Ode ao vazio
5/5
()
Sobre este e-book
Relacionado a Ode ao vazio
Títulos nesta série (6)
Ode ao vazio Nota: 5 de 5 estrelas5/5Arquitetura e natureza Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEspaço de risco Nota: 0 de 5 estrelas0 notasExcepcionalidade do modernismo brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLeituras críticas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLelé: diálogos com Neutra e Prouvé Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ebooks relacionados
A cidade dos ricos e a cidade dos pobres Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEspaço de risco Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBreve história da arquitetura cearense Nota: 5 de 5 estrelas5/5Compreendendo as Cidades: Método em projeto urbano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCentro histórico: entre a preservação e a dinâmica urbana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasExcepcionalidade do modernismo brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs catedrais continuam brancas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidade e Cultura: Rebatimentos no espaço público Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Fantasma da Utopia: Arquitetura e Pós-Modernismo, Outra Vez Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMobilidade urbana no Recife e seus arredores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFlexibilidade: arquitetura em movimento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSe a cidade fosse nossa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA fotografia do cotidiano: Práticas culturais na cidade de Inhambupe Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUrbanização e desenvolvimento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLei dos 12 bairros: Contribuição para o debate sobre a produção do espaço urbano do Recife Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTecnologia indígena em Mato Grosso: Habitação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasImagens Urbanas: Mangue, Tabuleiro, Cidades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidade Alta: História, memória e estigma de favela num conjunto habitacional do Rio de Janeiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasArquitetura em Transformação: configuração urbana e verticalização residencial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória das cidades brasileiras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasImpacto dos Desastres no Subdesenvolvimento das Comunidades: Caso de Lobito Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO complexo arte-arquitetura Nota: 0 de 5 estrelas0 notasArquitetura e natureza Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUrbanidades. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLeituras críticas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasImagem, Paisagem e Situação: A Apreensão do Design na Cidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLelé: diálogos com Neutra e Prouvé Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidades do Amanhã: Uma história do planejamento e projetos urbanos no século XX (edição revista e aumentada) Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Arquitetura para você
Deus é Matemático Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLivro de receitas Air Fryer Nota: 4 de 5 estrelas4/5Arquitetura e psique: Um estudo psicanalítico de como os edifícios impactam nossas vidas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Revit passo a passo volume I Nota: 4 de 5 estrelas4/5Casas Rústicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Pequeno grande guia de Aprovação de Projetos de Prefeitura Nota: 5 de 5 estrelas5/5A CIDADE ANTIGA - Coulanges Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidade caminhável Nota: 5 de 5 estrelas5/5A VIDA DOS DOZE CÉSARES - Suetonio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFaça Sua Horta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Dom da Mediunidade: Um sentido novo para a vida humana, um novo sentido para a humanidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSustentabilidade: gestão estratégica na prática Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNorma de Desempenho de Edificações: Modelo de Aplicação em Construtoras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs cristãos-novos no Brasil colonial e a escrita nos livros didáticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasParedes Gesso Acartonado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEngenharia Civil: Concepção, Teoria E Prática Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConstruindo sua casa: manual prático para leigos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGuia Prático Para Reduzir As Despesas Mensais Com A Sua Casa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAlvenaria - Oficio De Pedreiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual Do Azulejista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNumerologia dos Interiores e os Cinco Elementos do Feng Shui Nota: 0 de 5 estrelas0 notasArquitetura e flexibilidade: em habitação social digna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInstalações prediais hidráulico-sanitárias: princípios básicos para elaboração de projetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMobilidade Urbana: Conceito e Planejamento no Ambiente Brasileiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Escravidão, trabalho e liberdade no Brasil Oitocentista: Outros olhares, novas visões Nota: 3 de 5 estrelas3/5Guia Completo Do Quarto Do Bebê Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCidades do Amanhã: Uma história do planejamento e projetos urbanos no século XX (edição revista e aumentada) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSe a cidade fosse nossa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEngenharia Civil: Estudo E Aplicações Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Ode ao vazio
1 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Ode ao vazio - Carlos M. teixeira
PENSAMENTO DA AMÉRICA LATINA
Romano Guerra Editora
Nhamerica Platform
COORDENAÇÃO GERAL
Abilio Guerra, Fernando Luiz Lara e Silvana Romano Santos
ODE AO VAZIO
Carlos M. Teixeira
Brasil 02
ORGANIZAÇÃO
Abilio Guerra, Fernando Luiz Lara e Silvana Romano Santos
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Silvana Romano Santos, Fernando Luiz Lara, Abilio Guerra,
Fernanda Critelli e Caio Sens
PROJETO GRÁFICO
Maria Claudia Levy e Ana Luiza David (Goma Oficina)
DIAGRAMAÇÃO
Caio Sens e Fernanda Critelli
DIAGRAMAÇÃO EBOOK
Natalli Tami
apresentação
liquefazendo brasília
o capim
liberdade, ela é o vazio
manifesto palafitas
amnésias topográficas
palafitas
história do corredor
alphaville e ‘alphaville’
avesso exposto
projeto jari
fordlândia
ariaú jungle towers
paisagismo como conflito
apresentação
Escritos entre 1999 e 2015, os textos desse livro foram previamente publicados no Vitruvius, o portal que desde os anos 2000 tem se afirmado como o maior canal de debates sobre arquitetura no Brasil. Essa republicação, no entanto, não é uma simples coletânea, mas sim uma organização material que procura dar sinergia a ensaios que, antes isolados, aqui definem uma narrativa mais coerente e articulada.
