O que pensam os filósofos contemporâneos: um diálogo com Singer, Dennett, Searle, Putnam e Bauman
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Sobre este e-book
uma escolha entre as vastas e brilhantes mentes do cenário filosófico contemporâneo; o segundo, porque interessa saber o que, de fato, esses "filósofos contemporâneos" discutem em suas teorias e como elas repercutem no mundo não filosófico. A obra apresenta o diálogo realizado, ao longo de três anos, com Peter Singer, Daniel Dennett, John Searle, Hilary Putnam e Zygmunt Bauman. Seu objetivo, longe de encontrar um fio condutor entre os autores, é perpassar algumas de suas principais ideias que têm despertado cada vez mais um significativo debate nas fronteiras entre ética, consciência, linguagem, realidade e sociedade.
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O que pensam os filósofos contemporâneos - Léo Peruzzo Júnior
© 2017, Léo Peruzzo Júnior
2017, PUCPRess
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito da Editora.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
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Editora de arte
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Capa, projeto gráfico e diagramação
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Preparação de texto
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Susan Cristine Trevisani dos Reis
Revisão
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Produção de ebook
S2 Books
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Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central
O que pensam os filósofos contemporâneos? Um diálogo com Singer, Dennett, Searle, Putnam e Bauman / Léo Peruzzo Junior. – Curitiba : PUCPRess, 2017.
O62 120 p. ; 21 cm
2017
Inclui bibliografias
ISBN 978-85-68324-59-2
978-85-68324-60-8 (E-book)
1. Filosofia. 2. Filósofos contemporâneos – Séc. XX. 3. Pensamento.
I. Peruzzo Junior, Léo.
CDD 20. ed. – 100
Aos meus pais, Léo e Zenir.
Aos meus amores, Silvia e Júlia.
É verdade, a criança simplesmente não analisa o que faz
. — Mais
uma vez: não se está falando aqui de uma
análise daquilo que acontece. Meramente de uma análise —
e esta palavra é muito enganadora — de nossos conceitos.
E nossos conceitos são mais complicados que os da criança;
e isso na medida em que nossas palavras têm um emprego
mais complicado que as delas.
(Ludwig Wittgenstein, Observações sobre a Filosofia
da Psicologia, v.1, §413)
AGRADECIMENTOS
Os meus calorosos agradecimentos a Peter Singer, Daniel Dennett, John Searle, Hilary Putnam e Zygmunt Bauman, pela possibilidade de dialogar sobre suas ideias e suas obras, bem como pelas úteis sugestões e informações. Em especial gostaria de expressar meu agradecimento a Putnam e Bauman, que infelizmente não tiveram a oportunidade de ter em mãos esta publicação. Devo ainda mencionar seus familiares pela maneira gentil e carinhosa com que permitiram a cessão dos direitos autorais.
À Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e ao Centro Universitário Franciscano do Paraná (UNIFAE), mais uma vez, pelo apoio e confiança recebido ao longo desses anos.
Aos professores Ericson Falabretti, Kleber Candiotto, Geovani Moretto, Jelson Oliveira, Valdir Borges e Bortolo Valle, pela amizade e oportunidade no decorrer da carreira acadêmica.
Aos meus alunos dos diversos cursos que, ao longo de três anos, foram os interlocutores do debate entre minhas aulas de Filosofia da Linguagem e da Mente e Filosofia Contemporânea com os autores que fazem parte desta obra.
À equipe da Editora Universitária PUCPRess que, ao longo de alguns meses, foi responsável pela revisão e apresentação final desta obra.
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Dedicatória
Epígrafe
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
I - Peter Singer e a ética prática
II - Daniel Dennett e o enigma da consciência
III - John Searle mente, linguagem e sociedade
IV - Hilary Putnam mente, corpo e mundo
V - Zygmunt Bauman e a modernidade líquida
Considerações finais
Sobre o autor
PREFÁCIO
A característica distintiva do filósofo é sua capacidade de formular questionamentos, argumentos e conclusões a ponto de surpreender seu leitor e levá-lo a se perguntar por que não pensei nisso antes?
ou como ninguém até então não havia pensado assim?
. Não obstante o leitor concorde ou discorde com a tese central, a surpresa é um elemento invariavelmente intrínseco em qualquer texto considerado filosófico.
O que pensam os filósofos contemporâneos? é uma obra provocativa não apenas pelo seu título, mas sobretudo pela postura dialógica do autor, que traz à tona as ideias mais recentes de consagrados pensadores do nosso tempo. A pertinência das questões e a lucidez dos argumentos são aspectos marcantes que permitem à obra cumprir uma dupla função: ser tanto um texto propedêutico e de referência aos iniciantes quanto um instrumento de atualização de pesquisa aos iniciados.
