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Sol sobre nuvens
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E-book163 páginas52 minutos

Sol sobre nuvens

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Sobre este e-book

Sol sobre nuvens é um apanhado abrangente da poesia de  Josely Vianna Baptista, uma das mais importantes poetas de sua geração.  Reunião de três livros, Ar (Iluminuras, 1991), Corpografia (Iluminuras, 1992) e Os poros flóridos.
"Com arrojo e competência, unindo materialidade plástica e diafaneidade de escritura, plasmando metonímia, metáfora e metalinguagem – fisicalidade "metafísica – a poeta "reamalgama" corpo e alma na matéria da palavra.  Ar ,  Corpografia ,  Os poros flóridos  arejam e aromam a poesia brasileira dos nossos dias." – Augusto de Campos "
Locais de destreza e maravilhamento esperam por você nestes cambiantes véus, meadas, dobras, camadas e planos de paisagens humanas escritas, natureza humana descrita até os "distantes limites da coerência". A impressionante orquestração dos poemas de Josely Baptista e da arte visual de Francisco Faria [...] produz declinações sensoriais emolduradas por contidos mas radiantes silêncios. – Norma Cole "
Josely Vianna Baptista é uma das mais impactantes e inventivas poetas do Brasil contemporâneo, uma escritora de inteligência e profundidade emocional, cujas visões vão do fusco ao fulgor, retornando, depois, ao negror." – Michael Palmer
IdiomaPortuguês
Editorae-galáxia
Data de lançamento15 de jun. de 2018
ISBN9788584742240
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    Sol sobre nuvens - Josely Vianna Baptista

    Sumário

    Apresentação

    Ar

    Corpografia

    Espelho ardente

    Laminares

    Hiléias

    Os poros flóridos

    Colosso impenetrável

    Moradas

    Os poros flóridos – Um poema em seis Cantos

    I

    II

    III

    IV

    V

    VI

    Poemas esparsos

    Imagens do mundo flutuante

    29 dias

    Costa de Dentro

    Fragmentos de uma renga

    APÊNDICE I – Corpografia: Variações sobre um mesmo corpo

    O continente explorado – Eduardo Subirats

    Irezumi – Severo Sarduy

    A paisagem dos corpos – Néstor Perlongher

    bodyscapes – Rodrigo Garcia Lopes

    poema em língua morta – Haroldo de Campos

    APÊNDICE II – Os poros flóridos: Delta

    Na sombra vermelha, na sombra roxa – Horácio Costa

    Porosidades e pontuações – Lucia Santaella

    belerofonte – Affonso Ávila

    Notas

    Índice das lâminas visuais

    Sobre a autora

    Créditos

    JOSELY: AR E PORO

    Há de parecer surpreendente encontrar em um dos textos mais antigos de Haroldo de Campos, A Obra de Arte Aberta (1955), no bojo das transformações por que passava a nossa poesia, a expressão neobarroco. Ou a citação de O Êxtase de Donne (o amor reamalgama / a misturada alma de quem ama... nos textos que escrevi naquele ano sob o título Poesia Concreta, referindo-me num deles a Haroldo como um concreto barroco. Podem soar contraditórias tais invocações quando se buscava um recomeçar a zero da poesia, um cara a cara com as rosas de Gertrude Stein e as sínteses ideográficas que iriam levar ao rigor e à ascese, ao minidiscurso e à metonímia antes que à metáfora do barroco em sua percepção convencional.

    De Oswald à poesia concreta, a experiência brasileira seria direcionada a uma posição singular e até mesmo oposta à tradição dominante na modernidade hispano-americana. Configuraria antes um des-discurso, a situar-se num plano de racionalidade e contenção, de marca construtivista. Poderia abranger até uma racionalidade da desordem (Waldemar Cordeiro), mas sempre a partir de um minimalismo estrutural com tendência a projetar-se no espaço das novas tecnologias. Mas o barroco dos nossos protomanifestos de 1955 implica uma nova abordagem dos seus conceitos. Uma re-visão que começou a nascer a partir da defesa que a Geração de 27 espanhola fez de Góngora, no tricentenário de sua morte. Rejeitado como protótipo de mau gosto, ele estava, no dizer de Lorca, como um leproso cheio de chagas de fria luz de prata, com o ramo novíssimo nas mãos, à espera de que as novas gerações recolhessem sua herança objetiva e seu sentido da metáfora. Então, sua linguagem reinventou-se na metáfora icônica e material de poetas como Jorge Guillén (Alvura. El horizonte / Entreabre sus pestañas.) ou o próprio Lorca (Nadie sabía que martirizabas / un colibrí de amor entre los dientes.). Ao mesmo tempo, veio a reabilitação dos poetas metafísicos na qual o próprio Pound se envolveu, alçando O Êxtase ao nível dos maiores poemas da língua inglesa.

    Trata-se de uma situação dialética, intrigante e instigante, que não se pode ver como contradição antagônica, mas como fonte de indagação e fomento de novas especulações artísticas. Nestes últimos anos, os poemas de Josely Vianna Baptista perfazem como poucos esta conjunção, que se expande em projetos como o presente, com a colaboração da arte gráfica de Francisco Faria. Fazendo convergir as duas perspectivas – a das poéticas não-verbais e a da linguagem barroconovista –, Josely encontrou um módulo muito pessoal de expressão: um idioleto verbovisual que vem desenvolvendo desde os seus primeiros livros, publicados em princípios dos anos 1990, e que a distingue pelo artesanato, pela imaginação e pela originalidade. Isso se evidencia nesta coletânea, que reúne o principal de sua obra poética e passa a integrar a Coleção Signos da editora Perspectiva. Com arrojo e competência, unindo materialidade plástica e diafaneidade de escritura, plasmando metonímia, metáfora e metalinguagem – fisicalidade metafísica – a poeta reamalgama" corpo e alma na matéria da palavra. Ar, Corpografia, Os poros flóridos arejam e aromam a poesia brasileira dos nossos dias.

    Augusto de Campos

    (Texto escrito originalmente em 2007 para a edição da Perspectiva.)

    Sol sobre nuvens

    Ar

    À liga da palavra-alma dos Guarani – ñe’eng – e a seus suicidas.

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