O mais contundente deles é Liquefazendo Brasília
, um elogio do cerrado e uma onírica inversão da maneira de enxergarmos uma cidade: Brasília não conquistou o cerrado, o cerrado é que a conquistou (ou ainda há de conquistá-la). Apesar das superquadras do plano piloto implorarem por mais substância arquitetônica, na verdade o que ocorre é que aqui os vazios são muito mais eloquentes que os cheios: é cidade rala perdida num mar de gramíneas, e que agora deve ser reconsiderada pelo potencial desse mato sempre ignorado, porém insidioso e verdadeiro protagonista daquela paisagem.
Esse mesmo mato é deslocado para o contexto das cidades não planejadas em O capim
, um ensaio em tom de falsa enciclopédia que denuncia a falta de áreas verdes e espaços públicos, enaltece lotes vagos e expande o conceito daquilo que pode ser considerado como paisagismo. O capim
é uma negociação com a desordem e o imprevisto e, acima de tudo, uma maneira exaltada de aceitar as imperfeições da cidade.
Liberdade, ela é o vazio
é parte do livro Em obras: história do vazio em Belo Horizonte, de 1999, e endossa uma postura adversativa frente ao planejamento tecnicista. Ode à cidade que é a um só tempo eficiente e ineficiente, completa e incompleta, o texto propõe uma solução radical para os descaminhos do urbanismo moderno. Aqui, os vazios são menos um instrumento operativo e mais um recurso volátil e cambiante que precisamos detectar, e que deve ser "tão estimulante e enigmático quanto um crime perfeito o é para os velhos policiadores da cidade. Em consonância,
Amnésias Topográficas" descreve uma série de ações efêmeras que utilizam esses recursos de Em obras como o norteador de intervenções urbanas.
A ideia de vazio latente também está presente em História do Corredor
, onde esse espaço sempre evitado e que funciona como distribuidor de movimentos é visto como um possibilitador de usos delirantes.
Dando uma guinada para uma crítica factual do aqui e agora, Alphaville e ‘Alphaville’
ataca a segregação social e a fragmentação espacial causadas por condomínios fechados e enclaves urbanos — exemplos dos equívocos do urbanismo laissez-faire do Brasil e demais países onde se percebe a ausência do Estado como regulador da cidade. O mesmo tom soturno aparece em Avesso exposto
, um ensaio fotográfico que mostra como o urbanismo rodoviarista ainda assola as capitais do país.
Os últimos textos voltam a tratar do tema natureza e cidade. Projeto Jari
e Fordlândia
são fábulas sobre os fracassos do capitalismo na Amazônia e denunciam a visão da natureza como recurso infinito. Ambos foram empreitadas catastróficas que se prestam não apenas como anti-modelo de desenvolvimento econômico, mas também como exemplo de resiliência da floresta frente às tentativas de usá-la de maneira predatória.
Essa mesma resiliência é o tema de Paisagismo como conflito
, um manifesto que vê a arquitetura como um agente provocador de um paisagismo conflituoso por excelência e capaz de celebrar a destruição e a reconstrução, nunca a simples conservação
.
Ariaú Jungle Towers
apresenta um exemplo inaudito de arquitetura verde perdido no rio Ariaú, um afluente do rio Negro não muito distante de Manaus. É um hotel cujas surpreendentes torres cilíndricas estão imbuídas de devir, da passagem do tempo e do ciclo edilício construção-uso-destruição, não diferentemente do ciclo orgânico nascimento-trabalho-morte. Pois essas também eram as ambições dos arquitetos do Metabolismo, movimento vanguardista japonês que impressionou o mundo nos anos 1960: os deles eram edifícios vivos, mutantes, adaptáveis, capazes de reagir e provocar mudanças, em processos contínuos de construção e destruição. Eram visionários então unidos sob a copa de um Estado japonês que lhes provia um projeto de sociedade coletiva e que trabalhavam em um contexto político bem diverso