O que dizem as flores e outras histórias de avó
De George Sand
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O que dizem as flores e outras histórias de avó - George Sand
o que dizem as flores e outras histórias de avó | George Sand
Introdução
George Sand foi uma figura controversa. Sempre envolvida em escândalos e discussões, ela foi uma figura de enorme influência na literatura francesa, cuja força ecoa até hoje. Ao adotar pseudônimo masculino, e também as vestimentas para o sexo oposto, ela conseguiu frequentar a alta roda política e literária da época e assim obter uma autoridade, absorver exemplos e se destacar de uma forma que outras escritoras não conseguiram. Sua ambiguidade e androginia transparecem em seus textos.
Porém, há uma George Sand menos conhecida, já idosa, com duas netas, distanciada das polêmicas. Essa Sand escreveu inúmeros contos infantojuvenis, inspirados em suas netas mas também dedicados a elas. Esses contos exemplares trazem morais que exibem a consciência de mundo de George Sand, um sistema de valores que ela gostaria de legar às netas.
Com auxílio do fantástico e do transreal, ela percorre temas que lhe são caros como a relação natureza e homem, dedicação aos estudos (principalmente sendo as duas netas meninas, Aurore e Gabrielle), transposição de obstáculos da vida (metaforizados pelos obstáculos naturais que uma vida ao ar livre apresenta), valorização do mágico e da lentidão da infância como oposição feroz à rapidez de uma modernidade incipiente, mas já assustadora.
Contes d’une grand-mère é uma coletânea com 13 desses contos (ela escreveu cerca de 60), escrita aos 68 anos, e último livro publicado em vida da autora. Para O que dizem as flores e outras histórias de avó selecionamos três desses contos, A fada dos olhos grandes
, O que dizem as flores
e O órgão do titã
— textos ainda inéditos no Brasil e que representam muito bem o fantástico (em todos os sentidos) lado avó de uma das maiores escritoras francesas.
Os editores
A fada dos olhos grandes
Elsie possuía uma governanta irlandesa muito singular. Era a melhor pessoa do mundo, mas alguns animais lhe eram antipáticos, a tal ponto que ela ficava realmente furiosa com eles. Se um morcego entrasse no quarto à noite, ela dava gritos ridículos e se indignava contra as pessoas que não afugentassem o pobre animal. Como muitas pessoas têm repúdio aos morcegos, não se teria dado muita atenção ao dela, se não o tivesse estendido a pássaros charmosos: papa-amoras, tordos, andorinhas e outros insetívoros, e até mesmo ao rouxinol, que ela tratava como feras cruéis. Ela se chamava Miss Barbara, mas a apelidaram de fada dos olhos grandes; fada, pois era muito sábia e muito misteriosa; dos olhos grandes, pois possuía enormes olhos claros, salientes e abaulados, que a maliciosa Elsie comparava a rolhas de garrafa.
No entanto, Elsie não detestava a governanta, que era a paciência e a indulgência em pessoa para com ela – apenas se divertia com as bizarrices, principalmente com a reivindicação de enxergar melhor que todos, apesar de poder ganhar o grande prêmio de miopia no concurso do recrutamento militar. Ela só notava objetos quando seu nariz os tocava, e não era nem dos mais compridos.
Um dia em que ela topou com uma porta entreaberta, a mãe de Elsie avisou:
– Realmente, qualquer dia desses, você vai se machucar de verdade! É sério, querida Barbara, você deveria usar óculos.
Barbara respondeu com agitação:
– Óculos, eu? Nunca! Eles vão estragar minha vista!
E ao tentarem lhe explicar que sua vista não tinha como ficar pior, ela replicou, em um tom de convicção triunfante, que não trocaria com ninguém o tesouro que era sua visão. Ela enxergava os menores objetos como se usasse a mais potente das lupas; seus olhos eram duas lentes microscópicas que lhe revelavam a cada instante maravilhas que ninguém mais era capaz de apreciar. O fato era que ela contava os fios da mais fina cambraia e os filamentos dos tecidos mais finos, onde Elsie, que possuía aquilo que chamamos de vista boa, não via absolutamente nada.
Por muito tempo, a apelidaram de Miss Frog (Rã) e depois de Miss