Embora a apresentação dos três grandes temas abordados por Peter Singer, Daniel Dennett, John Searle, Hilary Putnam e Zygmunt Bauman possa prefigurar baixa conexão, uma acurada leitura desta obra permite identificar forte nexo entre uma ética prática não antropocêntrica, novas teorias da consciência e cognição oriundas das transformações científicas e tecnológicas e, por fim, um diagnóstico da sociedade marcada pela solubilidade decorrente da velocidade de tais transformações. Uma ética para os novos tempos (primeiro tema) se torna cada vez mais premente, sobretudo em um contexto científico que almeja destituir o mistério da consciência (segundo tema) com o aumento exponencial do entendimento sobre a informação e suas múltiplas possibilidades de processamento. Com indivíduos mergulhados em efêmeros ineditismos tecnológicos, a sociedade passa a ser reconfigurada e os tradicionais conceitos sociológicos se tornam insuficientes para entender a nova dinâmica social (terceiro tema).
O elo entre ética, consciência e sociedade está perspicazmente apresentado por Léo Peruzzo Jr. nesta instigante obra marcada por desafiadoras reflexões filosóficas. Ressalta-se, ademais, sua audaciosa empreitada de entrevistar cinco grandes ícones do pensamento contemporâneo, logrando precisão em seus questionamentos e consistência em suas transcrições. Além da habilidosa articulação com que as ideias dos pensadores são aqui oferecidas, este texto se caracteriza por ser filosófico, isto é, por poder surpreender o leitor.
Prof. Dr. Kleber Candiotto
Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCPR
Decano da Escola de Educação e Humanidades da PUCPR
INTRODUÇÃO
A célebre frase de Wittgenstein expressa em seu Tractatus Logico-Philosophicus (1921), que o sujeito não pertence ao mundo, mas é um limite do mundo
, é um significativo apontamento para a perspectiva de que somos responsáveis pelo aparato cognitivo que pensa o limite
. Mas que limite? Poderíamos pensar o outro lado do limite ou estaríamos subordinados a certas regras lógicas que regem nosso pensamento? Essas perguntas, e uma série de outras, põem em xeque a dimensão do sentido
dos limites do mundo e dos limites sobre os quais podemos pensar o mundo. Mas, como diria Wittgenstein, como devemos pensar aquilo que pensamos? Todo o nosso pensamento seria construído de proposições genuínas dotadas de clareza, simplicidade e, portanto, teriam significado?
A Filosofia pode ser um modo de pensar essas questões, uma vez que, concordando com Wittgenstein, o sentido do mundo tem que estar fora do mundo. No mundo tudo é como é e tudo acontece como acontece; nele não existe qualquer valor — e se existisse não tinha qualquer valor
(Tractatus, p. 41). É por isso que o pensar filosófico só aparece na história quando alguns tomam posição em relação a ele, seja para condená-lo, para absorvê-lo ou mesmo para utilizá-lo em função apologética, como é o caso do Cristianismo.
O gene filosófico, ou germe, uma vez que visa destruir aquilo que pode ser destruído, parece ter atingido esperançoso grau de maturidade na civilização atual, rompendo com o academicismo e o intelectualismo pietista. O objeto das análises filosóficas, porém, continua o mesmo, rastejando sobre as paredes da racionalidade e desobstruindo uma ciência estritamente pragmática. Reinventar utilizando-se as mesmas ferramentas e a mesma matéria tem sido a tarefa destinada ao futuro da Filosofia, cuja morte havia sido erroneamente anunciada pelo espírito neopositivista pós-Tractatus.
O que pensam, então, os filósofos contemporâneos? Responder a essa questão parece ser uma tarefa bastante peculiar e dramática. E isso ocorre por dois motivos: o primeiro, porque é necessário realizar uma escolha entre as vastas e brilhantes mentes do cenário filosófico contemporâneo; o segundo, porque interessa saber o que, de fato, esses filósofos contemporâneos
discutem em suas teorias e como elas repercutem no mundo não filosófico. Assim, esta obra apresenta o diálogo realizado, ao longo dos anos de 2014 e 2015, com alguns dos pensadores de maior expressão filosófica internacional: Peter Singer, Daniel Dennett, John Searle, Hilary Putnam e Zygmunt Bauman.
Mas, em tempos de profunda reflexão