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Dançando sobre escombros
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Dançando sobre escombros
E-book102 páginas32 minutos

Dançando sobre escombros

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Sobre este e-book

Construída com ritmo impecável, numa prosa sucinta de frases curtas e diretas, Dançando sobre escombros narra em 88 breves capítulos uma relação entre pai e filho numa casa "que agora se sustentava sem um ventre" depois de um acidente fatal. A entrada em cena de Antônio traz inesperadas descobertas, tanto para o narrador quanto para o leitor, formando uma espécie de triângulo em tênue equilíbrio, em que algo parece sempre prestes a se romper. Com estilo seco e extremo domínio na condução da história – entre forma e conteúdo, entre o que é dito e o que é silenciado, entre memória e presente –, Geverson Rodrigues apresenta uma novela de vigor ímpar nesta sua obra de estreia, que a gente lê de um só fôlego.

Segundo o escritor André de Leones, "a estruturação em capítulos curtíssimos dá uma respiração entrecortada ao texto, como se ele a todo momento buscasse oxigênio e só conseguisse reter um pouco dele. As divisões entre os capítulos funcionam como fades bem sacados, sedimentando o que foi dito e preparando o que virá".
IdiomaPortuguês
Editora7Letras
Data de lançamento6 de out. de 2021
ISBN9786559051755
Dançando sobre escombros

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    Dançando sobre escombros - Geverson Rodrigues

    Dancando_sobre_escombros_capa_epub.jpg

    Sumário

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    Sobre o autor

    Texto de orelha

    Toda história é remorso

    Carlos Drummond de Andrade

    [1]

    As movimentações sutis das ruas denunciam o feriado prolongado de verão. Quase todas as pessoas já envergaram seus corpos em direção à praia em busca da água salobra e da areia docemente movediça, enquanto eu, sozinho, caminho pelo asfalto acidentado procurando sem pressa o prédio em que preciso entrar.

    [2]

    Quando chego ao apartamento do meu pai, um pequeno espaço no lado sul da cidade, onde ele decidiu se enjaular para atrofiar tudo aquilo que ainda tinha vida dentro de si, preciso agir como um domador de elefantes que esconde na mão direita amendoins e na esquerda o seu chicote. Eu não apareço para vê-lo sem minha pequena artilharia construída durante anos a fio.

    [3]

    Embora o visite com alguma regularidade, ainda me espanto ao ver seus dentes enterrados em uma gengiva sadia, fortemente avermelhada, que parece não esmorecer. Os seus dentes continuam originais. Dentes quase brancos que ainda sabem morder e rasgar.

    [4]

    Ele assiste com falsa concentração à reprise de um jogo qualquer de futebol na pequena TV colocada no canto direito da sala. A sua constrição demonstra, antes que eu veja na tela, que não é o seu time que está jogando.

    [5]

    A calça descosturada deixa entrever a supuração da sua carne. Outrora, rasgos banais como esse eram convites às mãos ágeis da minha mãe, que se dispunha a cerzir os reparos imediatamente, só exigindo que a calça fosse retirada.

    Costurar roupa no corpo dá azar, é coisa de defunto, ela dizia com uma credulidade inabalável que fazia meu pai, vestindo só uma camisa e propositadamente sem cueca, lançar um sorriso espevitado e sensual, que provocava a ira dela.

    [6]

    Deixo sobre a mesa uma sacola com uma calça nova e duas ou três camisas que escolhi em uma loja centenária do centro da cidade. Tudo parece servir a ele. A calça

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