Quando mamãe adoeceu
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Sobre este e-book
Vemos no texto de Belise Mofeoli como é possível superar com esperança uma realidade que para muitos vem como uma sentença de morte.
Um livro que ajuda a compreender a realidade do câncer nas famílias e apresenta caminhos de superação, acompanhamento e percepção da realidade!
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Quando mamãe adoeceu - Belise Mofeoli
Para todas as pessoas que foram, em algum grau, afetadas pelo câncer.
Em especial, para minha Tia Sônia, que saiu vitoriosa ao câncer de mama.
E para minha mãe e para minha irmã, meus dois grandes amores, a quem sempre dedicarei meus livros.
Eu espalhei umas caixinhas de texto pelo livro. É que tem uns termos técnicos bem complicados de explicar. E eu não quero ficar enrolando para contar a história. Aí eu pensei: quem quiser saber o significado das palavras mais difíceis é só bater o olho e pronto, entende, e quem já souber não perde tempo. Então, sempre que virem esta caixa rosa, já sabem: sou eu tentando explicar do meu jeito o significado das coisas. Combinado? O rosa é homenagem às campanhas de combate ao câncer de mama.
Pra começo de conversa
Quando mamãe adoeceu, eu era bem novo. Tinha nove anos. Isso foi há um tempão! Quatro anos atrás. Agora eu já estou mais crescido, né? E agora sei que era mais grave do que eu achava que era o que ela tinha. Minha mãe teve câncer. Ela não morreu. Então esta é uma história com final feliz. Acontece que tal detalhe tanto faz. Quer dizer..., não tanto faz
. Deu tudo certo - ainda bem! O que eu quero dizer é que o mais importante foi como nós sobrevivemos juntos a tudo. Porque é... eu não tive câncer, mas minha mãe teve. Então eu considero que nós dois, unidos, tivemos que passar pela doença. E eu achei que vocês iriam querer saber como foi essa batalha. A minha mãe vai corrigir a redação, tá? Mas a história é minha. Não, a história é nossa.
Quase uma coisa só
Minha mãe me criou sozinha. Dizem que ela é mãe solteira
. Coloquei entre aspas porque acho uma bobeira danada de grande colocar a palavra solteira
perto de mãe
para explicar que não tenho pai. E desde quando ser casada, solteira ou amigada faz diferença? Ela ia ser minha mãe de qualquer jeito. Ela me mostrou uma foto que ainda tinha do dito cujo
. Não guardou por saudade, não. Foi para o caso de um dia eu querer saber quem era ele. Ela me deu a foto com o endereço e o telefone dele no verso, mas eu não a quis. Está lá, numa caixinha no sótão, para o caso de eu querer um dia. Por enquanto não quero. Da última vez, me achei mais parecido com ele do que eu esperava. Ainda bem que é só por fora. Eu jamais abriria mão de ter uma família. O nome dele é Gustavo. Ouvi dizer que hoje ele tem uma família também. Não pertencemos um à família do outro.
Ah, a minha mãe se chama Rafaela. Quando eu nasci, ela só tinha dezenove anos. Isso significa que ela ainda é bem nova. A mãe mais bonita de todas as mães da escola. Dá um orgulho! E ela também é bem legal. E inteligente. E guerreira. E mais um monte de coisas boas. Nem sei como ela consegue!
Mamãe voltou a estudar um ano e pouco antes de descobrir que estava doente. Ela estava no segundo ano de Arquitetura. De novo. Quando engravidou de mim também estava e teve que parar. Era a melhor aluna. Eu me senti culpado quando soube disso pelo meu avô (ele não gosta muito de mim, sabe?), mas a minha mãe disse que o maior aprendizado dela foi a maternidade, e que presentes como eu nunca atrapalham. Diz ainda que, se arquitetura edifica, constrói e projeta, ela quer projetar um ser humano gentil em mim, e para isso nossa relação tem que ser edificante, para conseguirmos construir uma vida linda juntos. Legal ela, né?
Foi um perrengue quando eu nasci. Meu avô expulsou a minha mãe de casa quando ela ficou grávida. Dá para entender uma atitude dessas hoje em dia? Pois é... e minha mãe foi morar com a Tia Carmem, a irmã