não necessitam de tanto crescimento pessoal para conquistar a força interior a fim de vencer os adversários externos. Esses personagens sofrem mínima ou nenhuma transformação ao longo da história, fazendo com que seus arcos sejam estáticos ou planos. Eles funcionam como catalisadores para a mudança no mundo da história ao seu redor, impulsionando arcos de desenvolvimento significativos nos personagens secundários.

    O Arco de Mudança Negativa

    Os Arcos de Mudança Negativa apresentam, possivelmente, uma maior variação do que qualquer um dos outros arcos. Contudo, em sua essência mais básica, o Arco de Mudança Negativa representa uma inversão do Arco de Mudança Positiva. Ao invés de um personagem superando suas próprias falhas e evoluindo positivamente, o Arco de Mudança Negativa retrata um personagem que termina num estado pior do que quando a história começou.

    Por ser o mais complexo dentre os três, e o mais importante para entender os demais, dedicaremos grande parte deste livro para examinar as complexidades inerentes na construção de um personagem que evolui de forma positiva.

    Como estruturar os arcos de seus personagens? Onde encontrar suas bases? Como os marcos estruturais da narrativa influenciam (e são influenciados por) momentos importantes no arco do personagem? Em suma, como é o funcionamento de um arco de personagem? E como você pode desvendar esse enigma e criar um arco de personagem surpreendente em qualquer história? Prossiga a leitura e descubra as respostas!

    Parte 1: O Arco de Mudança Positiva

    Capítulo 1

    A Mentira que seu personagem acredita

    Sempre há espaço para ao menos duas verdades.

    -Colum McCann

    PESSOAS ODEIAM MUDANÇAS. Em momentos de ociosidade, podemos até desejar que nossas vidas fossem distintas, mas quando confrontados com desafios reais, normalmente desejamos refugiar-nos no conforto familiar de nossos lares seguros.

    Personagens em histórias não são diferentes. Resistem às mudanças com tanta força quanto qualquer um de nós - o que é bom. A resistência gera conflito e deste conflito emerge a trama. Esta é apenas a primeira de muitas maneiras pelas quais a trama e os arcos de personagem são indissociáveis. Quer a conexão seja logo aparente ou não, a trama externa é nada mais do que o reflexo da jornada interna do personagem.

    A trama, em sua essência mais básica, trata do objetivo frustrado do protagonista. Ele deseja algo, não consegue alcançá-lo, e assim persiste em suas tentativas.

    O Arco de Mudança Positiva, em sua manifestação mais básica, refere-se à transformação das prioridades do protagonista. Ele percebe que não atinge seu objetivo na trama por um dos dois motivos:

    a) Ele deseja a coisa errada.

    b) Seus métodos morais para alcançar o que deseja estão errados.

    Em Dramatica, Melanie Anne Phillips e Chris Huntley observam:

    Um dos erros mais comuns cometidos por autores de todos os níveis de experiência é criar um problema para o Personagem Principal que não tem nada a ver com a história em geral. O raciocínio por trás disso não é separar história e personagem, mas ocorre, geralmente, porque um autor elabora uma história e depois percebe que não fez dela algo suficientemente pessoal.

    A Mentira que o personagem acredita

    O Arco de Mudança relaciona-se à Mentira na qual o seu personagem acredita. A vida dele pode ser miserável ou aparentar ser incrível. No entanto, fervilhando sob a superfície, reside a Mentira.

    Para que seu personagem evolua positivamente, ele precisa começar com algum tipo de carência em sua vida, algum elemento que torne sua mudança indispensável. Ele é de alguma maneira incompleto, mas não devido à ausência de algo externo. Uma pessoa em um campo de concentração pode se manter internamente equilibrada e completa, enquanto uma pessoa relaxando na piscina de uma mansão em Malibu pode ser extremamente infeliz.

    Seu personagem é incompleto interiormente. Ele carrega algum equívoco profundo sobre si mesmo, o mundo ou, muito provavelmente, ambos. Como você verá no próximo capítulo, esse equívoco irá se constituir em um obstáculo direto à sua capacidade de alcançar o objetivo da trama. Em alguns casos, esse equívoco pode parecer um ponto forte, mas conforme a história avança se revelará seu calcanhar de Aquiles.

    Seu personagem pode nem sequer perceber que possui um problema. No Primeiro Ato, sua compreensão de suas deficiências será, na melhor das hipóteses, vaga. Ele pode não se sentir prejudicado ou mesmo entrar em negação sobre a Mentira, até que o Evento Incitante (por volta dos 12%) e/ou o Primeiro Ponto de Trama (por volta dos 25%) abale seu mundo e comece a despir suas defesas. O Primeiro Ato proporciona aos escritores tempo e espaço para apresentar a Mentira e demonstrar como o personagem persiste nela através de seu Mundo Normal (que também será abordado de maneira mais detida no Capítulo 5).

    O que é a Mentira?

    A Mentira de seu personagem pode assumir várias formas. Por exemplo, talvez ele acredite que:

    Thor: A força garante o que é certo.

    Jane Eyre: A única maneira de merecer o amor é através da servidão.

    Jurassic Park: Não vale a pena cuidar de crianças.

    Lições para Toda a Vida: As pessoas que você ama sempre mentirão para você.

    Toy Story: Seu único valor está em ser o favorito.

    Três Reis: O dinheiro deve ser mais valorizado do que as pessoas.

