Como ler a filosofia da mente
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Sobre este e-book
João de Fernandes Teixeira
João de Fernandes Teixeira é um dos pioneiros da filosofia da mente no Brasil. Bacharel em filosofia pela USP e mestre em filosofia da ciência pela UNICAMP é também PhD pela University of Essex, na Inglaterra. Fez pós-doutorado nos Estados Unidos, sob orientação de Daniel Dennett. Foi colaborador do Instituto de Estudos Avançados da USP e lecionou em várias universidades brasileiras como a UNESP, a UFSCar e a PUC-SP. Publicou 14 livros na área de filosofia da mente e ciência cognitiva. Mantém a página Filosofia da Mente no Brasil no Facebook.
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Como ler a filosofia da mente - João de Fernandes Teixeira
Agradecimentos
À minha esposa Malu Andrade e a meus amigos Gustavo Leal-Toledo e Paulo Henrique Fernandes Silveira, que leram a versão preliminar deste livro e contribuíram com sugestões.
À minha amiga Suely Molina, pelas críticas, sugestões e auxílio com a versão final.
Prefácio
Neste pequeno livro, condenso informações básicas para o leitor leigo que queira iniciar-se em filosofia da mente. Em seus oito capítulos, tento apresentar, de forma abrangente, os principais temas abordados, nas últimas décadas, por essa novíssima disciplina. Um outro título para este livro, que talvez explicasse melhor o que faço aqui, seria A filosofia da mente em 60 minutos
.
Para o leitor universitário, este livro será um roteiro de leituras a partir do qual poderá prosseguir seus estudos na área; para o estudante do Ensino Médio, um conjunto de textos que servirão de suporte para discussões em sala de aula.
Para elaborar este texto, utilizei passagens de vários livros de minha autoria, principalmente de Mente, cérebro e cognição, que recomendo para aqueles que desejarem aprofundar-se nos temas que apresento aqui. A filosofia da mente é uma boa porta de entrada para os estudos filosóficos. Ela reedita problemas filosóficos clássicos, situando-os no contexto da pós-modernidade, na qual coexistimos com tecnologias avançadíssimas que mapeiam o cérebro, constroem robôs e depois criam uma psicologia especial para estudá-los, com tecnologias que misturam o homem com o silício, tornando-o ciborgue. É nesse mundo de imaginação, povoado de experimentos mentais e paradoxos, que os convido a entrar.
O problema da vaca amarela
Sento na minha poltrona de filósofo e penso em estrelas coloridas. Em seguida, imagino uma vaca amarela e reclamo para minha esposa que estou sentindo calor. Entretanto, se alguém pudesse abrir o meu cérebro e examiná-lo, não veria estrelas coloridas nem uma vaca amarela. Veria apenas neurônios e tempestade elétrica ocorrendo. A observação da atividade elétrica de meu cérebro não permite saber se estou pensando em estrelas coloridas ou numa vaca amarela. Alguém poderia até inferir – a partir de algum tipo de observação do que ocorre no meu cérebro – que estou sentindo calor, mas não saberia dizer se esse calor é maior ou menor do que o calor que ele próprio, o observador, pode estar sentindo.
Sei que estou pensando, mas não tenho condições de observar meus pensamentos. Não tenho como relacionar o que ocorre no meu cérebro com aquilo que ocorre na minha mente, ou seja, não consigo encontrar nenhum tipo de tradução entre sinais elétricos dos neurônios e aquilo que percebo, ou sinto, como sendo meus pensamentos. Essas estrelas coloridas, bem como a vaca amarela, existem apenas para mim. Se ninguém mais pode observá-las, posso então dizer que estes são estados subjetivos. Estados subjetivos são encontrados em nossa mente, mas não na natureza.
1.jpgO Pensador de Rodin
Mas o que é a mente? Não consigo responder a essa pergunta, mas o que sei é que, se eu danificar o cérebro de uma pessoa, sua mente será afetada também. Sei também que, se bebermos várias doses de uísque, nossa mente ficará alterada. Deve haver uma relação entre mente e cérebro, entre estados mentais e estados cerebrais.
Há uma relação entre mente e corpo ou entre mente e cérebro. Mas que tipo de relação será essa?
Há duas maneiras de pensar sobre esse problema. Uma diz que só existe o cérebro e que a mente é, na verdade, uma ilusão. Outra diz que existem duas coisas, a mente e o cérebro, e que este apenas abriga a primeira, ou seja, que o cérebro é apenas o hospedeiro biológico da mente. A primeira posição é chamada de monismo materialista ou simplesmente materialismo. A segunda é chamada de dualismo, pois aposta na existência de duas coisas distintas: a mente e a matéria (o cérebro).
O monista acredita que a ciência resolverá o problema das relações entre mente e cérebro. É tudo uma questão de tempo, pois a neurociência avança cada vez mais. Todos os dias aparecem nas revistas notícias acerca da descoberta de novas áreas do cérebro correspondentes a novos tipos de pensamentos e emoções que um dia permitirão comprovar que mente e cérebro são a mesma coisa. Mas as coisas podem não ser tão simples assim.
Consideremos novamente