    Hooligans: O fraco deve sempre se submeter ao forte.

    Nosso Querido Bob: As pessoas só prestarão atenção em você se acharem que você é maluco.

    A Mentira é uma crença específica, que você deve ser capaz de expressar em uma frase curta. Pode incluir alguns qualificadores, assim como a de Jane Eyre. A Mentira básica dela é a de que ela não é digna de ser amada, porém qualificada pela crença adicional de que ela só pode merecer o amor se estiver disposta a escravizar-se aos outros, física e emocionalmente.

    Sintomas da Mentira

    Como você encontra a Mentira? Primeiro, examine sua trama para ver se a Mentira já está evidente no conflito. (Falaremos mais sobre isso no próximo capítulo, quando discutirmos o conflito entre o que seu personagem Deseja e o que seu personagem Necessita). Em segundo lugar, observe as ações do personagem - e especialmente suas reações. Veja se você pode identificar qualquer um dos seguintes:

    Medo

    Dor extrema

    Incapacidade de perdoar

    Culpa

    Segredos horríveis

    Vergonha por algo feito ou sofrido

    Nenhum deles é a Mentira, mas muitas vezes são produtos dela. Seu protagonista pode ter ciência dos sintomas da Mentira em sua vida, mesmo que ainda não seja capaz de reconhecer a própria Mentira. Mais do que isso, ele pode querer apenas se livrar do sintoma negativo, mas não é capaz porque não consegue superar sua crença fundamental na Mentira.

    Por exemplo, em meu romance medieval Behold the Dawn [Contemple o Amanhecer], a mentira do protagonista Marcus Annan é que alguns pecados são grandes demais para serem perdoados. Seus sintomas são culpa, vergonha, segredos e um estilo de vida destrutivo. Ele quer ser perdoado e encontrar felicidade e realização, mas simplesmente não consegue superar a Mentira.

    Angela Ackerman e Becca Puglisi fazem um ótimo trabalho ao oferecer possíveis sintomas de Mentira (bem como ótimas discussões sobre arco de personagens) em seu Negative Trait Thesaurus [Tesauro de Traços Negativos]. Se você achar que está tendo problemas para encontrar alguns bons sintomas (ou mesmo uma boa Mentira), confira o livro delas para obter inspiração.

    Mais exemplos da Mentira que o personagem acredita

    Um Conto de Natal de Charles Dickens: A infame transformação de natal de Ebenezer Scrooge está enraizada em sua crença equivocada de que o valor de um homem só pode ser medido pela quantidade de dinheiro que ele possui.

    Carros, dirigido por John Lasseter: Meu favorito de todos os filmes da Pixar é movido pela crença arraigada do egoísta Relâmpago McQueen, um carro de corrida que acredita na Mentira de que a vida é um espetáculo solo.

    Perguntas a fazer sobre a Mentira que o personagem acredita

    1. Que equívoco seu protagonista tem sobre si mesmo ou sobre o mundo?

    2. Como resultado, o que está faltando a ele no sentido mental, emocional ou espiritual?

    3. Como a Mentira interior se reflete no mundo exterior do personagem?

    4. Quando a história começa, a Mentira está fazendo de sua vida uma miséria? Em caso afirmativo, como?

    5. Se não, o Evento Incitante e/ou o Primeiro Ponto da Trama começarão a desconfortá-lo como resultado de sua Mentira?

    6. A Mentira do seu personagem requer algum qualificador para estreitar seu foco?

    7. Quais são os sintomas da Mentira do seu personagem?

    A Mentira que Seu Personagem Acredita é a base para o seu arco. É o que tem de errado em seu mundo. Uma vez que você sabe o que está errado, você começa a descobrir como consertar o erro.

    Capítulo 2

    O que seu personagem Deseja vs. o que seu personagem Necessita

    Duas almas, infelizmente, alojam-se em meu peito, E lá cada uma lutará pelo controle.

    ―Johann Wolfgang von Goethe

    ––––––––

    A MENTIRA em que seu personagem acredita é o fundamento de todos os arcos de personagem. Afinal, se tudo está bem, por que mudar? Visualize a Mentira como uma cárie em um dente. Por fora, tudo pode parecer brilhante e branco, mas por dentro há decadência. Se o personagem quer ser feliz, terá que encarar algumas brocas a fim de eliminar a podridão de sua vida.

    No entanto, como a maioria de nós na presença de um dente cariado, ele está em negação. Embora continue mastigando com aquele dente e o cutucando com a língua, ele reluta em admitir que há um problema. Para evitar o confronto com a dolorosa realidade de sua Mentira, ele prefere acreditar que o problema é outro. Neste ponto, citamos uma vez mais Melanie Anne Phillips e Chris Huntley:

    ...sabemos que personagens muitas vezes trabalham não para a solução real, mas para uma solução aparente. E personagens muitas vezes lidam com um problema que é, em última análise, reconhecido apenas como um sintoma do problema real.

    A Mentira se desenvolve na vida do personagem - e em sua história - por meio do conflito entre o que ele Necessita (a Verdade) e o que ele Deseja (a aparente cura para os sintomas da Mentira).

    O que seu personagem Deseja

    A primeira intersecção entre o arco do personagem e a trama é encontrada no objetivo do protagonista. O que ele Deseja? Qual é seu principal objetivo na história? Dominar o mundo?

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